Depende muito de como você define "ceticismo" e "ateísmo". Por exemplo, se considerar o ceticismo como a ausência de qualquer tipo de crença, um teísta não pode ser considerado cético em nenhuma hipótese. Um agnóstico vá lá mas um teísta não.
O ceticismo é uma postura e mesmo os céticos tem crenças, apenas são "justificadas" e eles se mantém sem "apego" a elas.
O pirronismo (ceticismo filosófico) é o que está mais próximo dessa idéia de crença 0.
Já o ceticismo científico, usa a ciência como base, o que já é uma acertiva, pois a ciência se baseia em um método e o próprio pode levar a um resultado errado.
Se o cético não acredita em "nada", então não pode acreditar na própria ciência... poderiam ser todos robôs de outra dimensão que estão a enganar a pessoa.
Quanto a teístas, podem ser céticos mesmo "acreditando" em Deus, só não seriam céticos a isso, assim como não são céticos quanto a realidade das pessoas, do mundo e da ciência.
Em todo resto, manteriam-se em uma postura cética.
Depois, um teísta não precisa nem dessa crença, por exemplo, um ele pode "conhecer" a existência de Deus, não precisa "acreditar" nisso.
O ceticismo ainda tem alguns tipos, como certos ceticismos filosóficos e o ceticismo científico.
A postura cética no geral, se refere ao cultivo de uma duvida critica, neutra e uma postura investigativa.
É preciso no entanto tomar cuidado para não cair em dogmatismo.
Esqueça os tipos de ceticismo. O que vale na prática é o ceticismo científico. Toda vez que alguém aqui fala em ceticismo, está se referindo ao ceticismo científico, a menos que especifique o contrário.
E não existe dogmatismo no ceticismo científico. Ciência tem regras e o não-cumprimento delas tira a credibilidade de qualquer argumento.
Só que o ceticismo científico não afirma que aquilo que não é cientificamente comprovado, é necessariamente irreal e não pode ser "conhecido" por ninguém.
Do contrario a ciência não adquiriria conhecimento novo.
Os cientistas, ao contrario dos simples "negadores", investigam o assunto por meios científicos para saber exatamente do que se trata.
Não importa o quanto os criacionistas neguem a teoria da evolução: eles nunca estarão certos enquanto não usarem o método científico. O método científico tem credibilidade. Ele funciona. É com ele que chegamos à tecnologia, ao conhecimento que temos hoje.
Não é bem assim.
Nosso conhecimento está longe de ser apenas fruto da ciência, inclusive o conhecimento tecnologico.
A questão não é se a ciência é uma boa fonte de conhecimento, e sim se é a ÚNICA fonte.
Alguns chama isso de ceticismo dogmático, eu chamaria de negação dogmática e de uma postura tipicamente "crente".
Assim como um ateu pode se recusar a ler argumentos e idéias religiosas e ainda assim negar tudo o que está lá.
Como eu disse, o método científico tem credibilidade: um ateu não precisa ficar questionando os cientistas a todo momento para ter certeza de que a evolução existe mesmo ou que a gravidade não vá sumir de uma hora para outra.
Outro engano.
A historia da ciência é a historia dos enganos, justamente por isso ela é tão boa.
Depois, a ciência diz o que não existe, nem o que não pode acontecer de forma tão genérica.
Ela não diz que telepatia, alma, ETs e outras coisas não existem.
Talvez a gravidade possa simplesmente ser anulada por outra força que foi desencadeada por um outro evento, talvez a gravidade possa ser burlada pelo "poder da mente", etc... A ciência não faz afirmativas de que isso é impossível, ala apenas diz como as coisas parecem ser e funcionar no momento, mas amanhã tudo pode mudar ou podemos encontrar meios de contornar certas coisas.
O mesmo não acontece com as religiões, com os misticismos, com as evidências anedóticas sobrenaturais… Elas carecem de resultados, não permitem que o ouvinte tente por si próprio obter as respostas, etc.
Muito pelo contrario, a iluminação, por exemplo. pode ser verificada por qualquer um, cientistas mesmo vem estudando a meditação e praticantes da religião, como os monges.
Uma pessoa tem o direito de ignorar algo que a ciência não explica ou não possui resposta. Há mais o que fazer do que perder tempo testando todas as hipóteses possíveis para todas as coisas inventadas ou crenças. Se há algo real, isso vai aparecer pelo método científico mais cedo ou mais tarde.
Talvez, se o método científico for capaz de evidenciar isso, mas dada a dificuldade, isso provavelmente deve levar muitos séculos.
Até lá, nada impede que alguém saiba sobre isso muitos antes da ciência conseguir provar, usando o meio mais adequado para isso, que é a investigação direta através da pratica religiosa.
Eis a questão, existe uma GRANDE diferença entre algo não ser cientificamente comprovado ou ser uma "crença".
O dogmatismo também costuma eleger uma fonte de conhecimento como a única valida, como a bíblia ou a ciência.
Vai tentar desmerecer a ciência? Depois de tantas respostas reais, de um método de respostas que funciona e de tudo que pudemos construir com aquilo que aprendemos? Boa sorte, pois vai precisar.
Quem está desmerecendo a ciência cara pálida?
Ninguém, mas isso não muda o fato de que é dogmatismo achar que a única fonte de conhecimento é a ciência.
Isso é desconhecer o que significa conhecimento e ciência.
Teístas crentes e dogmáticos, já levantaram hipóteses como "o diabo a nos enganar" caso olhassem pela luneta.
Diziam que mesmo se olhassem por ela e os tais planetas pudessem ser vistos, poderia ser apenas uma ilusão criada pelo "diabo", então nem ao menos precisavam olhar pela luneta para saber que aquilo era falso, afinal, a bíblia nada falava sobre isso.
Ateus crentes e dogmáticos podem dizer:Eu não preciso olhar através da iluminação para saber que aquilo é uma ilusão, pois a ciência nada fala sobre isso, e mesmo que vejam algo, pode ser apenas uma ilusão mental, um delírio.
O raciocínio é idêntico, assim como o dogmatismo.
Criou um Espantalho. Aposto que vai surrá-lo.
Não importa o que você faça: grite, chore, berre, manhe, prenda a respiração… Sem evidências, não temos a menor obrigação de considerar o que você diz como verdade.
Espantalho nenhum... o raciocínio é idêntico e isso é inegável.
Depois, ninguém está dizendo para "acreditar" em nada, apenas mostrando o porque não podem "negar" e querer dizer o que o outro conhece ou não, muito menos dizer que o outro se baseia em "crenças" e que deve ignorar todas as evidencias que conhece, enquanto aguarda pelo "relato" de cientistas dizendo que comprovaram a mesma coisa.
Essa é a questão.
Você é incapaz de nos mostrar que sua experiência divina é algo comprovadamente diferente de um ataque esquizofrênico. Você é incapaz de exportar a sua experiência pessoal ao mundo real. Isto deveria te dizer alguma coisa se você fosse cético de verdade.
E diz...
Diz que a ciência se baseia em um método não tão eficiente para se estudar esse assunto, diz que o que chamamos de algo cientificamente "provado", é algo que foi comprova por cientistas que "relatam" isso.
Você também não pode "provar" a um analfabeto que a terra gira em volta do Sol e não o contrario, assim como não pode "provar" muita coisa, pra quem não "acreditar" no relato dos cientistas.
Nada disso muda o fato de que a pessoa pessoalmente pode estudar o assunto e comprovar o fato.
É justamente aqui que entra o dogmatismo.
Você não precisa "acreditar" no meu "relato", mas não pode "acreditar" em hipóteses como "ilusão", se não a falseou, muito menos achar que o correto, é que eu ignore todas as evidencias, só porque você as desconhece.
A posição do cético que desconhece isso, é não acreditar, mas não negar a possibilidade.
A posição do cético que CONHECE isso, como eu conheço, é justamente a minha posição, pois ignorar tudo o que sei, seria como ignorar o conhecimento científico que tenho...
Seria uma tremenda falta de bom senso ignorar tudo o que sei, e ficar apenas esperando o "relato" de cientistas, para então "acreditar" neles.
Esse ponto é fundamental.
Se algo existe, esse algo afeta a realidade. E mais de uma pessoa irá notar. E elas poderão obter a mesma evidência novamente se o evento ocorrer de novo e da mesma maneira.
Pois é... isso é justamente o que ocorre.
Por isso tantas pessoas ensinam a mesma coisa, falam a mesma coisa e praticam a mesma coisa.
Por que então você não nos mostra o que você quer nos provar, de maneira que não precisamos ficar modificando nosso grau de sanidade vigília?
A pratica religiosa é justamente isso.
Primeiro você estuda.
Depois você pratica para treinar a mente.
Depois você estuda mais um pouco e vai observado os fatos para corrigir enganos de interpretação.
Então você finalmente entende e vê.
É o mesmo processo para se poder ver que a terra é quem gira em torno do Sol.
Você tem que aprender a ler, depois estudar matemática, treinar o que está estudando, para treinar a mente a compreender o raciocínio matematico, depois observa o movimento dos astros, os anota e faz os cálculos. Pronto, vai pode ver que a terra é quem gira.
Do contrario só vai poder ver é o Sol girando em torno da terra ao olhar pro céu.
Se você quiser ver o que eu estou falando, vai ter que passar por um processo semelhante.
Vai ter que estudar, treinar a mente e observar.
Pessoas falam sobre isso e ensinam como proceder para ver isso, algo totalmente OBJETIVO, há milênios.
A ciência obviamente é bem diferente da bíblia, uma é uma coleção de livros, enquanto a outra uma coleção de ciências, onde cada ciência tem uma coleção de especialidades e em cada uma delas encontramos uma coleção de livros.
Isso pode fazer a pessoa achar que é "muito" diferente uma coisa e outra, pois a ciência é muito diferente da bíblia...
A questão é que em um ponto, ambas são iguais.
Nenhuma das duas possui todo o conhecimento, sendo que existe uma quantidade infindável de coisas reais e verificáveis, que não estão presentes em nenhuma das duas, assim como algumas coisas estão presentes em uma, mas não na outra.
E daí? Ciência é um meio e não um fim. A ciência não tem as respostas: ela traz as respostas. Ela não se diz a detentora da verdade suprema, e sim um método para se adquirir o máximo de conhecimento possível.
Se tem algo a acrescentar, use o método científico. A ciência agradece o esforço.
E daí?
Eu por acaso disse que a ciência se diz dona da verdade?
Não... isso que você falou nada tem a ver com o assunto.
A questão é, a ciência não conhece tudo e tem gente que conhece aquilo que a ciência AINDA desconhece.
Só que os dogmáticos afirmam que se a ciência desconhece, então é crença e baboseira, delírio.
O ceticismo científico é uma ferramenta que ajuda a manter a ciência relativamente livre de crenças e superstições, mas deve ser usado com cautela ao tentar julgar o mundo com base nele, principalmente nos casos onde a ciência não tem muito o que dizer sobre o assunto. Não se pode fugir a neutralidade e de preferência, deve usar de um ceticismo mais filosófico para apoiar o científico, além de procurar reconhecer nas ciências aquilo que é menos confiável e também deve ser submetido a postura cética, por entrar em um campo mais próximo dos questionamentos filosóficos.
Nhéééé! Errado!
O ceticismo científico é simplismente a peneira que separa o que é real do que não é. Não existe excesso: o máximo que pode existir é erro de aplicação. Se acha que o ceticismo foi mal aplicado, mostre os erros ao invés de dizer que devemos abandoná-lo.
E quando eu disse que alguém deve abandonar o ceticismo científico?
Eu mesmo uso do ceticismo científico.
O problema está justamente no uso, o ceticismo científico não diz, por exemplo, que a telepatia não existe, diz apenas que isso deve ser provado cientificamente, o que não impede alguém de conhecer isso, antes de ser provado.
O ceticismo não separa o real do imaginário, pois ele não diz o que é real e o que não é, ele apenas diz que algo deve passar pelo crivo científico antes de ser aceito como algo VEROSSÍMIL o bastante para ser acreditado.
Aliás, quanto mais você posta, mais se parece com um daqueles religiosos que falam que somos fechados ao amor de Jesus Cristo. Fala que devemos abandonar nosso ceticismo e abraçar a crença com força. Aqui não, João.
Pois é, João... um curso de interpretação de textos não te faria mal.
Alías, distorcer o que eu falei já demonstra que está sendo tendencioso ao ler o texto, influenciado certamente por crenças pré concebidas quanto ao assunto.
1 - Não falei pra ninguém abandonar o ceticismo.
2 - Não falei pra ninguém acreditar em nada.
3 - Não desmerecia a ciência em nenhum momento.
4 - Não apresentei nenhuma evidencia anedota sobre nada.
Se você "interpretou" que eu fiz qualquer uma dessas coisas, então não entendeu direito o que foi dito por mim.
O que eu fiz foi apenas "argumentar" sobre o que é o posicionamento cético e sobre como pessoas diferentes, podem saber diferentes coisas, sendo que só por algo não ser provado cientificamente, não significa que não possa ser conhecido, nem que quem conheça isso esteja fugindo ao ceticismo.