Autor Tópico: Che (Especial Veja On-Line)  (Lida 5231 vezes)

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Offline Týr

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #25 Online: 06 de Outubro de 2007, 18:55:13 »
Nunca vi ninguém mudar de opinião em relação a isso!

Você mudou?

Offline HSette

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #26 Online: 06 de Outubro de 2007, 18:57:26 »
Nunca vi ninguém mudar de opinião em relação a isso!

Você mudou?

Em relação a isso o que?

Pouco me importa se Che Guevara é um mito ou não.
Não sou dado a personalismo, seja para o bem, seja para o mal.

A História é muito mais complexa para ser vista a partir de um ou outro personagem.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
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Offline Nightstalker

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #27 Online: 06 de Outubro de 2007, 18:59:19 »
Citação de: HSette
Hein? Qualquer pessoa com um mínimo de exigência em termos jornalísticos não levaria uma matéria panfletária como essa a sério.

Aponte-me uma revista sequer que não seja parcial, todas as revistas o são cara, não há como sair disso. Gostei da reportagem, os fatos lá mostrados condizem com a biografia de Che, se discorda disso mostre os fatos falsificados pela matéria.

Citação de: HSette
Se o termo se adequa a todos que participam de conflitos armados, e matam oponentes nesses conflitos, então sim. E aí, a lista vai longe, e muita gente importante, e endeusada, vai entrar nela.

Um soldado que mata um outro soldado durante o conflito não pode ser jogado no mesmo balaio de um indivíduo que executa a sangue frio prisioneiros de guerra.
Conselheiro do Fórum Realidade.

"Sunrise in Sodoma, people wake with the fear in their eyes.
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Offline Herf

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #28 Online: 06 de Outubro de 2007, 19:02:37 »
Parcial? Ora...

"Uma mentira, se repetida muitas vezes, acaba por tornar-se verdade". Agora é parcial um veículo que decide escancarar a verdade sobre o guerrilheiro.

Se sai na Veja uma matéria mostrando a verdadeira face de Edir Macedo, a face que todos nós céticos com relação à igreja conhecemos, quem se levantaria alegando parcialidade? Só os da Universal. Alguém aqui do CC reclamaria que o "outro lado" não foi mostrado? Há algum outro lado que merece ser mostrado sobre o "pEdir Maiscedo", em nome da "imparcialidade"?

O mesmo ocorre com a farsa do "Che".
« Última modificação: 07 de Outubro de 2007, 02:45:47 por Procedure »

Offline HSette

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #29 Online: 06 de Outubro de 2007, 19:07:37 »
Citar
Aponte-me uma revista sequer que não seja parcial, todas as revistas o são cara, não há como sair disso.

Por que deveria fazê-lo?
Em nenhum momento disse que exista alguma revista que não seja parcial.
Só manifesto meu desagrado com a linha panfletária que a Veja adotou de uns anos para cá.


Citar
Um soldado que mata um outro soldado durante o conflito não pode ser jogado no mesmo balaio de um indivíduo que executa a sangue frio prisioneiros de guerra.

Sangue frio? Num conflito?
Tá bom.

E que fique claro. Não idolatro, não tenho nenhuma adimiração especial por Che Guevara. Foi um personagem de seu tempo, de sua época. Que fique lá.
Acho uma grande perda de tempo para nós, público leitor, que a Veja queira torná-lo o ponto de atrito entre extremistas de direita e de esquerda.
Se a revista vê nisso um caminho para readquirir o respeito que já teve em outras épocas, que vá nessa. Na minha opinião só está cavando um buraco cada vez mais fundo, do qual dificilmente conseguirá sair depois.
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Offline Nightstalker

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #30 Online: 06 de Outubro de 2007, 19:15:49 »
Citação de: HSette
Só manifesto meu desagrado com a linha panfletária que a Veja adotou de uns anos para cá.

Antigamente ela adotava outra linha panfletária ou era "neutra"?

Citação de: HSette
Sangue frio? Num conflito?
Tá bom.

Conhece autores que defendam que Che não executava os seus opositores que apreendia?

Citação de: HSette
E que fique claro. Não idolatro, não tenho nenhuma adimiração especial por Che Guevara. Foi um personagem de seu tempo, de sua época. Que fique lá.

Tudo bem.

Citação de: HSette
Se a revista vê nisso um caminho para readquirir o respeito que já teve em outras épocas, que vá nessa. Na minha opinião só está cavando um buraco cada vez mais fundo, do qual dificilmente conseguirá sair depois.

Esse tom mais "cão de briga" atrai muito o público, tanto é que o "Programa do Ratinho" quando transmitia pancadaria, quase liderava o índice do IBOPE.
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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #31 Online: 06 de Outubro de 2007, 19:18:12 »
Citação de: Procedure
Se sai na Veja uma matéria mostrando a verdadeira face de Edir Macedo, a face que todos nós céticos com relação à igreja conhecemos, quem se levantaria alegando parcialidade? Só os da Universal. Alguém aqui do CC reclamaria que o "outro lado" não foi mostrado? Há algum outro lado que merece ser mostrado sobre o "pEdir Maiscedo", em nome da "imparcialidade"?

O mesmo ocorre com a farsa do "Che".

A Veja como qualquer outra revista não apenas divulga os fatos, mas também os modaliza deixando clara a visão ideológica da revista.
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Offline HSette

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #32 Online: 06 de Outubro de 2007, 19:24:09 »
Citar
Antigamente ela adotava outra linha panfletária ou era "neutra"?

Nem uma coisa nem outra, como é de esperar.

Citar
Conhece autores que defendam que Che não executava os seus opositores que apreendia?
Sobre execuções, parece não haver dúvidas. O próprio Che o admitiu em seus escritos.
Já a dizer "sanque frio", a coisa muda de figura. Adjetivações, na História, é algo perigoso.

De mais a mais, quem afirma é que deve demonstrar.
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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #33 Online: 06 de Outubro de 2007, 19:30:16 »
Citação de: HSette
Sobre execuções, parece não haver dúvidas. O próprio Che o admitiu em seus escritos.
Já a dizer "sanque frio", a coisa muda de figura. Adjetivações, na História, é algo perigoso.

De mais a mais, quem afirma é que deve demonstrar.

Todos os autores que li sobre Che afirmavam que ele executava friamente seus opositores, se encontrar algum que argumente contra isso me mostre depois.
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Offline HSette

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #34 Online: 06 de Outubro de 2007, 19:34:38 »
Como disse, considero adjetivações dessa natureza inapropriadas em qualquer análise histórica.

Li "Che Guevara: uma Biografia", de John Lee Anderson, e não vi esse tipo de qualificação.
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Offline FZapp

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #35 Online: 06 de Outubro de 2007, 20:36:21 »
(...)
O mesmo ocorre com a farsa do "Che".

Falsa analogia.
--
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Offline Lorentz

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #36 Online: 06 de Outubro de 2007, 23:34:10 »
Droga, pensei que a reportagem ficaria com acesso irrestrito, mas agora não está mais. Eu deveria ter colado todo o texto, mas decidi colar apenas uma parte porque assim os foristas entrariam no site da Veja. O site possui várias fotos com comentários, além de uma melhor formatação. Se alguém tiver apenas o texto completo, pode ser útil à discussão colá-lo aqui.
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Offline Nightstalker

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #37 Online: 06 de Outubro de 2007, 23:39:55 »
VEJA, edição 2028, 3 de outubro de 2007
Especial

CHE
HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

"Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto." Há quarenta anos, no dia 8 de outubro de 1967, essa frase foi gritada por um guerrilheiro maltrapilho e sujo metido em uma grota nos confins da Bolívia. Nunca mais foi lembrada. Seu esquecimento deve-se ao fato de que o pedido de misericórdia, o apelo desesperado pela própria vida e o reconhecimento sem disfarce da derrota não combinam com a aura mitológica criada em torno de tudo o que se refere à vida e à morte de Ernesto Guevara Lynch de la Serna, argentino de Rosário, o Che, que antes, para os companheiros, era apenas "el chancho", o porco, porque não gostava de banho e "tinha cheiro de rim fervido".



Diogo Schelp e Duda Teixeira

Foto Antonio Nunez Jimenez/AFP

ÀS VÉSPERAS DO GOLPE
Che em Caballete de Casas, em Cuba, em 1958: exceto na revolução cubana, sua vida foi uma seqüência de fracassos. Como guerrilheiro, foi derrotado no Congo e na Bolívia


Essa é a realidade esquecida. No mito, sempre lembrado, ecoam as palavras ditas ao tenente boliviano Mário Terán, encarregado de sua execução, e que parecia hesitar em apertar o gatilho: "Você vai matar um homem". Essas, sim, servem de corolário perfeito a um guerreiro disposto ao sacrifício em nome de ideais que valem mais que a própria vida. Ambas as frases foram relatadas por várias testemunhas e meticulosamente anotadas pelo capitão Gary Prado Salmón, do Exército boliviano, responsável pela captura de Che. Provenientes das mesmas fontes, merecem, portanto, idêntica credibilidade. O esquecimento de uma frase e a perpetuação da outra resumem o sucesso da máquina de propaganda marxista na elaboração de seu maior e até então intocado mito. Che tem um apelo que beira a lenda entre os jovens dos cinco continentes. Como homem de carne e osso, com suas fraquezas, sua maníaca necessidade de matar pessoas, sua crença inabalável na violência política e a busca incessante da morte gloriosa, foi um ser desprezível. "Ele era adepto do totalitarismo até o último pêlo do corpo", escreveu sobre ele o jornalista francês Régis Debray, que por alguns meses conviveu com Che na Bolívia.

Por suas convicções ideológicas, Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos e práticos do comunismo, como Lenin, Stalin, Trotsky, Mao e Fidel Castro. Entre a captura e a execução de Che na Bolívia, passaram-se 24 horas. Nesse período, o governo boliviano e os americanos da CIA que ajudaram na operação decidiram entre si o destino de Guevara. Execução sumária? Não para os padrões de Che. Centenas de homens que ele fuzilou em Cuba tiveram sua sorte selada em ritos sumários cujas deliberações muitas vezes não passavam de dez minutos.

VEJA conversou com historiadores, biógrafos, antigos companheiros de Che na guerrilha e no governo cubano na tentativa de entender como o rosto de um apologista da violência, voluntarioso e autoritário, foi parar no biquíni de Gisele Bündchen, no braço de Maradona, na barriga de Mike Tyson, em pôsteres e camisetas. Seu retrato clássico – feito pelo fotógrafo cubano Alberto Korda em 1960 – é a fotografia mais reproduzida de todos os tempos. O mito é particularmente enganoso por se sustentar no avesso do que o homem foi, pensou e realizou durante sua existência. Incapaz de compreender a vida em uma sociedade aberta e sempre disposto a eliminar a tiros os adversários – mesmo os que vestiam a mesma farda que ele –, Che é, paradoxalmente, visto como um símbolo da luta pela liberdade. Guevara é responsável direto pela morte de 49 jovens inexperientes recrutas que faziam o serviço militar obrigatório na Bolívia. Eles foram mobilizados para defender a soberania de sua pátria e expulsar os invasores cubanos, sob cujo fogo pereceram. Tendo ajudado a estabelecer um sistema de penúria em Cuba, Che agora é apresentado como um símbolo de justiça social. Politicamente dogmático, aferrado com unhas e dentes à rigidez do marxismo-leninismo em sua vertente mais totalitária, passa por livre-pensador.

O regime policialesco de Fidel Castro não permite que aqueles que conviveram com Che e permanecem em Cuba possam ir além da cinzenta ladainha oficial. Por isso, apesar do rancor que pode apimentar suas lembranças, os exilados cubanos são vozes de maior credibilidade. O movimento que derrubou o ditador Fulgencio Batista, em 1959, não foi uma ação de comunistas, como pretende Fidel Castro. Boa parte da liderança revolucionária e dos comandantes guerrilheiros tinha por objetivo a instauração da democracia em Cuba. Mas foi surpreendida por um golpe comunista dentro da revolução. Acabaram presos, fuzilados ou deportados. Desde o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de Fidel, Raul Castro. Na versão mitológica, Che era dono de um talento militar excepcional. Seus ex-companheiros, no entanto, lembram-se dele como um comandante imprudente, irascível, rápido em ordenar execuções e mais rápido ainda em liderar seus camaradas para a morte, em guerras sem futuro no Congo e na Bolívia.

The New York Times

A "MALDIÇÃO DE SATURNO"
Com Fidel em Havana, em 1959: "Que esta revolução não devore seus próprios filhos", dizia Fidel. Ele fez o contrário. As últimas transmissões de rádio de Che na Bolívia foram ignoradas em Havana


Huber Matos, que lutou sob as ordens do argentino em Cuba, falou a VEJA sobre o fracasso de Che como comandante: "A luta foi difícil na primavera de 1958. A frente de comportamento mais desastroso foi a de Che. Mas isso não o afetou, porque era o favorito de Fidel, que nos impedia de discutir abertamente o trabalho pífio de seu protegido como guerrilheiro". Pouco depois do triunfo da guerrilha, ao perceber os primeiros sinais de tirania, Huber renunciou a seu posto no governo revolucionário e informou que voltaria a ser professor. Preso dois dias depois, passou vinte anos na cadeia. Vive hoje em Miami. À moda soviética, sua imagem foi removida das fotos feitas durante a entrada solene em Havana, em que aparecia ao lado de Fidel e Camilo Cienfuegos, outro comandante não comunista desaparecido em circunstâncias misteriosas nos primórdios da revolução.

Nomeado comandante da fortaleza La Cabaña, para onde eram levados presos políticos, Che Guevara a converteu em campo de extermínio. Nos seis meses sob seu comando, duas centenas de desafetos foram fuzilados, sendo que apenas uma minoria era formada por torturadores e outros agentes violentos do regime de Batista. A maioria era apenas gente incômoda.

Napoleon Vilaboa, membro do Movimento 26 de Julho e assessor de Che em La Cabaña, conta agora ter levado ao gabinete do chefe um detido chamado José Castaño, oficial de inteligência do Exército de Batista. Sobre Castaño não pesava nenhuma acusação que pudesse produzir uma sentença de morte. Fidel chegou a ligar para Che para depor a favor de Castaño. Tarde demais. Enquanto dava voltas em torno de sua mesa e da cadeira onde estava o militar, Che sacou a pistola 45 e o matou ali mesmo com balaços na cabeça. Em outra ocasião, Che foi procurado por uma mãe desesperada, que implorou pela soltura do filho, um menino de 15 anos preso por pichar muros com inscrições contra Fidel. Um soldado informou a Che que o jovem seria fuzilado dali a alguns dias. O comandante, então, ordenou que fosse executado imediatamente, "para que a senhora não passasse pela angústia de uma espera mais longa".

Em seu diário da campanha em Sierra Maestra, Che antecipa o seu comportamento em La Cabaña. Ele descreve com naturalidade como executou Eutímio Guerra, um rebelde acusado de colaborar com os soldados de Batista: "Acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no lobo temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Seus bens agora me pertenciam". Em outro momento, Che decidiu executar dois guerrilheiros acusados de ser informantes de Batista. Ele disse: "Essa gente, como é colaboradora da ditadura, tem de ser castigada com a morte". Como não havia provas contra a dupla, os outros rebeldes presentes se opuseram à decisão de Che. Sem lhes dar ouvidos, ele executou os dois com a própria pistola. Essa frieza e a crueldade sumiram atrás da moldura romântica que lhe emprestaram, construída pelos mesmos ideólogos que atribuíram a ele a frase famosa – "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás". Frase criada pela propaganda esquerdista.

Como o jovem aventureiro que excursionou de motocicleta pelas Américas se tornou um assassino cruel e maníaco? O jornalista americano Jon Lee Anderson, autor da mais completa biografia de Che, escreveu que ele era um fatalista – e esse fatalismo aguçou-se depois que se juntou aos guerrilheiros cubanos. "Para ele, a realidade era apenas uma questão de preto e branco. Despertava toda manhã com a perspectiva de matar ou morrer pela causa", afirma Anderson.

Ernesto Guevara Lynch de la Serna nasceu em 14 de maio de 1928, em uma família de esquerdistas ricos na Argentina. Sofreu de asma a vida inteira. Antes de se formar em medicina, profissão que nunca exerceu de fato, viajou pela América do Sul durante oito meses. Depois de terminada a faculdade, saiu da Argentina para nunca mais voltar. Encontrou-se com Fidel Castro no México, em 1955, onde aprendeu técnicas de guerrilha. No ano seguinte, participou do desembarque em Cuba do pequeno contingente de revolucionários. Depois de dois anos de combates na Sierra Maestra, Fidel tomou o poder em Havana. Che ocupou-se primeiro dos fuzilamentos e, depois, da economia, assunto do qual nada entendia. José Illan, que foi vice-ministro de Finanças antes de fugir de Cuba, contou a VEJA que o argentino "desprezava os técnicos e tratava a nós, os jovens cubanos, com prepotência". No comando do Banco Central e depois do Ministério da Indústria, Che começou a nacionalizar a indústria e foi o principal defensor do controle estatal das fábricas. "Che era um utópico que acreditava que as coisas podiam ser feitas usando-se apenas a força de vontade", diz o historiador Pedro Corzo, do Instituto da Memória Histórica Cubana, em Miami. Como resultado de sua "força de vontade", a produção agrícola caiu pela metade e a indústria açucareira, o principal produto de exportação de Cuba, entrou em colapso. Em 1963, em estado de penúria, a ilha passou a viver da mesada enviada pela então União Soviética.

AFP

CASADO COM SI PRÓPRIO
Che com sua segunda mulher, Aleida March, no dia de seu casamento, em Havana, em 1959. Elas não podiam competir com o "chamado da aventura"


Não havia mais o que Che pudesse fazer em Cuba. Era ministro da Indústria, mas divergia de Fidel em questões relativas ao desenvolvimento econômico. De maneira simplista, ele acreditava que incentivos morais tinham maiores probabilidades de estimular o trabalho. Che também se tornou crítico feroz da União Soviética, da qual o regime cubano dependia para sobreviver. Não por discordar do Kremlin, mas porque julgava os soviéticos tímidos na promoção da revolução armada no Terceiro Mundo. Para se livrar dele, Fidel o mandou como delegado à Assembléia-Geral das Nações Unidas em 1964. No ano seguinte, Che foi secretamente combater no Congo, à frente de soldados cubanos. Ali, paralisado por incompreensíveis rivalidades tribais, derrotado no campo de batalha e abatido pela diarréia, Che propôs a seus comandados lutar até a morte. Mas foi demovido do propósito pela soldadesca, que não aceitou o sacrifício numa guerra sem sentido.

Daí em diante o argentino tornou-se uma figura patética. Em Havana, Fidel divulgara a carta em que ele renunciava à cidadania cubana e anunciava sua disposição de levar a guerra revolucionária a outras plagas. Pego de surpresa pela leitura prematura do documento, Che ficou no limbo, sem ter para onde voltar. "Sua vida foi uma seqüência de fracassos", disse a VEJA o historiador cubano Jaime Suchlicki, da Universidade de Miami. "Como médico, nunca exerceu a profissão. Como ministro e embaixador, não conseguiu o que queria. Como guerrilheiro, foi eficiente apenas em matar por causas sem futuro." Na falta de opções, Che escolheu a Bolívia para sua nova aventura guerrilheira. Ele lutaria em território montanhoso e inóspito, imerso na selva, sem falar o dialeto indígena dos camponeses bolivianos. O plano original era adentrar, pela fronteira, a província argentina de Salta. Mas um contigente exploratório foi aniquilado rapidamente pelo exército daquele país. A missão boliviana era, de todos os pontos de vista, suicida. Ainda assim, Fidel a apoiou, a ponto de designar alguns soldados de seu exército para o destacamento guerrilheiro. O ditador cubano também equipou e financiou a expedição, com a qual manteve contato até que seu fracasso se tornou evidente.

Além da falta de apoio do povo boliviano, que tratou os cubanos chefiados por Che como um bando de salteadores, a expedição fracassou também pela traição do Partido Comunista Boliviano. VEJA perguntou a um de seus mais altos dirigentes dos anos 60, Juan Coronel Quiroga: "O PCB traiu Che Guevara?". Resposta de Quiroga: "Sim". A explicação? "Nosso partido era afinado com Moscou, onde a estratégia de abrir focos de guerrilha como a de Che estava há muito desacreditada." Quiroga era amigo pessoal do então ministro da Defesa da Bolívia e conseguiu que as mãos do cadáver de Che Guevara fossem decepadas, mantidas em formol e entregues a ele. "Por anos guardei as mãos de Che debaixo da minha cama em um grande pote de vidro. Um dia meu filho deparou com aquilo e quase entrou em pânico", conta Quiroga. Anos mais tarde, coube a Quiroga a missão de entregar o lúgubre pote com as mãos de Guevara à Embaixada de Cuba em Moscou.

A morte de Che foi central para a estabilização do regime cubano nos anos 60, de acordo com o polonês naturalizado americano Tad Szulc, na sua celebrada biografia de Fidel. O fim do guerrilheiro argentino ajudou o ditador a pacificar suas relações com Moscou e ainda lhe forneceu um ícone de aceitação mais ampla que a própria revolução. O esforço de construção do mito foi facilitado por vários fatores. Quando morreu, Che era uma celebridade internacional. Boa-pinta, saía ótimo nas fotografias. A foto do pôster que enfeita quartos de milhões de jovens foi tirada num funeral em Havana, ao qual compareceram o filósofo francês Jean-Paul Sartre – que exaltou Che como "o mais completo ser humano de nossa era" – e sua mulher, a escritora Simone de Beauvoir. A foto de 1960 só ganhou divulgação mundial sete anos depois, nas páginas da revista Paris Match. Dois meses mais tarde, Che foi morto na selva boliviana e Fidel fez um comício à frente de uma enorme reprodução da imagem, que preenchia toda a fachada de um prédio público cubano. Nascia o pôster.

Três fatos ajudaram a consolidar o mito. O primeiro foi a morte prematura de Che, que eternizou sua imagem jovem. Aos 39 anos, ele estava longe de ser um adolescente quando foi abatido, mas a pinta de galã lhe garantia um aspecto juvenil. O fim precoce também o salvou de ser associado à agonia do comunismo. A decadência física e política de Fidel Castro, desmoralizado pela responsabilidade no isolamento e no atraso econômico que afligem o povo cubano, dá uma idéia do que poderia ter acontecido com Che, que era apenas dois anos mais jovem que o ditador.

Reuters

PARA IMPRESSIONAR "IKE"
Guevara e Fidel em jogo-treino de golfe para disputar uma partida, que nunca houve, com Eisenhower em Washington: "Fidel ganhou, mas Che o deixou ganhar"


O segundo fato foi a ajuda involuntária de seus algozes. Preocupados em reunir provas convincentes de que o guerrilheiro célebre estava morto, os militares bolivianos mandaram lavar o corpo e aparar e pentear sua barba e seu cabelo. Também resolveram trocar sua roupa imunda. Tudo isso para poder tirar fotos em que ele fosse facilmente identificado. O resultado é um retrato com espantosa semelhança com as pinturas barrocas do Cristo morto de expressão beatificada. A terceira contribuição recebida pelos esquerdistas na construção do mito veio do contexto histórico. Che morreu às vésperas dos grandes protestos em defesa dos direitos civis, da agitação dos movimentos estudantis e da revolução de costumes da contracultura – turbulências que marcaram o ano de 1968. Era um personagem perfeito para ser símbolo da juventude de então, que se definia pela "determinação exacerbada e narcisista de conseguir tudo aqui e agora", como escreveu o mexicano Jorge Castañeda, em sua biografia de Che. A história, no entanto, mostra que o homem era muito diferente do mito. Mas quem resiste? Neste mês, nos Estados Unidos, o cubano Gustavo Villoldo, chefe da equipe da CIA que participou da captura do guerrilheiro, vai leiloar uma mecha de cabelo de Che.

Se houve um ganhador da Guerra Fria, foi Che Guevara. Ele morreu e foi santificado antes que seu narcisismo suicida e os crimes que decorreram dele pudessem ser julgados com distanciamento, sob uma luz mais civilizada, que faria aflorar sua brutalidade com nitidez. Pobre Fidel Castro. Enquanto Che foi cristalizado na foto hipnótica de Alberto Korda, ele próprio, o supremo comandante, aparece cada dia mais roto, macilento, caduco, enquanto se desmancha lentamente dentro de um ridículo agasalho esportivo diante das lentes das câmeras da televisão estatal cubana. O método de luta política que Guevara adotou já era errado em seu tempo. No rastro de suas concepções de revolução pela revolução, a América Latina foi lançada em um banho de sangue e uma onda de destruição ainda não inteiramente avaliada e, pior, não totalmente assentada. O mito em torno de Che constitui-se numa muralha que impediu até agora a correta observação de alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas. Está passando da hora de essa muralha cair.

 
A FRASE MAIS FAMOSA ATRIBUÍDA A GUEVARA É...
"Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura."


...OUTRAS MENOS CONHECIDAS REVELAM SUA REAL PERSONALIDADE:


"Estou na selva cubana, vivo e sedento de sangue."
Carta à esposa, Hilda Gadea, em janeiro de 1957

Keystone/Getty Images

"Fuzilamos e seguiremos fuzilando enquanto for necessário. Nossa luta é uma luta até a morte."
Discurso na Assembléia-Geral da ONU, em 11 de dezembro de 1964


"O ódio intransigente ao inimigo (...) converte (o combatente) em uma efetiva, seletiva e fria máquina de matar. Nossos soldados têm de ser assim."
Revista cubana Tricontinental, em maio de 1967
 
O mundo tomou outro rumo


CUBA
Apesar de tentar exportar sua revolução, a ilha tornou-se a vitrine de seu fracasso. Sem liberdade política nem econômica, o país é um museu de prédios, carros e dirigentes decrépitos, onde comida, combustíveis e energia são racionados.


BOLÍVIA
O foco guerrilheiro de Guevara foi derrotado pela população pobre da Bolívia, que negou ajuda e ainda delatou o grupo.


CONGO
Guevara e um contingente de cubanos lutaram ao lado do chefe tribal Laurent Kabila contra o coronel Mobutu. Em 1997 Kabila finalmente derrubou Mobuto, mas foi assassinado em 2001. Em seu curto governo, 3 milhões de pessoas foram mortas em guerras tribais.

CHINA
A ideologia de Mao Tsé-tung, que Guevara citava como modelo de comunismo, foi sepultada pelos chineses.

COMUNISMO
Depois da queda do Muro de Berlim, a ideologia será lembrada sobretudo como a responsável pela morte de 100 milhões de pessoas.

VIETNÃ
Na frase famosa, Guevara propôs criar "dois, três, muitos Vietnãs". Acertou. A globalização da economia está criando Vietnãs pelo mundo – países adeptos da economia de mercado, com rápido crescimento econômico e aliados dos Estados Unidos.
 
"A ordem de execução veio pelo rádio"

Fotos divulgação


O ÚLTIMO DIA DO GUERRILHEIRO
Maltrapilho e sujo, Guevara posa com os soldados que o capturaram na vila de La Higuera, onde seria morto. A seu lado, assinalado, está o agente da CIA Felix Rodríguez. À direita, Felix hoje, em Miami
Felix Rodríguez foi uma das últimas pessoas a conversar com Che Guevara. Mais do que isso, foi ele quem recebeu e transmitiu a ordem para que o guerrilheiro fosse executado. Cubano exilado nos Estados Unidos, ele era o operador de rádio enviado à Bolívia pela CIA para auxiliar na caçada e, também, para ajudar a identificar Guevara. Veterano da fracassada invasão da Baía dos Porcos, em 1961, Rodríguez vive hoje em Miami, aos 66 anos. Ele falou ao repórter Duda Teixeira.

COMO CHEGOU A ORDEM PARA MATAR CHE?
As instruções que recebi nos Estados Unidos eram para poupar sua vida. A CIA sabia da divergência de idéias entre Che e Fidel e acreditava que, a longo prazo, ele poderia cooperar com a agência. A ordem para sua execução veio por rádio, de uma alta autoridade boliviana. Era uma mensagem em código: "500, 600". O primeiro número, 500, significava Guevara. O segundo, que ele deveria ser morto. Tentei em vão convencer os militares bolivianos a permitir que ele fosse levado para ser interrogado no Panamá. Eles negaram meu pedido e me deram um prazo. Eu deveria entregar o corpo de Guevara até as 2 horas da tarde. Perto das 11h30, uma senhora aproximou-se de mim e perguntou quando iríamos matá-lo, pois ouvira no rádio que Che havia morrido em combate. Naquele momento compreendi que a decisão de executá-lo era irrevogável.

COMO FOI SUA ÚLTIMA CONVERSA COM ELE?
Fui até o local de seu cativeiro e disse a ele que lamentava, mas eram ordens superiores. Che ficou branco como um papel. "É melhor assim. Eu nunca deveria ter sido capturado vivo", falou. Tirou o cachimbo da boca e me pediu para que o desse a um dos soldados. Ofereci-me para transmitir mensagens à sua família. "Diga a Fidel que esse fracasso não significa o fim da revolução, que logo ela triunfará em alguma parte da América Latina", ele falou em tom sarcástico. Aí lembrou da esposa. "Diga a minha senhora que se case outra vez e trate de ser feliz." Foram suas últimas palavras. Apertou a minha mão e me deu um abraço, como se pensasse que eu seria o carrasco. Saí dali e avisei a um tenente armado com uma carabina M2, automática, que a ordem já tinha sido dada. Recomendei a ele que atirasse da barba para baixo, porque se supunha que Che havia morrido em combate. Eram 13h10 quando escutei o barulho de tiros. Che Guevara tinha sido morto.

COMO FOI O SEU PRIMEIRO CONTATO COM CHE GUEVARA?
Cheguei a La Higuera de helicóptero em 9 de outubro, um dia depois da captura de Che Guevara. Eu o encontrei com os pés e as mãos amarrados, ao lado dos corpos de dois cubanos. Sangrava de uma ferida na perna. Era um homem totalmente arrasado. Parecia um mendigo.

COMO FORAM SUAS CONVERSAS COM CHE?
Nós nos tratamos com respeito. Eu o chamava de comandante. Falamos de Cuba e de outras coisas, mas ele permanecia calado quando as perguntas eram de interesse estratégico. Houve momentos em que não consegui prestar atenção ao que ele dizia. Ao olhar aquele homem derrotado, vinha-me à mente sua imagem no passado, sempre altiva e arrogante.

COMO FORAM AS RELAÇÕES DE CHE COM A POPULAÇÃO NA BOLÍVIA?
Para sobreviver, é essencial que uma força guerrilheira conte com o apoio da população local. A aventura de Che na Bolívia foi um caso único em que uma guerrilha não conseguiu recrutar um único morador da área onde atuou. Só um agricultor ganhou a confiança dos guerrilheiros, e mesmo esse acabou por passar informações que permitiram ao Exército armar uma emboscada. Os poucos bolivianos que participaram da guerrilha eram dissidentes do Partido Comunista. Nenhum camponês.

POR QUE O SENHOR FOI ENVIADO À BOLÍVIA?
O Exército boliviano estava totalmente despreparado para enfrentar uma guerrilha. A maior parte dos soldados trabalhava na construção de estradas e provavelmente jamais dera um tiro de fuzil. Nos primeiros embates, os guerrilheiros aprisionavam os soldados, tiravam suas roupas e os soltavam. Foi então que o governo boliviano pediu ajuda aos Estados Unidos.
 
Limparam Che para a foto




No dia de sua morte, amarrado ao esqui de um helicóptero militar, Che Guevara foi levado do local da execução para um vilarejo chamado Vallegrande. A brasileira Helle Alves, repórter, e o fotógrafo Antonio Moura, então trabalhando para o Diário da Noite, de São Paulo, viram a chegada do corpo, que foi levado para a lavanderia do hospital local (acima). Ali, Moura foi o único jornalista a fotografar o corpo de Guevara ainda sujo, vestido de trapos e calçado com o que sobrou de uma botina artesanal de couro (abaixo). Moura conseguiu fotografar o corpo antes da limpeza e da arrumação. "Che usava um calço em um dos calcanhares, provavelmente para corrigir uma diferença de tamanho entre uma perna e outra", lembra Helle. Ela contou pelo menos dez marcas de tiro no corpo do argentino. "Os moradores tinham raiva dele e invadiram a lavanderia, mas, quando viram o corpo, passaram a dizer que ele parecia Jesus Cristo." Começara o mito.

Fotos Antonio Moura




Ele está em toda parte

Fotos Mauricio Lima/Jonathan Utz-AFP e Alfredo Tedeschi-File-Reuters


O retrato de Che feito por Alberto Korda em 1960 é agora uma imagem de múltiplos significados: é pop no biquíni da Cia. Marítima vestido por Gisele Bündchen e uma manifestação de truculência e mau humor nas tatuagens de Maradona e Mike Tyson

Fonte: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=288797#288797
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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #38 Online: 06 de Outubro de 2007, 23:49:49 »
Que tal o Che Madruga.  :D
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"Por quê?"
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Offline Lorentz

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #39 Online: 06 de Outubro de 2007, 23:51:10 »
O Lynch corre por conta deles (e decerto outras cositas mais), pois os registros a respeito não dizem isso. Decerto fizeram uma busca na Internet. Um "belíssimo" trabalho de pesquisa histórica.

Citar
VEJA conversou com historiadores, biógrafos, antigos companheiros de Che na guerrilha e no governo cubano...



Edit:
Nightstalker, que Deus te abençoe.

Aliás, Deus não, que o *Zombo te abençoe.


*Quem era do Ateus.net deve lembrar da brincadeira. O Zombo era um Deus fictício (como todos os outros) que usávamos para "zombar", aproveitando o site já existente.
« Última modificação: 06 de Outubro de 2007, 23:59:09 por Lorentz »
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Offline Nightstalker

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #40 Online: 06 de Outubro de 2007, 23:51:45 »
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Offline Rodion

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #41 Online: 07 de Outubro de 2007, 01:42:05 »
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Offline Herf

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #42 Online: 07 de Outubro de 2007, 02:47:06 »
Citação de: Procedure
Se sai na Veja uma matéria mostrando a verdadeira face de Edir Macedo, a face que todos nós céticos com relação à igreja conhecemos, quem se levantaria alegando parcialidade? Só os da Universal. Alguém aqui do CC reclamaria que o "outro lado" não foi mostrado? Há algum outro lado que merece ser mostrado sobre o "pEdir Maiscedo", em nome da "imparcialidade"?

O mesmo ocorre com a farsa do "Che".

A Veja como qualquer outra revista não apenas divulga os fatos, mas também os modaliza deixando clara a visão ideológica da revista.

Putz, havia trocado "parcial" por "imparcial" em certos pontos da minha mensagem, hehe, já arrumei.

Offline FZapp

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #43 Online: 07 de Outubro de 2007, 08:00:06 »
Aponte-me uma revista sequer que não seja parcial, todas as revistas o são cara, não há como sair disso. Gostei da reportagem, os fatos lá mostrados condizem com a biografia de Che, se discorda disso mostre os fatos falsificados pela matéria.


Novamente: não está se falando em fatos falsificados, e sim omissão de fatos e descaracterização. Agora, se 'os outros também são maus repórteres' é desculpa para ser mau repórter, então vc vai gostar também de ler propaganda nazista, a Gazeta do Povo, o Café com o Presidente.

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Si hemos de salvar o no,
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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #44 Online: 07 de Outubro de 2007, 11:33:50 »
Citação de: Lorentz
Nightstalker, que Deus te abençoe.

Aliás, Deus não, que o *Zombo te abençoe.

Sem problemas. :)
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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #45 Online: 07 de Outubro de 2007, 11:34:53 »
Aponte-me uma revista sequer que não seja parcial, todas as revistas o são cara, não há como sair disso. Gostei da reportagem, os fatos lá mostrados condizem com a biografia de Che, se discorda disso mostre os fatos falsificados pela matéria.


Novamente: não está se falando em fatos falsificados, e sim omissão de fatos e descaracterização. Agora, se 'os outros também são maus repórteres' é desculpa para ser mau repórter, então vc vai gostar também de ler propaganda nazista, a Gazeta do Povo, o Café com o Presidente.



Imparcialidade na mídia é algo utópico, impossível. Somos livres para comprarmos a revista que quisermos, o mais sensato intelectualmente é procurar ler várias revistas, é o que eu procuro fazer.
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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #46 Online: 07 de Outubro de 2007, 12:17:09 »
Acho que vc tem uma visão pobre do jornalismo (note, não estou falando em mídia) ou está usando os exemplos de quem deturpa a profissão para deturpar o jornalismo. Espera-se que médico seja honesto e prescreva o que vc deve tomar, embora saibamos que existem médicos que receitam remédios aconselhados por laboratórios, quando poderiam prescrever algo mais barato. Definir que medicina é o que é a partir desses exemplos é deturpar a medicina.

Imparcialidade no jornalismo é possível, sim. Historiadores tem o dever de analisar os diferentes pontos de vista, e jornalistas tem o dever de catalogá-los e divulgá-los da forma mais imparcial possível.

Vc está lendo Veja como quem lê Gazeta do Povo.

Aliás, eu não estou questionando se vc gostou ou não (não entenda como que 'eu não ligo', senão que não é relevante). Você pode ter gostado, mas contaram uma meia-verdade. E para mim uma meia-verdade é uma mentira.

Você pode dizer que os que acham El Che um santo contam uma meia-verdade, e vou concordar contigo. Mas isso não é motivo para fazer o mesmo, só que pendendo para o outro lado.

Espero que tenha entendido o meu ponto de vista, muito embora ache que você já adaptou o seu senso crítico para ler o que prefere ao invés de ler tudo sem apagá-lo (ao seu senso crítico). Eu pelo menos considero dever de todo aquele que tenda ao ceticismo ou se considere assim a tarefa de se inteirar de vários lados da questão e não desligar seu senso crítico.

Daí vai perceber que a reportagem (assim como os idealistas do Che) estão construindo um espantalho (principalmente sobre aquilo de estar 'como um mendigo', o que é um comentário desnecessário e até uma demonstração de falta de senso sobre uma guerrilha, e um desconhecimento profundo sobre El Che e o seu tempo).
« Última modificação: 07 de Outubro de 2007, 12:19:29 por JCatino »
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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #47 Online: 07 de Outubro de 2007, 12:43:10 »
Citação de: JCatino
Acho que vc tem uma visão pobre do jornalismo (note, não estou falando em mídia) ou está usando os exemplos de quem deturpa a profissão para deturpar o jornalismo. Espera-se que médico seja honesto e prescreva o que vc deve tomar, embora saibamos que existem médicos que receitam remédios aconselhados por laboratórios, quando poderiam prescrever algo mais barato. Definir que medicina é o que é a partir desses exemplos é deturpar a medicina.

Veja que sua analogia não faz sentido, qual é a semelhança entre um jornal ser imparcial com um médico receitar medicamentos mais baratos?

Receitar medicamentos mais baratos ou não é uma opção do médico, já a parcialidade na mídia é uma característica intrínseca que não pode ser evitada. Existem médicos que receitam medicamentos mais baratos, mas não existem veículos de informação imparciais.

Citação de: JCatino
Imparcialidade no jornalismo é possível, sim. Historiadores tem o dever de analisar os diferentes pontos de vista, e jornalistas tem o dever de catalogá-los e divulgá-los da forma mais imparcial possível.

Não é possível. E mesmo se fosse possível, não conheço nenhum veículo de informação que o faça. Com uma palavra na matéria o veículo pode deixar clara a sua visão.

Citação de: JCatino
Aliás, eu não estou questionando se vc gostou ou não (não entenda como que 'eu não ligo', senão que não é relevante). Você pode ter gostado, mas contaram uma meia-verdade. E para mim uma meia-verdade é uma mentira.

O intuito da matéria era o de derrubar o mito criado em torno da figura de Che Guevara, e não mostrar quem era Che Guevara.

Citação de: JCatino
Espero que tenha entendido o meu ponto de vista, muito embora ache que você já adaptou o seu senso crítico para ler o que prefere ao invés de ler tudo sem apagá-lo (ao seu senso crítico). Eu pelo menos considero dever de todo aquele que tenda ao ceticismo ou se considere assim a tarefa de se inteirar de vários lados da questão e não desligar seu senso crítico.

Você não deve ter lido uma das minhas postagens anteriores em que digo que procuro ler as mais diversas fontes para poder formular uma opinião sensata sobre o assunto, concordo com você quando diz que a postura de quem se denomina cético é a de procurar mais de uma fonte sobre determinado assunto.
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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #48 Online: 07 de Outubro de 2007, 13:25:06 »
Citar
Veja que sua analogia não faz sentido, qual é a semelhança entre um jornal ser imparcial com um médico receitar medicamentos mais baratos?

Receitar medicamentos mais baratos ou não é uma opção do médico, já a parcialidade na mídia é uma característica intrínseca que não pode ser evitada. Existem médicos que receitam medicamentos mais baratos, mas não existem veículos de informação imparciais.

A semelhança é a de caracterizar um tipo de jornalismo com 'o' jornalismo, assim como determinar que todos os médicos se deixam levar pela indústria dos laboratórios porque alguns deles o fazem.

Além de justificar que seja ruim porque todos são ruins. Você está dizendo 'eu gostei', eu digo 'é parcial', e você se justifica 'todos são parciais'. A minha conclusão é que você gosta desse tipo de ótica. Eu estou falando em jornalismo, você está falando de uma criação da mente do público, a famosa 'mídia'.

Mas a verdade não tem preferências nem é democrática. Se for, então levante a mão quem quer que 2 + 2 seja 5.

Não sei o que você está falando sobre mídia. Estou falando em jornalismo. Não existe o meio de comunicação total e absolutamente imparcial, mas em geral tendem à imparcialidade, embora existam alguns mais imparciais do que outros. E nesta reportagem a Veja é totalmente parcial, subestimando os logros e exacerbando os defeitos. E há sim um interesse político, pois não faz o mesmo com Einstein, ou Pitágoras, com já falei antes.

O caso de falar do Che sujo, parecendo um mendigo, é um bom exemplo do que estou falando. El Che se gabava de ser o cara mais nojento de todos, inclusive num caso famoso apostou que tinha a cueca mais malcheirosa, e no 'vamos ver' tirou a cueca... e a cueca nem se mexia, tava dura de barro seco, porque El Che tinha passado mais de uma noite na lama. Ele gostava disso, e além disso era uma visão da época de que esse tipo de coisa era supérfluo, de 'niño bien', playba. tem que entender do tempo e da situação antes de colocar esse tipo de informação chula, ...

Citar
(...) mas não existem veículos de informação imparciais. Não é possível. E mesmo se fosse possível, não conheço nenhum veículo de informação que o faça. Com uma palavra na matéria o veículo pode deixar clara a sua visão.

Se você fala em revistas semanais de interesse geral, elas devem tender para a imparcialidade, e muitas delas tendem mais à imparcialidade, como a Época ou o Estadão, embora algumas sejam politizadas como a Folha, outras tenham certa tendência política como 'Caros Amigos' que é claramente de esquerda (embora critiquem Lula, e critiquem em geral a esquerda que subiu ao poder) e ainda haja uma Veja e uma Gazeta do Povo, que há tempos jogaram fora os livros de redação e ética em jornalismo.

(Aquela Revista da Semana não li, e não tenho interesse, já que a propaganda dela é que vai mastigar, deglutir e regurgitar a notícia para que eu não precise pensar, só enfiar no cérebro rapidinho. Eu não preciso de uma revista assim).

Citar
O intuito da matéria era o de derrubar o mito criado em torno da figura de Che Guevara, e não mostrar quem era Che Guevara.

Nisso você está certíssimo, e é por isso que digo que contruíram um espantalho.

Citar
Você não deve ter lido uma das minhas postagens anteriores em que digo que procuro ler as mais diversas fontes para poder formular uma opinião sensata sobre o assunto, concordo com você quando diz que a postura de quem se denomina cético é a de procurar mais de uma fonte sobre determinado assunto.

Eu li, mas o que posso fazer ? Você está elogiando a Veja ! Para mim tanto a Veja como a Isto É são exemplos de como não fazer jornalismo, e este tipo de reportagem é assim mesmo. Como foi dos espíritos da Isto é, falando da Unb e dos experimentos ESP ruins que eles fazem lá no centro de parapsicologia.

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Re: Che (Especial Veja On-Line)
« Resposta #49 Online: 13 de Novembro de 2007, 23:11:13 »
Do Blog do jornalista Pedro Dória:
http://pedrodoria.com.br/about/


O repórter Jon Lee Anderson, biógrafo de Che Guevara, foi procurado há umas semanas pelo também repórter Diogo Schelp, da Veja. O objetivo era uma entrevista curta para a composição da reportagem que saiu na revista a respeito dos 40 anos da morte de Guevara. É um entrevistado natural – afinal, "Che Guevara, uma biografia", é a principal referência ao tema.

A própria revista, na reportagem que Anderson critica, descreve seu livro como ‘a mais completa biografia de Che’.

Anderson respondeu a Diogo mas acabou não sendo procurado. Na semana passada, o veterano repórter de guerra da New Yorker teve acesso e leu a reportagem. Foi sua a decisão de tornar pública esta resposta a Schelp, que começou a circular por email entre os jornalistas brasileiros.

A original é em inglês, esta que segue é uma tradução:


   
Citar
Caro Diogo,

    Fiquei intrigado quando você não me procurou após eu responder seu email. Aí me passaram sua reportagem em Veja, que foi a mais parcial análise de uma figura política contemporânea que li em muito tempo. Foi justamente este tipo de reportagem hiper editorializada, ou uma hagiografia ou – como é o seu caso – uma demonização, que me fizeram escrever a biografia de Che. Tentei pôr pele e osso na figura super-mitificada de Che para compreender que tipo de pessoa ele foi.

O que você escreveu foi um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial, coisa que evidentemente não é. Jornalismo honesto, pelos meus critérios, envolve fontes variadas e perspectivas múltiplas, uma tentativa de compreender a pessoa sobre quem se escreve no contexto em que viveu com o objetivo de educar seus leitores com ao menos um esforço de objetividade.

O que você fez com Che é o equivalente a escrever sobre George W. Bush utilizando apenas o que lhe disseram Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad para sustentar seu ponto de vista. No fim das contas, estou feliz que você não tenha me entrevistado. Eu teria falado em boa fé imaginando, equivocadamente, que você se tratava de um jornalista sério, um companheiro de profissão honesto. Ao presumir isto, eu estaria errado. Esteja à vontade para publicar esta carta em Veja, se for seu desejo.

    Cordialmente,
    Jon Lee Anderson.
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