Eu discordo de qualquer diferenciação do trote militar com o estudantil. Na minha opinião é tudo uma regressão de bases religiosas e místicas, a tal da iniciação.
Para mim em ambos os casos o que deve contar é a parte tecnica, a do conhecimento, que vai conferir o vies prático.
Tenho uma péssima impressão dessa tradição na polícia militar, e entendo que existem as pessoas afinizadas com esse tipo de "brincadeira", mas eu nunca gostei dessa imposição, dessa obrigatoriedade, como costuma acontecer.
Não sei como são os treinamentos da PM, mas, no exército, a humilhação do período básico (nove semanas) era feita sem distinção, todo mundo "pagava o pato" pela bizonhice do companheiro. Segundo os mais graduados, isso era uma maneira de fortalecer o espírito de corpo, o companheirismo; afinal, pagando pelos erros do seu colega, mais tarde, você mesmo iria policiá-lo para não cometer tais erros.
Essa explicação justifica toda a "sugação" desse período? Não, eu mesmo chorei de raiva do tanto que um sargento me pentelhou no acampamento, porém, graças a ele, descobri como é gostoso um colchão de esterco de vaca.
Agora, vamos ser sinceros, estávamos sendo treinados para matar (exército não prende, exército mata), será que haveria lugar, nesse ambiente, apenas para o treinamento e seu embasamento teórico?
O preparo psicológico também contava, nós tinhamos de estar preparados para matar, denunciar, punir, vigiar quem quer fosse, até nosso companheiro de caserna.
Nos tornamos duros, desconfiados e cruíes, se houvesse uma guerra naquele momento teríamos ido alegremete para ela.
Levou algum tempo para esquecer esse treinamento.