Autor Tópico: Tomar consciência do ser-se ateu  (Lida 6682 vezes)

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One

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Tomar consciência do ser-se ateu
« Online: 16 de Junho de 2007, 15:32:46 »
Depois do tópico sobre o declarar-se ateu para a família, eis que surge um sobre o momento em que o individuo se reconhece ateu.
Abro este tópico com intuito de compreender o ser-se ateu.

Desde já agradeço as possíveis contribuições.

Offline Alenônimo

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #1 Online: 16 de Junho de 2007, 15:38:42 »
Como assim "ser-se" ateu? Tá querendo matar o Pasquale de infarto?
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Oceanos

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #2 Online: 16 de Junho de 2007, 15:40:56 »
Bem, acho que funciona como qualquer mudança de opinião, no caso de você não ser ateu e se tornar um. Claro que é uma mudança um pouco mais difícil - já que a crença em deus está ligada diretamente à nossa moral - mas não dá para dizer que é diferente de você alternar de opinião sobre qualquer outra coisa.

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #3 Online: 16 de Junho de 2007, 16:11:01 »
Como assim "ser-se" ateu? Tá querendo matar o Pasquale de infarto?


simplifique não queria encontrar problema onde não existe.

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #4 Online: 16 de Junho de 2007, 16:17:02 »
Bem, acho que funciona como qualquer mudança de opinião, no caso de você não ser ateu e se tornar um. Claro que é uma mudança um pouco mais difícil - já que a crença em deus está ligada diretamente à nossa moral - mas não dá para dizer que é diferente de você alternar de opinião sobre qualquer outra coisa.

Abri este tópico para reflectir sobre uma realidade pessoal.
Sempre considerei sem importância a existência de Deus ou não.
Minha moral é construída no contacto com o mundo.
Então para que serve Deus.?
Penso que se resumirá a unificar o universo num único termo.


Offline Oceanos

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #5 Online: 16 de Junho de 2007, 16:38:05 »
Então para que serve Deus.?
Na prática? Para nada que realmente faça diferença.

Penso que se resumirá a unificar o universo num único termo.
Prefiro chamar o universo de universo. Deus já é algo que não conhecemos. E não faz muito sentido dar nome e forma para algo que não conhecemos.

One

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #6 Online: 16 de Junho de 2007, 16:48:11 »
Universo é o universo. Tem lógica :)

Roma não se fez num dia, este tópico é para durar.
É preciso reflectir com tempo..

Offline uiliníli

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #7 Online: 16 de Junho de 2007, 16:52:35 »
Depois de ter abandonado a religião, mas antes de me assumir como ateu (ateu fraco, graças a Deus!) eu passei por uma fase de acreditar naquilo que eu quisesse, eu mais ou menos tinha inventado uma religião particular só minha. Porém, como eu gostava de ciência eu comecei a ler livros, principalmente de Carl Sagan, que me ensinaram o que é ciência, o que é ceticismo, o que é e pseudociência, com o tempo eu comecei a pensar mais e mais racionalmente e fui percebendo que o conceito de Deus era desnecessário, afinal Deus não é uma resposta satisfatória para a origem de tudo já que a origem de Deus é um mistério - sendo assim, mistério por mistério, tirar Deus da equação corta uma etapa. 

Entretanto, não foi imediatamente depois de concluir que Deus não dava conta de explicar as coisas que eu me assumi como ateu, eu passei bastante tempo pensando no assunto, me questionando sobre se eu estivesse errado, se Deus iria me punir, enfim, eu estava meio assustado, afinal não é de uma hora para a outra que a gente consegue se livrar dos anos de terrorismo psicológico que a religião faz com a gente. Na verdade até pensar na possibilidade de Deus não existir me assustava, afinal, Deus sabia o que eu andava pensando... teve um dia que eu até cheguei a rezar pedindo perdão pela heresia :lol:  Tive que passar por um certo período de preparo psicológico até resolver abandonar a crença nele.

Offline Alenônimo

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #8 Online: 16 de Junho de 2007, 18:25:59 »
Como assim "ser-se" ateu? Tá querendo matar o Pasquale de infarto?


simplifique não queria encontrar problema onde não existe.

Mas é claro que existe um problema. Fica muito difícil pra mim entender o que você escreve! Você escreve feito um retardado.

Levei um bocado de segundos só para entender essa sua frase. Achava que você estava dizendo que estava simplificando alguma coisa até perceber que tava faltando uma vírgula e que você estava me pedindo para simplificar algo que está bem claro: você escreveu algo errado.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline uiliníli

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #9 Online: 16 de Junho de 2007, 18:37:19 »
Ser-se é um pleonasmo redundante ( :lol: ), mas isso também não é motivo para pití, Alê. E tenho que admitir que o título ficou bonito, algo poético... :lol:

blue pill

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #10 Online: 17 de Junho de 2007, 04:19:18 »
Eu me reconheci como ateus várias vezes, evoluindo fui reformulado até mesmo o que eu achava era "reconhecer" algo, e o que era ser "deus", mudei vários conceitos a respeito de métodos, a respeito do mundo…

Hojê, eu digo, reconheci-me ateu no momento em que reconheci que eu é que sou um deus, e que cada pessoa em sí deve ter um deus dentro também.
Talvez o deus de algumas pessoas (talvez eu esteja falando dos crentes fanáticos), essas algumas pessoas, o chamam de outras formas, de criador, dão um falso valor pra ele, até acham que ele está fora de sí e ao mesmo tempo em sí (muito estranho isso),  o meu, quer dizer, eu, sei que sou um deus, sou um deus sem nenhum valor moral, onde a minha única caracterização de deus, a única coisa que me faz ser um deus, o que me caracteriza um deus, é o fato de eu poder criar, sou deus porque o que eu chamo de deus é um ser que cria a partir do nada, e esse ser eu sou, eu sou deus.

Esse deus eu sei que existe, eu, PELO MENOS um deus eu sei que existe, o resto talvez não, talvez ninguem tenha dentro de sí um deus como eu tenho.

É isso, eu me reconheci ateu quando eu me reconheci deus, parei de acreditar num deus quando eu passei acreditar em mim mesmo como sendo o deus.
« Última modificação: 17 de Junho de 2007, 04:23:00 por Blue Pill »

blue pill

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #11 Online: 17 de Junho de 2007, 04:27:15 »
Claro, talvez eu nem exista também... Talvez esse meu deus seja uma fraude, e que eu sou algo que não sei o que é.

Identidade Ser e Pensar - Parmênides... Eu SOU o que eu penso, se eu penso que sou deus, eu sou ele.

blue pill

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #12 Online: 17 de Junho de 2007, 04:45:12 »
Ser-se não é tão errado....

Dizer SER ja é errado. Qualquer nota definitória sobre o "ser" ja é um erro, a melhor definição de "ser" é nota nenhuma, ou seja, nenhuma palavra, nenhum objeto, nenhum simbolo, o "ser" é uma intuição que se revela sozinha, não que se precise buscar, com notas definitórias.

blue pill

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #13 Online: 17 de Junho de 2007, 04:47:35 »
nota = notação, anotação

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #14 Online: 17 de Junho de 2007, 06:14:47 »
Como assim "ser-se" ateu? Tá querendo matar o Pasquale de infarto?


simplifique não queria encontrar problema onde não existe.

Mas é claro que existe um problema. Fica muito difícil pra mim entender o que você escreve! Você escreve feito um retardado.

Levei um bocado de segundos só para entender essa sua frase. Achava que você estava dizendo que estava simplificando alguma coisa até perceber que tava faltando uma vírgula e que você estava me pedindo para simplificar algo que está bem claro: você escreveu algo errado.

Talvez seja você quem lê como um retardado. Pense nisso^^

Se não entendeu use o cérebro ou então cale-se e assim ninguém irá dar-se conta de sua limitações.


O tópico é bastante claro, trata do momento em que uma pessoa passa a definir-se como ateu.
Ser-se ateu - nada mais simples.

A menos que agora alguém me venha dizer que não se é ateu :)

One

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #15 Online: 17 de Junho de 2007, 06:18:32 »
Ser-se é um pleonasmo redundante ( :lol: ), mas isso também não é motivo para pití, Alê. E tenho que admitir que o título ficou bonito, algo poético… :lol:

:)

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #16 Online: 17 de Junho de 2007, 06:26:05 »
Adriano,

Você não se dá conta, mas, a meus olhos ( mera opinião), você transmite seu ateísmo como muitos teístas ao quererem enfiar pela goela abaixo suas crenças.
Se quer respeito para o ser-se ateu, comece por respeitar o não ser-se ateu :)

Não me choca uma pessoa ser ateia, teísta, agnóstica ou o quer que seja.
Ninguém me vai ver a chama-lo de retardado, infantil, dependente de muletas, arcaico ou sei lá o quê.

Sei que acabo por ser mais ríspido para com as tendências sectárias.

Chocar de frente com os intolerantes acaba por criar atritos que se confundem com agressividade…
E não venha com a acusação de intolerância por eu não tolerar os intolerantes.
Pense um pouco, não sou ateu e acho-o intolerante…Muitos ateus dizem o mesmo, acha mesmo que o problema estará no outro?

Pessoalmente, quando aqui me acusam de excesso de agressividade fico a reflectir…
Admito que é possível que me irrita, sobretudo com os intolerantes.
Não me lembro de ter mantido atrito com pessoas que toleram ou terei  :hein: ( pessoal conto com vcs  )


Tenha mais tranquilidade ou tente :)
« Última modificação: 17 de Junho de 2007, 06:31:09 por Suspenso »

Offline Adriano

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #17 Online: 17 de Junho de 2007, 09:25:24 »
Eu me reconheci como ateus várias vezes, evoluindo fui reformulado até mesmo o que eu achava era "reconhecer" algo, e o que era ser "deus", mudei vários conceitos a respeito de métodos, a respeito do mundo…

Hojê, eu digo, reconheci-me ateu no momento em que reconheci que eu é que sou um deus, e que cada pessoa em sí deve ter um deus dentro também.
Perfeito, considerando o homem-deus de Nietzsche, ou seja o superhomem, acarcamos a conceituação epistemológica do perspectivismo. Onde todos tem valor na sua ótica cultural, pois é ao mesmo tempo um agente cultural. Assim, apesar de existir uma realidade cultural ampla, ela é dinâmica e composta e produzidas por todos.

Talvez o deus de algumas pessoas (talvez eu esteja falando dos crentes fanáticos), essas algumas pessoas, o chamam de outras formas, de criador, dão um falso valor pra ele, até acham que ele está fora de sí e ao mesmo tempo em sí (muito estranho isso),  o meu, quer dizer, eu, sei que sou um deus, sou um deus sem nenhum valor moral, onde a minha única caracterização de deus, a única coisa que me faz ser um deus, o que me caracteriza um deus, é o fato de eu poder criar, sou deus porque o que eu chamo de deus é um ser que cria a partir do nada, e esse ser eu sou, eu sou deus.
Exatamente está lidando com o conceito de deus de acordo com a realidade que é linguística, e que pode ser atribuído qualquer significado, inclusive errôneos e falsos de uma perspectiva cultural e social.

Esse deus eu sei que existe, eu, PELO MENOS um deus eu sei que existe, o resto talvez não, talvez ninguem tenha dentro de sí um deus como eu tenho.
Isso me lembra muito o existencialismo, vejo que tenho muita influência de Sartre, mas ele ignora esses termo religioso devido ao sempre má uso deles, o que Sartre denomina de ma fé.

É isso, eu me reconheci ateu quando eu me reconheci deus, parei de acreditar num deus quando eu passei acreditar em mim mesmo como sendo o deus.
A sacralização do ateísmo, a divinização do homem, um fenômeno abordado pelo filósofo Lucy Ferry. Ele estende essa sacralização as relações pessoais e familiares, onde o valor família é sagrado, como diz o Tarcício na busca dele que no tópico que ele lincou aqui neste mesmo tópico.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Adriano

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #18 Online: 17 de Junho de 2007, 09:41:25 »
Adriano,

Você não se dá conta, mas, a meus olhos ( mera opinião), você transmite seu ateísmo como muitos teístas ao quererem enfiar pela goela abaixo suas crenças.
Se quer respeito para o ser-se ateu, comece por respeitar o não ser-se ateu :)
Na prática todos são ateus, pois mesmo os que confundem o infinito e o desconhecido com um ser imaginário antropomorfico, são tem base real em suas crenças e sim um equívoco intelectual.

Não me choca uma pessoa ser ateia, teísta, agnóstica ou o quer que seja.
Ninguém me vai ver a chama-lo de retardado, infantil, dependente de muletas, arcaico ou sei lá o quê.

Sei que acabo por ser mais ríspido para com as tendências sectárias.
Sinta-se a vontade para falar o que quiser, não conheço bem a cultura oriental, mas a ocidental valoriza a liberdade de expressão é um dos nossos grandes valores de exercício da democracia.  :)

Chocar de frente com os intolerantes acaba por criar atritos que se confundem com agressividade…
E não venha com a acusação de intolerância por eu não tolerar os intolerantes.
Pense um pouco, não sou ateu e acho-o intolerante…Muitos ateus dizem o mesmo, acha mesmo que o problema estará no outro?
Sim acho. É uma questão de sobrevivência intelectual, derivado da vontadade no seu sentido apresentado na filosofia de Schopenhauer.

Pessoalmente, quando aqui me acusam de excesso de agressividade fico a reflectir…
Admito que é possível que me irrita, sobretudo com os intolerantes.
Não me lembro de ter mantido atrito com pessoas que toleram ou terei  :hein: ( pessoal conto com vcs  )


Tenha mais tranquilidade ou tente :)

Estou tomando esse cuidado da tranquilidade, mas o que não impede uma má interpletação de meus atos. Mas veja bem, reflita como, julgamos e agimos com torelância com quem nos parece torelante, e julgamos e agimos com intolerância para com quem nos parece intolerântes. Sendo que a nossa análise de torelância e intolerância é baseada em nossos valores. Neste fórum prevalece a cultura ocidental que como citei acima valoriza a liberdade de expressão, querer impor outras culturas que invalidam a nossa é um clueldade com nossos valores. Não analisamos a cultura a apenas por ser cultura e sim de acordo com os valores apresentados por determinada cultura. O que invalida a tese do relativismo cultural radical, que diz que toda cultura está correta.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #19 Online: 17 de Junho de 2007, 10:23:49 »
Coloque de lado essa tolice de ocidente vs oriente.
Já não estamos no século XIX...

Para mais, sou ocidental ( leia-se europeu), do berço, sabe, a Europa...O centro do mundo hehe
Adoro minha cultura e a história europeia no seu todo, com bom e mau...
A Europa é pagã ( indo-europeia - Grécia, Celtas, Roma...) judaica, cristã, muçulmana ( desde do século VIII, ou seja menos de um século após o advento do islão)...

Mesmo amando a minha cultura, não caio no erro de julgar que somos o monopolizadores da Verdade, dos Valores universais...Não se trata de relativizar coisa nenhuma...

E com isto tudo, só falta dizer que o Japão é de cultura Europeia (ocidental)...

Offline Luis Dantas

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #20 Online: 17 de Junho de 2007, 10:42:50 »
Na prática todos são ateus, pois mesmo os que confundem o infinito e o desconhecido com um ser imaginário antropomorfico, são tem base real em suas crenças e sim um equívoco intelectual.

Meu gramática-corrigeitor-Tabajara pifou e por isso não entendo o que você quis dizer exatamente, mas ainda assim está claro que existem aqueles que crêem em Deus. 

Citar
Sinta-se a vontade para falar o que quiser, não conheço bem a cultura oriental, mas a ocidental valoriza a liberdade de expressão é um dos nossos grandes valores de exercício da democracia.  :)

Primeiro, não caia na bobagem de rotular o Ricardo como "representante da cultura oriental" e desconsiderá-lo sumariamente por isso.  Seria um erro por tantos motivos distintos que nem vale a pena relacionar.

Segundo, se é verdade que liberdade de expressão é um valor tipicamente ocidental, também é verdade que responsabilidade é um outro valor, mais associado ao oriente e no entanto tão necessário quanto - e de fato um existe para se contrapor aos excessos do outro.  Liberdade de expressão não é algum tipo de mercadoria que automaticamente resolve situações; é um de vários fatores que tem de ser balanceados e que podem ser mal empregados.

Citar
Pense um pouco, não sou ateu e acho-o intolerante…Muitos ateus dizem o mesmo, acha mesmo que o problema estará no outro?
Sim acho. É uma questão de sobrevivência intelectual, derivado da vontadade no seu sentido apresentado na filosofia de Schopenhauer.

Sério?  Então vais aprender umas lições daquelas da vida, Adriano...

Citar
Neste fórum prevalece a cultura ocidental que como citei acima valoriza a liberdade de expressão, querer impor outras culturas que invalidam a nossa é um crueldade com nossos valores. Não analisamos a cultura a apenas por ser cultura e sim de acordo com os valores apresentados por determinada cultura. O que invalida a tese do relativismo cultural radical, que diz que toda cultura está correta.

Na medida em que eu possa influenciar este fórum enquanto forista e enquanto conselheiro, o que prevalecerá aqui não será a "cultura ocidental", nem tampouco a oriental.  Liberdade de expressão é um dos valores que defendo, sim, mas não por si só, solta no vácuo.  Ela deve ser balanceada com responsabilidade pelo que se fala.

Quanto a "querer impor outras culturas"... cultura é algo em constante fluxo. Você próprio expõe suas idéias porque espera que elas mudem a forma de pensar dos outros, o que é válido (dentro dos limites razoáveis...)

Tem horas em que realmente acho isso um tanto cruel, mas não vem ao caso agora.  O fato é que essa sua premissa de valores rígidos que caracterizam uma certa cultura e tem de ser preservados do "contágio" de outros valores não faz sentido, muito menos aqui no Brasil.  Questionamento não implica em "relativismo cultural radical", isso é ridículo.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #21 Online: 17 de Junho de 2007, 10:52:20 »
Luis,

Ao ler sua mensagem lembrei do bicho papão que se apresenta na figura do outro, o medo do que se desconhece.
A cultura realmente está em constante mutação, só os que duvidam de seus valores temem o outro…

A liberdade de expressão é regulada na Europa ( nem sempre bem, mas não se pode agradar a gregos e troianos).
Responsabilidade é fulcral...


Quanto a lições da vida, concordo.
Esperar que o mundo se adapte a nós pode ser problemático…




fin
« Última modificação: 17 de Junho de 2007, 10:54:53 por Ausente »

Offline Fernando Silva

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #22 Online: 17 de Junho de 2007, 11:20:32 »
Depois do tópico sobre o declarar-se ateu para a família, eis que surge um sobre o momento em que o individuo se reconhece ateu.
Abro este tópico com intuito de compreender o ser-se ateu.

Desde já agradeço as possíveis contribuições.
Cresci acreditando em um monte de coisas que me foram impostas pela família, sociedade e professores.
Procurei cumprir os rituais da melhor maneira possível. Procurei pensar do jeito que me diziam que era preciso pensar, rejeitando os pensamentos "impuros".

Depois de muito tempo e de muitos debates internos, ao longo dos quais fui descartando uma coisa aqui e outra ali, não restou nada. Tive que admitir para mim mesmo que tinha me tornado ateu.

O que mudou em minha vida? Nada, a não ser pelo fato de que deixei de sentir culpa pelos meus "pecados" (pecado: uma coisa que não faz mal a ninguém mas que desagrada a Deus) e perder tempo com orações e missas.

Acho que a única coisa em que o reconhecimento do meu ateísmo implicou foi o meu súbito interesse pela religião, numa tentativa de racionalizar minha desconversão e apontar a quem me questionasse o absurdo da fé e das "revelações". Passei a estudar em detalhes o que, até então, apenas cumpria com tédio.

Mas, repetindo, nada mais se alterou em minha vida com a consciência do ateísmo. Apenas passei a me sentir mais livre para questionar as coisas. Não tenho mais que aceitar "porque Deus disse que é assim e não nos cabe discutir".

Para muitos, a religião é uma muleta. Para mim, era uma pedra no sapato que eu achava ser minha obrigação manter. Descobri que podia tirá-la. Hoje caminho melhor, mas ainda pelo mesmo caminho.


« Última modificação: 17 de Junho de 2007, 11:26:02 por Fernando Silva »

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #23 Online: 17 de Junho de 2007, 11:44:41 »
Depois do tópico sobre o declarar-se ateu para a família, eis que surge um sobre o momento em que o individuo se reconhece ateu.
Abro este tópico com intuito de compreender o ser-se ateu.

Desde já agradeço as possíveis contribuições.
Cresci acreditando em um monte de coisas que me foram impostas pela família, sociedade e professores.
Procurei cumprir os rituais da melhor maneira possível. Procurei pensar do jeito que me diziam que era preciso pensar, rejeitando os pensamentos "impuros".

Compreendo.


Depois de muito tempo e de muitos debates internos, ao longo dos quais fui descartando uma coisa aqui e outra ali, não restou nada. Tive que admitir para mim mesmo que tinha me tornado ateu.

Não quero compreender :)



O que mudou em minha vida? Nada, a não ser pelo fato de que deixei de sentir culpa pelos meus "pecados" (pecado: uma coisa que não faz mal a ninguém mas que desagrada a Deus) e perder tempo com orações e missas.

Compreendo.



Acho que a única coisa em que o reconhecimento do meu ateísmo implicou foi o meu súbito interesse pela religião, numa tentativa de racionalizar minha desconversão e apontar a quem me questionasse o absurdo da fé e das "revelações". Passei a estudar em detalhes o que, até então, apenas cumpria com tédio.

Mas, repetindo, nada mais se alterou em minha vida com a consciência do ateísmo. Apenas passei a me sentir mais livre para questionar as coisas. Não tenho mais que aceitar "porque Deus disse que é assim e não nos cabe discutir".

Compreendo.



Para muitos, a religião é uma muleta. Para mim, era uma pedra no sapato que eu achava ser minha obrigação manter. Descobri que podia tirá-la. Hoje caminho melhor, mas ainda pelo mesmo caminho.

Gosto de religião, não se trata de uma questão vital. Até tempos recentes nem era questão de obrigação. Contudo originou-se um descontentamento.  Hoje entendo que se devia a : " Procurei pensar do jeito que me diziam que era preciso pensar, rejeitando os pensamentos "impuros"."

Fernando, continuamos com algumas divergências, no entanto isso não impede um diálogo agradável :)


Offline Alenônimo

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Re: Tomar consciência do ser-se ateu
« Resposta #24 Online: 17 de Junho de 2007, 12:08:12 »
Depois do tópico sobre o declarar-se ateu para a família, eis que surge um sobre o momento em que o individuo se reconhece ateu.
Abro este tópico com intuito de compreender o ser-se ateu.

Desde já agradeço as possíveis contribuições.
Cresci acreditando em um monte de coisas que me foram impostas pela família, sociedade e professores.
Procurei cumprir os rituais da melhor maneira possível. Procurei pensar do jeito que me diziam que era preciso pensar, rejeitando os pensamentos "impuros".

Compreendo.


Depois de muito tempo e de muitos debates internos, ao longo dos quais fui descartando uma coisa aqui e outra ali, não restou nada. Tive que admitir para mim mesmo que tinha me tornado ateu.

Não quero compreender :)



O que mudou em minha vida? Nada, a não ser pelo fato de que deixei de sentir culpa pelos meus "pecados" (pecado: uma coisa que não faz mal a ninguém mas que desagrada a Deus) e perder tempo com orações e missas.

Compreendo.



Acho que a única coisa em que o reconhecimento do meu ateísmo implicou foi o meu súbito interesse pela religião, numa tentativa de racionalizar minha desconversão e apontar a quem me questionasse o absurdo da fé e das "revelações". Passei a estudar em detalhes o que, até então, apenas cumpria com tédio.

Mas, repetindo, nada mais se alterou em minha vida com a consciência do ateísmo. Apenas passei a me sentir mais livre para questionar as coisas. Não tenho mais que aceitar "porque Deus disse que é assim e não nos cabe discutir".

Compreendo.



Para muitos, a religião é uma muleta. Para mim, era uma pedra no sapato que eu achava ser minha obrigação manter. Descobri que podia tirá-la. Hoje caminho melhor, mas ainda pelo mesmo caminho.

Gosto de religião, não se trata de uma questão vital. Até tempos recentes nem era questão de obrigação. Contudo originou-se um descontentamento.  Hoje entendo que se devia a : " Procurei pensar do jeito que me diziam que era preciso pensar, rejeitando os pensamentos "impuros"."

Fernando, continuamos com algumas divergências, no entanto isso não impede um diálogo agradável :)



Ausente, não sei se você compreendeu mesmo o que o Fernando Silva disse. Até porque sua religião é muito diferente daquela que ele teve.

Tente entender mais como funciona a Igreja Evangélica e vai ver como eles "obrigam" as pessoas a pensarem da forma deles. Digamos que os evangélicos "pegam pesado" quando o assunto é fazer os fiéis continuarem a ser fiéis.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

 

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