Autor Tópico: Poemas Desperdiçados...  (Lida 7749 vezes)

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Offline Maeve

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #25 Online: 11 de Dezembro de 2008, 23:21:25 »
Tópico mais emo do ano!

Bom...opiniões próprias.Como não reconheci nada de emo....calo-me.

Onde que isto aqui não é emo?

tive a ideia de abrir este tópico para postar algumas mensagens de amor que escrevemos para a pessoa amada, aquela que diz que nunca vai te deixar e quando voce menos espera... vc se encontra sozinho  :'(



Soou beeeeeeeeeeeeeem romântico, convenho...mas nao me parece ter sinais de choros extremos e maquiagem pesada....além da franjinha tosca na testa..kkkkkkkkkkkkkkkk
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Offline Eremita

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #26 Online: 29 de Janeiro de 2009, 15:21:21 »
Apenas um conto.
I.
   -Letícia.
   -Que foi dessa vez?
   -Você é imbecil.
   Ela pensa:
   -Merda merda merda merda. Porra. Podia ser puta, vadia, bossal, estúpida. Podia ser piranha, cadela, vaca, lesma, o zoológico inteiro. Mas imbecil não. Por favor... não...
   E desata a chorar.
   O repertório de palavrões que ambos usavam um com o outro - sérios, na hora do sexo, ou brincando - era gigantesco. Mas Letícia sabia que Cláudio media as pessoas pelo intelecto.
   E havia um agravante; ele tinha razão. Ela sempre foi burra. Invejava as amigas, já na faculdade, se sentia entre elas um buraco-negro em meio a uma constelação.
   Ao lado de Cláudio, sentia sua burrice cada vez mais evidente. Cláudio conseguiu em 22 anos o que ela, em 28, jamais sonhara.
   Se Cláudio tivesse nos músculos uma força equivalente à do cérebro, levantaria uma montanha na ponta dos dedos. Ele brutalmente devorava ao mundo em cada átomo, em cada próton, em cada quark. Ele almejava a onisciência, e na mente simples de Letícia, já a tinha.
   A inteligência dele era um misto dos cabelos de Sansão e do calcanhar de Aquiles. Dava-lhe forças e era seu ponto fraco.

II.
   Foi ódio à primeira vista. Cláudio nunca dirigiu muito bem, demorou a pisar no freio. A lanterna dianteira do carro dele foi completamente esmagada, assim como a traseira do carro de Letícia. Ela parou o carro, tirou o cinto, abriu a porta e, furiosa, apontando para "a porcaria da bunda do meu Fusca, sua topeira imbecil", gesticulava nervosamente com a outra mão como se a voz não fosse suficiente (e não era - pra ele era muito óbvio que ela estava reclamando da batida, mas o que ela falava era menos inteligível que um idioma alien).
   Após muito caso, muito xingamento, finalmente ficaria combinado que ele pagaria pelo conserto.

III.
   O bar. A louca desvairada. Ele pensa:
   -O que essa vaca tem? TPM eterna? Eu tava quieto, no meu canto. Sequer olhei pra ela. Porra, e esses merdas dos meus amigos só rindo. Eu paguei o caralho do carro dela.

IV.
   -Seu cretino, eu te odeio.
   -Ótimo! Empatou.
   Viram as costas, ele dá dois passos. Ela segura-o pelo colarinho e lhe dá um beijo. Fizeram sexo na mesma noite, bruto, animalesco, como se o mundo fosse acabar. Duas semanas depois, moravam juntos.

V.
   Ninguém sabia o que Cláudio viu em Letícia, exceto o próprio Cláudio: Letícia era o elo que ligava o seu mundo às outras pessoas. Ele admirava a praticidade dela - ela é burra, mas o pouco que sabe, aplica - embora jamais tenha mencionado isso para ela.

VI.
   Os legistas detectaram tetradoxina no sangue de ambos os corpos, assim como as taças. É quase certo que foi um suicídio e um assassinato.

Alguma opinião?
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Offline Gaúcho

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #27 Online: 29 de Janeiro de 2009, 16:19:58 »
Sim. O conto é bom até a parte V :P
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Offline Andre

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #28 Online: 29 de Janeiro de 2009, 16:23:42 »
Acho que você podia ter desenvolvido mais antes de chegar na parte VI.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Maeve

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #29 Online: 29 de Janeiro de 2009, 17:02:20 »
Acho que sou o ser humano mais suspeito a , sequer, mencionar algo como elogio.....rsss



Mas se puder opinar sobre a pergunta final....acho que o que aconteceu é o mesmo caso do D.Casmurro.....nem o autor saberia responder.
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Offline Lua

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #30 Online: 29 de Janeiro de 2009, 19:17:22 »

Eu gostei muito, Eremita. :ok:

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Offline Eremita

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #31 Online: 30 de Janeiro de 2009, 00:51:27 »
Gente, obrigado pelas opiniões... postei o conto verde, mesmo. Fiz essa tarde, durante uma idéia que tive.

E enquanto eu e a Maeve tagarelávamos no MSN (agora), fiz uma poesia... também tá verde.

Comentem :D
(Se ficou ruim, avisem)

Parece que algo de bruto se mexe em meus intestinos,
Como o verme que corrói as carnes.
Esse algo tira meu sono, meu hábito, meu habitát.
Me exige cada vez mais alimento.

Eu nutro a este verme sem opção
O que é meu é dele, o que é dele é dele mesmo.

Tentei um dia matá-lo, mas só matei a mim mesmo.
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Offline Maeve

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #32 Online: 30 de Janeiro de 2009, 00:52:53 »
Meus humildes cumprimentos.
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Offline Barata Tenno

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #33 Online: 30 de Janeiro de 2009, 01:00:19 »
Parabéns Eremita, gostei bastante do conto
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Eremita

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #34 Online: 30 de Janeiro de 2009, 01:17:59 »
Craqueia minha cabeça o martelo,
Percebo suas batidas ressonando,
Destrói dentro de mim o que há de belo,
Vomito meus cacos, de quando em quando.

Lateja em silêncio, lateja em dor,  
Barulho metálico vem à boca.

Desfaleço em meio a sua sinfonia
Aplaca em mim a indiferença

[Não terminei ainda, a dor-de-cabeça tá foda.]
Tá Maeve, tô indo dormir.
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Offline Contini

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #35 Online: 30 de Janeiro de 2009, 10:50:07 »
Faz tempo que eu não via esse post...
Tá 10 Eremita  :ok:
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

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    “O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.” - André Cancian

Offline Maeve

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #36 Online: 30 de Janeiro de 2009, 22:04:26 »
Quando terminar posta....tá ficando bom, apesar de saber que vai sofrer , pelo menos....15 edições
hauhauhauhauhauahuahauhau


Fico pensando....ainda bem que você não tava com G.E.C.A!
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Offline Eremita

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #37 Online: 16 de Fevereiro de 2009, 05:35:34 »
O noctífago

Senta-se ao colo de Nix, e dela toma o seio.
Do leite surgem as noites que o alimentam.
Sorve junto seu pão e seu vinho,
Sua essência vital,
O sagrado e o profano.

Confundem-se num só ser:
O alimento e o seio (consome a fonte enquanto digere o que dela sai);
O seio e Nix (devora a ela também, Cronos às avessas);
Nix e o tempo (as horas passam uma por uma por seus dentes);
O tempo e si mesmo (se nutre de sua própria carne).
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Offline Maeve

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #38 Online: 16 de Fevereiro de 2009, 11:35:28 »
Caraca Lykos... pelo horário, devia ter ido ao Corujão..rssss
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Offline Eremita

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #39 Online: 16 de Fevereiro de 2009, 13:58:41 »
Caraca Lykos... pelo horário, devia ter ido ao Corujão..rssss
Eu não consegui dormir, rsrs.
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Offline Lua

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #40 Online: 16 de Fevereiro de 2009, 14:08:19 »
O noctífago

Senta-se ao colo de Nix, e dela toma o seio.
Do leite surgem as noites que o alimentam.
Sorve junto seu pão e seu vinho,
Sua essência vital,
O sagrado e o profano.

Confundem-se num só ser:
O alimento e o seio (consome a fonte enquanto digere o que dela sai);
O seio e Nix (devora a ela também, Cronos às avessas);
Nix e o tempo (as horas passam uma por uma por seus dentes);
O tempo e si mesmo (se nutre de sua própria carne).

Parabéns, menino! Adorei essa... O título então... Como uma grande apreciadora da noite, adorei a poesia.  :ok:
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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #41 Online: 17 de Fevereiro de 2009, 17:43:24 »
Tópico mais emo do ano!

Não seja tão duro com os colegas, rapazinho. Eles só querem amar...   ;P

Offline Eremita

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #42 Online: 20 de Fevereiro de 2009, 07:23:45 »
Que bom que não vou ter que salvar essas poesias... caderno de rascunho online!!! \o/
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Offline Renato T

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #43 Online: 28 de Outubro de 2009, 15:57:55 »
Um poema e um aforismo meus pra reviver.

Citar
É triste, mas é assim: tudo há de ter um fim
Nossas vidas afastam-se mais e mais.
Ficas vendo parada, na beira do cais
Enquanto corres, dos teus próprios medos.
Olhamos a tragédia, estáticos e calados,
Com olhares febris, sem deixar de chorar.
Deixa ser… deixa o nosso barco naufragar…
Talvez seja o melhor, ainda que seja o fim.


Citar
Eu, quanto mais, na vida, aprendo;
Mais penso que o melhor jeito de se viver,
É viver para sempre buscando
Mais cousas novas, na vida, p’ra se aprender.

Offline Lion

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #44 Online: 29 de Outubro de 2009, 00:25:59 »
Tópico mais emo do ano!

Bom...opiniões próprias.Como não reconheci nada de emo....calo-me.

Onde que isto aqui não é emo?

tive a ideia de abrir este tópico para postar algumas mensagens de amor que escrevemos para a pessoa amada, aquela que diz que nunca vai te deixar e quando voce menos espera... vc se encontra sozinho  :'(



Offline Renato T

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #45 Online: 22 de Maio de 2010, 01:20:36 »
Um poema que escrevi hoje

Citar
Voa longe, Passarinho.
Canta toda a minha vida
Para o mundo todo ouvir,
Mas me revela bem devagarinho.

Voa alto, Passarinho.
Sobe sempre mais e mais,
Toca o sol com suas penas
E que nada entre em seu caminho

Não desiste, Passarinho
Abre as asas e abraça o universo
Pois, por mais que seja grande,
Ainda é por demais pequenininho

Depois foge, Passarinho.
Que a sua história se acabe
E que deixe para os outros
O que um dia viu sozinho.

Offline Donatello

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #46 Online: 22 de Janeiro de 2011, 18:48:19 »
Aqui jaz.


A gigante acinzentada e reluzente esvaía-se nas areias reluminescentes e finas da Prainha.Era um sábado quente de inverno e Júlia Scalamandrè não teria convencido Arnold Nisserkind a sair do apartamento no Catete e atravessar a cidade não fosse a comoção pública ocasionada pelas recorrentes reportagens sobre a baleia encalhada, moribunda, perdida de seu habitat.

Ao chegarem, as equipes de jornalismo trabalhavam com afinco em busca dos melhores ângulos da gigante, de depoimentos dos pescadores que presenciavam o sofrimento da jubarte desde o início. Os bombeiros tentavam devolver o monturo de carne e banha ao oceano ainda viva enquanto ambientalistas regavam Danúbia com água colhida do mar em baldes, no intuito de minimizar-lhe o sofrer, time que logo ganhou o reforço do casal, que apanhou dois providenciais vasilhames no carro para também ajudar a salvar a natureza.

Esforços em vão, pois após 29 horas definhando, a baleia, exausta, expirou. E o fotógrafo, atento, captou a imagem que dali a poucos minutos estamparia a manchete na versão eletrônica do grande jornal: ao crepúsculo, Júlia e Arnold choravam abraçados ao bichão.

Foi difícil, durante todo o domingo, apagar a angústia. Pelas seis da tarde foram ao cinema e, chegando, avistaram uma pequena aglomeração na porta: um crioulinho sujo e desdentado tendo um ataque, provavelmente devido à cola de sapateiro.

Pediram licença e entraram sem comprar o combo habitual, pois estavam atrasados.
« Última modificação: 22 de Janeiro de 2011, 18:55:07 por Donatello van Dijck »

Offline Eremita

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #47 Online: 28 de Janeiro de 2011, 03:23:23 »
Um poema que escrevi hoje

Citar
Voa longe, Passarinho.
Canta toda a minha vida
Para o mundo todo ouvir,
Mas me revela bem devagarinho.

Voa alto, Passarinho.
Sobe sempre mais e mais,
Toca o sol com suas penas
E que nada entre em seu caminho

Não desiste, Passarinho
Abre as asas e abraça o universo
Pois, por mais que seja grande,
Ainda é por demais pequenininho

Depois foge, Passarinho.
Que a sua história se acabe
E que deixe para os outros
O que um dia viu sozinho.
Renato, teu texto tá ótimo... e o sentido dele tá muuuuuuito claro.
Então, como sou chato, respondo com outra poesia.

Entendo tua dor. Outrora tive um pássaro também.
Pipiava escondido pelos cantos... timidez...
E quando ninguém percebia, meu pássaro cantava a plenos pulmões.

Um dia ele voou... tive a dor de ver voar.
Tudo que sobrou foram duas penas alaranjadas, na pressa da fuga.
Mas outro pássaro um dia veio para mim...

E mesmo com a janela aberta, continuou por perto.
E veio em todo esplendor - com cantos, trinados, e até umas bicadas.
Então, se queres um conselho não-solicitado...

Outros pássaros virão.



Donatello: também fico puto da vida quando se preocupam mais com uma baleia que com um ser humano.
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Offline Eremita

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #48 Online: 05 de Fevereiro de 2011, 15:42:02 »
Soneto ao estilão do Shakespeare [4/4/4/2]. Versos brancos e livres.

Tens medo que eu mude.
Mas o que há de igual em nós,
Senão sempre o mesmo nome?
O mundo muda... e nós mudamos junto.

Tens medo que eu não seja mais o mesmo.
Mas acaso o rio que flui é sempre o mesmo?
São outras águas, com outros gostos,
Abrigando novas vidas.

Tens medo que eu me transforme.
Mas acaso queres que eu seja larva eterna?
Preciso criar asas.
Todos nós precisamos.

E se, ainda assim sentes medo,
Muda. Emudece esse medo.
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Offline Geotecton

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Re: Poemas Desperdiçados...
« Resposta #49 Online: 05 de Fevereiro de 2011, 19:05:00 »
Donatello: também fico puto da vida quando se preocupam mais com uma baleia que com um ser humano.

Desculpe Kajsar, mas do jeito que voce escreveu soa a uma falácia.
Foto USGS

 

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