Achei importante ainda compartilhar com vocês o texto abaixo extraído do livro “Evolução Um livro texto crítico”
Pág. 60 e 61
A semi-população, raça ou espécie R1, que foi desmembrada, pode por sua vez, tornar a se desmembrar, transformando-se nas semi-populações R11 e R12, com os “pools” gênicos r11 e r12, etc., como no caso do primeiro desmembramento. Em relação ao “pool” gênico inicial, os “pools” gênicos das raças desmembradas vão ficando cada vez mais empobrecidos, quer dizer, passam a ter um número cada vez menor de allelos diferentes. Com isso, não é mais possível um número tão grande de combinações de alelos nas semi-populações como na população inicial: as possibilidades de recombinação ficam reduzidas. Isso significa que as raças ou espécies desmembradas possuem uma margem de variabilidade mais reduzida e que depende do número de alelos diferente e das possíveis combinações deles. Por sua vez, resulta daí que as reações às modificações das condições ambientais ocorrem cada vez com menor flexibilidade. Trata-se, neste caso, de uma capacidade de adaptação reduzida. As raças com “pools” gênicos empobrecidos estão muito menos em condições de suportar uma mudança das condições ambientais do que a espécie inicial, com um rico material genético. Por esse motivo estão mais fortemente ameaçadas de extinção.
O zoólogo holandês DUYVENE DE WIT descreveu perfeitamente esse processo, como transcrito a seguir (citado de KAHLE 1984, pág. 87; compare Fig 5.6): “ Quando uma população marginal abre caminho para um novo habitat, ela não pode levar consigo todos os genes da população materna, mas sim apenas parte deles. Cada nova raça ou espécie que se origina de uma outra, possui, por isso, um “pool” gênico mais pobre. Conseqüentemente, a perda de substância do “pool” gênico é o preço de cada raça ou espécie tem de pagar pelo privilégio de existir. Se o processo de especiação ocorrer repetidas vezes consecutivamente, surgirão por fim, espécies cujos “pools” gênicos estão tão completamente esgotados que bastam alterações insignificantes nas condições ambientais para que elas venham a se extinguir. Esforços para se adaptar a modificações ambientais de recombinação levaram, por fim, a um estado genético mínimo. Se este limite mínimo for ultrapassado, não haverá mais possibilidade de sobrevivência. Por essa razão, o destino trágico e irrevogável das espécies ou raças especializadas, extremamente adaptadas, é a morte genética.”