Autor Tópico: O absurdo existe  (Lida 3270 vezes)

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Offline cognitivo

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O absurdo existe
« Online: 24 de Novembro de 2007, 16:46:10 »
Argumento de muitos ateus: Deus é absurdo, logo Deus não existe.
No entanto, conheço algo que é absurdo e existe.
A consciência é absurda. É algo absurdo; como pode um conjunto de moléculas, agregadas como num jogo Lego, um conjunto de células trocando sinais químicos e elétricos, células essas que renovam a sua propria matéria ao longo dos anos (nossos neuronios não são formados pelas mesmas moleculas de quando tinhamos 8 anos de idade), ser consciente e sofrer sensações?
A consciência não é algo inerente a uma matéria específica. Ela é inerente à estrutura cerebral, à troca de informações entre os neurônios. Como é que uma simples troca de informações, ou um efeito dessa troca, como sugerem algumas teorias, pode fazer surgir um ser consciente?
Se ela é o resultado da troca de informações, então ela tem de estar contida em um meio. Tem de haver uma espécie de "hardware" que suporte esse "software" que é a consciência.
Quando falo de consciência, estou falando dessa propriedade "fantasmagórica" da matéria de "sofrer" sensações. Está aí: é você! Não importa se ela é o resultado de processamentos cerebrais, ela existe! E não pode ser explicada simplesmente com os nossos bizarros modelos da matéria. Como é que a matéria desperta para o mundo? Nem a tão esperada teoria final da física, que explicaria todas as forças da natureza, sequer sonha em explicar porque a consciência surge em aglomerados orgânicos baseados em carbono como os nossos.
Muitos materialistas não gostam das palavras fantasma, alma e espírito. Mas o fato é que existe algo de fantasmagórico no cérebro, algo que sofre e sente prazer, e essas palavras ao menos identificam esse elemento misterioso que está presente nele. Ainda que seja uma propriedade deconhecida da materia, ainda que seja um efeito desconhecido dela, ainda assim é algo incrível, espetacular, absurdo. Não gostou da palavra? A-b-s-u-r-d-o. Pela caridade, está na sua cara. Você está consciente, não está? Dizer que a consciência não é um mistério é uma falta de profundidade. E a ciência ainda não faz a menor idéia de como ela surge; o que existem ainda são teorias especulativas atiradas a esmo, ou conhecimentos sobre os processamentos cerebrais que levam à consciencia.

Offline PedroAC

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Re: O absurdo existe
« Resposta #1 Online: 24 de Novembro de 2007, 17:14:28 »
Olá, cognitivo.
Há um tópico para apresentações no Papo Furado ;)

A consciência é absurda. É algo absurdo; como pode um conjunto de moléculas, agregadas como num jogo Lego, um conjunto de células trocando sinais químicos e elétricos, células essas que renovam a sua propria matéria ao longo dos anos (nossos neuronios não são formados pelas mesmas moleculas de quando tinhamos 8 anos de idade), ser consciente e sofrer sensações?
Consciência é um conceito abstracto. Muitos metafísicos têm a tendência de confundir o concreto com o abstracto - que é uma falácia.
Por exemplo, software é abstracto, ao contrário do hardware. Não posso dizer que o software existe do mesmo modo que existe hardware (o primeiro caso é apenas uma ideia produzida por um programador, que pode ser representada de diversas formas: em código de programação, orifícios em dispositivos de armazenamento, em sinais eléctricos, em execução no monitor, etc.).

É possível criar uma máquina com consciência. Se uma máquina tiver uma representação de si mesma na memória, premitindo reagir de acordo com o que conhece sobre si mesma, então tem auto-consciência. Do mesmo modo, se tiver representações de entidades exteriores, permitindo reagir de acordo com esse conhecimento, com a ajuda de sensores, tem consciência do exterior.

Quando falo de consciência, estou falando dessa propriedade "fantasmagórica" da matéria de "sofrer" sensações.
Mas o fato é que existe algo de fantasmagórico no cérebro, algo que sofre e sente prazer, e essas palavras ao menos identificam esse elemento misterioso que está presente nele. Ainda que seja uma propriedade deconhecida da materia, ainda que seja um efeito desconhecido dela, ainda assim é algo incrível, espetacular, absurdo.
As máquinas com sensores também têm essa propriedade fantasmagórica.
Podes achar paradoxal, um absurdo ao senso-comum, mas se não há magia alguma. Muitas coisas são meramente ferem o senso-comum, como a Teoria dos Conjuntos, o Teoria da Relatividade e até o Heliocentrismo (pelo menos na Idade Média).
Se surgirem andróides, haverá um preconceito em relação a eles como inferiores, terão eles também espírito ou a explicação para eles pode afinal ser a mesma para a nossa?

Muitos materialistas não gostam das palavras fantasma, alma e espírito.
São também termos usados por cientistas materialistas para designar outros conceitos.
Não tenho qualquer problema em usar esses termos em diversas situações. O "espírito de uma ideia" é o propósito original dessa ideia; fantasma pode designar uma anormalidade devido a um rastreio; alma significa vida, e era assim que os hebreus entendiam (nesse caso, sendo espírito e corpo).

Abraços.
Pedro Amaral Couto
 http://del.icio.us/pedroac/pedroac
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 http://crerparaver.blogspot.com

"Tudo o que podemos fazer é pesquisar a falsidade do conteúdo da nossa melhor teoria" -- Karl Popper
"Se um ser humano discorda de vós, deixem-no viver" -- Carl Sagan
"O problema com este mundo é que os estúpidos estão seguros de si e os inteligentes cheios de dúvidas" -- Bertrand Russell

Offline cognitivo

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Re: O absurdo existe
« Resposta #2 Online: 24 de Novembro de 2007, 17:56:27 »
Olá PedroAC.
Valeu pela dica do papo furado ;)

Consciência é um conceito abstracto. Muitos metafísicos têm a tendência de confundir o concreto com o abstracto - que é uma falácia.
Por exemplo, software é abstracto, ao contrário do hardware. Não posso dizer que o software existe do mesmo modo que existe hardware (o primeiro caso é apenas uma ideia produzida por um programador, que pode ser representada de diversas formas: em código de programação, orifícios em dispositivos de armazenamento, em sinais eléctricos, em execução no monitor, etc.).
Ok, mas eu me apressei em explicitar no texto que me refiro como consciência à estranha propriedade da matéria (se é que é uma propriedade da matéria) de sofrer sensações, sentir dor e prazer - não estou falando apenas dos fenômenos bioquímicos.
Se isso for um conceito abstrato, pois que seja, é só uma questão linguística. Não posso dizer que essa consciência existe da mesma forma que o cérebro existe, mas ainda assim posso dizer que ela existe, pois eu estou sentindo o teclado nos meus dedos.

É possível criar uma máquina com consciência. Se uma máquina tiver uma representação de si mesma na memória, premitindo reagir de acordo com o que conhece sobre si mesma, então tem auto-consciência. Do mesmo modo, se tiver representações de entidades exteriores, permitindo reagir de acordo com esse conhecimento, com a ajuda de sensores, tem consciência do exterior.
Você quer dizer que uma máquina artificial vai sentir dor e prazer apenas porque ela vai "reagir de acordo com o que conhece sobre si mesma" ou se "tiver representações de entidades exteriores, permitindo reagir de acordo com esse conhecimento, com a ajuda de sensores"? Se sua resposta for sim, como você tem certeza disso?

As máquinas com sensores também têm essa propriedade fantasmagórica.
Podes achar paradoxal, um absurdo ao senso-comum, mas se não há magia alguma. Muitas coisas são meramente ferem o senso-comum, como a Teoria dos Conjuntos, o Teoria da Relatividade e até o Heliocentrismo (pelo menos na Idade Média).
Se surgirem andróides, haverá um preconceito em relação a eles como inferiores, terão eles também espírito ou a explicação para eles pode afinal ser a mesma para a nossa?
A teoria da Relatividade pode até ferir o bom-senso, mas isso não torna menos estranha o mistério da consciência. Para mim, continua absurda a idéia da matéria despertar para o mundo. Quanto aos andróides, não sei se eles chegarão a ser conscientes, mas se eu tivesse a oportunidade perguntaria a um deles ele se ele sente dor ou prazer pra ver o que ele responderia.

São também termos usados por cientistas materialistas para designar outros conceitos.
Não tenho qualquer problema em usar esses termos em diversas situações. O "espírito de uma ideia" é o propósito original dessa ideia; fantasma pode designar uma anormalidade devido a um rastreio; alma significa vida, e era assim que os hebreus entendiam (nesse caso, sendo espírito e corpo).
Ok, mas você entendeu a que estou me referindo quando falo "alma" ou "fantasma". Mais uma vez, é só uma questão de vocabulário. E é justamente o sentido de "alma" a que estou me referindo, que não vou tentar definir aqui, que incomoda os materialistas.

Abraços

Offline PedroAC

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Re: O absurdo existe
« Resposta #3 Online: 24 de Novembro de 2007, 18:48:42 »
Se isso for um conceito abstrato, pois que seja, é só uma questão linguística. Não posso dizer que essa consciência existe da mesma forma que o cérebro existe, mas ainda assim posso dizer que ela existe, pois eu estou sentindo o teclado nos meus dedos.
Se for algo abstracto, então não passa de uma generalização que fazemos, como na Matemática.
Ter consciência do teclado é ter uma representação na memória acerca dele, permitindo conhecer como é, como funciona, onde está, como se sente ao tocá-lo, etc e interargir com ele. Através dos sentidos temos consciência de nós próprios e do que está ao redor, mas não é a mesma coisa.

Se fosse isso, bastava receber impulsos nervosos para sentirmos algo, sem armazenar informação na memória nem manipulá-la ao longo do tempo, para termos aquilo que chamamos consciência. A consciência é algo muito mais complexo de implementar do que isso.

Você quer dizer que uma máquina artificial vai sentir dor e prazer apenas porque ela vai "reagir de acordo com o que conhece sobre si mesma" ou se "tiver representações de entidades exteriores, permitindo reagir de acordo com esse conhecimento, com a ajuda de sensores"? Se sua resposta for sim, como você tem certeza disso?
Como sabe que eu e os outros ao redor também sentem? :p
Sou programador informático, e tenho interesse na Inteligência Artificial.  :hihi:

A teoria da Relatividade pode até ferir o bom-senso, mas isso não torna menos estranha o mistério da consciência.
É isso que estou a dizer. São igualmente ideias estranhas para a maioria (senso-comum), mas não são mágicas.

Para mim, continua absurda a idéia da matéria despertar para o mundo. Quanto aos andróides, não sei se eles chegarão a ser conscientes, mas se eu tivesse a oportunidade perguntaria a um deles ele se ele sente dor ou prazer pra ver o que ele responderia.
" Making Robots Conscious of their Mental States"
http://www-formal.stanford.edu/jmc/consciousness/consciousness.html

Isaac Asimov - o autor de "Eu, robot" - já explorou muito a ideia de máquinas conscientes. Foi ele que teve a ideia de impor determinadas directrizes para que não se tornem perigosos (algo como no Robocop). No "Eu, robot" apresenta um robot que sonha.

Já participei num colóquio numa cadeira de Inteligência Artificial sobre o senso-comum. Existe uma máquina que para traduções de texto - não um mero substituidor de palavras, mas uma que tenha senso-comum para decidir como traduzir -, que está a aprender a fazer traduções com vários exemplos, provavelmente com o recurso de Redes Neuronais.

Quanto aos sentidos, na práctica é muito fácil. "Sensores" não é um nome por acaso. Os robots têm sensores, e por isso têm sentidos, e até mais apurados do que nós. A questão é eles terem consciência dos sentidos. Aliás, o modo como percebemos os nossos sentidos dependem da nossa experiência com o que os associamos às nossas experiências. É assim que funciona as fobias e taras.

Por exemplo, se tiverem sensores para o tacto que permita sentir um calor excessivo, perceberem o que sentiram, reagirem a isso e aprenderem com a situação. Uma generalização de situações semelhantes é aquilo que chamamos de consciência, o que permite terem empatia, remorsos, etc. Acho que seria interessante até usar máquinas para tentar reproduzir a psique humana, para provar ou refutar teorias, e compreender-nos.

Ok, mas você entendeu a que estou me referindo quando falo "alma" ou "fantasma". Mais uma vez, é só uma questão de vocabulário. E é justamente o sentido de "alma" a que estou me referindo, que não vou tentar definir aqui, que incomoda os materialistas.
Confesso que eu próprio quis que tivesses sensibilidade nas questões de semântica, ao responder a "não gostam das palavras".  :hihi: Num tópico sobre Cepticismo falei sobre o assunto acerca de bom-senso nos debates.
Posso não acreditar que existam fantasmas ou espíritos, mas gosto tanta desses termos como duendes, fadas, Papai Noel, bicho papão, unicórnio, etc. "Não gostar" significa não admitir que existem?

Abraços
Pedro Amaral Couto
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Offline Raphael

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Re: O absurdo existe
« Resposta #4 Online: 24 de Novembro de 2007, 21:10:04 »
Argumento de muitos ateus: Deus é absurdo, logo Deus não existe.

Meu Deus, meu Deus, meu Deus!!!!! :D

Parei aqui...Não há como discutir meios práticos de indagações quando alguém começa com esta babaquice logo de cara. Então tá, vou tentar ser o mais sucinto possível.

Ateus se quer consideram a possibilidade de alguma divindade existir.

Pronto, resolvida a questão. :ok:
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Offline PedroAC

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Re: O absurdo existe
« Resposta #5 Online: 24 de Novembro de 2007, 21:27:39 »
Argumento de muitos ateus: Deus é absurdo, logo Deus não existe.
Para esclarecer: sou agnóstico e ateu.

Considero que o problema "Deus existe?", considerando o conceito mais abstracto de deus, é indeterminável (não é possível determinar uma solução: se é verdadeiro ou falso). É esse o caso do deus deísta. Por isso digo que sou agnóstico. Deste modo, sou ateu seguindo a convenção que optamos a respeito da existência de outras entidades: se não há prova da existência, considera-se que não existem até prova do contrário. É assim que tratamos questões como "Unicórnios existem?".

A respeito de deuses teístas já alegados (ou que pelo menos tomei conhecimento sobre as suas crenças), é muito fácil quando se encontram contradições. Tais deuses são logicamente impossíveis. É claro que não sou agnóstico em relação a esses casos.
Pedro Amaral Couto
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Re: O absurdo existe
« Resposta #6 Online: 25 de Novembro de 2007, 13:36:01 »
Se for algo abstracto, então não passa de uma generalização que fazemos, como na Matemática.
Ter consciência do teclado é ter uma representação na memória acerca dele, permitindo conhecer como é, como funciona, onde está, como se sente ao tocá-lo, etc e interargir com ele. Através dos sentidos temos consciência de nós próprios e do que está ao redor, mas não é a mesma coisa.

Se fosse isso, bastava receber impulsos nervosos para sentirmos algo, sem armazenar informação na memória nem manipulá-la ao longo do tempo, para termos aquilo que chamamos consciência. A consciência é algo muito mais complexo de implementar do que isso.

Você definiu "Ter consciência do teclado" usando um conceito diferente de consciência. Eu sinto o teclado, mas o sinto de uma forma diferente do que se eu fosse uma máquina apenas equipada com sensores, mas sem nenhuma percepção subjetiva.

Quanto ao segundo parágrafo, ao menos você admite que "A consciência é algo muito mais complexo de implementar do que isso."

Como sabe que eu e os outros ao redor também sentem? :p
Eu sei que vocês e os ursos panda têm um complexo cérebro feito com o mesmo processo de desenvolvimento do meu, então eu presumo que tenham consciência subjetiva. Diferentemente de redes neurais artificiais criadas em C++. Para elas, prefiro admitir que não são conscientes.

A teoria da Relatividade pode até ferir o bom-senso, mas isso não torna menos estranha o mistério da consciência.
É isso que estou a dizer. São igualmente ideias estranhas para a maioria (senso-comum), mas não são mágicas.

Iríamos cair numa discussão sem fim aqui até entrarmos num consenso do que seria uma idéia mágica e o que seria uma idéia não-mágica.
Para algumas formas de falar, por exemplo, o emaranhamento quântico seria algo "mágico". Einstein usou a palavra "fantasmagórico" para descrevê-lo. Então temos de tomar cuidado com as palavras.

" Making Robots Conscious of their Mental States"
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Isaac Asimov - o autor de "Eu, robot" - já explorou muito a ideia de máquinas conscientes. Foi ele que teve a ideia de impor determinadas directrizes para que não se tornem perigosos (algo como no Robocop). No "Eu, robot" apresenta um robot que sonha.

Já participei num colóquio numa cadeira de Inteligência Artificial sobre o senso-comum. Existe uma máquina que para traduções de texto - não um mero substituidor de palavras, mas uma que tenha senso-comum para decidir como traduzir -, que está a aprender a fazer traduções com vários exemplos, provavelmente com o recurso de Redes Neuronais.

Quanto aos sentidos, na práctica é muito fácil. "Sensores" não é um nome por acaso. Os robots têm sensores, e por isso têm sentidos, e até mais apurados do que nós. A questão é eles terem consciência dos sentidos. Aliás, o modo como percebemos os nossos sentidos dependem da nossa experiência com o que os associamos às nossas experiências. É assim que funciona as fobias e taras.

Por exemplo, se tiverem sensores para o tacto que permita sentir um calor excessivo, perceberem o que sentiram, reagirem a isso e aprenderem com a situação. Uma generalização de situações semelhantes é aquilo que chamamos de consciência, o que permite terem empatia, remorsos, etc. Acho que seria interessante até usar máquinas para tentar reproduzir a psique humana, para provar ou refutar teorias, e compreender-nos.

Os trabalhos de Asimov são de ficção muito bem feita. Quanto às redes neurais artificiais, elas resolvem problemas lógicos e coisa e tal, mas é claro que elas são compáráveis a um cérebro como se compara um transistor a um processador Intel. Aliás, menos que isso, por que não se presume que um processador Intel efetue computação quântica.
Se você acha que para se criar  máquinas com experiência subjetiva basta se criar redes neurais e sensores com complexidade cada vez maior, então prefiro ficar com o pé atrás.

Confesso que eu próprio quis que tivesses sensibilidade nas questões de semântica, ao responder a "não gostam das palavras".  :hihi: Num tópico sobre Cepticismo falei sobre o assunto acerca de bom-senso nos debates.
Posso não acreditar que existam fantasmas ou espíritos, mas gosto tanta desses termos como duendes, fadas, Papai Noel, bicho papão, unicórnio, etc. "Não gostar" significa não admitir que existem?

Então tá, entendi

Offline cognitivo

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Re: O absurdo existe
« Resposta #7 Online: 25 de Novembro de 2007, 13:38:16 »
Argumento de muitos ateus: Deus é absurdo, logo Deus não existe.

Meu Deus, meu Deus, meu Deus!!!!! :D

Parei aqui...Não há como discutir meios práticos de indagações quando alguém começa com esta babaquice logo de cara. Então tá, vou tentar ser o mais sucinto possível.

Ateus se quer consideram a possibilidade de alguma divindade existir.

Pronto, resolvida a questão. :ok:

Você entendeu, né, que eu escrevi "muitos ateus" e não a "maioria dos ateus".
Você é um livre-pensador, deveria se acautelar a chamar idéia de "babaquice" sem nem refletir sobre o sentido semântico de uma simples frase.

Offline RickRJ

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Re: O absurdo existe
« Resposta #8 Online: 25 de Novembro de 2007, 13:46:35 »
Sobre a consciência, da Sciam Brasil: http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/como_a_consciencia_se_manifesta_.html

É 'basal', mas já serve como um ponto de partida: a consciência, cientificamente falando, precisa de um meio material pra se manifestar.
"Allah é a Luz dos Céus e da Terra..." Qur'an (24:35)

Offline Raphael

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Re: O absurdo existe
« Resposta #9 Online: 25 de Novembro de 2007, 14:54:51 »
Você entendeu, né, que eu escrevi "muitos ateus" e não a "maioria dos ateus".
Você é um livre-pensador, deveria se acautelar a chamar idéia de "babaquice" sem nem refletir sobre o sentido semântico de uma simples frase.

Se um cara é ateu e afirma o que você afirmou, é porque ele é um ateu de modinha, ou não sabe nem porque é ateu, de fato. Repito: Ateus se quer levantam a hipótese de uma divindade existir, é tudo o que se pode dizer sobre isso.

E sim, sou livre pensador e acho que afirmar que qualquer deus é absurdo é sim, uma grande babaquice.
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Offline PedroAC

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Re: O absurdo existe
« Resposta #10 Online: 25 de Novembro de 2007, 15:54:50 »
Você definiu "Ter consciência do teclado" usando um conceito diferente de consciência.
Se assim foi, não foi intencional.

Eu sinto o teclado, mas o sinto de uma forma diferente do que se eu fosse uma máquina apenas equipada com sensores, mas sem nenhuma percepção subjetiva.
Eu sei que vocês e os ursos panda têm um complexo cérebro feito com o mesmo processo de desenvolvimento do meu, então eu presumo que tenham consciência subjetiva.
Acho que percebi. Parecia que estavas a confundir sentidos com consciência.
Mas também tinha dito: "A questão é eles terem consciência dos sentidos. Aliás, o modo como percebemos os nossos sentidos dependem da nossa experiência com o que os associamos às nossas experiências. É assim que funciona as fobias e taras."

Se você acha que para se criar  máquinas com experiência subjetiva basta se criar redes neurais e sensores com complexidade cada vez maior, então prefiro ficar com o pé atrás.
Não foi isso que disse.
Só presumi que a tal máquina foi programada envolvendo redes neuronais. Tinha encontrado um artigo sobre ela, com uma previsão de quando estaria terminada.
Procurei no Google por um artigo a respeito dessa máquina, mas pelos vistos existem outros projectos que envolvem o senso comum:
http://www.comciencia.br/reportagens/2005/10/06.shtml
http://www.kurzweilai.net/articles/art0371.html?printable=1

Como pareceu-me que estavas a confundir sentidos com consciência, por isso tentei fazer uma distinção. Foi um mal-entendido.

Eu sei que vocês e os ursos panda têm um complexo cérebro feito com o mesmo processo de desenvolvimento do meu, então eu presumo que tenham consciência subjetiva. Diferentemente de redes neurais artificiais criadas em C++. Para elas, prefiro admitir que não são conscientes.
Também não disse que as máquinas são conscientes. (E acho que se tornarem conscientes, serão usadas linguagens de mais alto nível, talvez funcionais.)
Tratei como algo que é muito possível ocorrer num futuro próximo, pois pelos vistos já existem projectos nesse sentido.

Voltando a ler as mensagens, parece que estás a propor a velha discussão acerca da IA forte e fraca. Existem debates e hipóteses sobre isso:
"MIT debate: Will a 'conscious' machine ever be built?"
http://www.computerworld.com/action/article.do?command=viewArticleBasic&taxonomyId=18&articleId=9005586&intsrc=hm_topic

"Evolving A Conscious Machine"
http://discovermagazine.com/1998/jun/evolvingaconscio1453

"Conscious Machines"
http://kuoi.com/~kamikaze/doc/minsky.html
Pedro Amaral Couto
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Offline Mussain!

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Re: O absurdo existe
« Resposta #11 Online: 26 de Novembro de 2007, 17:42:56 »
Você entendeu, né, que eu escrevi "muitos ateus" e não a "maioria dos ateus".
Você é um livre-pensador, deveria se acautelar a chamar idéia de "babaquice" sem nem refletir sobre o sentido semântico de uma simples frase.

Se um cara é ateu e afirma o que você afirmou, é porque ele é um ateu de modinha, ou não sabe nem porque é ateu, de fato. Repito: Ateus se quer levantam a hipótese de uma divindade existir, é tudo o que se pode dizer sobre isso.

E sim, sou livre pensador e acho que afirmar que qualquer deus é absurdo é sim, uma grande babaquice.
Algo tão simples de entender e ainda há equívocos como este.....


Se deus "é", logo, acredito que deus exista. Se eu acredito que deus existe, logo, não sou ateu, pois um ateu não acredita na existência de nenhum deus. Simples.  :)

Offline Raphael

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Re: O absurdo existe
« Resposta #12 Online: 27 de Novembro de 2007, 02:24:42 »
O foda Mu, é a porra das distorções que fazem enquanto a posição atéia.

Será que no futuro próximo, terão que inventar um curso intensivo pra explicar isso?
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Offline Jeanioz

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Re: O absurdo existe
« Resposta #13 Online: 27 de Novembro de 2007, 11:45:47 »
O foda Mu, é a porra das distorções que fazem enquanto a posição atéia.

Será que no futuro próximo, terão que inventar um curso intensivo pra explicar isso?

O problema é que já fazem curso intensivo para ensinar o contrário. :umm:

Offline Mussain!

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Re: O absurdo existe
« Resposta #14 Online: 27 de Novembro de 2007, 12:25:24 »
O foda Mu, é a porra das distorções que fazem enquanto a posição atéia.

Será que no futuro próximo, terão que inventar um curso intensivo pra explicar isso?

O problema é que já fazem curso intensivo para ensinar o contrário. :umm:
:histeria: :chorao: :histeria: :chorao: :histeria:

Offline Raphael

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Re: O absurdo existe
« Resposta #15 Online: 27 de Novembro de 2007, 12:49:09 »
O foda Mu, é a porra das distorções que fazem enquanto a posição atéia.

Será que no futuro próximo, terão que inventar um curso intensivo pra explicar isso?

O problema é que já fazem curso intensivo para ensinar o contrário. :umm:

:lol:
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Re: O absurdo existe
« Resposta #16 Online: 28 de Novembro de 2007, 15:02:57 »
Você entendeu, né, que eu escrevi "muitos ateus" e não a "maioria dos ateus".
Você é um livre-pensador, deveria se acautelar a chamar idéia de "babaquice" sem nem refletir sobre o sentido semântico de uma simples frase.

Se um cara é ateu e afirma o que você afirmou, é porque ele é um ateu de modinha, ou não sabe nem porque é ateu, de fato. Repito: Ateus se quer levantam a hipótese de uma divindade existir, é tudo o que se pode dizer sobre isso.

E sim, sou livre pensador e acho que afirmar que qualquer deus é absurdo é sim, uma grande babaquice.
Algo tão simples de entender e ainda há equívocos como este.....


Se deus "é", logo, acredito que deus exista. Se eu acredito que deus existe, logo, não sou ateu, pois um ateu não acredita na existência de nenhum deus. Simples.  :)

Quem não consegue entender afirmações simples são vocês. Dizer que uma coisa "é" não quer dizer que se acredite nessa coisa. Pois eu digo que o Monstro de Espaguete Voador É absurdo, e faço isso sem nenhum remorso. Claro que dizendo isso, não quer dizer que eu acredite que ele exista, é um jogo de palavras infantil.

Offline Mussain!

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Re: O absurdo existe
« Resposta #17 Online: 28 de Novembro de 2007, 15:35:39 »
Tanto faz se vc ou quem quer que seja afirme "é". Se ela afirma que 'é', então ela acredita que isso exista. Sofismo não é bem vindo hehehe..... ou pelo jeito teremos que ter o curso mesmo.... Posso dizer que seu deus "é um safado", por exemplo, mas pelo um modo de falar e levando em consideração suas fantasias acerca desse deus. Eu não digo, 'do nada', 'deus é um safado'........ e se digo, não passa de brincadeira irônica.........



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Offline Jeanioz

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Re: O absurdo existe
« Resposta #18 Online: 28 de Novembro de 2007, 17:18:04 »
"Considerar algo um absurdo" e "acreditar nesse algo" não tem necessariamente nenhuma relação entre si, tanto para teístas quanto para ateus.

Não consigo ser mais simples que isso. :umm:

Offline Mussain!

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Re: O absurdo existe
« Resposta #19 Online: 28 de Novembro de 2007, 18:39:06 »
Curso....?  :lol:

Offline Jeanioz

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Re: O absurdo existe
« Resposta #20 Online: 28 de Novembro de 2007, 18:43:59 »

Offline Fabrício

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Re: O absurdo existe
« Resposta #21 Online: 28 de Novembro de 2007, 20:16:27 »
Caramba, como eu consigo um destes? Pelo que sei o serviço é muito bem remunerado!
"Deus prefere os ateus"

Offline Oceanos

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Re: O absurdo existe
« Resposta #22 Online: 30 de Novembro de 2007, 03:10:00 »
Tanto faz se vc ou quem quer que seja afirme "é". Se ela afirma que 'é', então ela acredita que isso exista. Sofismo não é bem vindo hehehe..... ou pelo jeito teremos que ter o curso mesmo.... Posso dizer que seu deus "é um safado", por exemplo, mas pelo um modo de falar e levando em consideração suas fantasias acerca desse deus. Eu não digo, 'do nada', 'deus é um safado'........ e se digo, não passa de brincadeira irônica.........



É/ser/existir.
Fala-se da idéia também, ou de diferentes "contextos". "Hércules foi o homem mais forte da história", não quer dizer que eu acredito que Hércules existiu de fato, não só na mitologia, e foi mais forte que todos os homens até hoje. Falo de Hércules, ser mitológico, filho de Zeus, que o torna o homem mais forte de todos...

Offline Jeanioz

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Re: O absurdo existe
« Resposta #23 Online: 30 de Novembro de 2007, 11:18:58 »
Caramba, como eu consigo um destes? Pelo que sei o serviço é muito bem remunerado!

http://www.cursodepastor.com.br/xhtml/cursos/cursos_fp.php

::)

Offline Laura Demarchi

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Re: O absurdo existe
« Resposta #24 Online: 30 de Novembro de 2007, 13:26:45 »
O que me intriga é o fato da consciência interagir com fenômenos subatômicos como é o caso da posição do elétron. :|
Alguém sabe se um programa pode fazer o mesmo :?:

beijos
Porque concluir é melhor que acreditar!

 

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