Americana se insemina várias vezes e provoca abortos em nome da arteÉ um dos projetos artísticos mais mórbidos de que já tomei conhecimento. Na próxima semana (22 de abril), a artista Aliza Shvarts, mestranda de arte de Yale, nos EUA, diz que iniciará uma exposição para lá de bizarra: a documentação de um
processo de nove meses no qual ela realizou várias inseminações artificiais em si mesma e, periodicamente, interrompeu as gestações usando medicamentos abortivos, relatados no "Yale Daily News". A exposição terá vídeos dos abortos forçados e amostras trabalhadas de sangue coletadas no processo que, acredito eu, pode ser chamado de autoflagelação (em nome da arte?). A direção de Yale argumentou que o projeto se trata de uma farsa e corresponde apenas a uma forma de chamar atenção, mas Shvarts publicou artigo nesta sexta-feira dizendo que o projeto é real.
O objetivo, explica Shvarts,
é estimular o debate sobre a relação entre a arte e o corpo humano. E ela conseguiu mais do que isso no meio acadêmico: tanto estudantes que defendem e como os que condenam o aborto estão igualmente chocados. Para eles, o projeto consegue atingir os extremos, violando a moral e banalizando o aborto.
Mas Shvarts insiste que a idéia original do projeto não era causar um choque de valores na sociedade. Ela acrescentou não estar envergonhada e se disse até confortável para discutir as experiências abortivas com os colegas artistas, que também manifestaram repúdio à sua concepção artística.
"Espero que a exposição inspire algum tipo de discurso. Claro, algumas pessoas vão ficar furiosas com a mensagem e não vão concordar com ela, mas
a intenção não é escandalizar", comentou. Difícil, né?
Os doadores do sêmen não foram pagos para participar do projeto, mas Shvarts disse que exigiu deles testes periódicos para checar possíveis doenças sexualmente transmissíveis. O número de participantes e de insminações é mantido em segredo. A artista disse não estar preocupada com efeitos sobre o seu corpo de tantos abortos a que se submeteu. Segundo ela, os medicamentos usados são legais ou feitos à base de ervas. Ela comentou, ainda, que não sentiu necessidade de ter um médico acompanhando os seguidos abortos.
Mesmo que seja falso o projeto, a idéia por si só é capaz de causar náusea.
Bizarro!!!
ATUALIZAÇÃO (23/4): Yale barrou a exposição, argumentando que se trata de uma farsa.http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/post.asp?t=americana_se_insemina_varias_vezes_provoca_abortos_em_nome_da_arte&cod_post=98307&a=88