Autor Tópico: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima  (Lida 2482 vezes)

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Offline Diegojaf

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Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Online: 20 de Outubro de 2007, 10:37:42 »
   

20/10/2007
Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima

Martin Fackler
Em Tóquio

Em uma rua estreita de Tóquio, perto de um restaurante especializado em gyudon e de uma casa de pachinko (jogo praticado em máquinas que lembram as de pinball), Aya Tsukioka demonstra os novos designs de roupas que ela espera que reduzam o medo crescente dos crimes no Japão.

Com um movimento hábil, Tsukioka, uma designer de moda de 29 anos de idade, levanta uma prega na frente da sua saia para mostrar um pedaço de pano de um vermelho vivo com a logomarca de um refrigerante parcialmente visível. Ao abrir inteiramente o pedaço de pano e caminhar para a lateral da rua, ela mostra como uma mulher que caminha sozinha pode enganar perseguidores - disfarçando-se de máquina de vender refrigerantes.

A pessoa esconde-se por detrás do pano, que é impresso com uma foto de tamanho real de uma máquina de vender refrigerantes. A roupa inventada por Tsukioka ainda está em fase de desenvolvimento, mas ela já criou diversas versões, incluindo uma que é desdobrada de um quimono e de um modelo de luxo com quatro faces, para proporcionar uma camuflagem mais completa.

   
Disfarce de máquina de vender refrigerantes é uma das invenções para se evitar assaltos

Tais defesas elaboradas estão surgindo em um momento no qual os índices de criminalidade estão na verdade diminuindo no Japão. Mas os japoneses, preocupados com as menores indicações de problemas sociais, dizem sentir-se cada vez mais ansiosos com relação à segurança, um fenômeno que é estimulado pela mídia sensacionalista. Porém, ao invés de recorrerem aos sprays de gás pimenta, os japoneses estão elaborando uma variedade de novas soluções, algumas de alta tecnologia, outras simplesmente esquisitas, mas todas refletindo a sensibilidade japonesa única.

Vejamos por exemplo a "bolsa buraco", uma bolsa capaz de esconder os seus bens valiosos ao ser desdobrada para parecer-se com uma tampa circular de esgoto. Coloque-a na rua com a sua carteira dentro, e os ladrões desavisados passarão por ela, confundindo-a com uma tampa de esgoto comum. Há também um conjunto de uniformes para estudantes de segundo grau à prova de facadas, feitos com o mesmo material usado no kevlar, e um livro com dicas para mães sobre como vestir até as crianças mais modestas como "pseudo-criminosos", a fim de assustar aqueles garotos brutos que gostam de intimidar e bater nos mais fracos.

Há telefones celulares em tons pastéis para crianças, que podem ser rastreados remotamente pelos pais com a utilização de GPS, e um chip para mochilas que indica quando a criança entra e sai da escola.

Os criadores dos dispositivos admitem que algumas das suas idéias podem parecer meio absurdas, especialmente para os norte-americanos acostumados com a criminalidade. E até mesmo alguns japoneses vêem algumas dessas idéias como meio ingênuas, possivelmente refletindo a baixa incidência de crimes de rua. Apesar da atenção da mídia e de uns poucos casos sensacionais, a incidência de crimes violentos no Japão continua sendo de apenas um sétimo daquela registrada nos Estados Unidos.

Mas os criadores dos dispositivos argumentam também que as idéias do Japão para a prevenção dos crimes são o produto de diferenças culturais profundas. Enquanto os norte-americanos desejam proteger-se dos criminosos, ou até reagir, os criadores nipônicos afirmam que muitos japoneses preferem recorrer à camuflagem ou ao engodo, o que é o reflexo de uma cultura que tem horror à auto-afirmação, até mesmo em casos de defesa pessoal.

"Simplesmente é mais fácil para os japoneses se esconder", afirma Tsukioka. "Fazer uma cena seria para eles muito embaraçoso". Ela disse que a idéia da máquina de vender refrigerantes foi inspirada em um truque utilizado pelos antigos ninjas japoneses, que à noite se cobriam com lençóis negros.

Na verdade, algumas dessas idéias, incluindo o disfarce de máquina de vender refrigerantes, ainda não se tornaram comercialmente viáveis. No entanto, o fato de tais idéias serem recebidas com seriedade - ou o simples fato de terem surgido - revela uma outra faceta menos apreciada da sociedade japonesa: o seu gosto por idéia e invenções bizarras.

Os laboratórios corporativos do Japão inundaram o mundo com tecnologia, dos rádios transistores aos carros híbridos. Mas a nação também abriga uma cultura prolífica de inventores individuais, cujas invenções variam do prático ao bizarro. Os inventores dizem que uma longa tradição de consertar e construir fez do Japão um lugar para as idéias experimentais, por mais excêntricas que sejam.

"A sociedade japonesa não ri disso, de forma que os inventores não têm medo de fazer experiências com novas coisas", explica Takumi Hirai, presidente da maior associação de inventores individuais do Japão, a Hatsumeigakkai, que tem 10 mil membros.

Na verdade, o Japão produz tantas invenções incomuns que existe até uma palavra para elas, chindogu, ou instrumentos esquisitos. O termo foi popularizado por Kenji Kawakami, cuja criação de centenas de invenções intencionalmente engraçada e destituídas de qualquer função prática fez com que ele atraísse atenção internacional como a resposta japonesa a Rube Goldberg. As criações de Kawakami, que ele chama de "não inúteis", incluem um rolo de papel higiênico fixado à cabeça para ser facilmente alcançado durante a estação de rinite alérgica, e pequenos esfregões para as patas dos gatos que lustram o assoalho enquanto o animal caminha por ele.


Kawakami diz que embora os dispositivos anticrime do Japão possam não parecer práticos, eles são, de toda forma, valiosos, já que podem conduzir a novas, e até melhores, idéias.

"Até as coisas sem utilidade podem ser úteis", afirma Kawakami. "A lógica esquisita dessas invenções nos ajuda a ver o mundo de maneiras novas".

Até mesmo alguns dos mais incomuns dispositivos anticrime surgidos aqui refletem uma lógica única. Um deles é um par de óculos de sol envolventes para mulheres com lentes tão escuras que é impossível determinar para onde a pessoa está olhando. A intenção é espantar os criminosos sexuais nos trens lotados de Tóquio, nos quais a apalpação em mulheres é um problema constante.

O mesmo se aplica em relação a algumas das soluções para o espancamento e assédio nas escolas das crianças mais fracas por parte das mais fortes, um grande problema no Japão. Kaori Nakano, historiadora de moda, escreveu um livro popular que inclui um capítulo sobre como afastar essas crianças agressivas vestindo as suas vítimas de forma que elas se pareçam com pequenos marginais. Entre os conselhos de Nakano está o de substituir a cinto preto padrão dos uniformes escolares japoneses por um branco, preferivelmente dotado de tachas metálicas ou pequenos espelhos, e comprar meias curtas com desenhos espalhafatosos.

"O Japão é tão atento às tendências da moda que o simples fato de modificar a forma como a pessoa se veste pode fazer com que ela fique mais segura", diz Nakano. "A cultura desempenha um grande papel na prevenção do risco".

Tsukioka disse que decidiu fazer as suas saias com a aparência de máquina de vender refrigerantes porque tais máquinas são comuns nas ruas do Japão. Ela desenhou uma versão para crianças, uma mochila que se transforma em um hidrante no estilo japonês, escondendo a criança. A "bolsa buraco" também foi idéia dela.

Tsukioka diz que as suas camuflagens são experimentais e podem até não ser muito práticas em certas circunstâncias, "especialmente quando as suas mãos estão tremendo", diz ela. Mesmo assim, ela espera que os designs ou algumas variações deles possam ser comercializados em grande escala. Até o momento, ela vendeu cerca de 20 saias com camuflagem de máquina de vender refrigerantes, por aproximadamente US$ 800 cada uma. Ela faz a impressão e costura cada saia a mão.

Tsukioka disse que nunca ouviu falar que a saia realmente prevenisse um crime. Em uma tarde recente em Tóquio, pedestres observavam o pano de Tsukioka, atado à parte da frente da saia, se desdobrando. Mas assim que ela se escondeu atrás dele e se colocou ao lado de uma seqüência de máquinas de vender refrigerantes, a imagem impressa mostrou ser suficientemente convincente como camuflagem para que as pessoas que passavam pelo local não notassem a presença dela.

Ela diz reconhecer que as suas idéias podem ser um pouco fantásticas. Mas Tsukioka afirma que a disposição dos japoneses de aceitar a imaginação é uma dos pontos culturais fortes do país.

"Para os estrangeiros essas idéias podem parecer bizarras", acrescenta ela. "Mas, no Japão, elas podem tornar-se realidade". 
Fonte: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2007/10/20/ult574u7915.jhtm




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Bizarro... pssss... claaaaaro que não...

E se o cara tentar enfiar uma moedinha??  :hein:
 
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Rodion

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #1 Online: 20 de Outubro de 2007, 18:19:07 »
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #2 Online: 20 de Outubro de 2007, 21:05:34 »
Que nóia...

E pior que possivelmente essas tralhas custam tão caro que acabam atraindo o assaltante.

"_Saburo, olha aquela dona com bolsa da grife Sugiro Sakana"

"_Deve ter grana, vamos assaltar Nakano!"

"_Agora ela está vestida de máquina de Coca-cola.."

"_Melhor, assim não verá a gente se aproximar.."
 

Parece piada de portugues.

Offline Nightstalker

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #3 Online: 20 de Outubro de 2007, 21:06:30 »
Faz um pouco de sentido. No que se refere a evitar andar na rua com artefatos de alto valor financeiro.
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"Sunrise in Sodoma, people wake with the fear in their eyes.
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #4 Online: 20 de Outubro de 2007, 21:13:23 »
Faz um pouco de sentido. No que se refere a evitar andar na rua com artefatos de alto valor financeiro.

Falei em tom de piada, mas é o mais  funcional...não chamar atenção para não ser assaltado.

É claro que uma pessoa andando na rua com um monte de jóias e badulaques de grife vai chamar mais atenção que uma pessoa sem nada  chamativo..

Offline Nightstalker

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #5 Online: 20 de Outubro de 2007, 21:17:36 »
Aqui não convém nem andar com camiseta de colégio particular, colegas meus que costumam sair pela cidade após a aula sempre andam com camisetas por baixo.
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Offline Diegojaf

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #6 Online: 20 de Outubro de 2007, 21:18:17 »
Onde você estuda, night?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Nightstalker

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #7 Online: 20 de Outubro de 2007, 21:23:09 »
Conselheiro do Fórum Realidade.

"Sunrise in Sodoma, people wake with the fear in their eyes.
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #8 Online: 20 de Outubro de 2007, 21:26:50 »
Eu moro em São Paulo, em um bairro que fica apertado entre São Caetano do Sul que é uma cidade com um bom padrão  de vida e o favelão do Heliópolis, a maior favela de São Paulo.

Nunca fui assaltado, só ando na rua sem  relógio ou tenis de marca, celular velho caindo aos pedaços do modelo mais simples possivel.

Aqui  é questão de sobrevivencia mesmo.

Offline Südenbauer

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #9 Online: 20 de Outubro de 2007, 21:37:37 »
Os japas se superam...

rizk

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #10 Online: 21 de Outubro de 2007, 02:13:02 »
Eu moro em São Paulo, em um bairro que fica apertado entre São Caetano do Sul que é uma cidade com um bom padrão  de vida e o favelão do Heliópolis, a maior favela de São Paulo.

Nunca fui assaltado, só ando na rua sem  relógio ou tenis de marca, celular velho caindo aos pedaços do modelo mais simples possivel.

Aqui  é questão de sobrevivencia mesmo.

Eu grudei uns durex no meu MP3.... mesmo quando ainda não precisava :)

Quando se vive nessas áreas que têm muito assalto, tem que fazer assim mesmo. É o fim do mundo que a gente não possa usar as poucas coisas de valor que a gente tem, mas fazer O QUÊ?

Falando como paulistana que nunca foi vítima de roubo consumado, acho que o segredo é estar sempre ligado nos arredores. Não usar os dois fones de ouvido, não falar no celular no ponto de ônibus, e, principalmente, não ter vergonha de puxar a bolsa para a frente e de encarar as pessoas e de entrar em algum estabelecimento se tiver o sentimento, mínimo que seja, de estar em algum perigo.

Tive três experiências particulares com crime contra o patrimônio. A primeira foi em 1996, em que entraram na empresa do meu pai quando a gente estava lá, com emprego de arma, concurso de pessoas e restrição da nossa liberdade, e causaram um PUTA prejuízo; mas foi porque não tinha esquema de segurança nenhum, não tinha câmera, não tinha guardinha, iluminação pouca, e o pessoal era folgado e dava mole na porta.
2) no começo do ano, eu sozinha às 7h30 no ponto de ônibus, com sono e com os fones de ouvido, vi o moleque quando ele já estava bem perto, e só consegui ficar com o tênis porque o moço se convenceu de que não ia ser bom;
3) mês passado, o alarme do telefone começou a tocar na hora em que estava passando pela catraca e eu, imbecil e com sono, peguei ele, desliguei e guardei, mas não vesti a mochila ao contrário, no ônibus cheio de gente. Aí cheguei no trabalho e constatei o zíper aberto e a ausência de telefone e me fodi.

É TUDO falta de bom senso. Precauções mínimas, etc.

Offline Herf

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #11 Online: 21 de Outubro de 2007, 08:41:18 »
3) mês passado, o alarme do telefone começou a tocar na hora em que estava passando pela catraca e eu, imbecil e com sono, peguei ele, desliguei e guardei, mas não vesti a mochila ao contrário, no ônibus cheio de gente. Aí cheguei no trabalho e constatei o zíper aberto e a ausência de telefone e me fodi.
Eu me pergunto se ninguém percebe isso, ou então, se percebem, por que não fazem nada... Eu não conseguiria ficar parado numa situação assim, faria um escândalo, sei lá, partiria para cima do filho da puta...

Como você disse, é uma vergonha que tenhamos de tomar tais medidas para proteger as nossas coisas.  :x

Offline Herf

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #12 Online: 21 de Outubro de 2007, 08:52:06 »
E o pior de tudo é que, depois de sermos humilhados, roubados, agredidos, ainda percebemos que A CULPA É TODA NOSSA!!! O cara que que furta celular no ônibus, esfaqueia outro por causa de seu mp3 player é uma vítima desse sistema injusto! Sacou? Ele certo, nós errados? Sacou? Não?  :stunned:

"Enquanto isso, pessoas boas e honestas, que em suas terras têm uma consciência social e doam à caridade, circulam desavergonhadamente com iPods na cintura entre gente que teria que trabalhar vinte anos para comprar um. E, se eu tentasse explicar a eles a violência da situação, não entenderiam: ué, Alexandre, ¡mas comprei esse iPod com o meu dinheiro que ganhei honestamente!

Se não por empatia, poderiam deixar seus palmtops em casa por uma questão de segurança. Muitos pais de família (que enfrentam dificuldades que o pessoal de Shithole, Wyoming, nunca nem ouviu falar) poderiam ficar seriamente tentados a dar uma facada no bucho de um desconhecido insensível para garantir três anos de alimentação para os seus filhos. ¿E quer saber? Se conseguir fazê-lo sem ser capturado, dou o maior apoio. Olho pro outro lado e finjo que não vi."

http://radicalrebelderevolucionario.blogspot.com/2007/06/os-turistas-suas-roupas-e-apetrechos.html

que NOJO...  :x :nojo: :x

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #13 Online: 21 de Outubro de 2007, 09:30:57 »
3) mês passado, o alarme do telefone começou a tocar na hora em que estava passando pela catraca e eu, imbecil e com sono, peguei ele, desliguei e guardei, mas não vesti a mochila ao contrário, no ônibus cheio de gente. Aí cheguei no trabalho e constatei o zíper aberto e a ausência de telefone e me fodi.
Eu me pergunto se ninguém percebe isso, ou então, se percebem, por que não fazem nada... Eu não conseguiria ficar parado numa situação assim, faria um escândalo, sei lá, partiria para cima do filho da puta...

Como você disse, é uma vergonha que tenhamos de tomar tais medidas para proteger as nossas coisas.  :x

As pessoas percebem sim, mas tem medo de tomar uma atitude porque tem de usar a mesma condução todo santo dia no mesmo horário.É comum quando se faz isso, ver as mesmas pessoas dentro do onibus durante a semana.

Aqui em SP, certa vez um motorista  passou por um  ponto sem parar porque o onibus estava superlotado em época de greve,  quando passou pelo mesmo ponto  na segunda  viagem, um cara que tinha feito sinal de parada e foi ignorado estava lá, armado esperando o motorista que levou três tiros por ter passado sem parar.

É por isso que as pessoas tem medo de tomar uma atitude .

Offline Adriano

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #14 Online: 21 de Outubro de 2007, 12:44:02 »
3) mês passado, o alarme do telefone começou a tocar na hora em que estava passando pela catraca e eu, imbecil e com sono, peguei ele, desliguei e guardei, mas não vesti a mochila ao contrário, no ônibus cheio de gente. Aí cheguei no trabalho e constatei o zíper aberto e a ausência de telefone e me fodi.
Eu me pergunto se ninguém percebe isso, ou então, se percebem, por que não fazem nada... Eu não conseguiria ficar parado numa situação assim, faria um escândalo, sei lá, partiria para cima do filho da puta...

Como você disse, é uma vergonha que tenhamos de tomar tais medidas para proteger as nossas coisas.  :x
E a reação é uma das atitudes que causam mais violência ou mortes. E acho uma grande burrice as pessoas morrerem para proteger bens pessoais. Isso é muito noticiado. Por isso uma das medidas de segurança é não reagir.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.


rizk

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #16 Online: 21 de Outubro de 2007, 18:21:27 »
1) Alguém me passa estatísticas confiáveis de reação, porque pelas minhas contas pessoais é a melhor coisa a fazer.

2) Acho que ninguém percebe mesmo, porque os ônibus são MUITO cheios. Eu nunca vi, e certamente já aconteceu.

3) Shithole, Wyoming :histeria:
Eu também acho que não tem que sair esbanjando, e o diabinho está me dizendo que turista burro e o Luciano Huck têm mesmo é que se foder. Agora, ruim é quando pegam uma pessoa que é sua "vizinha", que mora no mesmo bairro e vive tão mal quanto você. Eu cá não consigo me convencer que é "distribuição de renda".
Pegar a porra do meu telefone que eu nem tinha acabado de pagar pode até ser, mas não o telefone das moças que moram lá no cu da zona sul e trabalham e estudam e têm 3 filhos, sabem.

4) Ow, BB, deviam inventar o BOLSA-SYSTEM: "esta bolsa está sendo roubada!!!" :histeria:

Offline Adriano

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #17 Online: 21 de Outubro de 2007, 18:45:10 »
1) Alguém me passa estatísticas confiáveis de reação, porque pelas minhas contas pessoais é a melhor coisa a fazer.

Existem bons argumentos para isso:

Citar
Quando o assaltante saca uma arma, o que ele menos deseja é conversar. O mais provável é que esteja nervoso diante da vítima, exija obediência imediata e demonstre vontade de desaparecer rapidamente, antes de ser notado por eventuais testemunhas. O criminoso não costuma ter um grau razoável de instrução e muito menos bom senso. Pode estar embriagado ou drogado. Para piorar, é possível que deixe transparecer sentimentos que misturam revolta pela sua condição social, inveja e ao mesmo tempo a superioridade característica daqueles que empunham armas. Especialistas e policiais recomendam que jamais se deve reagir a um assalto. Mas apenas isso não basta para escapar com vida. Tentar conversar também envolve perigo. Você pode aumentar a irritação do ladrão e agravar o risco. Tentar fugir pode ser o que faltava para uma agressão ou um tiro. Além disso, gestos bruscos podem ser interpretados como uma tentativa de reação ou de fuga. Recomenda-se que todos os movimentos sejam lentos e avisados com antecedência. Você pode tentar memorizar o rosto de seu algoz, para depois tentar auxiliar no retrato falado. Mas tome o cuidado de não encará-lo diretamente. Numa situação como essa, não há o que fazer. Não tente bancar o herói.

http://veja.abril.com.br/especiais/seguranca/p_037.html


Citar
O latrocínio (roubo seguido de morte) registrou a maior queda dos últimos 10 anos: foram 23 casos na Capital no 3º trimestre de 2005. Isto significa que, quando comparado ao mesmo período do ano passado, houve uma redução de 31 casos. Este crime representa 0,07% do total de roubos. Também pela primeira vez, em uma década, os furtos em todo o Estado reduziram: foram 2.516 a menos do que no 3º trimestre do ano passado.

http://www.ssp.sp.gov.br/home/noticia.aspx?cod_noticia=4618

A quantidade de latrocínios é pouca estatísticamente, mas sem dúvida é relacionada a reações inadequadas.
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Offline Herf

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #18 Online: 21 de Outubro de 2007, 20:05:11 »
Eu também acho que não tem que sair esbanjando, e o diabinho está me dizendo que turista burro e o Luciano Huck têm mesmo é que se foder. Agora, ruim é quando pegam uma pessoa que é sua "vizinha", que mora no mesmo bairro e vive tão mal quanto você.
Com uma mentalidade dessas, o povo deste país tem mesmo é que se foder...

Não, não tem jeito mesmo isso aqui...

rizk

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #19 Online: 22 de Outubro de 2007, 19:51:12 »
Eu também acho que não tem que sair esbanjando, e o diabinho está me dizendo que turista burro e o Luciano Huck têm mesmo é que se foder. Agora, ruim é quando pegam uma pessoa que é sua "vizinha", que mora no mesmo bairro e vive tão mal quanto você.
Com uma mentalidade dessas, o povo deste país tem mesmo é que se foder...

Não, não tem jeito mesmo isso aqui...
Ah, não se foda o povo deste país em razão de uma opinião tão singela quanto a minha. Procedure, se não for abuso, explique-nos por que você AINDA não emigrou.

Offline Herf

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #20 Online: 22 de Outubro de 2007, 21:04:18 »
Infelizmente, a sua opinião acerca da não-imoralidade em cometer certos crimes contra pessoas de poder aquisitivo mais alto, essa maldita moral de cuecas classista que impera entre a deprimente intelligentsia brasileira, é partilhada por muuuita gente mais...

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explique-nos por que você AINDA não emigrou.
Grana.

Offline Fabi

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #21 Online: 22 de Outubro de 2007, 21:58:26 »
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Pregador

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #22 Online: 23 de Outubro de 2007, 09:17:14 »
Infelizmente, a sua opinião acerca da não-imoralidade em cometer certos crimes contra pessoas de poder aquisitivo mais alto, essa maldita moral de cuecas classista que impera entre a deprimente intelligentsia brasileira, é partilhada por muuuita gente mais...

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explique-nos por que você AINDA não emigrou.
Grana.

Mimi que me perdoe, mas o Procedure tem total razão.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Adriano

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Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #23 Online: 23 de Outubro de 2007, 10:31:56 »
Infelizmente, a sua opinião acerca da não-imoralidade em cometer certos crimes contra pessoas de poder aquisitivo mais alto, essa maldita moral de cuecas classista que impera entre a deprimente intelligentsia brasileira, é partilhada por muuuita gente mais...
Assim como acontece com os menos possuídos. Vi um monte de gente dizendo que tem que entrar na favela e matar mesmo. Se for numa festa de bacana onde rola solta as drogas, como nas raves a situação se inverte. O senso moral aparece.

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

rizk

  • Visitante
Re: Para impedir os crimes de rua no Japão, não se vista como uma vítima
« Resposta #24 Online: 27 de Outubro de 2007, 19:23:22 »
Infelizmente, a sua opinião acerca da não-imoralidade em cometer certos crimes contra pessoas de poder aquisitivo mais alto, essa maldita moral de cuecas classista que impera entre a deprimente intelligentsia brasileira, é partilhada por muuuita gente mais...

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explique-nos por que você AINDA não emigrou.
Grana.

Mimi que me perdoe, mas o Procedure tem total razão.
Gentes, não foi à toa que eu escrevi que a opinião estava sendo inspirada pelo "diabinho". Entendo E concordo com vocês, RACIONALMENTE.
Mas é a culpa burguesa que impele a gente a ter dor na consciência - e, no que concerne à intelligentsia brasileira comunistóide, acreditar que fazer um mea culpa público nos limpa do pecado de sermos pequeno-burgueses, em vez de nós mesmos coletivizarmos os nossos bens. É maior fácil dizer que o problema do brasil é a desigualdade, é uma pequena concessão que se faz aos pobres, mas na hora de fazer acontecer, a gente tem essas ONGs retardadas.

E, enfim, eu tenho direito à opinião, por imbecil que seja. Parece-me que roubar um rico é menos condenável moralmente que roubar um pobre SIM, apesar de achar que moral é como cu (no sentido de "cada um ter o seu" E TAMBÉM no sentido de "daí só sair merda") e me ressentir por a lei não ser aplicada de forma igual a todas as pessoas, do jeitinho que me prometeram.

 

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