Autor Tópico: Rede Globo  (Lida 4669 vezes)

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Tarcísio

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Re: Rede Globo
« Resposta #25 Online: 28 de Agosto de 2007, 22:04:11 »
É uma hipótese. Por isso postei, pra saber mais sobre. :)

Offline Dodo

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Re: Rede Globo
« Resposta #26 Online: 29 de Agosto de 2007, 21:05:11 »
Ai vai o trecho de uma entrevista concedida pelo Mailson da Nobrega para a revista Playboy.

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PLAYBOY: Mas, voltando na história, que traz tantas dicas para o presente, como o senhor se tornou ministro da Fazenda?

MAILSON: Em dezembro de 1987 eu era o secretário-geral do Ministério da Fazenda e o ministro era o Luiz Carlos Bresser Pereira. Um belo dia ele se demitiu e o presidente José Sarney me convidou para assumir interinamente. Ele me disse: "Vai tocando enquanto decido o que fazer". Como eu estava dentro da máquina, comecei atuando como se fosse o ministro. Tinha um grande problema com os exportadores, por exemplo. O governo queria acabar com a isenção do imposto de renda na exportação. Os exportadores reclamaram. Fiz uma bruta reunião em Brasília com todos os interessados e chegamos a uma solução. A negociação foi um grande sucesso e naquela noite fui convidado pelo [jornalista] Paulo Henrique Amorim para fazer um pingue-pongue ao vivo no Jornal da Globo. A entrevista repercutiu pra burro. No outro dia o presidente me ligou dizendo que tinha gostado muito. Daí começaram as especulações de que eu seria efetivado. Uns dias depois, o presidente me convidou para ir ao Curupu, uma ilha no Maranhão onde ele tem uma residência de praia. Fui num avião da FAB e, quando cheguei a São Luís, estava uma festa. Os jornais e as TVs tinham lá seus enviados especiais porque todo mundo especulava que ali ia surgir o convite. Conversei umas 6 horas com o presidente. Ele me convidou, mas disse que nada poderia ser anunciado ainda porque precisava aparar algumas arestas.

PLAYBOY: Disse quais eram?

MAILSON: Não, mas a aresta era o [presidente das Organizações Globo] Roberto Marinho, que tinha outro candidato para o cargo, o Camilo Calazans [um quadro da área econômica com a mesma origem de Mailson, o Banco do Brasil].

PLAYBOY: Quem lhe contou?

MAILSON: Eu deduzi. Naquele dia, de volta a Brasília, fui ver os noticiários e não tinha saído nada no Jornal Nacional. Nada. E eu tinha visto a equipe da Globo em São Luís. Falei com o repórter. Aí fiquei com a pulga atrás da orelha. Conversei com algumas pessoas e todas me disseram que só podia ser porque Roberto Marinho estava trabalhando por outro nome.

PLAYBOY: O senhor reagiu, se articulou?

MAILSON: Sinceramente, não. O presidente tinha dito que o problema era dele. Continuei tocando. No dia 5 de janeiro [de 1988], o presidente me ligou perguntando: "O senhor teria algum problema em trocar umas idéias com o Roberto Marinho?" Respondi: "De jeito nenhum, sou um admirador dele, até gostaria de ter essa oportunidade".

PLAYBOY: Nunca tinha conversado com ele até essa data?

MAILSON: Não. A Globo tinha um escritório, em Brasília, no Setor Comercial Sul. Fui lá e fiquei mais de 2 horas com o doutor Roberto Marinho. Ele me perguntou sobre tudo, parecia que eu estava sendo sabatinado. Terminada a conversa, falou: "Gostei muito, estou impressionado". De volta ao Ministério, entro no gabinete e aparece a secretária: "Parabéns, o senhor é o ministro da Fazenda". Perguntei: "Como assim?" E ela: "Deu no plantão da Globo" [o Plantão do Jornal Nacional].


O ultimo presidente militar o Gal. João Baptista Figueiredo, sobre Roberto Marinho.

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ROBERTO MARINHO

"Um horror, um horror (endossando comentário de um convidado sobre o poderio das Organizações Globo). É a melhor rede que existe no Brasil. Ele é dono da opinião pública do país. Faz o ministro das Comunicações e muda quem ele quiser. O dia em que o Roberto Marinho quiser se virar contra o governo, o governo cai. Ele não chegou a influenciar-me porque brigou comigo. Não lhe dei uma concessão de rádio e de televisão e ainda lhe disse: Não vou dar porque já tem demais! Criei três redes de TV: a Manchete, a do Silvio Santos e a Bandeirantes. Aí o Roberto Marinho ficou com raiva de mim porque antes era só ele."


Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

Offline FSeNn

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Re: Rede Globo
« Resposta #27 Online: 30 de Agosto de 2007, 22:40:22 »
Acho que há certa manipulação Sim! Vi o Beyonde Citizen kane a pouco tempo. Já sabia que a Tv afiliada da globo aqui da minha região pertencia ao falecido ACM (seu neto quer tomar o poder da Tv - não vai me surpreender se virar o novo "rei da bahia".), mas não imaginava que era tão comum politicos sendo donos de radios , emissoras de TV e editoras.Acho isso errado, eles podem estar transmitindo ou vetando programas/notícias a qualquer momento, de modo que os favoreçam.

Em relação a programação de fato acho bem organizada, melhor do que as outras do país na minha opinião.

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Eu não vejo nada disso. Porque eles seriam hipócritas? O que estão fingindo que são e não são

O Galvão Bueno  aparenta ser simpático, um cara extrovertido que é amigo de todos, bonachão. 
Vendo gravações em que ele não sabia que estava sendo filmado, mostra - se um tanto deplorável.
« Última modificação: 30 de Agosto de 2007, 22:43:46 por FSeNn »

Offline Sergiomgbr

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Re: Rede Globo
« Resposta #28 Online: 20 de Novembro de 2015, 17:57:53 »
Parece que há muita gente com falsas memórias bem fixadas. A Glória Maria estava em férias quando o Tancredo saiu do ar. Depois que começou a circular a história do tiro foi que várias pessoas começaram a "lembrar" de ter ouvido a GM e que depois ela sumiu.
O nome disso é Bandwagon-effect, ou  "Sindrome do Efeito Adesão", ou ainda, "Efeito manada",


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Imagine que você está andando na rua e vê dois restaurantes vazios. Você não conhece nenhum deles e escolhe um para sentar. Em seguida chega um grupo que também não sabe nada dos restaurantes, eles vêem um restaurante sem ninguém e outro com você dentro. O que eles fazem? Escolhem o que você está. Na sequência vem um casal, olha os dois restaurantes e pensa: esse que tem gente deve ser melhor que o vazio, e acaba escolhendo o mesmo. E assim vai acontecendo o que chamamos de "efeito manada", até que no final temos um restaurante que é um sucesso e outro um fracasso, simplesmente porque tendemos a seguir outras pessoas.

Um triste exemplo desse comportamento foi verificado na tragédia da boate em Santa Maria, no sul do Brasil, onde centenas de jovens acabaram perdendo a vida por conta de um incêndio. Ao entrarem no local, os bombeiros notaram que muitos morreram no banheiro, provavelmente porque viram alguém correndo naquela direção e acabaram seguindo o instinto de manada: “se estão indo naquela direção é porque deve ser o melhor a fazer”. O instinto é muito forte.


O mesmo acontece na moda: alguns começam a usar determinadas roupas, outros gostam e copiam. Depois de um tempo, quase todo mundo se veste daquele jeito. No mercado financeiro: quando a bolsa está em alta e as ações caras, muitos querem investir, criando as famosas "bolhas", quando a bolsa está em baixa e as ações baratas muitos querem vender e poucos aplicar, criando os "crashes". Nas mídias sociais (facebook e instagram): são casos clássicos em que algumas pessoas começam a usar, contam para os amigos, e logo todo mundo está conectado. É difícil ficar fora ou ir contra essas tendências.

Na maior parte das vezes não sabemos o que queremos, e porque não sabemos, o ambiente tende a dirigir nossos desejos, influenciar nossos pensamentos e definir nossas escolhas. Mas nossa mente prega peças ainda mais curiosas. Cientistas descobriram um comportamento que chamam de “self herding” algo como um efeito de “auto-manada”, onde decisões que tomamos no passado servem como guias inconscientes para decisões futuras.

Uma experiência interessante foi feita muitas vezes: pesquisadores entregam um produto, vinho por exemplo, a um grupo grande de pessoas. Junto com o produto há uma descrição da vinícula, da uva, etc., mas não o preço. Todos analisam e em seguida recebem uma folha de papel com o nome do vinho. Os pesquisadores pedem que os participantes coloquem os dois últimos dígitos do RG com um cifrão ao lado do nome do vinho. Por exemplo, se os 2 últimos números forem 78, devem escrever $78. Assim as pessoas que tiverem dois números altos no final do RG registram um valor alto ao lado dos produtos e pessoas que tiverem números baixos escrevem valores baixos.

Os pesquisadores então perguntam se os participantes pagariam, hipotéticamente, tal valor pelo produto. E as respostas podem ser "sim" ou "não". Em seguida os pesquisadores pedem que façam uma oferta verdadeira pelo produto. No final descobrem que aqueles que tem o final do RG mais alto oferecem valores maiores que os que tem um final baixo. Curiosamente, o valor inicial fica gravado na mente e acaba influenciando a decisão posterior, uma espécie de ancoragem. Isso quer dizer que se formos expostos a números altos de qualquer natureza antes de ir às compras, tendemos a gastar mais.

Seguindo esse princípio, quando a Apple lançou o iPhone nos EUA estabeleceu o preço de US$600. Logo em seguida a empresa reduziu para US$400. O que a empresa fez? Ela gravou na mente das pessoas um valor e depois ofereceu o produto com 33% de desconto, uma oferta aparentemente mais atraente que se tivessem lançado o iPhone logo no início a US$400.

http://www.psiconomia.com.br/2013/05/irracionalidade-e-o-efeito-manada.html
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Fernando Silva

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Re:Rede Globo
« Resposta #29 Online: 21 de Novembro de 2015, 08:22:54 »
O caso da tragédia de Mariana é um bom exemplo: a Globo noticiou tudo desde o primeiro momento, mandou equipes para lá assim que aconteceu, com imagens ao vivo, e vem noticiando todos os dias, às vezes páginas inteiras com diagramas e mapas.

No entanto, um bando de babacas continua gritando que "mas isto a Globo não mostra" e agora insinuam que ela tem interesse em abafar tudo porque descobriram que ela tem algumas ações de uma empresa que tem 17% das ações da Vale (mas não falam que o governo reestatizou a Vale e agora é dono de 52,2%).

O fato é que a esquerda diz que a Globo é "imprensa golpista" enquanto que a direita diz que "a Globo se vendeu ao PT", portanto ela deve estar fazendo alguma coisa certa.

Offline SnowRaptor

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Re:Rede Globo
« Resposta #30 Online: 21 de Novembro de 2015, 19:44:45 »
O fato é que a esquerda diz que a Globo é "imprensa golpista" enquanto que a direita diz que "a Globo se vendeu ao PT", portanto ela deve estar fazendo alguma coisa certa.

Isso eu acho impressionante. Acredito que seja um caso extremo de viés de confirmação. Mesma coisa a Folha.

A propósito:

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Wow, I'm being shot at from both sides. That means I *must* be right.
-- Larry Wall (1997)
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline Sr. Alguém

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Re:Rede Globo
« Resposta #31 Online: 21 de Novembro de 2015, 20:46:38 »
Esse aniversário de 50 anos da Globo foi muito fraco. Não dá para comparar com o de 20 anos, quando fizeram adaptações de clássicos da literatura como "Grande Sertão Veredas" e "O Tempo e o Vento", O Festival dos Festivais no Maracanã e Roque Santeiro dava 100 pontos de audiência.
Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. (Bertrand Russell)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo_secular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_social

 

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