Autor Tópico: Átomos assombrados de Einstein  (Lida 8254 vezes)

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Offline Dbohr

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Re: Átomos assombrados de Einstein
« Resposta #50 Online: 03 de Março de 2011, 11:59:21 »
Para dar um exemplo radiométrico: a taxa de decaimento de um determinado isótopo é verificada experimentalmente e é, em boa aproximação, constante. Entretanto, não se pode dizer quando um núcleo em particular vai decair e emitir. O que acontece é que amostras macroscópicas têm algo da ordem de 1023 isótopos, cada qual com uma probabilidade X de decair entre os instantes t e t+dt. Não dá para dizer quando um deles vai decair, mas na média um número suficiente deles decai a cada momento de tal maneira que a taxa de decaimento do isótopo é aquela tabelada.

Offline Feliperj

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Re: Átomos assombrados de Einstein
« Resposta #51 Online: 03 de Março de 2011, 12:08:04 »
"Hoje o processo de medição é definido como a interação entre o sistema quântico de interesse e o sistema quântico do aparato de medida -- uma fenda ou uma grade reticular, por exemplo, numa experiência de difração. Nada, absolutamente nada implica que tenha que haver uma mente consciente fazendo a observação. Um elétron passando por uma rede de difração é uma medida. Um contador geiger registrando um decaimento é uma medida. Não precisa haver ninguém presente.

E por que isso só acontece nos domínios microscópicos? Porque em sistemas macroscópicos o número de partículas interagindo entre si é de tal ordem que as flutuações quânticas como posição e momento acabam regredindo para a média; e então recuperamos o caráter determinístico da física clássica."


Metafisicamente viajando : A existência é O processo de medição, do contrário seríamos todos funções de onda, possibilidades....!!!!hehe

Uma explicação para a questão da fronteira clássica x quântica legal é que a energia do vácuo realiza medições a todo instante. Devido ao atmanho dos objetos quanticos, a chanvce de uma particula da energia do vácuo  interagir com o objeto é muito pequena, o que possibilita a sobreposição de estados. Já em objetos marcoscópicos, com as particulas concentradas, estas interações ocorrem frquentemente, acabando com a coerência, a famosa decoerência(isto tb explica o decaimento de partículas).

Uma pergunta sobre a  decoerencia : o próprio universo/big-bang possuia/possue uma função de onda, mas então o que fez esta função de onda colapsar, fazendo nosso universo existir ?

Abs
Felipe

Offline Dbohr

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Re: Átomos assombrados de Einstein
« Resposta #52 Online: 03 de Março de 2011, 12:10:39 »
Não estudei a ideia da descoerência a fundo o bastante para responder à essa pergunta. Me cutuque daqui a uns seis meses :-)

Offline Moro

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Re: Átomos assombrados de Einstein
« Resposta #53 Online: 03 de Março de 2011, 21:46:51 »
...

Sejam, então, duas patículas entrelaçadas, A e B.

Suponha agora que eu separo o par de objetos sem efetuar medida alguma. Deixo o objeto A no laboratório e permito que o B seja levado para outro lugar.

Seja também o objeto O, cujo estado eu quero teleportar para o lugar em que B está. Ora, então eu posso entrelaçar O e A e realizar uma medida sobre o novo sistema. Ao realizar esta medida, o estado de B fica automaticamente determinado e reproduz o estado de O. Mas (e este é o argumento-chave) a pessoa que possui a partícula B não tem como saber em que estado o seu objeto está! A única maneira de fazer isso é se eu usar canais clássicos para dizer à outra pessoa qual medida ela tem que fazer, de maneira a não destruir o seu estado!

Novamente, esta é uma explicação muitíssimo superficial e perdemos muita informação ao não usar a linguagem formal da mecânica quântica. Espero que tenha sido útil.

Mas se a medição do estado de B irá afetar o estado de B como podemos saber que O e B estão iguais? E não está claro o que estamos postulando aqui.. que existe alguma relação a distancia entre essas partículas?

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Offline Dbohr

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Re: Átomos assombrados de Einstein
« Resposta #54 Online: 04 de Março de 2011, 10:09:35 »
A partir do momento em que o estado de O é teleportado, B tem seu estado determinado. Mas não, não existe relação entre esse processo e a distância entre O e B. Tampouco alguma informação é transmitida de O para B. Simplesmente é uma propriedade do emaranhamento quântico.

Offline Moro

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Re: Átomos assombrados de Einstein
« Resposta #55 Online: 04 de Março de 2011, 15:49:36 »
Se eu troco O por Y, sendo que AeO tem um estado diferente de AeY ("e" é emaranhado), minha partícula B ficaria como AeY?
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Re: Átomos assombrados de Einstein
« Resposta #56 Online: 04 de Março de 2011, 15:53:23 »
Não entendi, pode explicar um pouco melhor?

Offline Moro

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Re: Átomos assombrados de Einstein
« Resposta #57 Online: 04 de Março de 2011, 16:32:47 »
sei lá se consigo :-)

Você disse (eu entendi) que:


- A e B estavam juntos. Eu separo A de B

experimento 1
- Interlaço A com O. O estado de A/O ficará igual ao B, digamos o estado E1

Se eu fizesse um experimento 2
- Interlaço A com Z.
- Z diferente de O
- A/Z ficam com o estado E2
- Logo B teria o estado E2

É isso?

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Offline Feynman

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Re: Átomos assombrados de Einstein
« Resposta #58 Online: 04 de Março de 2011, 16:43:50 »
Idéia Zero: Esqueça tudo o que você pode ter lido sobre dualidade onda-partícula. Isso é balela. Objetos quânticos não são nem onda, nem partícula, mas algo completamente diferente. Quanto mais cedo você abandonar esta idéia, melhor.

É muito regozijante ouvir isso. Sabe, eu não sou físico no strictu sensu, pois não exerço a profissão diretamente. Mas por ser formado em física, professor e pesquisador em ensino de física, sinto-me um pouco (um pouco!) à vontade de discorrer sobre temas tão específicos como este, em função de leituras que sempre mantive a respeito. E chega-se, com isso, no que falastes. Eu ainda vejo muitos colegas da área dizer que um fóton, por exemplo, é uma onda e também uma partícula, mas de um modo muito definitivo. Há muito tempo digo que um fóton NÃO é uma partícula, e não é uma onda. E, sim, apresenta aspectos que podem ser asociados a uma e outra manifestação. Logo, sempre me foi natural pensar em partículas como algo que nós NÃO sabemos exatamente o que é, mas que nos permitem associá-las com entidades confortáveis da física, como ondas e partículas, em função do que sabemos delas.

Penso naquele experimento onde dois polarizadores são colocados a 90 graus e, com a inclusão de um outro, entre eles e com ângulação diferente, faz passar mais energia que sem este outro polarizador. Ou seja, existe algo (a luz polarizada) que é decomposto para se explicar o efeito, e o resultado desta projeção é uma maior permeabilidade à passagem da luz. Analogamente, existe uma "projeção" das entidades quânticas que nos faz "vê-las" como partículas ou ondas. Naturalmente, a analogia anterior (como todas) é limitada, uma vez que sabemos o que ocorre naquela situação. No caso da teoria quântica, temos (os físicos, não eu) muito a descobrir. O que sabemos não será jogado fora, até mesmo porque seus resutados são inquestionavelmente os mais fantásticos da ciência, mas a evolução dos conceitos da física mostra que nosso entendimento do mundo sempre é refinado com o tempo. Sabemos que as teorias que lidam com tentativas de unificações (Cordas, por exemplo) têm outras propostas para a fenomenologia que temos em relação às partículas subatômicas, e gosto muito desta efemeridade. É isto que move o cientista.

Por exemplo, o físico Brian Cox, que trabalha no LHC, mostra em seu documentario "The Big Bang Machine" que, para físicos diretamente envolvidos com a pesquisa de ponta em física de altas energias (sendo o LHC o mais importante brinquedo com esta finalidade), um grande cenário para a física seria o de o Bóson de Higgs NÃO ser encontrado, de maneira alguma. Isto faria as pessoas a voltarem para as pranchetas, e fazer a ciência "funcionar". O caso é que existe uma confiança não ingênua de sua descoberta (o melhor é dizer sua constatação empírica, uma vez que responde a uma teoria), devido a todos os outros sucessos da teoria quântica, mas gosto muito de ouvir coisas como (sou suspeito para falar) o Feynman dizia: "Inércia? Não sei o que é isso. Ninguém sabe."
"Poetas dizem que a Ciência tira toda a beleza das estrelas - meros globos de átomos de gases. Eu também posso ver estrelas em uma noite limpa e sentí-las. Mas eu vejo mais ou menos que eles?" - Richard Feynman

 

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