Talvez seja mesmo... acho que estamos tão acostumados a escutar: mulher isso, aquilo e mais aquilo - sempre num tom crítico e homem: isso, aquilo e aquilo outro, sempre num tom contrário... que acabamos acreditando!
Isso não é verdade... Ainda mais com essa moda de feminismo e tal. Vocês se fazem de vítimas mas não são, nunca foram.
É sério que me parece verdade, ainda. Falo num geral, porque é claro que há casos particulares e são cada dia menos raros, ainda bem. Ainda somos muito acomodados, até por uma questão cultural - homens e mulheres. Há valores que vão resistindo de geração em geração, passando desapercebidos algumas vezes, por costume, sem questionamento.
Nós, de vinte, trinta, quarenta anos estamos meio perdidos nesse negócio de relacionamento. Os velhos moldes já não nos servem mais, mas também não podemos fugir totalmente, porque ainda não temos um com nossas medidas exatas. Vamos tendo que nos adaptar à realidade no exato momento em que as mudanças acontecem.
O feminismo precisou fazer barulho para ser escutado, num momento inicial, mas já não precisamos mais desse barulho todo, nem queremos. Já estamos em cena, precisamos agora ter coragem de representar o papel. Acontece que a platéia, muitas vezes, intimida. Não é tão simples.
Parece que vivemos um momento de transição ainda, que não conseguimos ter certeza se é isso mesmo ou se nos agarramos a velhas considerações - porque, embora não sejam o que queremos, aos trancos e barrancos, elas funcionavam - como insistem os saudosistas, apontando nossos erros "modernos".
E a gente ainda está aprendendo a ser diferente, não dá para ter certeza que vai funcionar.