Os dois lados da moeda.
As criticas que atingem o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, estão apenas no mundo da “livre expressão” e ainda não chegou ( e não é interesse dos oligopólios midiáticos) no mundo do capital. Ora, é compreensível que, em um país democrático, tenhamos uma diversidade de opiniões que deva ser respeitada e defendida. Deve ser compreensível também, que a democracia deste país deva ser respeitada e defendida, e estou falando do pleito que elegeu Chavez com maioria de votos e referendada em plebiscito de 2004.
Não se entra no debate sobre as formas que usaram para dar o golpe na democracia Venezuelana em 2002, quando a mídia se uniu (RCTV, Televen, Venevisión e Globovision) e descaradamente apoiou um golpe contra a democracia. Em seus programas os venezuelanos puderam assistir até, pasmem, um ator (Orlando Urdaneta) ,com um rifle na mão, incitando o assassinato do presidente. Tudo bem que não goste de Chavez e nunca tenha votado nele, mas, pedir sua morte é democrático? É essa “livre expressão” que se defende?
Não podemos esquecer do papel da mídia no golpe de 1964 no Brasil, no Chile em 1973, as eleições de 1989 entre Collor e Lula, etc...
O que faria um país desenvolvido se uma televisão (no caso da Venezuela foram quatro) conspirasse contra um governo; fosse parcial em suas notícias; omitisse notícias favoráveis e exaltasse as desfavoráveis?
Se você tivesse uma empresa e concedesse uma certa tarefa a uma outra terceirizada e ela trabalhasse diuturnamente para sua empresa falir, o que você faria? Antes que me interponham, não estou querendo dizer que uma concessão de Tv dada pelo Governo seria motivo da Tv não criticar as ações desse Governo, não. O que defendo é que seja feita com ISENSÃO. Esse é o papel principal da mídia. Não defendo de forma integral ao ato de Chavez, mas com certeza ele teve seus motivos e se ele tivesse apenas tirado do ar, por exemplo, um mês a RCTV, as críticas seriam as mesmas, isto é, qualquer punição seria vista como supressão da “livre expressão”.
O que proponho é um debate sobre essa “livre expressão” que é defendida olhando apenas o direito e nunca o DEVER.