Não diria "impedir"os pais se essa for a vontade deles.
Só acho que é melhor abortar um feto sem condições de sobrevivência ou alguma deformação muito grave.
Penso se fosse com um de nós nascer como um desses gêmeos siameses ou coisa pior, sinceramente eu não gostaria de ser condenado a uma vida dessas só por causa pais fanáticos religiosos que preferem isso a um aborto.
Mas ai vai da sua subjetividade, eu posso preferir viver seja lá de qual maneira for a não existir, não sei se é certo impor o fim da existência de alguem sem que a pessoa possa ao menos se posicionar.
Se não tiver um cérebro, não pode "preferir" coisa alguma; é como falar em preferência do óvulo em ser fecundado e viver em vez de ser menstruado e morrer.
No caso estava me referindo ao exemplo do Arcanjo de nascer como um gêmeo siames. Mas mesmo em relação a anacéfalos, a sua justificação eu usaria de forma análoga para assassinar qualquer um que estivesse em coma, porque alguem em como também não prefere nada.
Eu não justifiquei nada; apenas contestei [o que pensei ser] a atribuição, inferência, ou "agnosticismo" sobre uma preferência pessoal como critério, especialmente em casos onde nem há a possibilidade de existir uma preferência pessoal.
Sobre gêmeos siameses já li ou ouvi algo interessante. Ainda que a situação seja aparentemente intolerável do nosso ponto de vista, que preferíssimos não existir a existir daquela forma, gêmeos siameses, alguns deles, desenvolvem no decorrer da vida a perspectiva oposta; não vivenciando nunca a alternativa, e gostando da vida, aprendem a gostar muito dessa condição, não conseguem se imaginar como não-siameses, e como isso poderia ser bom.