Eu colocaria inclusive "complexidade irredutível"/"complexidade específica"/analogia do relojoeiro como argumentos anti-evolucionistas, e não pró-criacionismo em si, sendo que não me lembro de alguma vez eles terem tentado delimitar quais seriam os "tipos" originais ou algo assim. E mesmo essas coisas podem ser aceitas juntamente com a ancestralidade comum universal (como é o caso do Behe mesmo, o próprio "inventor" da CI).
As coisas mais parecidas com pró-criacionismo são uns argumentos bem toscos de como seria possível o dilúvio universal e etc; imaginam que houvesse muito mais água na atmosfera (talvez até em estágio líquido, não sei) e em profundezas da Terra, como se a Terra já tivesse o dispositivo para o genocídio divino desde sua criação. Também propõem que que depois, durante o ano em que as águas baixaram/desapareceram, a sedimentação tivesse por acaso criado o registro fóssil ordenado em pseudo-eras e pseudo-faunas numa seqüência que apenas por pura coincidência parece contar uma história evolutiva, ordenando coerentemente ancestrais e descendentes.
Ao mesmo tempo, as águas teriam exercido uma força qualquer que provocaria a "impressão" das datações radiativas.
Apontam como exemplo de ser coincidência coisas como inversões de estratos (se fosse uma bagunça total, até que seria menos esdrúxulo, mas é justamente uma inversão, o que sugere uma inversão do estrato em si, não "incoerência" histórica), e organismos mais basais sendo encontrados como contemporâneos de seus descendentes, em vez dos ancestrais sempre desaparecerem.
Mesmo esses, de certa forma, são um tanto anti-evolucionistas por dependerem de espantalhos da evolução/ignorância de diversos assuntos científicos para serem aceitos.
Essas são as coisas mais parecidas que me lembro.... não me lembro de tentarem delimitar não arbitrariamente quais seriam os grupos biológicos "verdadeiros" e por que, por exemplo. Propõem simplesmente em vez disso jogar uma dúvida geral sobre a idéia de parentesco distante, mas ao mesmo tempo dependem eles mesmos em muitos casos da ocorrência da evolução de novas espécies. Essa estratégia acaba funcionando porque muitas vezes as pessoas não se dão conta do fato de que, ligando "amebas e humanos", para citar um tipo de parentesco distante que eles gostam de dar, há ou houve uma miríade de outros organismos, todos apenas um pouco diferentes de seus parentes mais próximos, aproximadamente no mesmo grau de distância da evolução por eles aceita arbitrariamente.
Um dos poucos argumentos, não científicos de forma alguma, realmente honestos, senão o único, foi algo como que, "sem o gênesis interpretado literalmente, a bíblia toda cai". A partir daí, a honestidade acaba e até mesmo isso acaba sendo negado, para tentar dar uma credibilidade científica a coisa, apesar de ser essencialmente uma negação da ciência em qualquer grau necessário para defender o grau de fundamentalismo desejado.