BetinhO,
Respondendo à sua pergunta inicial - por tudo que já li supostamente dito ou escrito por Einsten e pelo que foi escrito a seu respeito, muito disso, inclusive por Sagan - a impressão que tenho é que ele não era ateu, nem religioso.
Há uma frase de sua suposta autoria em que ele começa dizendo mais ou menos: os que deduzem da minha Ciência que sou ateu é porque não a compreendem... ou algo semelhante e completa explicando melhor, o que não me recordo agora.
Outra ainda em que declara, segundo Sagan, quando interrogado se acreditava em deus que acreditava no deus de Spinoza.
Veja o trecho, em Cérebro de Broca - traduzido.
"Quando visitou pela primeira vez a América, o cardeal O'Connell, de Bóston, alertou as pessoas para o facto de a teoria da relatividade "esconder a aparição assustadora do ateísmo". Este aviso alarmou um rabi de Nova Iorque, que perguntou a Einstein: "Acredita em Deus?", ao que Einstein respondeu: "Acredito no Deus de Spinoza, que se revelou na harmonia de todos os seres. Não no Deus que se preocupa com o destino e as acções dos homens." Esta resposta corresponde a um posicionamento religioso mais subtil, hoje defendido por vários teólogos.
As crenças religiosas de Einstein eram muito genuínas. Nos anos 20 e 30 expressou sérias dúvidas acerca do preceito básico dos mecanismos quânticos: ao nível essencial da matéria, as partículas comportam-se de um modo imprevisível, tal como foi expresso no princípio da incerteza, de Heisenberg. "Deus não joga aos dados com o cosmo", dizia Einstein. "Deus é subtil, mas não é malicioso." Einstein utilizava tanto estes aforismas que, um dia, um físico dinamarquês, Niels Bohr, lhe disse, irritado: "Pare de dizer a Deus o que deve fazer!" Mas havia muita gente na física que sentia que, se alguém sabia alguma coisa acerca das intenções de Deus, esse alguém era Einstein."
Não que "Sagan disse" seja um argumento de autoridade, mas inspira maior confiança - ao menos, a mim.