Já temos uma carga tributária que, teoricamente, garantiria serviço público de uma qualidade muito superior a atual. Mesmo que a carga tributária fosse 70% do PIB (hoje está em torno de 38%), as coisas seriam as mesmas em termos de serviço público, só que o desvio seria muito maior.
Lembrando que nossos vizinhos e próximos Argentina, México, Uruguai, Chile etc etc, tem carga tributária em torno de 20% do PIB, alguns um pouquinho mais, outros um pouco menos...
E alguns desses países tem uma qualidade de vida muito superior ao Brasil.
O problema não está na quantidade de impostos, está no desvio e na incorreta utilização dos recursos. 
Alguma sugestão para reverter o quadro? 
Eu tenho Lela. Em uma palavra, democratização. Se o poder fosse mais descentralizado, e não concentrado na mão dos políticos, e a democracia fosse ampliada, não meramente política, mas social e econômica, a corrupção iria diminuir. E a lógica por tras disso na verdade é muito simples. Quanto mais se concentra poder, quanto menos pessoas vc tem que responder, mais fácil é ser corrupto e não ser pego. A impunidade é resultado em grande medida da concentração de poder dos políticos.
Concordo com muito do que o Amenemés escreveu. Discordo apenas nos direitos trabalhistas, é possível que tenham excessos, mas os direitos do trabalhador, para quem não sabe, são resultado de uma luta longa. Essa luta impediu, por exemplo, o regime de semi-escravidão vigente no Brasil no inicio do séc XX como indicou Mário Augusto da Silva Santos no trabalho "A república do Povo". Essa que se baseava justamente na liberdade total do contrato, que na prática submetia os trabalhadores a um regime de semi-escravidão terrível. Não podemos retroceder há isso, e a ausência de direitos trabalhistas é justamente a liberdade de opressão ao trabalhador.
Porém o que o Amenemés escreveu, sobre diminuição da quantidade dos políticos, de muitos gastos desnecessários, tudo cai na administração do Estado, já tendo o poder em mãos, ele descreveu o que ele faria com o poder, ou o que gostaria que outros, com o poder, fizessem. Um problema outro, antecede esse, qual seja, o do sistema político. Ele pincela isso quando defende o federalismo pleno, mas para mim, isso não é suficiente.
Para de fato fazer as coisas acontecessem é necessário poder, e a classe política já demonstrou, de forma predominante, não ser confiável para isso. Se não podemos abrir mão deles, podemos sim, diminuir a quantidade de cargos, e retirar boa parte do poder de decisão, sendo esse da população. Empoderar a população alias, é também, de quebra, a solução para a ineficácia do sistema público. Eu peço por um momento que vc pensasse que houvesse um órgão, estilo PROCON, totalmente aberto ao público, e que a população, fazendo uso desse, teria poder de primeiro, cortes salários, e até demissão, sobre funcionários públicos ineficientes e corruptos, com dispositivos de denuncia e avaliação. Assim como bônus salariais para setores largamente bem avaliados. Existem setores públicos, como saúde, e outros de serviços, essenciais, com esse órgão, e controle popular, seriamos nós a fazer eles funcionar, os que não funcionassem perderiam o emprego, e seriam abertos concursos, e os bons seriam recompensados de maneira justa pela sua eficiência.
Por isso eu repito, a solução, para a maioria dos problemas da política, reside naquilo que é o oposto ao maior mal da política. Se o maior mal da política é o autoritarismo (raiz dos outros males) é na democratização, ampla, que transfere poder e responsabilidades, para os cidadãos, que se encontra o caminho para o continuo aperfeiçoamento.
Lembrando que política se aprende fazendo, não se deve esperar a população ficar culta para ter o poder, deve-se caminhar para que tenha o poder, e com seu uso, ganhe educação política na prática. Com erros e acertos.