Gostaria de citar dois casos. Quando o Saramago lançou o livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo a ICAR protestou mandando alguns padres debaterem na mídia. Lembro-me da entrevista de um deles num telejornal, não me lembro dos detalhes, onde ele defendia os pontos de vista da igreja e lamentava a publicação do livro. Não houve processo, nem para impedir que o livro circulasse livremente, nem de reparação financeira. Imagino que a ICAR não quisesse parecer antidemocrática colocando mais um livro no index.
Depois a mesma igreja aprovou a prisão de um pastor da universal porque ele chutara uma estátua de gesso - representando a virgem maria - num programa de televisão. Nesse caso houve pressão popular e o pastor ficou uns dias presos.
Os dois casos mostram que, no brasil, liberdade de expressão é conveniência de momento. Acuada a igreja engoliu o livro do Saramago, mas regozijou-se com a neo-inquisição do pastor. O povo, como sempre, nem notou. E nossas autoridades deram o espetáculo ridículo de sempre mostrando seu vezo ditatorial.
Mas, voltando ao outdoor. Nem ofensivo ele é. O teor da mensagem é apenas que as práticas homossexuais não são aprovadas por deus e, consequentemente, pela sua igreja. É proibido dizer isso? Se houvesse um outdoor do mesmo teor falando dos políticos eles teriam o direito de proibi-lo? Na verdade, a discriminação já foi feita quando um grupo de cidadãos forçou o Estado a estabelecer leis especias que privilegiam esse mesmo grupo. Aí houve crime, o do politicamente correto, aquele que estabelece "dois pesos, duas medidas".