1- O que é evolução a nível genético e o que não é.
Este assunto gera sempre grande controvérsia, a meu ver por dois problemas básicos:
1- Há ou houve criacionistas que não admitiam variabilidade da espécie e há evolucionistas que confundem variabilidade da espécie com evolução pelo fato de esta frequentemente ser influenciada pela adaptação da espécie a um determinado habitat.
Evolução é definida, em genética, como a variação das freqüências dos alelos nas populações. Logo as variações nas espécies são sim, produto de evolução. Não é "confusão evolucionista"; mas confusão criacionista, sobre a
definição científica.
Não sou estudioso de genética mas, entendo que temos, basicamente, três tipos de mutação das espécies:
1- Por perda de gene
2- Por aquisição de gene alheio.
3- Por gene recessivo.
¿¿¿¿ "mutação por gene recessivo" ????
Mutações são defeitos no processo de reprodução dos genes. Herdar um gene recessivo não é sofrer uma mutação. Aquisição de gene alheio é transferência genética horizontal, não sei se seria exatamente enquadrável como "mutação", embora as duas coisas sejam fonte de variabilidade. Mutações podem causar a perda de um gene, duplicações ou modificações, mais comumente, acredito.
Darwin fez a observação correta durante a viagem com o Beagle, errou, porém na extrapolação das suas observações porque não tinha o conhecimento de genética à sua disposição. Em sua época o conhecimento da genética não chegava a 2 % dos atuais conhecimentos. Ele, portanto, está absolvido.
O que isso tem a ver? Em primeiro lugar, o desconhecimento detalhado dos mecanismos de hereditariedade não atrapalhou em nada, ou seja, não há grandes detalhes que foram fundamentalmente modificados, previsões alteradas, com o conhecimento da genética. O essencial para a seleção natural são variações individuais hereditárias e diferencial reprodutivo entre elas.
O estudo da modificação na descendência dos seres não parou em OTOOS, a genética foi acrescentada, bem como a genética de populações, e nada se enfraqueceu com isso.
A teoria da evolução postula, em síntese, que a vida se originou por acaso, i. é, reações químicas aleatórias de produtos inorgânicos geraram espontaneamente substâncias orgânicas, aminoácidos. Aminoácidos se combinaram aleatoriamente produzindo DNA, depois células e assim surgiu a primeira célula viva.
Primeiramente, isso não se chama "teoria da evolução", mas abiogênese, o surgimento da vida, não a modificação em sua descendência.
Acho que a confusão é feita tão freqüentemente porque a evolução, a modificação nas linhagens de seres vivos, é o que origina as espécies no naturalismo; já nos criacionismos, as origens das espécies e as origens da vida complexa a partir da terra, por milagre, sob ordem divina (ao menos nos criacionismos mais comuns por aqui), são um mesmo evento.
Também o papel do acaso foi exagerado. A formação de substâncias orgânicas, sob determinadas circunstâncias (não-aleatoriedade) é bem comprovada. Há ainda outras circunstâncias em que aminoácidos se formam (os que se encontram no espaço), mas eu desconheço quais seriam, não sei se isso é conhecido ou se há boas hipóteses para isso.
Também o ADN não é constituído de aminoácidos. A combinação de aminoácidos pode produzir proteínas - especialmente se coordenada, de forma não-aleatória, pelo ADN. Mas não sei se foi isso que aconteceu logo no princípio; a participação de ADN ou ARN pode ter ocorrido mais tarde. Mas mesmo antes disso, a combinação de aminácidos não é sempre aleatória.
Esta célula se replicou e adquiriu, pela seleção natural e luta pela sobrevivência (não sei contra quem porque ainda estava sozinha) genes novos que a transformaram, paulatinamente, até toda a biodiversidade ao nosso redor.
Não se deve interpretar tão infantilmente termos como "luta pela sobrevivencia", que nem são bem apropriados para descrever a seleção natural. Mesmo assim, uma "luta", como já colocaram antes de mim, não precisa se dar apenas contra outros indivíduos, mas contra condições adversas, mesmo abióticas.
Só lembrando: os últimos dois trechos não tiveram nada a ver com evolução.
Evolução postula geração espontânea de novos genes devido à pressão pela sobrevivência e isto em pequeníssimos passos e ao longo de enormes tempos.
Gostaria de ter a fonte dessa afirmação, que os genes se originam por pressão pela sobrevivência.
A coisa mais parecida com isso são algumas bactérias que tem taxas de mutações aumentadas por estresse ambiental, mas a evolução não ocorre assim na maior parte do tempo.
Também, se uma espécie cortasse de geração em geração, por exemplo, por motivo de atividades de sobrevivência, um dedo e com isto levaria alguma vantagem, gerações futuras herdariam essa característica já nescendo com um dedo a menos.
Erro grosseiro.
De que livro de Lamarck ele tirou isso? Gostaria da fonte da afirmação, novamente. Deve ser peça de colecionador.
O sentido da evolução é unidirecional, sempre para espécies superiores e mais bem adaptadas à sobrevivência.
O que seriam "espécies superiores"?
Gostaria novamente da fonte da afirmação.
No primeiro caso, a perda de um gene se pode dar por vários motivos: lesão do gene, erro de cópia, etc. A perda do gene resulta em alterações permanentes. O gene perdido, no entanto, pode ser readquirido pelo cruzamento sexuado com indivíduos da mesma espécie que ainda tem este gene. Um caso bem conhecido é a população branca e a população negra. Nenhuma por si só pode gerar descendentes de cor oposta. Ambas perdram o gene da oposta. Entrecruzando-se, no entanto, os seus descendentes podem adquirir o gene perdido em sua população. Os mulatos, apesar de nem todos, tem o maior acervo de genes para esta finalidade e podem gerar descendentes, tanto brancos como negros, e isto em poucas gerações. É um fenômeno parcialmente corrigível.
Um tanto ruinzinha a explicação, ou o exemplo, talvez.
Não há um gene para cada uma dessas cores de pele; o determinismo genético desse traço não é bem claro, mas parece que seriam pelo menos quatro. O que ocorre é que os genes que determinam a pele branca são recessivos, ou seja, não determinam a produção de melanina.
Os negros provavelmente nunca perderam esses genes para a pele branca, pois nunca devem tê-los tido para começar. Esses genes deve ser alelos mutantes que não produzem mais melanina.
Claramente não é um caso de evolução porque se perdeu e não se gerou um gene, é reversível e acontece em poucas gerações.
Evolução não significa "geração de um gene", não implica em "irreversibilidade", nem importa se ocorre em poucas gerações. Geneticamente, é a variação nas freqüencias dos alelos, e é isso que ocorreu no exemplo, evolução.
Como avisei, haveria problemas de atualização de dados (fontes mais que obsoletas) e conceituais (não saber o que é evolução, geneticamente).
Houve seleção natural e em poucas gerações (período de tempo bem curto) houve mudança de cor predominante, mas não houve geração de novos genes - de informação nova, e a reversão é possível (não é unidirecional) logo não se trata de um processo evolutivo.
Afirmação que se baseia nesse conceito doido de "evolução é irreversível", e é "geração de novos genes", cuja fonte desconheço.
No segundo caso, assunto atualmente muito em pauta, uma espécie adquire um gene de outra espécie ou variedade. A hibridização é um caso típico, porém os seus descendentes não se reproduzem ou geram variedades raquíticas. O híbrido, geralmente, morre na próxima geração.
Pode ocorrer até mesmo especiação viável a partir de hibridização interespecífica em alguns casos, mas isso é raro. Mas nem a evolução nem a especiação se fundamentam em hibridização entre espécies.
O fluxo genético entre variedades de uma mesma espécie não freqüentemente torna os híbridos resultantes inférteis, nem raquíticos (o raquitismo é uma doença que não tem muita relação com isso, podendo ocorrer tanto entre cruzamentos entre a mesma variedade quanto entre variedades, basta que ocorra homozigose dos genes para o raquitismo); quando isso ocorre (infertilidade relativa, raquitismo não tem nada a ver com o caso), é na verdade uma amostra de um estágio pelo qual uma mesma população pode se dividir em duas espécies.
Outro caso são os transgênicos onde se extrai um gene de um ser biológico e o implanta em outro, objetivando com isto produzir características anteriormente inexistentes ou debilitadas na espécie implantada.
O gene, portanto, não foi criado, porém simplesmente emprestado de outra espécie. Não se trata de evolução porque não se produziu um gene novo e a mudança foi instantâneo e não em pequenos avanços durante um tempo enorme.
Mais falhas conceituais graves.
É variação nas freqüencias dos genes, é evolução. Não interessa se o gene foi ou não "criado"; não interessa se foi instantânea e não em pequenos avanços durante um tempo enorme.
Se "evolução" fosse isso que ele está dizendo, então realmente não haveria "evolução", mas haveria variações nas frequencias de alelos das populações, gerando modificação na descendência dos seres, especiação, e ainda haveriam todas as evidências da ancestralidade comum universal.
No terceiro caso, genes são desligados temporariamente pelas circunstâncias ambientais ou outras causas.
O caso mais estudado é o das mariposas na Grã Bretanha. Mariposas claras eram menos detectadas, mais protegidas, dos seus predadores, nas cascas claras das árvores do seu habitat e por isto se multiplicavam em maior número do que seus irmãos escuros. Com a chegada da era da industrialização as cascas se tornaram sujas, negras, pela poluição da queima de carvão mineral. Com isto as mariposas claras ficavam mais evidentes aos seus predadores sobre a casca, agora, escura, e a população de mariposas se tornou predominantemente escura. Com os movimentos ambientalistas e o fim da era do carvão mineral, as cascas retornaram à sua cor clara original e com isto também a população de mariposas é atualmente novamente predominantemente clara. É um fenômeno reversível.
O gene da cor escura ou branca estava presente em ambas porém desativado temporariamente.
Argh.
Novamente, evolução não requer "irreversibilidade".
Gostaria da fonte que ambas as cores de mariposas tem ambos os genes, mas desativados.
Se mariposas de uma cor tiverem o gene recessivo para a outra cor, isso não é o caso de inativação, e o inverso nunca ocorre; ou seja, apenas uma das variedades de mariposas poderia ter os genes para a otutra cor; mas por terem também um alelo dominante para a outra cor, era essa a que tinham.
Houve seleção natural e em poucas gerações (período de tempo bem curto) houve mudança de cor predominante, mas não houve geração de novos genes - de informação nova, e a reversão é possível logo não se trata de um processo evolutivo.
Foi um processo de seleção natural, que alterou as freqüencias genéticas das populações, o que é atualmente considerado evolução no meio científico.
O caso do efeito dos antibióticos e inseticidas é idêntico.
Bem como os erros conceituais em tentar desqualificar o processo como evolução. Vou passar.
No balanço geral pode-se afirmar que há forte perda de genes do acervo biológico global (por extinção de espécies, etc.), porém não há informação da descoberta do surgimento (não estou falando de descobrimento) de nenhum único novo gene sequer.
Bem, as informações dele estão realmente incorretas e desatualizadas.
Por fatla de tempo a contra-argumentacao a possiveis refutacoes podem nao ser imediatas.
Não tem o que refutar.
Evolução não é o que ele pensa ser, e há dados que ele desconhece, de fontes mais atuais.
De novo acho melhor um debatente apenas o Perseus que nao correu seria uma boa indicacao visto que os outros se recusaram.Fugiram ao embate. 8) 8)

Que debate? Isso não é debate, é ele passar informações ultrapassadas ou erradas, e nos o corrigindo ou atualizando.
E quanto às minhas perguntas no tópico "celacanto e a evolução"? Vai continuar fugindo?
