Eu duvido que os japoneses pensem assim. Até porque são etnocentristas até o gargalo; NUNCA vão achar possível deixar para lá a humilhação de insistirem em tirar o status divino do Tenno, para não falar nada das bombas atômicas em si.
Sinceramente, eles provavelmente ainda acham que estão sendo generosos em não tocar muito no assunto da Segunda Grande Guerra. Até hoje a ficção mostra simpatia pelas tropas japonesas - outro dia vi por exemplo um filme de 1991 em que Godzilla salva heroicamente um grupo honrado de soldados nipônicos antes mesmo de ser transformado pela radiação.
Lá no Japão não há nenhum sinal de inclinação a pedir desculpas pelo papel que tiveram na Guerra.
Aliás, é interessante observar que o
Gyokuon-hoso, cuja própria existência é um fato histórico (NUNCA antes o Tenno dirigiu a palavra diretamente às massas japonesas) inclui o seguinte trecho:
Should we continue to fight, not only would it result in an ultimate collapse and obliteration of the Japanese nation, but also it would lead to the total extinction of human civilization.
Ou seja, mesmo levando bomba atômica na goela, ainda se apresentam como heróicos responsáveis por evitar a extinção da humanidade inteira (e quem sabe, talvez até seja a verdade).
É uma cultura fascinante, em boa parte porque pensa de forma tão alienígena para os padrões brasileiros
