Os céticos não tem um tipo de obrigação filosófica de duvidar de tudo, só porque são "céticos". É um dos problemas desse "rótulo", não é raro pensarem que é algum tipo de pirronismo fanático, que vai duvidar do número do próprio RG, da própria mãe nã ser a mãe mesmo mas uma impostora sósia (e disso também, claro), etc. Não é nada disso.
Os céticos podem fazer tanto "críticas" construtivas quanto "destrutivas". Eu acho que só se fala de crítica destrutiva quanto aos sentimentos de alguém, algo que "não existe" em ciência. No sentido que, mesmo que a teoria da pessoa seja destruída por uma crítica, a crítica foi na verdade construtiva, se cientificamente válida. Não é como arte, em que teoricamente se poderia ficar elogiando "abordagens" diferentes, todas como igualmente válidas, e dizer que só prefere uma a outra por gosto pessoal. Ciência não é assim.
Em muitos casos, só se pode mesmo refutar umas teorias mais do que outras, e daí vai resultar uma que é mais provável. O "cético" pode sim considerar que uma é mais provável, e aceitar essa como sendo provavelmente realidade. Não deixa de ser cético por isso, só se tornaria "crédulo" se diante de um monte de evidências escancaradas contra essa maior probabilidade, ou a favor da maior probabilidade de uma hipótese alternativa, continuasse mantendo isso, negando as evidências.
Quanto a teorias sobre origem da vida, praticamente todas são "abiogênese", mesmo a "teoria" criacionista, a menos que fosse um criacionismo que dissesse que algum deus criou a vida sem ser a partir de matéria não vida, mas ainda poderia haver alguma discussão semântica quanto a qualquer criação, mesmo a partir do nada, poder contar como "abiótica", já que o "nada" também não é vida, para poder ser uma "biogênese". Hipótese heterotrófica também é abiogênese, e panspermia também pode ser/incluir. Geralmente é o que ocorre; só não ocorre para os (poucos) que consideram que o universo nunca teve início, nem a organização material que chamamos de "vida", ambos existiram eternamente.