Autor Tópico: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar  (Lida 4883 vezes)

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Offline Oceanos

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #25 Online: 01 de Junho de 2007, 17:05:30 »
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Comentário: Fim da RCTV foi "sem querer querendo"

LIGIA BRASLAUSKAS
Editora da Folha Online

Hugo Chávez, como se diz na linguagem popular hoje em dia, "é o cara". Ele fala o que quer, de quem quiser e quando bem entende. Muitos apóiam sua atitude pelo simples fato de ele, supostamente, ser o único líder [depois que o ditador Fidel Castro afastou-se dos microfones, e sem contar o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad] a provocar o chefe do governo dos Estados Unidos, George W. Bush. Chama-o de ignorante e acusa-o de planejar um golpe contra a Venezuela.

É verdade que o fiasco da Guerra do Iraque faz do presidente dos EUA uma figura não muito querida pela sociedade internacional e derruba sua popularidade em seu próprio país, mas as preocupações atuais de Bush não parecem se concentrar na América do Sul.

Difícil é engolir o fato de Chávez ter levado a cabo a eliminação da RCTV, única rede de TV crítica a seu governo com alcance nacional. Ele insiste em dizer que não fechou a emissora, apenas não renovou o contrato de permissão de funcionamento. Ou seja, para explicar a censura imposta à mídia opositora, parodia seu xará Chaves [personagem de programa humorístico mexicano], que justifica suas atitudes dizendo: "Foi sem querer querendo!".

Chávez acusa a RCTV de envolvimento em um golpe que o tirou do poder por 48 horas, em abril de 2002. Cinco anos depois, o presidente venezuelano dá um golpe na população e tira do ar a rede de TV de maior audiência do país. E fez mais, confiscou as instalações da RCTV para uso do novo canal governista, Tves.

A RCTV também cometeu abusos e erros, passou a fazer oposição direta a Chávez, nos últimos anos. Agiu quase como um partido político --o que, afirmam os chavistas [com razão], não é papel de uma rede de TV. Após o golpe de 2002, a emissora omitiu-se no serviço de prestar informações públicas e, em vez de divulgar o que acontecia no país de forma apartidária, optou por exibir programas sem teor político.

Se quisesse mesmo dar o troco aos que acusa de traição, Chávez poderia ter cancelado as transmissões originais da RCTV por 48 horas, aproveitando o período para exibir programas em seu favor, mostrar benfeitorias de seu governo, suas visitas a Cuba e cenas de seus partidários segurando bandeiras da Venezuela. Mas não foi o que fez.

Aparentemente, a resposta de Chávez foi inflacionada pelos cinco anos de espera e o preço vai ser pago pela população venezuelana, que além da perda da informação crítica e de oposição ao governo, perdeu o final da novela "Mi Prima Ciela", interrompida com o fim da RCTV.
[grifo meu]
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u301389.shtml

Depois do grifo, tem quem queira discutir ainda? :)
« Última modificação: 01 de Junho de 2007, 17:09:03 por Oceanos »

Offline Dr. Manhattan

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #26 Online: 01 de Junho de 2007, 17:25:25 »
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Alan Watts

Offline Hugo

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #27 Online: 02 de Junho de 2007, 21:35:51 »
Só para mostrar que existe o outro lado também...



02/06/2007 - 17h08
Milhares manifestam apoio à decisão de não renovar concessão de RCTV
Publicidade
da Folha Online

Milhares de apoiadores do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tomaram as ruas da capital Caracas, em apoio à decisão do governo em não renovar a concessão do canal de TV oposicionista RCTV. As manifestações também foram um contraponto contra os protestos que se seguiram após a remoção do canal de TV, no último dia 27, em que manifestantes acusaram o líder venezuelano de atentar contra a liberdade de expressão.

O ministro da Informação Willian Lara disse que a marcha "demonstraria para o mundo que não-renovação [da licença da RCTV] é uma conquista democrática", e afirmou que o canal privado foi "resgatado de um pequeno grupo econômico".

O aposentado Alfredo Cambeiro disse que os aliados de Chávez reconhecem a necessidade de uma imprensa crítica, mas que falta no país veículos realmente objetivos. Ele disse que a nova estação de TV que assumiu o espaço da RCTV preencha essa ausência. "Eu eu quero ver críticas construtivas, substantivas", afirmou.

Golpe

Chávez considera que o fim do canal é um combate ao "capitalismo e à ditadura da mídia". Ele acusa a RCTV de "envenenar" os venezuelanos uma programação que promove o capitalismo. O canal também é acusado de ter apoiado o golpe que tentou derrubar Chávez do poder em 2002. Ele chegou a passar dois dias preso, mas recuperou o poder logo depois.

A retirada da RCTV do ar não pára de causar polêmica e protestos no país, já que muitos questionam se a decisão de Chávez pode representar uma ameaça para a democracia na Venezuela. Neste sábado, na Cidade do México, um pequeno grupo de manifestantes se reuniu em frente à embaixada da Venezuela para protestar contra a decisão de Chávez.

Oposição

Uma barreira de dezenas de policiais de tropa de choque, respaldada por um caminhão de jato de água e um helicóptero, impediu que vários milhares de estudantes deixassem a Universidade Católica Andrés Bello (Ucab) para protestar em favor da liberdade de expressão, em razão do fim da concessão da emissora oposicionista RCTV, no domingo passado.

A marcha foi proibida pelo prefeito da região central de Caracas, Freddy Bernal, aliado do presidente Hugo Chávez. A tropa de choque é da Polícia Metropolitana e também está à disposição do governo federal.

Interferência

O representante de Caracas na Organização de Estados Americanos (OEA), Jorge Valero, disse neste sábado que o país vai considerar uma "interferência" em seus assuntos internos qualquer menção ao caso RCTV durante a assembléia geral da organização, que começa amanhã, no Panamá.

A Venezuela quer fazer uma "contribuição construtiva' para que a Assembléia ocorra em um ambiente de discussões, "respeitando os acordos acertados previamente em Washington entre os países-membros, disse Valero.

Com Associated Press, France Presse e Folha de S.Paulo

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Offline Oceanos

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #28 Online: 03 de Junho de 2007, 00:04:48 »
Chávez considera que o fim do canal é um combate ao "capitalismo e à ditadura da mídia". Ele acusa a RCTV de "envenenar" os venezuelanos uma programação que promove o capitalismo. [...]
Que motivo honesto e sensato para se tirar a concessão de uma rede de TV.

Offline Oceanos

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #29 Online: 03 de Junho de 2007, 00:37:54 »
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[...]
"Vão para o inferno, representantes da oligarquia internacional. Nós mandamos vocês para o inferno daqui da ruas da liberdade, pelo povo livre da Venezuela", disse ele para a multidão.

"No caso do canal da velha burguesia [a RCTV], nós fomos muito pacientes e esperamos até que a concessão terminasse, mas que ninguém acredite que vai ser sempre assim. Uma concessão pode terminar antes do tempo estabelecido, por violações à constituição, às leis, por terrorismo de imprensa, por muitas coisas", acrescentou.
[...]
Texto completo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u301686.shtml

Offline HSette

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #30 Online: 03 de Junho de 2007, 00:41:56 »
É...

"Muitas coisas..." pode significar muitas coisas. :-)
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Chaves

Offline Fabi

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #31 Online: 03 de Junho de 2007, 02:18:20 »
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Venezuela proíbe manifestação de estudantes

FABIANO MAISONNAVE
da Folha de S.Paulo, em Caracas

Uma barreira de dezenas de policiais de tropa de choque, respaldada por um caminhão de jato de água e um helicóptero, impediu que vários milhares de estudantes deixassem a Universidade Católica Andrés Bello (Ucab) para protestar em favor da liberdade de expressão, em razão do fim da concessão da emissora oposicionista RCTV, no domingo passado.

A marcha foi proibida pelo prefeito da região central de Caracas, Freddy Bernal, aliado do presidente Hugo Chávez. A tropa de choque é da Polícia Metropolitana e também está à disposição do governo federal.

"Isso, isso é um seqüestro", gritavam os estudantes para a linha de policiais postada diante do portão principal da universidade, a maior instituição de ensino privado venezuelana, com 13 mil alunos. Versão local da PUC, é considerada uma universidade de elite.

"Ao outro lado permitiram ontem que chegassem até o palácio Miraflores. Hoje, não podemos nem sair da universidade", disse o estudante de economia da Ucab Jorge Levitt, 23.

Por volta das 14h, os manifestantes, espremidos diante do portão, ensaiaram forçar a passagem pelos policiais, mas foram contidos pelos líderes estudantis, que, com megafones, pediram que todos se sentassem. Um cordão de segurança feito pelos próprios estudantes foi improvisado para segurar os mais exaltados.

Cerca de uma hora depois, chegou uma marcha de milhares de estudantes da Universidade Central da Venezuela (pública), de pele muito mais escura que a dos colegas da Ucab, forçando os policiais a abrir o cordão. Os dois grupos se uniram aos gritos de "estudantes!", muitos vestidos de preto -quase não se via a cor vermelha, símbolo do chavismo.

"A atuação do governo é uma provocação e uma torpeza, porque não está deixando que os estudantes nem sequer caminhem pelas calçadas de Caracas. O governo deveria ser o principal interessado em que não houvesse violência", disse Marino Alvarado, observador do Fórum pela Vida, uma coalizão de ONGs de direitos humanos criada para acompanhar os protestos. Em vão, ele tentou convencer o comandante da tropa de choque a deixar que os estudantes caminhassem pela lateral da avenida.

Comitiva

Os estudantes se dispersaram no final da tarde, depois que uma comitiva entregou um documento ao deputado Ismael Garcia, que, apesar de governista, vem mantendo uma posição crítica a Chávez nos últimos meses. O documento exige que os congressistas chavistas retirem declarações feitas nesta semana, nas quais acusaram os protestos de ser um "golpe em andamento", planejado por partidos da oposição.

O roteiro dos estudantes, anunciado em entrevista coletiva anteontem à tarde, era se reunir na praça La India, no setor oeste da capital, e daí marchar até a Assembléia Nacional, controlada pelos chavistas depois que a oposição boicotou as eleições legislativas de 2005.

Os problemas começaram logo de manhã. Imagens de TV mostraram militantes pró-Chávez, muitos em cima de motos, ocupando a praça India sem nenhuma intervenção das forças públicas, desorientando os primeiros manifestantes. Em seguida, por celular, os estudantes -vários vindos de fora da capital- foram orientados a seguir até a Ucab.

Muitas mães vieram buscar seus filhos no fim do dia, em meio a rumores de que haveria militantes dos círculos bolivarianos e enfrentamentos perto da universidade. "Vim buscar pelo medo de que ela fosse atacada pela Guarda Nacional. Na zona onde vivo, os estudantes foram atacados com gás lacrimogêneo e balas de borracha", disse Diana de Smith, mãe de uma estudante de engenharia.

Desde segunda-feira, estudantes universitários protestam contra o fim da concessão da RCTV, no último domingo. O governo Chávez diz que se trata de uma medida "administrativa" que cabe ao Estado e tem lembrado que a emissora apoiou abertamente a tentativa de golpe de Estado de 2002.
:hein: E depois a Venezuela não é uma ditadura...
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Worf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #32 Online: 03 de Junho de 2007, 02:32:22 »
É sempre engraçado ver o doublethink comunista em prática.
Aqui em SP, um grupo de estudantes, professores e funcionários da usp foi protestar no Palácio dos Bandeirantes (a "casa" do governador Serra) e foi impedido por um cordão de isolamento feito pela polícia, em uma rua próxima ao palácio. Motivo da passeata: os decretos, já bem esclarecidos.
No dia seguinte, chamaram o Serra de truculento, antidemocrático, fascista, dizendo que ele "impediu" o protesto pacífico deles.

Chávez fez uma "barreira de dezenas de policiais de tropa de choque, respaldada por um caminhão de jato de água e um helicóptero, impediu que vários milhares de estudantes deixassem a Universidade Católica Andrés Bello (Ucab) para protestar em favor da liberdade de expressão, em razão do fim da concessão da emissora oposicionista RCTV, no domingo passado." Dúvido que alguém da ocupação vai chamar esse ato de truculento, fascista, ditatorial… Chavez está apenas protegendo o projeto socialista, a emancipação do povo venezuelano, de forma democrática (governanando por decreto, aliás). O Serra solta seus decretinhos, e ele é que é o ditador.

(Não que eu goste do Serra, mas a comparação ilustra bem o duplipensar).

Offline Hugo

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #33 Online: 03 de Junho de 2007, 11:06:32 »
Os dois lados da moeda.

As criticas que atingem o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, estão apenas no mundo da “livre expressão” e ainda não chegou ( e não é interesse dos oligopólios midiáticos) no mundo do capital. Ora, é compreensível que, em um país democrático, tenhamos uma diversidade de opiniões que deva ser respeitada e defendida. Deve ser compreensível também, que a democracia deste país deva ser respeitada e defendida, e estou falando do pleito que elegeu Chavez com maioria de votos e referendada em plebiscito de 2004.

Não se entra no debate sobre as formas que usaram para dar o golpe na democracia Venezuelana em 2002, quando a mídia se uniu (RCTV, Televen, Venevisión e Globovision) e descaradamente apoiou um golpe contra a democracia. Em seus programas os venezuelanos puderam assistir até, pasmem, um ator (Orlando Urdaneta) ,com um rifle na mão, incitando o assassinato do presidente. Tudo bem que não goste de Chavez e nunca tenha votado nele, mas, pedir sua morte é democrático? É essa “livre expressão” que se defende?

Não podemos esquecer do papel da mídia no golpe de 1964 no Brasil, no Chile em 1973, as eleições de 1989 entre Collor e Lula, etc...

O que faria um país desenvolvido se uma televisão (no caso da Venezuela foram quatro) conspirasse contra um governo; fosse parcial em suas notícias; omitisse notícias favoráveis e exaltasse as desfavoráveis?

Se você tivesse uma empresa e concedesse uma certa tarefa a uma outra terceirizada e ela trabalhasse diuturnamente para sua empresa falir, o que você faria? Antes que me interponham, não estou querendo dizer que uma concessão de Tv dada pelo Governo seria motivo da Tv não criticar as ações desse Governo, não. O que defendo é que seja feita com ISENSÃO. Esse é o papel principal da mídia. Não defendo de forma integral ao ato de Chavez, mas com certeza ele teve seus motivos e se ele tivesse apenas tirado do ar, por exemplo, um mês a RCTV, as críticas seriam as mesmas, isto é, qualquer punição seria vista como supressão da “livre expressão”.

 O que proponho é um debate sobre essa “livre expressão” que é defendida olhando apenas o direito e nunca o DEVER.   
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Offline Adriano

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #34 Online: 03 de Junho de 2007, 11:16:00 »
Não podemos esquecer do papel da mídia no golpe de 1964 no Brasil, no Chile em 1973, as eleições de 1989 entre Collor e Lula, etc…
E ainda teve a censura do documentário "Muito além do cidadão Kane" que demosntra essa manipulação da TV Globo.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #35 Online: 03 de Junho de 2007, 14:59:26 »
Ora, é compreensível que, em um país democrático, tenhamos uma diversidade de opiniões que deva ser respeitada e defendida.

O que não significa que um proprietário de um veículo de informação deva defender um ponto de vista que não lhe agrada. Isso não é ser democrático, é respeito à liberdade individual.

Não gostou do ponto dele? Mude de canal. Se não há mais canais para defender outros pontos pode ser por dois motivos: ou porque não há muita gente que se interesse pela sua defesa ou porque o estado burocrático dificulta concessões. O caso da Venezuela é o segundo, apesar de que a quantidade de gente que defendia a manutenção da RCTV era bem maior.

O estado é o principal estorvo na criação de novos meios de comunicação. As exigências e fiscalização são enormes, o que deixa inviável uma liberdade de expressão plena.

O que Chávez fez? Facilitou a criação de novas emissoras, fazendo com que vários outros pontos de vista pudessem ser dados e o povo escolher por meio do controle remoto qual dele mais lhe agrada, decisão esta que seria realmente em favor da democracia?

Não se entra no debate sobre as formas que usaram para dar o golpe na democracia Venezuelana em 2002, quando a mídia se uniu (RCTV, Televen, Venevisión e Globovision) e descaradamente apoiou um golpe contra a democracia. Em seus programas os venezuelanos puderam assistir até, pasmem, um ator (Orlando Urdaneta) ,com um rifle na mão, incitando o assassinato do presidente. Tudo bem que não goste de Chavez e nunca tenha votado nele, mas, pedir sua morte é democrático? É essa “livre expressão” que se defende?

Repetindo, se a estas quatro não agradava o governo Chávez, elas tinham todo o direito de se manifestar contra.

E sobre incitar a violência contra Chávez, não, não é esta a liberdade de expressão que eu defendo. Se isto realmente ocorreu, a emissora responsável deve ser multada. Mas usar isto como desculpa para fechar e confiscar a emissora é absurdo.
« Última modificação: 03 de Junho de 2007, 15:03:33 por Procedure »

Offline HSette

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #36 Online: 03 de Junho de 2007, 15:09:04 »

E sobre incitar a violência contra Chávez, não, não é esta a liberdade de expressão que eu defendo. Se isto realmente ocorreu, a emissora responsável deve ser multada.

É isso que a legislação venezuelana prevê?

Eu não vi até hoje a imprensa tratar dessa questão, ou seja, a legalidade ou não da medida.
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Chaves

Offline HSette

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #37 Online: 03 de Junho de 2007, 15:15:44 »
Ah, e um detalhe que eu não sabia e só vi hoje na Folha:

A decisão do Governo venezuelano a respeito da "RCTV", que parou de transmitir sua programação em sinal aberto em 27 de maio, tecnicamente é uma não renovação da concessão de uso do sinal aberto.
A emissora não pode continuar transmitindo por "ar", mas por cabo ou satélite sim. O que a RCTV  perdeu foi a concessão de TV aberta.
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Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #38 Online: 03 de Junho de 2007, 15:17:25 »
A legislação alemã previa o genocídio de judeus.

Offline HSette

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #39 Online: 03 de Junho de 2007, 15:23:44 »
A legislação alemã previa o genocídio de judeus.

Fontes.  :?:

E o que isso tem a ver?

E como o interesse pela RCTV parece ser grande para muitos, podem assistir à programação que saiu do ar no link abaixo:   :biglol:

http://elobservador.rctv.net/
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Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #40 Online: 03 de Junho de 2007, 15:29:14 »
A legislação alemã previa o genocídio de judeus.

Fontes.  :?:

Se estava escrito no papel ou não é só um detalhe. O que eu quis dizer é que, do seu ponto de vista, isso era legítimo. Hitler era legítimo, as atrocidades com os judeus eram legítimas...

E o que isso tem a ver?

Mostrar que o seu apelo à lei não tem o menor cabimento.

Ah, e um detalhe que eu não sabia e só vi hoje na Folha:

A decisão do Governo venezuelano a respeito da "RCTV", que parou de transmitir sua programação em sinal aberto em 27 de maio, tecnicamente é uma não renovação da concessão de uso do sinal aberto.
A emissora não pode continuar transmitindo por "ar", mas por cabo ou satélite sim. O que a RCTV  perdeu foi a concessão de TV aberta.
E como o interesse pela RCTV parece ser grande para muitos, podem assistir à programação que saiu do ar no link abaixo:   :biglol:
http://elobservador.rctv.net/

Pois é, tão reclamando de barriga cheia!


Offline Hugo

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #41 Online: 03 de Junho de 2007, 15:50:22 »
Hsette, o Chavez esperou cinco anos após o frustado golpe para fazer legalmente o que fez. O ato foi legal e ninguém pode reclamar, porém talvez não tenha sido legítimo.

As concessões não foram dadas no Governo de Chavez, óbvio. A questão é que sai governo, entra governo e a coisa continua, isto é, a mídia pode fazer tudo, o que quiser e não tem punição.

Vem um "maluco" e amarra o burro...
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Offline HSette

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #42 Online: 03 de Junho de 2007, 15:54:22 »
A legislação alemã previa o genocídio de judeus.

Fontes.  :?:

Se estava escrito no papel ou não é só um detalhe.

Sem comentários.

Lastimável.  :no:


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E o que isso tem a ver?

Mostrar que o seu apelo à lei não tem o menor cabimento.

Desde quando genocídio de judeus foi Lei?

Menos, Procedure, menos…



E por último, de onde você tirou a idéia de que eu defendo a medida?
Só de começo considero uma burrada política sem tamanho.
Mas não discuto o assunto de forma apaixonada.
« Última modificação: 03 de Junho de 2007, 16:06:35 por HSette »
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Offline HSette

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #43 Online: 03 de Junho de 2007, 15:57:21 »
Hsette, o Chavez esperou cinco anos após o frustado golpe para fazer legalmente o que fez. O ato foi legal e ninguém pode reclamar, porém talvez não tenha sido legítimo.


Sem falar que a meu ver faltou habilidade política.

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Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #44 Online: 03 de Junho de 2007, 16:04:11 »
Se estava escrito no papel ou não é só um detalhe.

Sem comentários.

Lastimável.  :no:

:stunned: E se estivesse escrito?

Você tenta usar o caráter "escrito na lei" como argumento para justificar o ato de Chávez. É isso que vai tornar legítima qualquer atitude do governo? Se sim, terá que concordar com o exemplo que dei. Se não, então o "está escrito na lei" não pode ser usado para justificar a sua opinião, como você está fazendo.

Offline HSette

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #45 Online: 03 de Junho de 2007, 16:08:25 »
Eu não defendo o ato.

Caramba, de onde você tirou isso????

Só para começar, considero uma burrada política sem tamanho.
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Offline Oceanos

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« Resposta #46 Online: 03 de Junho de 2007, 16:09:05 »
Ah, e um detalhe que eu não sabia e só vi hoje na Folha:

A decisão do Governo venezuelano a respeito da "RCTV", que parou de transmitir sua programação em sinal aberto em 27 de maio, tecnicamente é uma não renovação da concessão de uso do sinal aberto.
A emissora não pode continuar transmitindo por "ar", mas por cabo ou satélite sim. O que a RCTV  perdeu foi a concessão de TV aberta.
O que a RCTV perdeu foi seu principal meio de atingir o povo venezuelano. "Cabo ou satélite" nunca vão atingir tantos venezuelanos quanto uma TV aberta.

Na prática, dá quase na mesma que fechar completamente a RCTV. O que muda é que o governo agora pode argumentar que a atitude do Chávez não foi "anti-democrática", já que "a RCTV perdeu o direito de transmitir via TV aberta".

Sem comentários.

Lastimável.  :no:
De fato, se estava escrito num papel é só um detalhe perante a ética e a moral. Isso nem de longe torna a medida legítima. O que muda é que isso autoriza o estado à força-lo fazer o que está escrito lá.

Por que acha lastimável?

Offline HSette

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #47 Online: 03 de Junho de 2007, 16:15:24 »


Sem comentários.

Lastimável.  :no:
De fato, se estava escrito num papel é só um detalhe perante a ética e a moral. Isso nem de longe torna a medida legítima. O que muda é que isso autoriza o estado à força-lo fazer o que está escrito lá.

Por que acha lastimável?

Primeiro porque dizer que o genocídio de judeus estava previsto na lei alemã.

E depois dizer que estar escrito ou não no papel é só um detalhe.

Tem dó, né.

E pela última vez: eu não defendo nem nunca defendi a medida.
Acho que vocês estão tratando a questão de forma exageradamente apaixonada.
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Offline Oceanos

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #48 Online: 03 de Junho de 2007, 16:18:36 »
Pelo que entendi, HSette, o que o Procedure quis dizer foi que ser lei ou não, não torna o ato mais legítimo, justo ou correto. Não que toda lei deva ser ignorada, repudiada ou coisa assim.

Offline Herf

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Re: Canal crítico ao governo venezuelano sai do ar
« Resposta #49 Online: 03 de Junho de 2007, 16:23:58 »
Por que acha lastimável?
Primeiro porque dizer que o genocídio de judeus estava previsto na lei alemã.

E depois dizer que estar escrito ou não no papel é só um detalhe.

Eu já disse, foi só um modo de dizer que era legítimo entre os alemães, pois a legitimidade independe do papel. E para o que estamos a discutir isso é só um detalhe sim.

E pela última vez: eu não defendo nem nunca defendi a medida.
Acho que vocês estão tratando a questão de forma exageradamente apaixonada.

Sinceramente, pensei que você fosse a favor, pois você escreveu isso em outro tópico, apesar da mensagem ter sido editada: ../forum/topic=11614.25.html

 

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