Quando o número de falantes já é extremamente baixo - há casos de línguas faladas por meia dúzia de pessoas - não há mais o que fazer além de registrar o que ainda for possível.
Podem até registrar. Mas o que vão fazer com esses registros? Há algo de útil para fazer com eles além de guardar?
Há sim. Nenhuma língua é descartável primeiro porque ela pode trazer novidades, como foi o caso da língua dos pirahãs, segundo porque o próprio português ou espanhol naquelas comunidades com certeza estão carregadas de vestígios da língua indígena e isso é um fator de grande interesse para pesquisadores.
Um parecer lingüístico pode ser muito proveitoso para estudos culturais ou até históricos.
Eu também não vejo por que seja importante que a língua se conserve viva, a tendência natural é que ela mude ou desapareça e nenhuma medida com esse objetivo até hoje foi eficaz. O latim morreu, o sânscrito morreu, o iorubá morreu e ninguém ficou de luto por eles. Mas considero de grande importância de que se mantenha registros.