Essa falta de contestação é um fato interessante e extremamente tenebroso.
Parece que as pessoas não se dispõem mais a contestar a politicagem; aceitam tudo numa boa e não pensam muito sobre isso. Eu vejo que não há acesso ao voto nesses casos — e, por conseguinte, direito a dar sua opinião de forma relevante. Ninguém veio me perguntar, por exemplo, se eu sou a favor de cotas em universidades federais, e nem perguntariam. Do outro lado, os grupos de "defesa" dos negros e das minorias, enfim, fazem de tudo para construir a "inclusão": sugerem projetos, fazem protestos, patrocinam políticos, se organizam e votam. De inclusão em inclusão, aquele que não vê utilidade, necessidade ou verdade nessas demandas vai perdendo seus direitos, cada vez mais e mais.
Esse "representacionismo" fere a liberdade das pessoas. Afinal, sua opinião só vale algo se seu representante for bom em politicagem, pouco importando o desejo da maioria. Essa perda dos direitos isonômicos, causada pela "inclusão", vem logo após a divisão da sociedade em grupos inventados (lembram-se das classes faladas pelo marxismo? Grupos sociais são uma espécie de extensão desse pensamento) e, com isso, a criação de pequenos conflitos sociais. Troca-se, assim, a isonomia pela "igualdade" (quem define essa igualdade é aquele mesmo que dividiu a sociedade em classes, em primeiro lugar); o poder da maioria pelo poder da minoria (minoria essa inventada e bem controlada); e o fortalecimento tanto dos representantes desses grupos, quanto dos representantes do ideário segregacionista, que sustentam intelectualmente os primeiros.