Autor Tópico: Vitória histórica da esquerda no Paraguai  (Lida 3814 vezes)

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Offline Luiz Souto

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Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Online: 21 de Abril de 2008, 11:07:37 »
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Vitória histórica da esquerda no Paraguai    
Pedro Fuentes   

Seg, 21 de abril de 2008 01:02

Fernando Lugo, ex-bispo católico, foi eleito neste domingo (20) o presidente do Paraguai, rompendo com mais de seis décadas de domínio do Partido Colorado no país. Às 21h40 (22h40 de Brasília), com mais de 90% dos votos apurados, o TSJE (Tribunal Superior de Justiça Eleitoral) anunciou oficialmente a vitória de Lugo, que já contabilizava 40,83% dos votos. A candidata colorada Blanca Ovelar ficou em segundo lugar, com 30,72%.
Durante todo o dia aconteceram dois fatos contraditórios. De um lado o partido colorado ganhava em carros, na proporção de 15 para 1, sobre Aliança para a Mudança, de Lugo, trazendo gente para os locais de votação. Sem dúvida, nas escolas onde se realizava a votação, já se via que a Aliança contava com um grande número de observadores, cidadãos que espontaneamente fiscalizavam as urnas. Um chamado movimento "transparência" tinha uma grande quantidade de jovens, com camisetas brancas em todas as escolas. Isso e a alegria de votar num belo dia ensolarado, com filas repletas de cidadãos apontavam para um clima de mudança. Silenciosamente, o povo falava em  terminar com os 61 anos de governo do Partido Colorado.

Acompanhamos a eleição como observadores internacionais junto com o camarada João Alfredo do Ceará e o professor e advogado Pinaude, que com seus 77 anos esteve na jornada que começou às quatro da manhã, quando mais de cem observadores internacionais devidamente credenciados ante a justiça eleitoral. Ingressamos nos veículos disponibilizados pelo Tekojoja para observar o processo eleitoral.

Estivemos durante horas no comitê de Tekojoja, onde pudemos acompanhar a grande mobilização, especialmente de mulheres que passaram a noite para organizar a atividade do domingo.

Vimos tambem a recepção emotiva e espontânea que Lugo brindou a Hebe de Bonafini, quando chegou no sábado ao aeroporto. Este processo que se expande pelo continente, aqui no Paraguai tem duas vertentes, dois sentimentos. Um é o da luta democrática para terminar com o regime de 61 anos de governo do Partido Colorado, um partido que desde então controla o aparelho de estado, ao estilo priista e que chegou ao seu esgotamento. O outro sentimento é o da recuperação dos recursos naturais, que no caso do Paraguai se concretiza nas duas grandes represas de água: a que compartilha com o Brasil, Itaipu, a maior do continente; e Yaciretá, com a Argentina. Lugo encabeça uma luta por revisar o tratado de venda de energia com o Brasil - que paga um preço irrisório. Não por coincidência a capa do jornal ABC color deste domingo tem duas manchetes: "O Brasil explora Paraguai em Itaipu" e uma charge que mostra Lugo vencendo uma maratona. Esta reivindicação não somente se faz presente na classe médias, mas parece que pode ser apoiada por um setor da burguesia, representada pelo Partido Liberal - que também critica a perpetuação dos produtores de soja brasileiros em terras paraguaias.

Este triunfo histórico significa um novo alento no processo latinoamericano. Ao índio boliviano, ao militar rebelde na Venezuela soma-se agora o governo do Bispo de San Pedro, zona em que o movimento camponês deixou muitos mártires na sua luta pela reforma agrária. Um sacerdote formado pela teologia da libertação e no contato com este campesinato.

Estamos compartilhando este triunfo com mais de cem militantes vindos do Uruguai, com Frei Betto, Arbex Jr., militantes do Jubileu 2000 do Brasil, dos sem-terra do MST, e de outros setores de esquerda como Bernard Casse e Hebe Bonafini.

Um triunfo que é um novo desafio e uma nova alavanca também para o PSOL, que desde o primeiro momento esteve apoiando Lugo e se fez presente no Paraguai porque entende que a luta latinoamericana é também nossa luta.

Pedro Fuentes - Secretário de Relações Internacionais do PSOL

Fonte: http://www.psol.org.br/nacional/internacional/48-internacional/1111-vitoria-historica-da-esquerda-no-paraguai

Apesar da tentativa do governo paraguaio de tumultuar as eleições com boatos e mesmo pronunciamentos do presidente sobre " grupos armados" e " interferência estrangeira" ( para variar da Venezuela , Bolivia e Equador...) o fato das eleições terem ocorrido sem problemas em um país com um governo do partido mais corrupto depois do PRI mexicano , com corrupção e violência política endêmica , mostra o grau de isolamento e rejeição do Partido Colorado.

Já estou com uma Teresópolis gelando para comemorar  :hihi:
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #1 Online: 21 de Abril de 2008, 15:47:21 »
Melhor tomar logo , antes que fique sem eletricidade para gelar.

Outro "cumpanheru" eleito que já está falando que o acordo de  Itaipu passou 34 anos explorando o Paraguai.

Vamos ver se pelo menos dessa vez o Lullalá vai agir como homem.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #2 Online: 21 de Abril de 2008, 15:53:01 »
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/04/21/contrato_de_itaipu_sera_mantido_diz_lula_1279888.html

""Lugo afirma que pretende conseguir a "soberania hidrelétrica" para o Paraguai. O bispo considera que o Brasil paga muito pouco pela energia que o Paraguai não consome e é repassada ao mercado brasileiro...

...Itaipu gera em média, por ano, 92.000 Gigawatts-hora (uns 20% da energia elétrica consumida no Brasil). O mercado interno paraguaio tem direito a 50% da energia produzida em Itaipu, mas só absorve 10% (devido ao tamanho pequeno de sua população e economia). O resto é repassado ao Brasil.

Lugo argumenta que o Paraguai recebe pouco mais de US$ 100 milhões por um excedente que seria cotado no mercado a US$ 2 bilhões."


No mínimo fará uma gentileza com  o "cumpanheru di luta" enfiando  a mão no seu bolso para dar mais dinheiro a ele.

Offline Adriano

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #3 Online: 21 de Abril de 2008, 16:04:50 »
Eu acho correto a atitude do presidente paraguaio nessa questão. Sem nacionalismo, "defender" o Brasil só por ser brasileiro é cair na mesma situação que eu considero genocida (causadora de fome e pobreza) dos americanos e europeus, que é manter os seus mercados agrícolas "defendidos" através de subsídios.

O Paraguai é um país pobre, sem expressão política maior, então deve defender a sua economia mesmo. E se o valor é abaixo do mercado, então é correto o reajuste.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Luiz Souto

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #4 Online: 21 de Abril de 2008, 16:08:20 »
O valor pelo qual o Paraguai vende a energia elétrica excedente é praticamente o preço de custo , reconhecido pelo própia Itaipu. Nada mais justo que haja negociação sobre os valores
E a questão não é de "agir como homem" mas realizar uma discussão clara e honesta entre dois países soberanos , que tem ambos seus interesses a zelar.

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Brasil rejeita a possibilidade de pagar mais por energia de Itaipu

...
O resultado significará, também, muita dor de cabeça para o Brasil — entre as principais metas de Lugo está a revisão do tratado que criou a hidrelétrica de Itaipu Binacional. A medida é rechaçada por especialistas e autoridades brasileiras.

Uma elevação dos preços pagos pelo Brasil pelo excedente da energia paraguaia produzida na usina acarretaria aumento de tarifas nas contas de luz dos consumidores.

Isso porque Itaipu responde por cerca de 20% da demanda de energia brasileira. Desse total, pouco menos da metade corresponde à parte que o Paraguai vende ao Brasil a um preço praticamente de custo: US$ 41,80 o quilowatt/hora. Mexer nesse valor, aproximando-o dos preços de mercado livre — que superam os US$ 100 —, significaria aumentar o custo de quase 10% do consumo brasileiro de energia. Seria impossível uma manobra assim não impactar no bolso dos usuários brasileiros, avalia Euclides Scalco, ex-diretor-geral de Itaipu e um defensor dos interesses do Brasil envolvendo a hidrelétrica.

— O Paraguai não entrou com dinheiro nenhum na construção. Não tem afluentes que contribuam para o reservatório e só tem vantagens com a usina — diz.

O que leva Scalco a temer um novo acordo relativo aos preços pagos pelo país pela energia da parte paraguaia de Itaipu é o precedente criado na questão do gás entre Brasil e Bolívia. Em 2006, os bolivianos nacionalizaram o gás produzido em seu território, ocupando plantas da Petrobras. O governo brasileiro reconheceu a decisão como soberana e foi criticado por isso. Para o presidente do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, não há risco de que a situação se repita com Itaipu.

— Naquele caso, era um contrato entre a Petrobras e a empresa boliviana. Itaipu é um tratado de dois países. Não há como modificá-lo — afirma.

Os paraguaios, no entanto, defendem a mudança de forma ardorosa. Se no Brasil o tema é discutido apenas nos meios técnicos e políticos, do outro lado da fronteira a questão tem apoio popular, relata o historiador Gilberto Maringoni.

— Lá, é mais do que uma questão de afirmação econômica. É de afirmação nacional — avalia.

Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Mundo&newsID=a1835857.xml
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

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Offline Luiz Souto

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #5 Online: 21 de Abril de 2008, 16:59:27 »
Em tempo: esta é a carta aberta de Fernando Lugo para Jorge Samek, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional , de 29 de março de 2008  , em resposta a declarações na imprensa deste último

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A Carta

Através da imprensa, tive acesso à sua opinião, publicada por 'IUH On Line', na qual o senhor se pergunta 'o que seria do Paraguai sem Itaipu?'. Com todo respeito, quero responder à sua pergunta e considerar também seu necessário complemento: o que seria do Brasil sem Itaipu?

Sem Itaipu, o Paraguai, é verdade, deixaria de ter um ingresso de royalties e compensações da ordem de US$ 100 milhões/ano. Esta cifra parece importante, mas é menos que a terceira parte do que pagamos por nossas importações de petróleo (de 30.000 barris por dia, ou seja, quase 11 milhões de barris por ano) e que, à atual cotação do óleo bruto (US$ 90/barril), está em torno de (11 x 90=) US$ 1 bilhão/ano. Podemos dizer, assim, que toda a energia hidroelétrica que o Paraguai exporta ao Brasil equivale a vender uns 10.000 barris menos de petróleo, por dia, ao atual preço de mercado.

A totalidade da energia gerada por Itaipu – como o senhor mesmo calcula na extensa entrevista que realiza 'IUH On Line' – 'é equivalente a 560.000 barris de petróleo por dia'. A energia paraguaia que chega ao Brasil, igual a 40% do total, equivale a 224.000 barris de petróleo por dia. Note que, segundo seus próprios cálculos, o senhor está reconhecendo que o Paraguai recebe de 'Royalties' e compensações o equivalente a menos de 10.000 barris de petróleo por dia (a preços de mercado de hoje), enquanto o Brasil evita queimar 224.000 barris por dia, graças à energia paraguaia de Itaipu, segundo, insisto, seus próprios cálculos. Então, nossa energia de Itaipu é infinitamente mais importante do que recebemos!

Na questão ambiental, que seria do Paraguai sem Itaipu? O senhor afirma que 'o meio ambiente da região está mais rico e melhor protegido com (a central de) Itaipu do que estaria sem ela'. O senhor talvez se refira à margem esquerda, do Brasil, que já estava devastada antes de Itaipu. A margem direita do rio Paraná – o Alto Paraná paraguaio – era uma selva em grande medida preservada até a assinatura do Tratado de Itaipu. Sem ter sido a única causa de desmatamento – também foi a permissividade do ditador Alfredo Stroessner e de sucessivos governos – é indubitável que Itaipu contribuiu para acelerar tal processo ao atrair população e atividade econômica sem controle.

Celebramos que agora se tente proteger o pouco que restou do riquíssimo meio ambiente que havia há algumas décadas, mas não é correto afirmar, como o senhor o faz, que o meio ambiente 'está mais rico e melhor protegido com Itaipu'. É bom reconhecer que houve grandes danos e prejuízos.

Na questão política e institucional, o que seria do Paraguai sem Itaipu? O senhor diz que 'os congressos nacionais paraguaio e brasileiro ratificaram o tratado conferindo-lhe a legitimidade e a solidez jurídica necessárias... cada cláusula do acordo foi exaustivamente discutida, passando pelo crivo dos representantes eleitos em ambos os países...' Como se atreve o senhor a falar de 'legitimidade e solidez jurídica' de congressos da ditadura, como eram os existentes em 1973 tanto no Brasil como no Paraguai? No caso de nosso país – sobre o qual podemos falar com mais propriedade – só havia a vontade despótica do ditador. Por opor-se à tirania, tivemos milhares de mortos, desaparecidos, torturados e exilados. E o senhor fala de 'legitimidade'? Por fator, falemos sério!

Itaipu deu fôlego ao ditador. Ainda que o Paraguai participou em só 15% de sua construção (o Brasil, 85%), tal porcentagem foi enorme para a oligarquia governante, porque o roubo, conduzido pela ditadura militar brasileira e seus sócios de grandes 'empreiteiras', foi descomunal. A ditadura stroessnista se fortaleceu e o sofrimento do povo paraguaio foi maior. A prostituição de valores foi maiúscula. Este grande roubo durante toda a construção de Itaipu está sendo pago agora pelos povos do Brasil e do Paraguai (se gerou uma dívida em grande medida espúria), sem que o senhjor tenha permitido até agora, junto com o Diretor-Geral Paraguaio, que se investiguem os descomunais roubos perpetrados e que continuam sem solução de continuidade.

Sem Itaipu não teria se corrompido de forma tão extrema a classe dirigente de nosso país e, provavelmente, não teríamos a prostração moral, cultural e institucional de que padecemos. Sem a corrupção de Itaipu, a máfia de origem stroessnista que até hoje desgoverna nosso país não teria se fortalecido tanto e por tanto tempo. Quem ressarce deste dano moral, político, institucional e material o povo paraguaio?

Em resumo, vemos que os benefícios objetivos que nos traz Itaipu são mínimos (equivalentes a exportar menos de 10.000 barris de petróleo por dia a preço de mercado, para uma energia que equivale a 224.000 barris de petróleo por dia), enquanto que os prejuízos causados à natureza, às instituições aos direitos humanos e à moral do país são enormes e difíceis de reparar.

Por sua vez, é importante analisar, o que seria do Brasil sem Itaipu?

O senhor mesmo reconhece que mais de 20% de toda a demanda elétrica do Brasil depende de Itaipu. Corretamente afirma que 'a energia produzida por Itaipu é equivalente a 560.000 barris de petróleo por dia... que a hidroeletricidade é a fonte de energia elétrica renovável mais limpa do mundo... de menor custo'.

Reconhece que hoje o Brasil está ampliando a 'instalação de termoelétricas, movidas a gás natural, carvão e óleo diesel...', se bem que busca minimizá-lo apenas como um 'seguro anti-apagão'. O senhor não menciona, mas, por sua iniciativa, o Conselho de Administração de Itaipu autorizou recentemente reduzir o nível do reservatório de Itaipu porque nem sequer as centrais termais, que o senhor menciona como um 'seguro anti-apagão', dão respaldo para cobrir a crescente demanda de seu país, nem sequer a custos exagerados. Só por isso recorrem às reservas hídricas (energéticas) binacionais do reservatório de Itaipu, sem ressarcir ao Paraguai pelos danos causados nem dar-nos a menor participação no enorme benefício que terá o Brasil com esta operação que evitaria um custosíssimo racionamento energético.

O que seria do Brasil sem Itaipu, então? Teria de queimar mais de meio milhão de barris de petróleo por dia, ou seja, mais de 180 milhões de barris por ano. À atual cotação do óleo bruto, mais de US$ 16 bilhões/ano. O senhor mesmo reconhece que o dinheiro posto pela ELETROBRÁS e outros organismos foi tão só de US$ 12 bilhões. Ou seja, em um ano o Brasil recupera todo o investimento (ou emprestado) para construir Itaipu e ainda lhe sobram US$ 4 bilhões. Nestes 30 anos, o benefício é de US$ 480 bilhões, 48 vezes o produto interno bruto (PIB) – toda a produção – do Paraguai.

Somente a energia paraguaia que hoje vai para o Brasil economiza ao sistema elétrico brasileiro uns US$ 7,250 bilhões/ano, aos atuais preços de mercado. O Paraguai recebe menos de 4% (US$ 300 milhões/ano) e, ainda, ao senhor lhe parece que nas atuais condições 'não há nenhuma situação de injustiça e nenhuma relação de exploração a ser reparada em Itaipu'.

Quando se tratará de uma injustiça para o senhor? Quando o Paraguai receba 1% do preço de mercado de hidroeletricidade, ou recém quando receba uma milésima parte? Seria bom conhecer sua resposta a respeito.

Agora bem, quem se beneficia com esta baratíssima energia paraguaia de Itaipu no Brasil? O senhor bem sabe que quase 100% das empresas distribuidoras de energia elétrica em seu país são transnacionais, as que se beneficiam enormemente com os baixos preços no atacado da energia paraguaia. Não são o povo brasileiro nem o pequeno produtor brasileiro os que se beneficiam com a extraordinariamente barata energia paraguaia de Itaipu, mas aquelas transnacionais que monopolizam no Brasil o negócio de venda da eletricidade ao usuário final.

O senhor já conhece, engenheiro Samek, qual é nossa opinião sobre o que seria do Paraguai e do Brasil sem Itaipu. Evitemos cometer similares erros aos do passado. A boa relação entre nossos países passa por um 'justo preço', como concordamos ambos os países na Ata de Foz do Iguaçu de 1966, precursora do Tratado de Itaipu. É um acordo vigente, pelo que cabe aplicá-lo em seu espírito e letra, pois o mesmo é o marco jurídico que estabelecemos há 41 anos. O ‘preço justo' nunca pode ser 4% do prelo de mercado. Ou pagar a um trabalhador 4% do que vale seu trabalho poder ser qualificado de 'justo'?

O presidente Lula já afirmou que o Brasil não crescerá às custas da miséria de países mais pobres. Explique-nos o senhor, engenheiro Samek, se não é um enriquecimento ilegítimo do Brasil levar a energia Paraguaia de Itaipu, equivalente a 224.000 barris de petróleo por dia, como o senhor mesmo calculou, e pagar por ela menos que o preço de 10.000 barris de petróleo.

Devido a este tipo de tratamento injusto, em época de bons preços da energia, o Paraguai se empobrece em US$ 700 milhões/ano (nada menos que 7% do PIB paraguaio), pois importamos 30.000 barris de petróleo a US$ 1 bilhão/ano e, em troca, nos pagam apenas US$ 300 milhões/ano pelo equivalente a 224.000 barris de petróleo. Se esta realidade de Itaipu não é um 'acordo e preço injusto', violatórios da vigente Ata de Foz do Iguaçu, diga-nos o senhor quanto temos de perder, por exportar muito mais energia do que importamos, para que o mesmo possa ser catalogado por você como 'trato e preço injustos'.

Fonte:http://sopabrasiguaia.blogspot.com/2007/11/itaipu-embaixada-recusa-carta-de-lugo.html
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #6 Online: 21 de Abril de 2008, 18:34:39 »
Eu acho correto a atitude do presidente paraguaio nessa questão. Sem nacionalismo, "defender" o Brasil só por ser brasileiro é cair na mesma situação que eu considero genocida (causadora de fome e pobreza) dos americanos e europeus, que é manter os seus mercados agrícolas "defendidos" através de subsídios.

O Paraguai é um país pobre, sem expressão política maior, então deve defender a sua economia mesmo. E se o valor é abaixo do mercado, então é correto o reajuste.

E isso lhes dá o direito de rasgar um contrato por conveniência?

Seriam mais pobres ainda se não tivessem a eletricidade gerada por Itaipu nesses anos todos.
« Última modificação: 21 de Abril de 2008, 18:39:56 por Arcanjo Lúcifer »

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #7 Online: 21 de Abril de 2008, 18:38:13 »
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O valor pelo qual o Paraguai vende a energia elétrica excedente é praticamente o preço de custo , reconhecido pelo própia Itaipu.

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— O Paraguai não entrou com dinheiro nenhum na construção. Não tem afluentes que contribuam para o reservatório e só tem vantagens com a usina — diz.


Já que eles não botaram um centavo sequer na construção , não daviam reclamar de ter algo a vender já que se não fosse o dinheiro e trabalho brasileiros eles não teriam o que vender nem eletricidade para consumir....

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #8 Online: 21 de Abril de 2008, 18:42:38 »
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Desse total, pouco menos da metade corresponde à parte que o Paraguai vende ao Brasil a um preço praticamente de custo: US$ 41,80 o quilowatt/hora. Mexer nesse valor, aproximando-o dos preços de mercado livre — que superam os US$ 100 —, significaria aumentar o custo de quase 10% do consumo brasileiro de energia.

Se eles não participaram da construção, não colocaram dinheiro lá, não gastam com a manutenção e toda a água que abastece Itaipu vem do lado Brasileiro, por que vc acha que eles tem que ganhar algo mais que o valor de custo que por sinal não sai do bolso deles?

Aliás, uma dúvida : Qual o valor pago pelo Paraguai ao Brasil pela energia elétrica que recebem? Porque se não gastaram um centavo em Itaipu e se for para falar em valores de mercado "perto dos U$100,00", não é esse o preço que estariam pagando pela energia se não fosse o acordo com o Brasil?

« Última modificação: 21 de Abril de 2008, 19:20:28 por Arcanjo Lúcifer »

Offline Adriano

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #9 Online: 21 de Abril de 2008, 19:17:37 »
Eu acho correto a atitude do presidente paraguaio nessa questão. Sem nacionalismo, "defender" o Brasil só por ser brasileiro é cair na mesma situação que eu considero genocida (causadora de fome e pobreza) dos americanos e europeus, que é manter os seus mercados agrícolas "defendidos" através de subsídios.

O Paraguai é um país pobre, sem expressão política maior, então deve defender a sua economia mesmo. E se o valor é abaixo do mercado, então é correto o reajuste.

E isso lhes dá o direito de rasgar um contrato por conveniência?

Seriam mais pobres ainda se não tivessem a eletricidade gerada por Itaipu nesses anos todos.
O direito é que vai decidir se é viável ou não. Assim como foi a quebra de patentes de medicamentos pelo Brasil. O que manda é a questão da legalidade, das relações internacionais diplomáticas e estratégicas.

Eles estão vendo o que é conveniente para eles, em termos de nação. Assim como o ponto de vista de um brasileiro é de ser contra isso por pensar no prejuízo que pode ter com a situação.

O que eles vão perder com essa atitude?

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #10 Online: 21 de Abril de 2008, 19:24:08 »
Eu acho correto a atitude do presidente paraguaio nessa questão. Sem nacionalismo, "defender" o Brasil só por ser brasileiro é cair na mesma situação que eu considero genocida (causadora de fome e pobreza) dos americanos e europeus, que é manter os seus mercados agrícolas "defendidos" através de subsídios.

O Paraguai é um país pobre, sem expressão política maior, então deve defender a sua economia mesmo. E se o valor é abaixo do mercado, então é correto o reajuste.

E isso lhes dá o direito de rasgar um contrato por conveniência?

Seriam mais pobres ainda se não tivessem a eletricidade gerada por Itaipu nesses anos todos.
O direito é que vai decidir se é viável ou não. Assim como foi a quebra de patentes de medicamentos pelo Brasil. O que manda é a questão da legalidade, das relações internacionais diplomáticas e estratégicas.

Eles estão vendo o que é conveniente para eles, em termos de nação. Assim como o ponto de vista de um brasileiro é de ser contra isso por pensar no prejuízo que pode ter com a situação.

O que eles vão perder com essa atitude?



A questão é que eles não investiram um centavo em Itaipu e agora querem rasgar um contrato no qual só tem lucros sem risco algum.

Se não estão satisfeitos, eles que vendam a sobra de energia a outro país qualquer .

Offline Týr

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #11 Online: 21 de Abril de 2008, 20:09:23 »
O Brasil é um país de bundões... sem mais

Rhyan

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #12 Online: 21 de Abril de 2008, 22:27:47 »
Esquanto isso na europa a esquerda perde força.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #13 Online: 22 de Abril de 2008, 07:27:08 »
Esquanto isso na europa a esquerda perde força.

Até em Cuba já estão abandonando essa mentalidade do século 19 da esquerda, só na Amerda Latrina ainda levam isso a sério mesmo depois de ver que deu errado em outros lugares.

Offline Luiz Souto

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #14 Online: 22 de Abril de 2008, 14:12:02 »
Esquanto isso na europa a esquerda perde força.

Até em Cuba já estão abandonando essa mentalidade do século 19 da esquerda, só na Amerda Latrina ainda levam isso a sério mesmo depois de ver que deu errado em outros lugares.

Porque será que a esquerda está tendo este crescimento na América Latina, ganhando governos democráticamente ?
Os governos anteriores destes países , alinhados completamente com a desregulação da economia , com as políticas neo-liberais foram tão eficientes em reduzir as desigualdades sociais e garantir  crescimento econômico e direitos sociais...

Deve ser um problema nos genes latino-americanos... :)
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #15 Online: 22 de Abril de 2008, 19:00:16 »
Esquanto isso na europa a esquerda perde força.

Até em Cuba já estão abandonando essa mentalidade do século 19 da esquerda, só na Amerda Latrina ainda levam isso a sério mesmo depois de ver que deu errado em outros lugares.

Porque será que a esquerda está tendo este crescimento na América Latina, ganhando governos democráticamente ?
Os governos anteriores destes países , alinhados completamente com a desregulação da economia , com as políticas neo-liberais foram tão eficientes em reduzir as desigualdades sociais e garantir  crescimento econômico e direitos sociais...

Deve ser um problema nos genes latino-americanos... :)

Porque aqui fizeram uma coisa que o eleitor mais culto da Europa nunca permitiria: Deixaram aparelhar o estado com "cumpanherus" que não tem as mínimas condições de ocupar um cargo público só porque pertencem ao partido "X"...

Não tem vaga? Fácil, crie mais um ministério ....

Quem  assumiu um cargo público enfiou um monte de apadrinhados e cabos eleitorais no governo para vender voto a eleitores do cesta-voto .

Lullalá criou quase 40 ministérios e contratou mais de 40.000 cabos eleitorais para ocuparem "cargos de confiança"...em quem vc acha que o pessoal que trabalha no ministérios , os que ganharam cargos sem merecimento e todas as familias e amigos desse pessoal todo vota?

Em quem o pessoal do cesta-voto votará?

O Chapolim Colorado demitiu funcionários públicos para colocar gente dele no lugar, qualquer um que o critique perdeu o emprego.

O que está incrustrado nos genes latrino americanos é a corrupção e vagabundagem, por isso a esquerda se deu tão bem...


Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #16 Online: 22 de Abril de 2008, 20:13:47 »
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL420928-9356,00-ITAMARATY+DIZ+QUE+FALAS+DE+LULA+E+AMORIM+SOBRE+ITAIPU+SE+COMPLEMENTAM.html


""Pelas regras do tratado, o cálculo da tarifa é revisto anualmente no mês de outubro. A fórmula, porém, permanece inalterada. Ela prevê que o valor da energia deve ser suficiente para pagar todas as despesas de Itaipu, inclusive a parcela anual de US$ 2 bilhões com o financiamento da obra.

O cálculo leva em conta uma série de itens, como modernização da usina, investimentos em máquinas, contratação de pessoal, pagamento da mão-de-obra, encargos, abatimento do financiamento da construção de Itaipu e até ações socioambientais. O custo total é então dividido pela capacidade de geração de energia. Por essa conta, a tarifa hoje está em US$ 45 por megawatt produzido, informou a assessoria de Itaipu ao G1.

Segundo a assessoria, o Paraguai quer o aumento no valor pago pela energia, já que o país fica com apenas 5% de sua cota –o restante é vendido ao Brasil. O problema é que nesse caso, a conta seria paga pelo consumidor brasileiro, segundo a assessoria de Itaipu.

Dos US$ 3,2 bilhões da receita anual de Itaipu, US$ 2 bilhões são usados para abatimento do financiamento da obra, que vai até 2023. O restante é dividido entre os dois países. Com o repasse do excedente de energia ao Brasil, o Paraguai fica com um saldo de caixa de US$ 550 milhões anuais. Para o diretor-geral da usina de Itaipu, Jorge Samek, o valor é justo. ""









Rhyan

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #17 Online: 22 de Abril de 2008, 21:20:08 »
Os governos anteriores destes países , alinhados completamente com a desregulação da economia , com as políticas neo-liberais foram tão eficientes em reduzir as desigualdades sociais e garantir  crescimento econômico e direitos sociais...

Hã? O único que teve políticas liberais foi o Chile, e vemos como isso foi bom.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #18 Online: 22 de Abril de 2008, 21:48:52 »
Citar
Porque será que a esquerda está tendo este crescimento na América Latina, ganhando governos democráticamente ?

Uma coisa me ocorreu agora tb...

Porque será que fora da AL a esquerda está perdendo governos democráticamente?
Não são tão bons quanto a propaganda mostra na TV? :hihi:

Offline Nightstalker

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #19 Online: 22 de Abril de 2008, 22:19:30 »
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"Sunrise in Sodoma, people wake with the fear in their eyes.
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When you make sin, hope you realize all the sinners gotta die.
Sunrise in Sodoma, all the people see the Truth and Final Light."

Offline Wolfischer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #20 Online: 23 de Abril de 2008, 00:27:36 »
"Se não estão satisfeitos, eles que vendam a sobra de energia a outro país qualquer ."

Até que eles poderiam vender o excedente de energia para a Argentina, mas os termos do acordo não permitem. O Brasil é o único comprador, e o melhor da história, a conta não é paga em dólares, mas em reais. O que os paraguaios podem fazer com reais a não ser comprar bugingangas do Brasil?

Offline Rodion

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #21 Online: 23 de Abril de 2008, 00:47:08 »
é simples. a única coisa com que o subpaís contribuiu foi com um pedacinho do território, e ficam aí se arrogando ao direito de dar pitaco.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #22 Online: 23 de Abril de 2008, 07:23:38 »
"Se não estão satisfeitos, eles que vendam a sobra de energia a outro país qualquer ."

Até que eles poderiam vender o excedente de energia para a Argentina, mas os termos do acordo não permitem. O Brasil é o único comprador, e o melhor da história, a conta não é paga em dólares, mas em reais. O que os paraguaios podem fazer com reais a não ser comprar bugingangas do Brasil?




Não sabia que os termos do acordo não permitem isso, então é um motivo a mais para o Lullalá começar a agir como homem ao invés de se comportar como amiguinho de jardim de infância de quem ainda  ri da cara dele em público.

Offline Týr

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #23 Online: 23 de Abril de 2008, 09:23:30 »
"Se não estão satisfeitos, eles que vendam a sobra de energia a outro país qualquer ."

Até que eles poderiam vender o excedente de energia para a Argentina, mas os termos do acordo não permitem. O Brasil é o único comprador, e o melhor da história, a conta não é paga em dólares, mas em reais. O que os paraguaios podem fazer com reais a não ser comprar bugingangas do Brasil?




Não sabia que os termos do acordo não permitem isso, então é um motivo a mais para o Lullalá começar a agir como homem ao invés de se comportar como amiguinho de jardim de infância de quem ainda  ri da cara dele em público.
Pacta sunt servanda

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Vitória histórica da esquerda no Paraguai
« Resposta #24 Online: 23 de Abril de 2008, 11:19:49 »
Algo muito importante que deveria também ser renegociado são os direitos à chuvas provenientes de nuvens que se formam sobre outros países.

Claro que a privatização das chuvas na Venezuela (acho)  foi algo mesquinho, direitista e ridículo, mas algo similar pode também ser pensado sob uma ótica esquerdista e logo justa.

O Brasil vem lucrando bilhões sendo uma superpotência agrícola enquanto muitas das nuvens de chuva não se formam exatamente dentro do seu perímetro político, e os países de onde vieram essas nuvens, não só ficam sem essa fonte de água como irrigação, mas também tem que pagar um valor caro pelos produtos agrícolas cultivados aqui, com a água que era deles e que foram impedidos de usar.

Alguns países vêm ainda desenvolvendo tecnologias para alterar o ritmo das chuvas, e aumentar ainda mais essas injustiças, "bombardeando" núvens eles procuram aumentar os índices pluviométricos sobre suas terras, roubando assim esse recurso natural dos vizinhos mais pobres.

Assim como as plantas geneticamente modificadas (em oposição às criadas por Deus com genes fixos e imutáveis) também tem suas influências devastadoras no ambiente, possivelmente essa indução artificial e não planejada por Deus nos ciclos das chuvas deve provocar algo ambientalmente catastrófico, além da injustiça social que representa pelo impacto de algumas pessoas terem mais chuva do que outras.

Não é assim, uma questão de lucro mesquinho, mas de justiça social.

 

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