Uma parte expressiva dos milicos de 64 tinha um projeto político próprio e, desde muito queriam tomar o poder para implanta-lo. O comunismo foi um pretexto e havia pouca ou nenhuma força popular que pudesse apoiar um movimento amplo de insurreição à esquerda.
É possível que a esquerda (extrema) tentasse, mas o efeito de sua pseudo-revolução seria equivalente ou pior que a estupidez da intentona de 35, liderada pelo paspalhão do Prestes.
O mais provável, se Jango tivesse mais "cojones", é que o Brasil ingressasse num regime de excessão populista, no estilo Vargas, Peron ou Marmaduck Grove. É provável que parte dos milicos apoiassem isso (nunca houve unidade ideológica nas fileiras das forças armadas) e o Brasil teria tido uma década de milagre talvez muito parecida com a de 70 (com tudo de bom e ruim que isso trouxe).
Agora, é preciso julgar com sobriedade os militares. Salvo retardados como Everardo e Silvio Frota, os miltares que conduziram o poder, conforme já observou Thomas Skidmore, tinha maiores preocupações legalistas que seus "compañeros" argentinos e chilenos: realizavam eleições, dentro de certos limites, com frequência, eram reconhecidamente mais preocupados com questões de seriadade no trato da coisa pública (Élio Gáspari), não auferiram ganho pessoal no período (a família de Mário Andreazza, quando esse morreu, sequer tinha dinheiro para o enterrro...) e executavam censuravam com cobertura parcial (NÃO LIA o Pasquim nos anos 60 e 70 quem realmente não quisesse).