O Galileu hipotetiza que o Sol girava contrário senso à hipótese dos planetálculos orbitais daquele jesuíta.
Ele hipotetiza que TODOS planetas giram em redor do Sol (e não só Mercúrio + Venus que já era corrente a tese...).
Ignora completamente o trabalho experimental do Kepler...
Então como me parece que a ronha do Sr. Sergiomgbr seja com a ênfase em "testar hipótese" da Metodologia Científica como ensinada nos bancos escolares hoje, &c.
E o Einstein fez hipótese do espaço 4D curvo, de certo modo repaginando os vórtices do Descartes e do Huygens, só que agora eles sendo a própria métrica intrínseca.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
O serjão tá apenas currupaqueando seu guru. Ele deveria ler o que eu expliquei para o guru, usando uma analogia com a pseudo ciência da caixa orgônica, para começar e entender o que é método científico e para que serve.
O método tem dois objetivos principais e atinge estes objetivos na medida do possível:
- O 1º é estabelecer em que termos um trabalho científico deve ser formatado e apresentado, eliminando ao máximo possível subjetividades e ambiguidades, reduzindo a possibilidade para diferentes interpretações, e criando assim uma base comum para intercâmbio de informações e conhecimento entre pesquisadores de diferentes culturas, valores e crenças pessoais. Sabendo-se que em Ciência esta troca é da mais fundamental importância.
Um exemplo da essencialidade do método, neste sentido, poderia ser o caso dos experimentos espíritas levados a cabo pelo Crookes. Até hoje se discute a validade e o que realmente pode ter ocorrido durante os tais experimentos. Se discute até mesmo a idoneidade do pesquisador. Para quem acredita em fantasma os relatos do Sr. Crookes são evidências incontestáveis. Para outros o cientista foi apenas vítima ou cúmplice de um embuste grosseiro.
Mas isto porque Crookes não se ateve ao método científico, porque em experimentos realmente científicos nunca existe este tipo de polêmica, independentemente da crença e dos valores de quem examina os dados obtidos. Porque, entre outras coisas, o método impõe como condição a reprodutibilidade independente. Quem duvida reproduz e verifica.
- O segundo objetivo é a máxima confiabilidade. Ciência é utilizada para construir um prédio de 20 andares que não pode desabar, um avião a jato que não pode se espatifar, uma usina nuclear que não pode explodir. Enormes investimentos dependem de conhecimento confiável para construção de modelos e tecnologia complexa não é possível sem o desenvolvimento de projetos a partir de modelos teóricos. Qualquer projeto de tecnologia é tão confiável, no máximo, quanto o menos confiável modelo teórico que o suporte.
Sem as normas estabelecidas pelo método, Ciência seria completamente vulnerável, por exemplo, ao charlatanismo. Assim como ocorre epidemicamente às pseudo-ciências, que são assim denominadas não por causa de seus objetos de estudo, mas justamente por não adotarem normas anti-fraude e anti-engano. De tal maneira que o charlatanismo é apenas consequência desse tipo de leniência, da falta de rigor, e não propriamente de se dedicarem estas ciências à investigação de tópicos... digamos... mais excêntricos.
O que o guru do Sérgio parece não entender é que o método científico não impõe nenhuma condição sobre os processos mentais do cientista. Que pode usar lógica, intuição, sorte, superstição, magia... não importa... o método só se aplica ao produto deste processo, a forma como dados e hipóteses devem ser formatados e apresentados para que sejam considerados cientificamente válidos. Curiosamente outro guru crítico do método comete este mesmo equívoco quando questiona a validade do que ele chama de cientificismo" acusando alguns dos pais da Ciência moderna de praticarem uma ciência impregnada de misticismos.
Claro, pois Copérnico, Kepler, Galileu, Newton... eram todos homens do seu tempo e como qualquer homem influenciados pela mentalidade de sua época. Mas a verificação da validade científica ou não de um Principia independe das crenças motivadoras e subjacentes de Isaac Newton.
Outro exemplo poderia ser Kepler, que influenciado pela escola matemático-mística dos pitagóricos, se abismava com o fato de não serem 10 os planetas conhecidos. Pois por alguma razão que já não podemos compreender 10 seria um número perfeito e coisa e tal... Então Kepler viaja mais ainda e tem uma epifânia com poliedros regulares, também pitagoricamente inspirada, e descobre um modelo que se aproxima das observações e que mais tarde dará origem ao modelo de Kepler baseado nas leis dos movimentos planetários.
Evidentemente para quem não é iniciado na seita pitagórica não vai fazer o menor sentido. Mas não importa porque isto não é Ciência, o método científico só se ocupa do produto, ou seja, das Leis dos Movimentos propostas por Kepler, e estas são Ciência na medida em que são cientificamente apresentáveis e verificáveis.
Contudo, para as pseudo-ciências, isto não tem importância. Porque as hipóteses e dados ou não são verificáveis ou quando são não existe o interesse nem a exigência de verificação. Porque não existe nenhuma norma, quanto mais alguma norma para a prevenção da fraude e do engano. Logo, sem norma, sem método, a Ciência seria lançada na mesma vala comum das pseudo-ciências.