Autor Tópico: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89  (Lida 4806 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Online: 03 de Junho de 2007, 21:40:04 »
Eu não lembro bem das causas ou dos fatos todos... mas costuma se atribuir à derrota do Lula em 89 à rede Globo, especificamente a uma reportagem que não deveria ter ido ao ar, acho.

Isso tem bases mesmo, ou é mais uma daquelas coisas de que a Coca-cola é o vilão do mundo e etc?

O que exatamente havia nessa reportagem a ponto de induzir tão cabalmente o voto dos eleitores?


Outra coisa, um tanto relacionada, é que praticamente ninguém se posicionou contra ao favoritismo explícito e escancarado da Globo quanto à proibição da venda de armas e munições. O fato dessa parcialidade não ter sido tão questionada nem vem tanto ao caso, ainda que seja em si um fato interessante, mas o ponto principal quanto ao poder da Globo é que, uma mesma emissora, pouco mais de uma década depois, e consideravelmente mais rica, penso eu, parece não ter mais o mesmo poder de controle da mente.

Antes, com uma mera reportagem em cima da hora, ou pouco mais que isso, supostamente decidiu a eleição. Mais tarde, com dezenas de vinhetas diárias, e matérias diversas, perdeu. Mesmo numa questão em que tinha tomado o lado de vitória aparentemente fácil, já que ter arma legal no Brasil é coisa para quem tem uma boa grana no bolso, e diversos motivos legais para tanto. Para a maioria da população, é uma questão quase que irrelevante, ou até facilmente conquistável com diversos argumentos como que as armas legais todas abastecem os criminosos através dos bandidos; então, a legalização das vendas só faz com que, enquanto uns poucos riquinhos se sintam ilusóriamente seguros, parentes seus sejam mortos pelas armas que eles compraram e que foram roubadas. E etc, tudo que já vimos há pouco tempo.

Seria por causa da rede Band, a quarta em audiência, que se colocou favorável à continuidade das vendas de armas e munições? :hein:

Offline Worf

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #1 Online: 03 de Junho de 2007, 22:01:12 »
A concessão de porte legal de armas é bem restritiva no Brasil. E não acho que os fuzis (de uso exclusivo do exército) que iluminam as noites do rio de janeiro sejam produto de roubos. Sem contar as armas roubadas/desviadas da PM, do exército...

Se fala apenas de pistolas e revólveres... Como você mesmo diz, "uns poucos riquinhos se sintam ilusóriamente seguros" portando uma arma. Se são poucos, como há tanto bandido armado por aí? Não vejo forte relação entre as duas coisas, pois acredito que as armas usadas por bandidos roubadas de gente que possui porte sejam minoria.

Quanto ao Lula, se existirem pesquisas de intenção de voto nas eleições presidenciais com dados colhidos antes e depois dessa notícia ter sido veículada, poderemos ter uma melhor noção do ocorrido. Senão, não passaria de chute. E, se a pesquisa for questionável, então nem adianta opinar sobre o assunto.

Offline HSette

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #2 Online: 03 de Junho de 2007, 22:07:17 »
No caso Collor x Lula, houve uma edição claramente tendenciosa pró-Collor, veiculada em todos os telejornais nos dias seguintes, até o dia das eleições.

O último debate da eleição presidencial de 1989 ocorreu em 14 de dezembro, três dias antes das eleições. Na sexta-feira, dia 15, o Jornal Hoje exibiu uma edição do debate e o Jornal Nacional mostrou outra. A versão do JN exibiu um minuto e meio de imagens a mais em favor de Fernando Collor de Mello. O candidato do PRN também teria sido privilegiado porque seus melhores momentos predominaram sobre uma edição que demonstrava o fraco desempenho de Luiz Inácio da Silva no debate.

Armando Nogueira, na época diretor da Central Globo de Jornalismo aponta no livro (Jornal Nacional - a notícia faz história) que seu subordinado Alberico de Souza Cruz, ex-diretor de telejornais da rede e responsável pela edição do debate, foi desleal e o traiu profissionalmente. Acrescentou que Alberico não servia à empresa e sim à Collor.

Por sua vez, Alberico responsabilizou o editor de Política Ronald de Carvalho, que teria editado o trabalho sob a supervisão da diretora executiva do Jornal Nacional Alice-Maria. As ordens teriam partido diretamente da família Marinho.

O Livro

Além de Nogueira, Alberico e Alice-Maria, foi ouvido o então editor de Texto do Jornal Nacional Octavio Tostes. Os dois últimos brigam pela paternidade da edição que mancha a história do jornalismo global. "É uma nódoa na minha carreira".

Em comunicado lançado no blog do jornalista Ricardo Noblat, Ronald Carvalho expõe as entranhas do monstro.

Segundo Carvalho, a edição no Jornal Hoje do dia 15 havia ficado parcial pró Collor e ele foi chamado a intervir na matéria que iria ao ar à noite no Jornal Nacional a fim de tentar desfazer o estrago. Na ilha número quatro da Central de Jornalismo da emissora, Ronald Carvalho escreveu uma das páginas mais polêmicas do jornalismo brasileiro. "Faz quinze anos que editei o compacto do debate entre Collor e Lula. Faz quinze anos que, todas as vezes que lembro daquele dia, tenho a plena convicção de que repetiria o que fiz, exatamente como foi feito. Não mudaria uma imagem, não alteraria nenhuma sonora, não suprimiria um frame sequer".

http://canaldaimprensa.com.br/canalant/nostalgia/vint5/nostalgia2.htm
« Última modificação: 03 de Junho de 2007, 22:09:18 por HSette »
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
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Chaves

Offline Worf

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #3 Online: 03 de Junho de 2007, 23:11:02 »
É bom sempre ter em vista que o Lula ganhou as eleições do ano passado sem ir a debates, e que é despreparado até hoje - na minha opinião.
Mesmo que a manipulação tenha ocorrido, não se pode dizer que tal fato foi causa necessária de sua derrota.

Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #4 Online: 03 de Junho de 2007, 23:19:44 »
Não se esqueçam da putaria do Fleury, na época secretário da segurança de Orestes Quércia, que vestiu sequestradores comuns com camisetas do PT e foram ao ar no Jornal Nacional.

Fleury, paulista FDP… eu, mesmo sendo hetero convicto, comeria a bunda deste calhorda.

Mas uma putaria da mídia.  |(
« Última modificação: 03 de Junho de 2007, 23:21:54 por Spitfire »

Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #5 Online: 03 de Junho de 2007, 23:23:16 »
A propósito… a Novela "Salvador da pátria" era um claro apelo ao "caçador de marajás" Cheirando Póllor de Melda.

Offline Rodion

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #6 Online: 03 de Junho de 2007, 23:25:47 »
Não se esqueçam da putaria do Fleury, na época secretário da segurança de Orestes Quércia, que vestiu sequestradores comuns com camisetas do PT e foram ao ar no Jornal Nacional.

Fleury, paulista FDP… eu, mesmo sendo hetero convicto, comeria a bunda deste calhorda.

Mas uma putaria da mídia.  |(

eu achava que ninguém gostava de carioca, mas episódios recentes me fizeram acreditar que o povo contra quem mais se tem preconceito no brasil é o paulista.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Adriano

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #7 Online: 03 de Junho de 2007, 23:27:50 »
O vídeo Muito além do cidadão Kane no YouTube:

mode=related&search=
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #8 Online: 03 de Junho de 2007, 23:28:48 »
Não se esqueçam da putaria do Fleury, na época secretário da segurança de Orestes Quércia, que vestiu sequestradores comuns com camisetas do PT e foram ao ar no Jornal Nacional.

Fleury, paulista FDP… eu, mesmo sendo hetero convicto, comeria a bunda deste calhorda.

Mas uma putaria da mídia.  |(

eu achava que ninguém gostava de carioca, mas episódios recentes me fizeram acreditar que o povo contra quem mais se tem preconceito no brasil é o paulista.

Vá lá e dê beijinhos no Quércia e no Fleury. Devem bem fazer o teu tipo.
A mim, nunca me enganaram… não valem o prato onde comem.

Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #9 Online: 03 de Junho de 2007, 23:36:47 »
E para tua informação, Bruno... já morei no interior de SP de 1971 a 1976... inclusive meu falecido irmão (puta, que saudades do mano  :'( ) é nascido lá... em Fernandópolis. Minha primeira escola é em SP... minha primeira amada é de SP. Adoro o povo paulista... odeio os políticos de lá... mas odeio os daqui, do RS, uma corja de bunda-moles também.
Só para tua informação.  :wink:



Offline Rodion

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #10 Online: 03 de Junho de 2007, 23:48:05 »
Não se esqueçam da putaria do Fleury, na época secretário da segurança de Orestes Quércia, que vestiu sequestradores comuns com camisetas do PT e foram ao ar no Jornal Nacional.

Fleury, paulista FDP… eu, mesmo sendo hetero convicto, comeria a bunda deste calhorda.

Mas uma putaria da mídia.  |(

eu achava que ninguém gostava de carioca, mas episódios recentes me fizeram acreditar que o povo contra quem mais se tem preconceito no brasil é o paulista.

Vá lá e dê beijinhos no Quércia e no Fleury. Devem bem fazer o teu tipo.
A mim, nunca me enganaram… não valem o prato onde comem.

não fazem. prefiro com menos pêlos e mais curvas.

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Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #11 Online: 04 de Junho de 2007, 00:49:07 »
Teve também aquele caso do Collor declarando na campanha que se o Lula ganhasse, confiscaria todas as poupanças... nesta putaria, perdi na caderneta de poupança o valor correspondente a uma faculdade particular...
O caso do presidente da FIESP declarando na Globo que se o Lula ganhasse, 200.000 empresários deixariam o país e investiriam no exterior.

Houve toda uma mídia terrorista trabalhando em prol da campanha do Fernandinho do Pó.

Offline Fabi

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #12 Online: 04 de Junho de 2007, 00:51:05 »
Será que todo esse poder da Globo não tem a ver com a Televisão ser recente? Será que daqui a 100 anos a TV vai poder influenciar tanto as pessoas?
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

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Offline FxF

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #13 Online: 04 de Junho de 2007, 02:41:40 »
Vale lembrar que o poder que a mídia mais exerce está sob a classe baixa.
Será que todo esse poder da Globo não tem a ver com a Televisão ser recente? Será que daqui a 100 anos a TV vai poder influenciar tanto as pessoas?
Mas o mesmo aconteceu com o rádio, hoje só não tem esse poder porque a televisão está na frente, mas exerce o mesmo papel.
Futuramente deve de ser substituído por hologramas, e posteriormente pelos homolgramas sólidos, por fim a realidade virtual de interação física... mas sempre a mesma influência da mídia.

Offline Barata Tenno

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #14 Online: 04 de Junho de 2007, 05:53:22 »
Vale lembrar que o poder que a mídia mais exerce está sob a classe baixa.
Será que todo esse poder da Globo não tem a ver com a Televisão ser recente? Será que daqui a 100 anos a TV vai poder influenciar tanto as pessoas?
Mas o mesmo aconteceu com o rádio, hoje só não tem esse poder porque a televisão está na frente, mas exerce o mesmo papel.
Futuramente deve de ser substituído por hologramas, e posteriormente pelos homolgramas sólidos, por fim a realidade virtual de interação física… mas sempre a mesma influência da mídia.

Não sei............ se a nova forma de comunicação for tão interativa quanto a internet acho que a influencia será bem pequena.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Rodion

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #15 Online: 04 de Junho de 2007, 05:57:13 »
Vale lembrar que o poder que a mídia mais exerce está sob a classe baixa.
Será que todo esse poder da Globo não tem a ver com a Televisão ser recente? Será que daqui a 100 anos a TV vai poder influenciar tanto as pessoas?
Mas o mesmo aconteceu com o rádio, hoje só não tem esse poder porque a televisão está na frente, mas exerce o mesmo papel.
Futuramente deve de ser substituído por hologramas, e posteriormente pelos homolgramas sólidos, por fim a realidade virtual de interação física… mas sempre a mesma influência da mídia.

Não sei……… se a nova forma de comunicação for tão interativa quanto a internet acho que a influencia será bem pequena.

menor, mas não bem pequena. acesso à tv aberta não é só a globo que tem, há pelo menos mais umas 6 ou 7 emissoras. e mesmo assim a globo domina.
igualmente, na internet são determinados domínios que concentram a atenção da massa, que são mainstream. mas sem dúvidas há maior liberdade para as massas com os cabos do que com as antenas.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #16 Online: 04 de Junho de 2007, 09:14:05 »
Um problema que imagino é quanto a certos casos de "edição tendenciosa". Chamam de tendencioso, imparcial, em muitos casos, apenas por mostrar um lado se saindo pior que o outro, mesmo que isso seja fiel à realidade. Meio como criacionistas, reclamando que a wikipédia ou o ensino público são parciais, porque não retratam a evolução e o criacionismo como igualmente prováveis. As vezes, não dá para colocar notícias de corrupção em iguais quantidades de todos os possíveis "lados", ou coisas dignas de elogio ou de crítica nas mesmas proporções, por simplesmente ser o que a realidade fornece.

Se foi o caso em 89, eu não sei...

Offline Buckaroo Banzai

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #17 Online: 04 de Junho de 2007, 09:45:23 »
A propósito… a Novela "Salvador da pátria" era um claro apelo ao "caçador de marajás" Cheirando Póllor de Melda.

Como exatamente? Já ouvi dizer que o prefeito boia-fria, "Sassá Mutema" era apologia ao Lula  também...  :hein:

Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #18 Online: 04 de Junho de 2007, 11:59:22 »
Sim… de fato a figura simplória de Lima Duarte poderia ser encarado como uma alusão ao Lula, mas acontece que as tramas da novela, com fundo político, lancavam mão de jargões que eram utilizados por Collor.
Claramente Collor era uma personalidade que não possuia nenhuma expressão significativa no país, não era conhecido por quase ninguém, e a novela foi responsável por popularizar sua figura… de forma velada, claro.

O próprio termo, caçador de marajás, foi um destes pontos em comum entre Fernando Collor, Sasá Mutema e o Jornal Nacional.

Collor foi uma figura construída pela mídia... sem ela apoiando, teria menos votação do que o Enéas Carneiro.
« Última modificação: 04 de Junho de 2007, 12:02:02 por Spitfire »

Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #19 Online: 04 de Junho de 2007, 12:14:12 »
Justamente neste época pré-eleitoral de 89, foi a época que eu havia dado baixa da aeronáutica e comecei a trabalhar no então único hotel 5 estrelas de Porto Alegre, o Hotel Plaza San Rafael, onde tive a oportunidade de conhecer pessoalmente a senhora Leda Collor, mãe de Fernando Collor, gaúcha, e que foi responsável pelas coligações políticas de Fernando com os políticos aqui do sul. Dona Leda, era na época a matriarca da família e controlava a emissora de TV de Alagoas... que era uma subsidiária da Rede Globo.

Coincidência, não?

Ps: Dona Leda era uma pessoa totalmente 'unpluged", não sabia lidar nem com o controle remoto da TV... ela constantemente me chamava para acessora-la quando tinha que usar de algum recurso tecnológico, como a utilização de telões e de exibição de vídeos... Dona Leda era uma pessoa gentil e educada, uma pessoa muito afável... mas sabia que o filho não era "flor que se cheirasse".

Offline Buckaroo Banzai

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #20 Online: 04 de Junho de 2007, 14:27:30 »
Esse suposto controle da mãe do Collor sobre o roteirista da novela, poderia no mínimo ser algo mais evidente... impressionante que uma mulher que não sabe nem usar o controle remoto soubesse tanto assim de controle da mente, que mesmo com o personagem tendo um histórico mais similar ao de Lula, seria seguro que, se usasse bordões mais similares aos de Collor, este é quem seria beneficiado... tacada no mínimo arriscada... bem, talvez tivesse um acompanhamento do IBOPE, e pesquisas de intenção de voto, e em qualquer sinal de algo indo errado, fariam uma reviravolta na trama, colocariam um personagem mais parecido com o Collor mas rouco ou com a língua presa e que fizesse metáforas lulísticas...



Sei lá. Se Lula tivesse ganhado, acho que seria bem defensável a teoria conspiratória oposta, que a figura do Sassá Mutema induziu a votos nele pela origem humilde e etc.

Se por outro lado os bordões realmente são mais remetentes ao Collor, acho que o máximo que se poderia se dizer é que foi "imparcial" a novela, ao menos sob uma análise superficial.

Se bobear poderia se dizer com igual embasamento que a novela então conduziu não apenas a votarem em Collor, mas ao segundo turno, só com esse persnoagem, por ter características dos dois candidatos que ficaram no final...

...talvez como parte de uma estratégia maior para depois "derrubar" Lula, claro. Com edições safadas dos debates. (que eu gostaria de saber se poderiam mesmo ter sido muito diferentes e ainda assim representativas da realidade dos debates, como mencionei antes, em vez de ser um esforço ativo para criar um empate artificial, uma falsa imparcialidade que na verdade é roubar para o empate)

... Lula talvez fosse o candidato que a entidade Globo envisionou como sendo o ideal para perder de Collor no segundo turno, mais do que os outros. Aí então a solução para isso foi simples, matar dois coelhos com uma cajadada só, ou mais especificamente, promover os dois candidatos com um personagem só, sendo que um deles iria de encontro a uma armadilha pré-planejada.


Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #21 Online: 04 de Junho de 2007, 17:23:01 »
Não acredito que Dona Leda tivesse controle/contato com o roteiro da novela... imagino que isto se deu em outra esfera de pessoas.  :wink:

A influência da Globo começou bem antes da campanha presidencial, através do Jornal Nacional, onde nem as candidaturas haviam lançadas... no entanto já se destacava a imagem de Collor como governador de Alagoas... tanto é que o bordão caçador de marajás foi criado neste período que antecedeu a campanha oficial.

Collor foi fabricado pela Rede Globo... era um ilustríssimo desconhecido nacionalmente. Mário Covas tinha muito mais projeção nacional.

Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #22 Online: 04 de Junho de 2007, 17:25:33 »
A eleição de 89 foi bizarra... até o Silvio Santos se assanhou.  :o

Offline Spitfire

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #23 Online: 04 de Junho de 2007, 17:42:33 »

<a href="http://www.youtube.com/v/tVAPdnN0VxU" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/tVAPdnN0VxU</a>

<a href="http://www.youtube.com/v/raRHnmif7js" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/raRHnmif7js</a>

Offline Hugo

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Re: O poder da Globo, plebiscito das armas, e as eleições de 89
« Resposta #24 Online: 04 de Junho de 2007, 18:57:36 »
Não se esqueçam da putaria do Fleury, na época secretário da segurança de Orestes Quércia, que vestiu sequestradores comuns com camisetas do PT e foram ao ar no Jornal Nacional.

Fleury, paulista FDP… eu, mesmo sendo hetero convicto, comeria a bunda deste calhorda.

Mas uma putaria da mídia.  |(

POis é… lembro muito bem. Essa eleição foi decidida pela Globo sim. Antes do último debate, o Lula estava a frente do Collor (pequena margem) e a edição da Globo foi muuuuuiiito tendenciosa e virou o jogo com os eleitores indecisos.

O episódio do sequestro do Abilio Diniz foi a gota dágua do absurdo, poi vejam:

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Abílio Diniz
No dia 11 de dezembro de 1989, o empresário Abílio dos Santos Diniz, então vice-presidente do grupo Pão de Açúcar, foi seqüestrado em São Paulo por dez pessoas. Eram duas mulheres e oito homens: um brasileiro, cinco chilenos, dois argentinos e dois canadenses. Diniz foi libertado depois de 153 horas no cativeiro.

O seqüestro terminou na véspera do segundo turno da eleição presidencial. A televisão fez a cobertura ao vivo e mostrou os seqüestradores usando camisetas do Partido dos Trabalhadores, do candidato Lula. Os seqüestradores haviam sido obrigados pela Polícia Militar, então sob o comando do governador Orestes Quércia, a vestir as camisetas petistas.
Os seqüestradores foram presos e condenados a sentenças entre 26 e 28 anos. No final de 1998, eles entraram em greve de fome para pressionar o presidente Fernando Henrique Cardoso a determinar a expulsão dos estrangeiros e o indulto para o brasileiro. Durante a greve, que durou 46 dias, os presos só tomaram água mineral e nos últimos dias, recusava água e remédios para reposição de minerais, que evitavam uma arritmia ou parada cardíaca. Chegaram a ser internados em um hospital.

Em 1999, os estrangeiros foram transferidos para seus países, onde deveriam terminar o cumprimento das penas. E a Justiça determinou a transferência do único brasileiro para o Ceará, onde ganhou a liberdade condicional.
 
http://guiadoscuriosos.ig.com.br/cat_id=51501

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Podemos fazer uma pergunta hoje e acho que não teremos resposta: Por que a notícia da compra do dossiê contra Serra só foi ao ar antes das eleições de 2006? Por que não se fala mais nisso hoje? O que aconteceu com os que estavam com aquele dinheiro todo?

Que nada… esse tipo de notícia só serve antes de uma eleição…  |( |(
"O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião". (Thomas Hobbes, Leviatã)

 

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