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Deve o estado gastar com cultura? (= Manter um ministério da cultura, academia de letras, manter orquestras, espaços de exposição artística, subsidiar artistas, leis que abatem impostos de empresas que patrocinam projetos artísticos, etc)

Sim
12 (66.7%)
Não
6 (33.3%)

Votos Totais: 15

Autor Tópico: O estado e a cultura  (Lida 1819 vezes)

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Offline Herf

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O estado e a cultura
« Online: 10 de Janeiro de 2008, 20:56:10 »
Sim? Não? Por que motivo?

Offline Rodion

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #1 Online: 10 de Janeiro de 2008, 21:07:27 »
por que sim?
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Dbohr

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #2 Online: 10 de Janeiro de 2008, 21:10:56 »
Cultura não é um "bem útil", não produz nada que alimente, vista, produza energia. Não é lucrativo, não gera empregos, não se reverte necessariamente em ganho econômico.

Por isso mesmo acho que é dever do governo incentivá-la.

:-)

Offline Rodion

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #3 Online: 10 de Janeiro de 2008, 21:19:41 »
imagino que estejamos falando de 'alta cultura', então. no caso brasileiro, em especial, ela parece subsistir dificilmente sem o estado. duas questões: se um povo não sabe, por si só, 'gerar' alta cultura, a intervenção estatal ajuda em alguma coisa? e por que um povo precisa 'gerar' alta cultura?
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Offline Südenbauer

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #4 Online: 10 de Janeiro de 2008, 21:51:25 »
Eu considero essa questão muito complexa para ser resumida simplesmente com "não é obrigação do Estado gastar nosso dinheiro com cultura" e o oposto. A começar pelo fato de que é difícil saber o quão importante é "cultura".

Eu não tenho nenhuma opinião forte formada, por enquanto sustento o status quo com ressalvas de possuir um critério sério de critérios ao invés de financiar qualquer coisa por pseudo-intelectualismo e/ou ideologia.
« Última modificação: 10 de Janeiro de 2008, 21:58:44 por Fernando »

Offline Herf

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #5 Online: 10 de Janeiro de 2008, 21:54:12 »
Postei o mesmo tópico lá no RV. A quem quiser acompanhar a discussão:

http://rv.cnt.br/viewtopic.php?t=15108

Offline Ricardo RCB.

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #6 Online: 11 de Janeiro de 2008, 10:55:50 »
Votei no sim.

Acho que o estado tem que patrocinar a cultura sim, não apenas para os apadrinhados ou alinhados com a ideologia do atual governante (sem acusações aqui, estou falando de maneira genérica).

O motivo: Oferecer para a população opções de escolha que não as ditadas exclusivamente pelo mercado.
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rizk

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #7 Online: 11 de Janeiro de 2008, 13:37:34 »
A meu ver, "patrocinar a cultura" não é isso que temos. Não pode isso de burguezinho zona-sul ir pra Europa escrever romance com subsídio do governo...

Offline Herf

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #8 Online: 11 de Janeiro de 2008, 14:49:23 »
O motivo: Oferecer para a população opções de escolha que não as ditadas exclusivamente pelo mercado.
Mas você parte da premissa de que o mercado é uma "ditadura", ou seja, que as pessoas são "forçadas" a consumir a cultura que é oferecida pelo mercado e não o contrário: que o mercado oferece justamente aquilo que as pessoas querem consumir em termos de cultura.

Offline Dr. Manhattan

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #9 Online: 11 de Janeiro de 2008, 15:03:13 »
(me intrometendo)
O motivo: Oferecer para a população opções de escolha que não as ditadas exclusivamente pelo mercado.
Mas você parte da premissa de que o mercado é uma "ditadura", ou seja, que as pessoas são "forçadas" a consumir a cultura que é oferecida pelo mercado e não o contrário: que o mercado oferece justamente aquilo que as pessoas querem consumir em termos de cultura.
Não, o mercado oferece aquilo que os publicitário acreditam que seja o que a maioria das pessoas quer consumir.
Claro que existem pessoas que adorariam assistir o Concerto para violino de Berg na TV, mas isso não gera lucro. Pode ser
até que muitas viessem a gostar do serialismo após ouvir esse concerto. Mas seria um risco que as empresas não estão dispostas
a correr. É muito mais seguro mostrar um show do DJ Marlboro. Ou seja, o Estado pode atuar para gerar diversidade, criar opções.
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Alan Watts

Offline Herf

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #10 Online: 11 de Janeiro de 2008, 15:41:51 »
Citar
Mas você parte da premissa de que o mercado é uma "ditadura", ou seja, que as pessoas são "forçadas" a consumir a cultura que é oferecida pelo mercado e não o contrário: que o mercado oferece justamente aquilo que as pessoas querem consumir em termos de cultura.
Não, o mercado oferece aquilo que os publicitário acreditam que seja o que a maioria das pessoas quer consumir. Claro que existem pessoas que adorariam assistir o Concerto para violino de Berg na TV, mas isso não gera lucro. Pode ser até que muitas viessem a gostar do serialismo após ouvir esse concerto. Mas seria um risco que as empresas não estão dispostas a correr. É muito mais seguro mostrar um show do DJ Marlboro. Ou seja, o Estado pode atuar para gerar diversidade, criar opções.
O mercado não oferece aquilo que os publicitários acreditam que seja desejado pela maioria. Ele oferece justamente o que é desejado. Se um publicitário achar que determinada idéia é de valor mas ninguém consumi-la, não vai durar por muito tempo.

E não é verdade que o mercado age apenas satisfazendo a maioria. O processo satisfaz todo o tipo de gosto desde que o número de consumidores seja suficiente para bancar os custos de produção mais o lucro. Nada mais sensato do que isso, afinal. Por que incentivar uma produção se há poucos que dão valor a ela?

Mas se ainda assim decidirmos que o estado deve patrocinar a cultura, há mais um detalhe.

Vamos partir da seguinte premissa: ninguém pode obter privilégios sobre nenhum centavo do dinheiro público e sobre nenhum centímetro quadrado do espaço público. Só por um conjunto de critérios altamente objetivos e impessoais podemos decidir quem merece ser beneficiado com o espaço e dinheiro públicos.

Desta forma, como se decide qual arte, qual cultura deve ser incentivada com os recursos do estado? Perguntando de outra forma: por que exatamente os rabiscos feitos em um minuto por um desconhecido qualquer merecem menos espaço (se é que merecem menos) em um museu de artes do estado do que os quadros de um "Portinari"?

Offline Pregador

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #11 Online: 11 de Janeiro de 2008, 15:55:45 »
Manter incentivos fiscais para empresas que investem em cultura me parece até um dever do Estado. Do resto que o Procedure citou, tudo isso deveria ser delegado a iniciativa privada, na minha opinião. Outra coisa que acho positivo é o governo manter bibliotecas públicas nas cidades.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Herf

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #12 Online: 11 de Janeiro de 2008, 15:56:15 »
No outro fórum, um forista disse que pensa ser importante que se proteja a "identidade nacional". Mas levanta-se a seguinte questão: por que algo cultural merece proteção? Que sentido faz incentivar um conjunto de costumes se ele não é adotado voluntariamente pelas pessoas? Por outro lado, se ele já é adotado voluntariamente pelas pessoas, que sentido faria, igualmente, em incentivá-lo?

A cultura de um povo é muitíssimo mais do que aquilo que só pode ser realizado com dinheiro (festividades). Ela não necessita da proteção do estado para sobreviver. Desta forma, uma cultura só deixa de existir se o seu povo não deseja mais praticá-la. Não faz sentido dizer que foi por falta de "proteção".

Offline Dr. Manhattan

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #13 Online: 11 de Janeiro de 2008, 15:58:19 »
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Mas você parte da premissa de que o mercado é uma "ditadura", ou seja, que as pessoas são "forçadas" a consumir a cultura que é oferecida pelo mercado e não o contrário: que o mercado oferece justamente aquilo que as pessoas querem consumir em termos de cultura.
Não, o mercado oferece aquilo que os publicitário acreditam que seja o que a maioria das pessoas quer consumir. Claro que existem pessoas que adorariam assistir o Concerto para violino de Berg na TV, mas isso não gera lucro. Pode ser até que muitas viessem a gostar do serialismo após ouvir esse concerto. Mas seria um risco que as empresas não estão dispostas a correr. É muito mais seguro mostrar um show do DJ Marlboro. Ou seja, o Estado pode atuar para gerar diversidade, criar opções.

O mercado não oferece aquilo que os publicitários acreditam que seja desejado pela maioria. Ele oferece justamente o que é desejado. Se um publicitário achar que determinada idéia é de valor mas ninguém consumi-la, não vai durar por muito tempo.
E como é que eles vão saber de antemão? Estou me referindo especificamente à produção cultural. Ninguem consegue prever
com precisão que música ou estilo vai estar na moda no ano que vem. Simplesmente não dá. É verdade que se uma idéia não
atrair nenhum interesse ela não vai durar. Mas como prever o que vai atrair? Em uma atividade que exige investimento pesado
(cinema, por exemplo), é muito mais seguro investir no denominador comum. Só pode se dar ao luxo de explorar aqueles que
já faturam bastante com a produção de massa. É por isso que os estúdios americanos fazem: montam subsidiárias que investem
em produções mais ousadas e arriscadas. Em lugares onde não exista essa economia de escala, resta ao governo investir.

E não é verdade que o mercado age apenas satisfazendo a maioria. O processo satisfaz todo o tipo de gosto desde que o número de consumidores seja suficiente para bancar os custos de produção mais o lucro. Nada mais sensato do que isso, afinal. Por que incentivar uma produção se há poucos que dão valor a ela?
Para incentivar novos talentos. Para buscar novas formas de expressão. Na verdade não discordo inteiramente de você. Antes de
mandar a mensagem anterior, apaguei uma parte onde eu citei o exemplo dos restaurantes de luxo: ninguem é obrigado a comer
fast food. Mas isso não impede que existam restaurantes onde os chefs tenham condições de testar sua criatividade. Isso porque
existem pessoas dispostas a pagar por isso. Só que isso é mais difícil em negócios (novamente: cinema) que exigem um pesado
investimento inicial. O ideal é que a própria indústria de entretenimento de massa financie os artistas mais de vanguarda. Mas para
isso é preciso que essa indústria exista. Não é o caso do Brasil.

Mas se ainda assim decidirmos que o estado deve patrocinar a cultura, há mais um detalhe.

Vamos partir da seguinte premissa: ninguém pode obter privilégios sobre nenhum centavo do dinheiro público e sobre nenhum centímetro quadrado do espaço público. Só por um conjunto de critérios altamente objetivos e impessoais podemos decidir quem merece ser beneficiado com o espaço e dinheiro públicos.

Desta forma, como se decide qual arte, qual cultura deve ser incentivada com os recursos do estado? Perguntando de outra forma: por que exatamente os rabiscos feitos em um minuto por um desconhecido qualquer merecem menos espaço (se é que merecem menos) em um museu de artes do estado do que os quadros de um "Portinari"?

Boa pergunta. Não sei se isso a responde, mas talvez se possa julgá-los por critérios puramente artísticos, e não comerciais.
Não deixa de ser subjetivo. Mas nesse caso critérios objetivos são meio difíceis de serem incluidos.

Sobre "protejer a identitade nacional" = patriotic bullshit.
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Rhyan

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #14 Online: 11 de Janeiro de 2008, 16:41:56 »
Quem vai determinar o que culturalmente útil?

Offline Herf

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #15 Online: 11 de Janeiro de 2008, 20:16:44 »
Citar
Para incentivar novos talentos. Para buscar novas formas de expressão. Na verdade não discordo inteiramente de você. Antes de
mandar a mensagem anterior, apaguei uma parte onde eu citei o exemplo dos restaurantes de luxo: ninguem é obrigado a comer fast food. Mas isso não impede que existam restaurantes onde os chefs tenham condições de testar sua criatividade. Isso porque existem pessoas dispostas a pagar por isso. Só que isso é mais difícil em negócios (novamente: cinema) que exigem um pesado investimento inicial. O ideal é que a própria indústria de entretenimento de massa financie os artistas mais de vanguarda. Mas para isso é preciso que essa indústria exista. Não é o caso do Brasil.

[...]

Boa pergunta. Não sei se isso a responde, mas talvez se possa julgá-los por critérios puramente artísticos, e não comerciais.
Não deixa de ser subjetivo. Mas nesse caso critérios objetivos são meio difíceis de serem incluidos.
Tudo bem que o cinema exige um investimento inicial pesado que torna inviável sua produção por todas as pessoas. Mas isso justifica que o estado invista em cinema? Acho que o buraco é mais embaixo: por que os recursos públicos devem ser usados em vias de se descobrir novos talentos do cinema, da pintura, da literatura, ou de qualquer outra atividade imaginável?

"Julgar por critérios puramente artísticos" continua tão subjetivo quanto antes. Nada mais natural do que isso, afinal o gosto por arte é algo pessoal, subjetivo. Não há como "objetivizar" isso. Logo, se prezamos por aquele princípio de que o estado não deve privilegiar ninguém (= todos submetidos ao mesmo crivo na escolha de quem deve ser beneficiado com os recursos públicos), o investimento estatal em cultura torna-se inviável.

Só se não aceitarmos aquela premissa e concedermos a uma elite intelectual o poder de ditar a verdade sobre o que é arte/cultura e o que não é, sobre o que merece os recursos públicos e o que não merece, sobre o que é uma "nova forma de expressão", que é o que acontece hoje.

Offline Ricardo RCB.

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #16 Online: 12 de Janeiro de 2008, 12:09:33 »
O motivo: Oferecer para a população opções de escolha que não as ditadas exclusivamente pelo mercado.
Mas você parte da premissa de que o mercado é uma "ditadura", ou seja, que as pessoas são "forçadas" a consumir a cultura que é oferecida pelo mercado e não o contrário: que o mercado oferece justamente aquilo que as pessoas querem consumir em termos de cultura.

Na realidade minha premissa é que o mercado procura aquilo que dá lucro.

Por exemplo, uma biblioteca não dá lucro. E acho interessante que o estado mantenha bibliotecas para que as pessoas sem a condição econômica para adquirir livros possam ler o que quiserem.

Por cultura aqui eu estou englobando muita coisa : gibitecas, bibliotecas, teatro popular, cinema popular.

Por exemplo, antes eu ia muito no Centro Cultural da rua Vergueiro, em SP. Existem opções ótimas ali : Biblioteca, Gibiteca, filmes gratuitos (e bons, interessantes, mas que não encontrariam salas de projeção em sp, por exemplo) e que tem um público interessado, talvez pequeno demais para que um mercado se forme e sustente.  E claro no CCSP existem muitas outras opções além das três que citei.

Por mercado que se forme e sustente não estou falando de cinema como um todo, para ficar no exemplo do cinema popular, mas gêneros de filmes cujos distribuidores teriam dificuldades em encontrar salas de projeção em sp.
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Donald Kendall

Offline Luis Dantas

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #17 Online: 12 de Janeiro de 2008, 12:48:01 »
Deve, com moderação. 
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #18 Online: 12 de Janeiro de 2008, 13:16:37 »
Eu votei no "não", mas a questão está demasiadamente dicotômica. Uma coisa é o Estado manter uma orquestra que participa de diversas cerimônias públicas e até oferece eventos gratuitos para a população. Outra coisa é a Petrobrás patrocinar cada filme merreca feito neste país.

Offline Herf

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #19 Online: 12 de Janeiro de 2008, 13:28:45 »
Por exemplo, uma biblioteca não dá lucro. E acho interessante que o estado mantenha bibliotecas para que as pessoas sem a condição econômica para adquirir livros possam ler o que quiserem.
Sim, concordo. Mas a "cultura" a que me refiro no tópico é só arte mesmo. Bibliotecas estão mais para educação pública.

Offline Galthaar

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #20 Online: 12 de Janeiro de 2008, 13:53:06 »

Acredito que a cultura deve ser financiada pelo estado em casos já citados como bibliotecas públicas, que considero indispensáveis em qualquer cidade, cinemas, e principalmente casas de cultura.

Vou citar como exemplo a Casa de Cultura Mário Quintana, aqui em Porto Alegre, lá há duas bibliotecas disponíveis, sendo uma para crianças e adolescentes, com muitas enciclopédias completas, espaço para leitura, videoteca, lazer e jogos (já fui muitos fins de semana lá jogar xadrez e rpg), todos os jornais do dia, opções de teatro, cinema e culinária, vista para o por do sol do rio Guaíba, museus, etc... Claro que para usufruir algumas destas opções você precisa gastar, como em alguns teatros e no cinema.

Se bem que este caso realmente pode ser considerado mais "educação" do que cultura, embora não a exclua...
"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

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Offline Raphael

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #21 Online: 12 de Janeiro de 2008, 15:36:00 »
Quem vai determinar o que culturalmente útil?

Esta eu sei...Esta eu sei!!!


O nosso amado ministro da cultura, Gilberto Gil...heheheh.
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rizk

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #22 Online: 12 de Janeiro de 2008, 16:19:36 »
Quem vai determinar o que culturalmente útil?

Esta eu sei...Esta eu sei!!!


O nosso amado ministro da cultura, Gilberto Gil...heheheh.
Enquanto isso, a gerência do estado sobre a educação continua o caos que é. De nada serve promover cultura se o cidadão não sabe o que fazer dela. Achar bonito, a gente acha instintivamente.

Offline Raphael

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #23 Online: 12 de Janeiro de 2008, 16:22:14 »
Michele, foi uma brincadeira. :lol:

É óbvio que eu não considero adequada a situação cultural do Brasil. Falta muita coisa pra sermos uma país misto culturalmente, a ponto de que todos falam e pensam que são.

E isso se dá também pela ilustríssima presença do Gilzinho no cargo. Nunca vi este cara fazendo nada pra promover a cultura no país.
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Offline Thufir Hawat

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Re: O estado e a cultura
« Resposta #24 Online: 12 de Janeiro de 2008, 16:59:32 »
Antes que eu responda sim: o que impede que, uma vez que o estado não gaste mais com cultura, tenha a prerrogativa de deixar de gastar com outras atividades cujo valor é reconhecido apenas por uns poucos? Por exemplo, ciência de base, principalmente teórica.
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
G. H. Hardy, in "A Mathematician's Apology"

 

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