Quem tem filho tem medo.
Antes de ter minha filha eu acreditava que os filhos fossem páginas em branco que vamos preenchendo à medida que educamos, mas para minha surpresa eles têm vida e vontade próprias. Além de todo o meio externo - a escola, os colegas, amigos, primos, avós e tal, que interferem muito mais que gostarámos.
Eu acredito que os filhos precisam mais de exemplos que de conselhos. Não adianta dizer o que é certo e fazer o que é errado. Pensando assim, vou tentando melhorar em tudo e sempre, mas não dá para ser perfeito, além da possibilidade de não vermos tudo que precisamos melhorar. Bate uma insegurança, às vezes. Raramente tenho certeza que estou fazendo a coisa certa ou da melhor maneira possível.
A ironia disso é que diferente do que eu acreditava, ela é quem vai me educando, na minha preocupação de ser um bom exemplo, para educá-la da melhor maneira.
E seguros ou inseguros, precisamos dar o melhor de nós, tomar as decisões, sobretudo, enquanto dependem da gente e temos, necessariamente, que acertar. Passar respeito no lugar de medo. Admiração no lugar de obediência. Permiti-los questionar para se desenvolver, para entender as coisas e acreditarem no que fazem, e respeitá-los, mas sem deixar que ultrapassem os limites. Quanta contradição!
Para piorar, sempre tem alguém que acha que sabe melhor que você como educar seus filhos, interferindo, algumas vezes, aconselhando outras ou mesmo reprovando. E tudo isso mexe com a gente - a opinião dos outros, principalmente, dependendo de quem vem - fica martelando na mente. Não podemos ser prepotentes, porque precisamos, mais que fazer o que achamos ser certo, fazer o que de fato é certo e melhor.
Os pais, acredito, são a primeira e mais importante influência da criança, depois vêm os avós, primos, tios, os professores, os amigos. A medida que crescem, eles vão elegendo seus próprios exemplos, por afinidade, por admiração e se é que podemos, nós, os pais, interferir, ficamos limitados, porque afinal, tratam-se de pessoas.
Eles precisam tormar suas decisões e correr seus próprios riscos, por mais que detestemos essa idéia, e desde de muito cedo - não dá para cercá-los o tempo todo de proteção e acho mesmo que nem é saudável. Pois precisam ir aprendendo a se virar sozinhos na medida de suas próprias capacidades, gradualmente, desde que nascem. Só assim desenvolvem todo seu potencial e é o que desejamos.
Enfim, fica difícil avaliar a situação sem conhecer intimamente o contexto dessa família. Concordo com o Oceanos, acho até que preciso acreditar que o meio determina as pessoas, mas não posso discordar do Amom.