Vênus foi um planeta condenado desde seu nascimento. Tudo devido a uma pequena diferença de massa em relação Terra, Venus possui 15% a menos de massa do que nosso planeta.
Devidoa esta pequena diferença os processo que geram o campo magnético da Terra deixaram de ocorrer no planeta em seus primeiros bilhões de anos.
O calor interno da Terra é gerado tanto pelo decaimento radioativo dos materiais do núcleo quanto pelo depósito de material do núcleo externo no núcleo interno ( simples mudança de fase, a pressão interna da Terra compacta o núcelo fazendo com que o material liquefeito das camadas superiores se solidifiquem ao migrarem para o núcelo interno). Ambos os processos liberam calor que aquece o núcleo externo liquefazendo-o. O movimento do material liquefeito do núcleo externo gera o nosso campo magnético bem como os movimentos de convencção que produzem a movimentação das placas tectônicas.
Venus em seu início tb possuia um núcleo quente e ativo porém esta pequena diferença de massa em relação ao nosso planeta possibilitou uma quentidade menor de elemntos radioativos em seu núcleo bem como uma pressão insuficiente para manter um contínuo processo de mudança de fase do material do núcleo.
Sem calor interno o campo magnético do planeta sucumbiu. Desta forma o H2O presente na atmosfera, continuamente fotodissociado pela radiação UV do Sol ( Venus nunca possuiu uma camada de Ozônio ) em Hidrogênio e Oxigênio livres, passou a perder rapidamente o Hidrôgenio para o espaço pelo arraste provocado pelo vento solar agora diretamente incidente sobre a atmosfera do planeta.
Conforme a pressão de vapor d'agua diminuia na atmosfera mais água evaporava ( some-se a isto a maior proximidade de Venus ao Sol fazendo com que receba 1,9x mais a quantidade de luz solar do que a Terra ) repetindo o ciclo de fotodissociação e perda de hidrogênio para o espaço ( o oxigênio livre rapidamente reagia com as rochas do planeta oxidando-as. Todo este processo, perda de hidrôgenio e oxigênio, impedia a formação de novas moléculas de água o que mantinha o ciclo ).
Conforme os oceanos venusianos desapareciam uma menor quantidade de CO2 da atmosfera era reabsorvido por eles ( na forma de depósitos calcáreos ) aumentado gradativamente o efeito estufa o que acelerava a evaporação dos oceanos e consequentemente o aumento de liberação de CO2 na atmosfera.
Tal ciclo levou ao efeito estufa dramático de Venus.
Para piorar a água, que na Terra lubrifica as rochas em seu movimento nas placas tectônicas fez com que, parou de lubrificar as rochas venusianas de modo que o movimento tectônico, já em queda devido a crescente inativação do núcleo, produzia muito mais calor aumentando fenomenalmente o vulcanismo venusiano ( algo
amplamente verificado pela sonda Magellan que mapeou o solo de Venus ). Como consequência muito mais CO2 era liberado na atmosfera tb pelos vulcões aumentado ainda mais o efeito estufa.
Por fim 99,9% da água de Vênus foi perdida, e o que temos no fim deste processo é o Venus atual, seco como um osso.
Mas como tanta certeza que Venus um dia possuiu água ? Por causa da taxa de Deutério/Hidrogênio.
O Deutério é um isótopo do hidrogênio, ele é um pouco mais pesado por possuir um neutron em seu núcleo. Em todo Universo a taxa de deutério/hidrogênio é esperada ( e isto é verificado ) é aproximadamente a mesma isto pq o hidrogênio só teve um momento de criação em nosso Universo, no Big Bang. Nenhuma estrela ou qualquer outro processo conhecido em nosso Universo é capaz de produzir hidrogênio atualmente.
Porém a taxa de deutério/hidrogênio é cerca de 100x maior em Vênus do que na Terra por exemplo. Esta diferença brutal é devida a maior facilidade de escape do hidrogênio para o espaço do que o deutério ( mais pesado, a molécula necessita receber mais energia, na forma de calor no caso de um planeta, para atingir as mesmas velocidades do Hidrogênio. Assim o hidrogênio dissipou-se rapidamente no espaço enquanto o deutério se acumulou. ). Pelo cálculo da quantidade de deutério em venus é possível se estimar a quantidade de água inicial no planeta ( a cada 5000 moléculas de água uma é feita com deutério). E em Venus era suficiente para formar oceanos.
Sem todo este processo degradatório dos oceanos Venus seria certamente muito similar a Terra. Pela quantidade de luz solar incidente no planeta é possível se calcular que sua temperatura atual na superfície seria de agradáveis 26-27oC em média, caso possuisse as mesmas condições climáticas de nosso planeta. Porém Venus é um inferno de cerca de 400oC na superfície.
Pobre Venus. Uma criança desfavorecida.

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