Não me expliquei bem. Para mim, a questão do comunismo degenerado na Russia, não entrando no mérito da possibilidade ou não do regime, foi a violência contra opositores, instituição e o povo. Trotski não era contra nada disso. Por isso que para mim, em essência, é o mesmo que o Stalin, não importando o comunismo que eles defendiam (se internacionalização do movimento ou não, etc.._
Tá, então a gente mais ou menos se entendeu nisso. Ok.
Não entendi. O regime pos rev não era capitalista.
Se a gente não definir o que diferencia um regime do outro, URGENTE, a gente não vai se entender nisso. Hehe. Semântica... discussões de capitalismo vs. comunismo que não caem nisso podem ser descartadas como pífias.
Para mim, foi um desenvolvimento anômalo do próprio capitalismo, mas continua sendo capitalismo, pois
a)Levou a URSS ao boom industrial (característica do capitalismo),
b)Gerou um corpo de burocratas que não detêem o poder em si (mas apenas o gerenciam para outrem) - imagine um gerente, um advogado e um assina-papéis. Agora leve-os para dentro do governo, e você tem URSS.
c)Levou ao êxodo rural em prol do crescimento de uma classe de trabalhadores assalariados, e com isso desmontou aos restos do poder da nobreza. Coisa do...capitalismo.
Mas acho reducionista a dimânica de interpretar as questões ideológicas como balanço entre individuos e classes.
Reducionista como encarar um gás como um monte de bolotas andando pra lá e pra cá pra calcular seu volume, mas útil. Pode não ser tão próximo da realidade quanto "deveria", mas usa-se modelos mais complexos só quando a situação exige.
Para mim, o modelo de Marx não é necessariamente o mais próximo da realidade, e portanto imutável, etc. Isso é coisa da Igreja Revolucionária do Reino de Marx. Para mim, é apenas um modelo útil, simples e eficiente o suficiente para, a partir dele, elaborar modelos mais explicativos, caso a ocasião exija.
Não acho que o capitalismos seja o problema para a nossa infelicidade ou não. Primeiro porque sou extremamente feliz sob esse regime, sendo que minhas tristezas (pobreza, corrupção no país onde vido) não reputo de modo algum ao capitalismo.
Não se preocupe, não vejo ao comunismo como O Grande Herói, nem ao capitalismo como O Grande Cara Mau.
Comunismo não é panacéia, não cura dor de dente nem evita levar fora de namorada

(Eu costumo dizer isso ao povão do P-SOL).
Pra falar a verdade, eu tô testando o modelo de Marx, e tô fazendo os ajustes aonde me parece interessante. Como o caso da URSS. Só depois que eu obter um modelo suficientemente previsível, a ponto de saber como o sistema após o capitalismo será, eu posso responder se seremos mais felizes ou não, rsrsrs.
Principalmente porque (aí entra minha parte anarquista), eu não vejo economia estatal e planejada como um fim, mas como um meio pra anarquia absoluta. (Anarquia, não anomia!!! rsrsrs)
Até aonde me
parece, "economia planejada, com posse coletiva dos meios de produção, em uma sociedade sem classes, e cujas decisões são tomadas diretamente e não por representantes" pode garantir maiores chances de uma pessoa ser mais feliz e consciente do meio que "economia de guerrinha de mercados, com meios de produção pertencentes a uma minoria, numa sociedade estratificada porém com uns poucos mudando de classes, e cujas decisões são tomadas por representantes em um processo passível de corrupção e de 'quem tem mais, faz mais propaganda e então ganha'.
As pessoas vão continuar corruptas. Não é essa a questão. Com democracia direta, você tem menos espaço pra corrupção se efetivar do que delegando poderes a um representante.