O que não contradiz o que ele disse.
Essas benesses só existem graças ao capitalismo. É uma hipocrisia querer distribuí-las, pois ao mesmo tempo que está utilizando essas benesses, está acabando com o capitalismo devido a distribuição.
Só que não existem apenas dois estados possíveis, capitalismo ou não, e qualquer não-capitalismo sendo considerado como algo que necessariamente "acaba" com o capitalismo.
Geralmente muitos aceitam que deve haver governo, forças armadas e polícia, em vez de ser "cada um por si, e o capitalismo por todos", por exemplo. Apesar de não ficar por conta do capitalismo puro a segurança e etc, não se considera que isso vai descambar no comunismo.
os capitalistas que se unem em núcleos familiares/sociais onde há relações de qualquer tipo apenas "para o bem comum" são hipócritas; todo tipo de relação social deveria ser regulada por contratos e resultar preferencialmente em pagamento na forma de moeda por uma das partes (porque só troca de serviços já beira a algo socialistóide de tribos e sociedades pré-capitalistas).
O capitalismo define que você deve buscar os seus interesses, o que não necessariamente significa que você não pode buscar um acordo de vantagens mútuas. O que, sua existência ser intrínseca é discutível:
- Um filho sustentará um pai idoso que o abusou em sua infância?
Muitas vezes faz isso DE GRAÇA, retribuindo com mais recursos, além do que seria contabilizado a partir de juros!
- Um marido continuará casado com uma esposa que não forneça atividade sexual?
Isso deveria depender do contrato.
- E o que dizer sobre brigas familiares, ou hostilidade constantes entre membros de uma família?
Isso é inevitável até no mundo dos negócios, mas seria melhor resolvido com contratos e advogados para cuidar legalmente dos interesses de todos. O anti-capitalismo é a origem do problema aqui.
É muito comum, mesmo em famílias que se dizem capitalistas, que no fim do dia, os membros/camaradas se sentem à mesa, e jantem juntos, sem pagar nada pelo que comer, sem ter necessariamente uma quantidade exata de comida determinada para cada refeição - como num tipo de "rodízio maluco" que faliria em dois tempos se fosse no mundo real.
Muitas famílias oferecem sobremesa somente em troca de tarefas ou de realizações. E assim acontece de derivadas formas e níveis.
Já é um começo, mas ainda não é exatamente livre mercado.
E dizer que não há quantidade exata de comida: quem nunca ouviu "deixa um pouco para os outros" à mesa?
Mas mesmo assim, em muitas situações, alguns não deixam, o cenário geral é o que se esperaria de um gerenciador de rodízio beneficente retardado, que tem sorte dos assistidos se satisfazerem com a quantidade disponível.
O jantar é geralmente feito pela mãe ou membros femininos do "núcleo familiar" (eufemismo para "célula comunista"), que não cobra pelo trabalho de cozinheira e servente (ainda que em muitos casos seja no estilo "self service", o que é uma pequena amenização), e muitas vezes, lavadora de pratos. Tudo isso financiado geralmente pelo pai ou outros membros da célula comunista em idade adulta, que, fora do lar, adotam uma impostura capitalista na maior parte do tempo, através da qual ganham o dinheiro que é usado nessa orgia comunista particular, para o "bem comum", sem prestações de contas claras e organizadas entre os membros.
Isso é um conjunto de crenças, ou seja, são escolhas da própria mulher. Nada é forçado, e ainda muitas vezes as mulheres acreditam que ser dona-de-casa é o sentido da vida feminina.
É anti-capitalismo ainda assim, a menos que se considerasse "dona de casa" como profissão remunerada, o que na maior parte do tempo não é, é tudo na informalidade comunistóide, na base de trocas "para o bem comum". Muitas comunidades comunistas não tem trabalho forçado, as pessoas estão lá porque acreditam que é o sentido da vida humana.
Existe uma fita adesiva na boca das mulheres que impede que elas digam que não serão donas-de-casa? Seus braços estão amarrados em uma vassoura? Não, elas podem decidir.
Porque não estão sob restrições de nenhum contrato. Se o capitalismo fosse mesmo seguido por esses impostores, e as mulheres fossem mesmo trabalhadoras contratadas em suas atividades, não poderiam decidir de repente não ser mais dona-de-casa assim de repente; há toda a questão da quebra de contrato e cláusulas pertinantes.
Agora, se você disser que elas fazem isso porque as qualidades masculinas exigem, é mais um efeito de oferta e demanda que tirania.
Não é oferta e demanda, nem tirania: as famílias vivem pelo conceito "de cada um de acordo com suas possibilidades, para cada um, de acordo com suas necessidades". O conceito de trabalhar em troca de dinheiro é praticamente inexistente; não há, dentro das famílias, geralmente a preocupação de procurar emprego "interno" na família, todos são aceitos nesse mundo de fantasia comunista; muitos filhos tem teto, cama, comida e roupa lavada, sem necessariamente terem que fazer nada, diferentemente do capitalismo, do mundo real.
A coisa muda um pouco quando se tem empregados/as, mas ainda assim, há freqüentemente uma comunhão de bens e recursos caótica, não regida por qualquer coisa que lembre sequer vagamente o mercado livre.
Capitalistas impostores, que fingem ser o que não são, criando um mundinho comunista utópico particular, que criaram dentro do, e graças ao mundo real, capitalista; a hipocrisia é evidente. Fazem isso sabendo que lá fora, diferentemente desse mundinho de faz-de-conta que criaram, "não há almoço grátis". Sabem, no fundo, que se abrissem um "albergue-rodízio" e o gerenciassem como gerenciam o seu paraisinho socialista dos sonhos, faliria num piscar de olhos. Mas continuam mantendo a mentira, se dizendo capitalistas, apesar de não passarem de socialistas frustrados na intimidade.
Quando alguém gasta dinheiro para andar de montanha-russa é busca por interesses particulares, no caso dopamina no corpo.
Da mesma forma, a construção de um núcleo familiar ativa os instintos de transferência genética. Não é de graça que as pessoas se casam e tem filhos: isso gera uma descarga de dopamina constante, como incentivo da evolução a garantia de sobrevivência das crias.
Pode ser até que o comunismo familiar seja um instinto, mas não deixa de ser comunismo, e logo hipocrisia se vindo daqueles que se passam por capitalistas fora do ambiente privado. (Olha só o tamanho do paradoxo, da hipocrisia: são
comunistas dentro do ambiente
privado)