Tópico: Mais uma questão de reflexão e ética.

[Dr. Manhattan]

A identidade de B é bastante óbvia. Outro truque da pergunta é esconder a informação de que B é um louco psicótico.

[Luz]

A identidade de B é bastante óbvia. Outro truque da pergunta é esconder a informação de que B é um louco psicótico.

É o que penso e o que a questão propõe é que você seja "obrigado" a fazer uma escolha, não exatamente entre A e B, mas entre deixar ou não que o B concretize o que você gostaria de evitar, se pudesse.

[Dr. Manhattan]

A identidade de B é bastante óbvia. Outro truque da pergunta é esconder a informação de que B é um louco psicótico.

É o que penso e o que a questão propõe é que você seja "obrigado" a fazer uma escolha, não exatamente entre A e B, mas entre deixar ou não que o B concretize o que você gostaria de evitar, se pudesse.

Pois é, mas para isso você precisa saber de antemão o que B vai fazer. É uma questão capciosa, como disse antes.
SE eu pudesse voltar no tempo, provavelmente mataria o bb B. Só que aí estamos falando de História: de uma vida que já
aconteceu. Um bebê no entanto é só potencialidade. Uma aposta no futuro.

[Luz]

No duro, quanto mais penso sobre o provável futuro B, mais me convenço de que ele não teve nada de notável e seria inevitavelmente substituído por algum outro miserável se não tivesse nascido.

Nesse caso, você está deduzindo um futuro que poderia ou não se concretizar, enquanto o questão, ao que parece, se apóia em fatos. E dizer que "se fulano não tivesse nascido outro provavelmente tomaria seu lugar" parece mais uma forma de se esquivar da pergunta - porque não podemos ter certeza disso.

[Luis Dantas]

E se você tivesse motivos para crer que a morte de B só abriria espaço para C, pior ou igual a ele?

[Luz]

A identidade de B é bastante óbvia. Outro truque da pergunta é esconder a informação de que B é um louco psicótico.

É o que penso e o que a questão propõe é que você seja "obrigado" a fazer uma escolha, não exatamente entre A e B, mas entre deixar ou não que o B concretize o que você gostaria de evitar, se pudesse.

Pois é, mas para isso você precisa saber de antemão o que B vai fazer. É uma questão capciosa, como disse antes.
SE eu pudesse voltar no tempo, provavelmente mataria o bb B. Só que aí estamos falando de História: de uma vida que já
aconteceu. Um bebê no entanto é só potencialidade. Uma aposta no futuro.

Exato, pode ser uma dedução apressada, a minha - mas parece ser o que a questão sugere, já que os bebês, segundo o tópico, têm um nome e serão divulgados mais tarde.

[Luis Dantas]

Nesse caso, você está deduzindo um futuro que poderia ou não se concretizar, enquanto o questão, ao que parece, se apóia em fatos.

Pelo contrário, Luz; a questão inteira é um convite, para não dizer uma exigência, de especulação; o pressuposto é que não SABEMOS o que vai acontecer no futuro, mas temos de fazer uma escolha mesmo assim.

E dizer que "se fulano não tivesse nascido outro provavelmente tomaria seu lugar" parece mais uma forma de se esquivar da pergunta - porque não podemos ter certeza disso.

Esquivar, não; denunciá-la como reducionista e imoral mesmo eu não fujo do que considero indigno, prefiro destruir.  Tenho vocação para bactéria e como diz meu lema abaixo do avatar, considero necessário destruir o que está morto e ocupa o lugar de que os vivos precisam.

[Luz]

E se você tivesse motivos para crer que a morte de B só abriria espaço para C, pior ou igual a ele?

Estou louca para que essa lua mude logo de fase, que já não aguento mais sofrer com essas perguntas mas não sou propriamente o que se possa chamar de "martir" e acho mesmo que não teria coragem suficiente para intervir mesmo que tivesse certeza.

[Luz]

Esquivar, não; denunciá-la como reducionista e imoral mesmo eu não fujo do que considero indigno, prefiro destruir.  Tenho vocação para bactéria e como diz meu lema abaixo do avatar, considero necessário destruir o que está morto e ocupa o lugar de que os vivos precisam.

Não acho que seja uma questão reducionista e imoral, mas uma questão de reflexão ética - uma escolha difícil, que coloca seus valores em questão - o que você é, o que sabe, o que deseja e o que pode ou não fazer. 

[Luis Dantas]

Moral não pode desconsiderar o contexto social, Luz.

[Luz]

Moral não pode desconsiderar o contexto social, Luz.

Exatamente, Dantas - mas o que você quer dizer com isso é contrário ao que eu quero, imagino. 

[Luis Dantas]

Aparentemente você acha que moral pode existir (ou, quem sabe, EXIGE) desconsiderar a situação específica e tem de ser definida apenas por princípios abstratos?

Na boa, minha querida: isso é "bullshit".  Isso não apenas não merece ser chamado de moral, não merece nome algum porque não tem utilidade alguma, nem na prática nem na teoria

[Luz]

Aparentemente você acha que moral pode existir (ou, quem sabe, EXIGE) desconsiderar a situação específica e tem de ser definida apenas por princípios abstratos?

Na boa, minha querida: isso é "bullshit".  Isso não apenas não merece ser chamado de moral, não merece nome algum porque não tem utilidade alguma, nem na prática nem na teoria

Aparentemente, é o que você acha.    Então, se a questão proposta permitisse essa opção, eu elegeria você, para fazer a escolha por mim. 

[Luis Dantas]

(Eu queria entender por que nessas horas você não diz simplesmente até que ponto entendi a sua posição)

[Luz]

(Eu queria entender por que nessas horas você não diz simplesmente até que ponto entendi a sua posição)

Não é por descaso, mas por acreditar realmente que se não me fiz compreender até aqui é porque não tive competência, correndo o risco de me submeter a conclusões que não gostaria de ler se continuasse.

Sinceramente, não me incomoda quando você me julga mal, porque afinal, somos pessoas muito diferentes, mas me incomoda quando me julga errado. Por isso, prefiro para por aqui, se não se importar. 

[Luis Dantas]

Na verdade me importo, não que faça diferença

Eu sempre me frustro quando desistem de me explicar as coisas exatamente no ponto em que posso aprender algo de novo, mas não tenho escolha a não ser respeitar a sua vontade.

(Você está falando sério? REALMENTE prefere ser mal vista a mal interpretada? Isso me parece um tanto absurdo)

[Buckaroo Banzai]

A idéia do tópico me parece ser um daqueles argumentos toscos pró-vida.

Provavelmente o bebe A foi algum grande herói na história mundial e o B foi Adolf Hitler.

E daí conclui-se que não se pode abortar ou menstruar óvulos/bebês; que as mulheres devem engravidar em todas as ovulações, que planejamento familiar/contracepção é uma matança egoísta e sem importância, que apenas impede que venham a existir novos gênios e heróis.

A assim chamada "qualidade de vida" de vida não importa, porque tudo que importa é o amor. Mesmo que crianças sejam todas desnutridas, algumas até morrendo bem cedo, ao menos foram amadas enquanto viveram.

[Luz]

Na verdade me importo, não que faça diferença

Eu sempre me frustro quando desistem de me explicar as coisas exatamente no ponto em que posso aprender algo de novo, mas não tenho escolha a não ser respeitar a sua vontade.

(Você está falando sério? REALMENTE prefere ser mal vista a mal interpretada? Isso me parece um tanto absurdo)

Já que se importa, faz diferença: estou me atendo somente à questão dentro do que ela propõe, obedecendo ao que pede, deduzindo o que sugere, sem acrescentar nada nem me esquivar da resposta. 

(E sobre preferir ser mal vista que mal interpretada, talvez seja vaidade, porque absurdo me parece submeter-me ao julgamento alheio, correndo o risco de ser condenada por aquilo em que não acredito.

Afinal, já que estou inevitavelmente correndo esse risco sempre, que seja por aquilo que realmente sou.

Nem sempre nossos valores serão os mesmos e por mais que considere os seus, considero mais os meus próprios. Justamente por serem valores e por serem meus, prefiro ser condenada por ser compreendida que absolvida por ser incompreendida.)

[Diegojaf]

A idéia do tópico me parece ser um daqueles argumentos toscos pró-vida.

Quando eu li essa questão pela primeira vez, veio acompanhada de um texto sentimenstalista referente a preconceito e não pela questão do aborto... achei legal na época, mas não tá mais na minha caixa de e-mail...

[Buckaroo Banzai]

Para esse objetivo, a hipótese de ter que matar algum deles é completamente gratuita. Só serve como analogia ao aborto.

[Luis Dantas]

(E sobre preferir ser mal vista que mal interpretada, talvez seja vaidade, porque absurdo me parece submeter-me ao julgamento alheio, correndo o risco de ser condenada por aquilo em que não acredito.

Afinal, já que estou inevitavelmente correndo esse risco sempre, que seja por aquilo que realmente sou.

Concordo.

Nem sempre nossos valores serão os mesmos e por mais que considere os seus, considero mais os meus próprios. Justamente por serem valores e por serem meus, prefiro ser condenada por ser compreendida que absolvida por ser incompreendida.)

Já eu desisti disso há MUITO tempo; não há espaço em mim para ilusões de que não serei julgado.  Prefiro saber defender minhas convicções

[Luz]

Já eu desisti disso há MUITO tempo; não há espaço em mim para ilusões de que não serei julgado.  Prefiro saber defender minhas convicções

Seuqer cogito essa hipótese. O que pretendia dizer é que bem ou mal prefiro ser compreendida - pois me importam os meus valores, mesmo que eles batam de frente com os valores alheios. 

Infelizmente, nem sempre consigo ser clara como gostaria. 

Quanto às convicções, não consigo ter muitas, raramente me sinto segura em fazer afirmações - não por acaso inicio a maioria das idéias por "eu penso", "eu acho", "eu acredito".    Mas até que não isso uma coisa ruim.