Inovadores no que diz respeito à religião é um erro maior.
É preciso entender que se trata de uma acusação algo grave no contexto islâmico.
As tradições pré-islâmicas:
As mulheres tratavam-se como uma mercadoria, existia o costume de enterrar-se as bebés de sexo feminino vivas.
Os casamentos forçados.
Crimes de honra.
Excisão.
Tribalismo ( guerras de solidariedade - vinganças).
Entre outros…
Posso errar, mas creio que você está equivocado.
O Alcorão critica o facto de judeus e cristãos não respeitarem seus livros ( apesar de considerar que estes terão sofrido alterações com o tempo).
Alguns aspectos jurídicos no islão não estão contidos no Alcorão ( como exemplo: lapidação), mas vêem precisamente das revelações anteriores ( judaísmo).
No islão respeita-se a lei, no entanto diz-se que se deve evitar sofrimento desnecessário. Por exemplo a lei de Talião é válida, contudo aconselha-se o perdão.
Outro pena descrita no Alcorão para os ladrões é amputação, mas esta é seguida de que se o actuante se arrepender deve ser poupado a essa pena ( numa época de grande fome, nos primeiros tempos de islão, a pena foi suspensa).
A escravatura é aceite na tradição judaica e cristã, o islão respeitando o passado limita-se a afirmar que a libertação de escravos é um acto de adoração a Deus.
O problema de muitos praticantes do islão foi terem-se fechado, quando a religião foi criada no sentido de facilitar a vida da Humanidade. Os movimentos radicais que vemos hoje são tentativas absurdas de reconstituir uma época que não retornará.
A escola jurídica Shāfi‘ī afirma que lei pode ser aplicada de forma diferente tendo em conta o lugar ou época.
Não sei se consegui fazer-me entender, o que pretendi explicar é que por norma o islão tradicional é mutável/adaptável.
É esta tradição de vivência religiosa que pretendo ver aplicada de novo.
Esta realidade mudou com os movimentos "reformistas" que pretendem reproduzir um momento passado em lugar de observar e viver o presente…
Os muçulmanos recusam criticar a escola jurídica responsável por esta realidade actual, mesmo os que não pertencem ou sequer a conhecem ( refiro a escola hambalita, sobretudo na sua vertente reformada, o wahabismo)