Autor Tópico: Combates na Georgia  (Lida 5522 vezes)

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Offline Donatello

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #25 Online: 14 de Agosto de 2008, 20:12:36 »
Cara, é que eu estou com preguiça para escrever uma frase cursiva, escanear, salvar no ImageShack e postar aqui... mas acredite: o seu garrancho não pode ser pior que o meu :D

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #26 Online: 15 de Agosto de 2008, 14:14:01 »
Ossétia não voltará à Geórgia, diz ministro russo
 
O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, afirmou nesta quinta-feira que o mundo pode esquecer a possibilidade de a Ossétia do Sul e a Abecásia "voltarem" a fazer parte da Geórgia.

"As pessoas podem esquecer qualquer conversa sobre a integridade territorial da Geórgia porque, acredito eu, seria impossível convencer a Ossétia do Sul e a Abecásia a concordar com a lógica de que eles podem ser forçados de volta para o Estado georgiano", disse Lavrov a repórteres.

Ainda nesta quinta-feira, o presidente russo, Dmitry Medvedev, reuniu-se com os líderes separatistas da Ossétia do Sul e da Abecásia em Moscou.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, fez um alerta aos russos de que a não retirada de Geórgia poderia prejudicar as relações entre Moscou e Washington por anos.

Os novos desdobramentos na crise do Cáucaso ocorrem dois dias depois de acertado um cessar-fogo entre Geórgia e Rússia, mediado pelo governo francês, que atualmente detém a presidência rotativa da União Européia.

O acordo previa que os dois lados retornariam às suas posições originais de antes do início do conflito, mas a Geórgia acusa os russos de violar o acordo ao manter militares fora das regiões da Ossétia do Sul e Abecásia.

Gori

Os russos continuam em controle da estratégica cidade de Gori, fora da Ossétia do Sul e a 70 km da capital georgiana, Tbilisi, depois que uma tentativa de patrulhamento conjunto com a polícia georgiana fracassou.

Os russos dizem que já começaram a devolver o controle de Gori à polícia georgiana, mas insistem que a permanência das suas tropas na cidade é necessária para manter a lei e a ordem.

Correspondentes da BBC informam que os policiais estão fora da cidade e temem entrar e sofrer retaliações dos soldados da Rússia e dos rebeldes da Ossétia do Sul, que apóiam os russos.

Gori fica a 25 km da fronteira da Geórgia com a Ossétia do Sul e, na sexta-feira passada, serviu de base para o ataque georgiano contra a região separatista.

Desde então, a cidade se tornou um ponto estratégico e foi tomada pelos russos, que revidaram a incursão das tropas da Geórgia na Ossétia do Sul.

Também há relatos sobre ações de militares russos nas cidades de Poti e Senaki, no oeste da Geórgia e também fora das regiões separatistas.

Moscou inicialmente negou relatos de que seus militares estariam em Pori, mas o general Anatoly Nogovitsyn admitiu a presença em entrevista coletiva e defendeu a operação como legítima como parte de operações de inteligência.

Proteção da capital

A correspondente da BBC Tbilisi Natalia Antelava informa que centenas de tropas georgianas estão no caminho para a capital com o objetivo de, segundo o Ministério do Exterior, proteger Tbilisi. Moscou diz não ter planos de invadir a cidade, mas a Geórgia diz não ter motivos para acreditar nos vizinhos.

O governo da Geórgia espera que a visita da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ao país do Cáucaso coloque mais pressão sobre Moscou e crie condições para o retorno de milhares de refugiados que deixaram a Geórgia nos últimos dias por causa da violência.

Apesar do alerta que fez a Moscou, o secretário de Defesa americano disse acreditar que os russos de fato estejam se retirando.

"Eles parecem estar retirando as suas forças para a Abecásia e a região de conflito, na direção da Ossétia do Sul", disse Robert Gates.

Segundo o secretário americano, os russos estão tentando compensar o que vêem como concessões que teriam sido obrigados a fazer após o colapso da União Soviética e tentando "reafirmar seu status internacional".

Por outro lado, a Geórgia, segundo Gates, está sendo punida pela sua aproximação com o Ocidente e particularmente pelos seus esforços para integrar a Otan (aliança militar liderada pelos Estados Unidos).

O correspondente da BBC em Washington Justin Webb diz que embora tenha deixado claro que a postura agressiva da Rússia não é aceitável, o secretário também deixou claro que não usará a força contra a Rússia.

A Geórgia atacou a região rebelde da Ossétia do Sul na semana passada, provocando a retaliação russa.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2008/08/080814_gerogia_cg.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #27 Online: 16 de Agosto de 2008, 20:05:38 »
Rússia quer mais segurança para retirada de tropas da Geórgia

SOCHI - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou neste sábado que Moscou vai retirar suas tropas da região de conflito na Geórgia assim que forem implantados novos procedimentos de segurança. Segundo o ministro, o presidente russo Dmitry Medvedev ordenou medidas extras de segurança para a área, mas não deu mais detalhes.

"O presidente deu uma ordem para as autoridades relevantes para começar a adoção de medidas extras de segurança", disse o ministro a jornalistas. "Assim que essas medidas forem implantadas, a retirada das tropas enviadas para essa operação será iniciada", afirmou.

Cruz vermelha visita os dois países

O presidente do Comitê internacional da Cruz Vermelha, Jacob Kellenberger, vai visitar a Geórgia e a Rússia para avaliar o impacto humanitário do conflito entre os dois países, anunciou neste sábado o organismo.

Kellenberger é esperado primeiro no domingo em Tbilisi para conversar com o presidente Mikhail Saakashvili. Terça-feira, ele irá a Moscou para encontrar altos dirigentes russo, entre os quais o ministro dos Assuntos Estrangeiros, Sergei Lavrov.

Ele deve também ir a Vladikavkaz, capital da Ossétia do Norte, e a Tshinkavali, capital da Ossétia do Sul.

Jacob Kellenberger deve "ressaltar a importância de proteger de acordo com as leis humanitárias todos os que foram vítimas do conflito", destacou a Cruz Vermelha num comunicado.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/08/16/russia_quer_mais_seguranca_para_retirada_de_tropas_da_georgia_1571460.html

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #28 Online: 19 de Agosto de 2008, 23:40:30 »
Pra Ossétia, tá parecendo um piquenique. É como ficar amigo do fortão da escola. E ainda por cima, de brinde, ter relações com os ossetianos "do outro lado" mais amigáveis.

Pra Rússia, é como ganhar uma caixa de bombons. Dá pra viver sem, mas deixa o dia de qualquer um mais feliz.

Pra Geórgia, é como acordar na segunda-feira, de ressaca, e atrasado pro trabalho.
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Re: Combates na Georgia
« Resposta #29 Online: 19 de Agosto de 2008, 23:53:03 »
Análise: Troca de acusações esconde causa de conflito no Cáucaso
 
Os combates podem ter terminado na Ossétia do Sul, mas a guerra de palavras entre a Rússia e a Geórgia não dá sinal de que esteja acabando.

Enquanto os dois lados se acusam pelo início da violência, a verdade sobre o que realmente aconteceu parece ficar mais distante.

Os líderes internacionais que visitaram a Geórgia na última semana para oferecer apoio ao país no impasse com a Rússia parecem relutantes em entrar no debate sobre as causas do conflito.

"Não é hora de alocar culpas", disse um porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, que esteve em Tbilisi no domingo.

Mas grupos de direitos humanos e especialistas na solução de conflitos argumentam que uma investigação das circunstâncias e dos eventos envolvidos na Ossétia do Sul se faz urgente.

Em uma região onde feudos antigos influenciam acontecimentos atuais, meias verdades de um conflito rapidamente se tornam os mitos que alimentam o próximo ciclo de violência.

7 de agosto

As causas imediatas do conflito têm origem nos eventos do dia 7 de agosto. Após dias trocando fogo pesado com combatentes separatistas da Ossétia do Sul, o lado georgiano declarou um cessar-fogo unilateral.

"Não queremos devolver fogo", disse o presidente Mikhail Saakashvili em um pronunciamento em TV nacional. "Por favor não testem a paciência do Estado da Geórgia. Vamos dar uma chance à paz e ao diálogo."

Cinco horas e meia depois, a paciência da Geórgia acabou. O Ministério da Defesa anunciou que havia enviado tropas à Ossétia do Sul "para restaurar a ordem constitucional em toda a região".

Intensos combates eclodiram na região da capital ossetiana, Tskhinvali, e surgiram relatos de que aviões de guerra georgianos estavam bombardeando a cidade e seus arredores.

Os georgianos disseram que haviam sido forçados a retaliar depois de repetidos ataques dos rebeldes ossetianos.

O primeiro-ministro Lado Gurgenidze, no dia 8 de agosto, também citou informações de uma incursão "de chamados combatentes voluntários" da Ossétia do Norte pelo túnel Roki, que liga as duas Ossétias (a Ossétia do Sul fica do lado georgiano e a do Norte, na Rússia).

Em entrevista coletiva seis dias depois, o premiê reforçou a acusação ao se referir a "uma grande coluna de 150 unidades" que estaria cruzando o túnel durante a noite. Foi isso, segundo Gurgenidze, que provocou a decisão de enviar tropas.

Até então havia relatos independentes dessa incursão, embora também houvesse informações não confirmadas de exercícios militares russos na área do túnel nos dias que antecederam os combates. Esta é apenas uma das diversas questões sobre essa guerra que precisam ser respondidas.

Em uma questão de horas, a Rússia havia lançado a sua própria operação de "aplicação da paz" em apoio, segundo Moscou, a civis e soldados russos que atuavam na região como força de paz.

Os primeiros bombardeios aéreos na cidade georgiana de Gori foram registrados na manhã de 8 de agosto, e nos dias que se seguiram, comboios de tanques russos e veículos blindados passaram pelo túnel Roki para a Ossétia do Sul e outras partes da Geórgia.

Escalada repetina

Mesmo sem saber se cada lado estava deliberadamente planejando entrar em guerra ou apenas reagindo de maneira exagerada às circunstâncias, está claro que tanto a Rússia como a Geórgia estavam preparadas para uma escalada repentina da violência.

O ataque georgiano a Tskhinvali e a resposta russa a ele foram rápidos e brutais.

Também não está claro quantos civis morreram no bombardeio de Tskhinvali ou quem queimou dezenas de casas georgianas na zona de conflito.

Tampouco se sabe o que está acontecendo na cidade de Gori, de onde, há dias, saem relatos de saques e violência cometidos supostamente por paramilitares da Ossétia do Sul.

O que está evidente, entretanto, é o fracasso da diplomacia e do bom senso de todos os lados nos meses que antecederam o conflito, precedido de meses de tensões crescentes e bem-documentadas entre Geórgia e Rússia.

Moscou estava furiosa com o reconhecimento de Kosovo, em fevereiro, e a promessa da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança de defesa ocidental), em março, de que a Geórgia um dia se tornaria membro da aliança.

Os russos responderam aumentando o seu apoio às duas regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abecásia.

Episódios de violência freqüentemente irrompem durante o verão nas zonas de conflito da Geórgia. É o resultado, diz a população local, de uma combinação de clima quente, nervos sensíveis e simplesmente um excesso de armas apontando umas para as outras nos termos de tréguas quase sempre frágeis.

É uma tragédia para a população do Cáucaso que neste verão nenhum lado tenha recuado.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080819_crisegeorgiaanalise_cg.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #30 Online: 20 de Agosto de 2008, 01:20:09 »
Citar
É uma tragédia para a população do Cáucaso que neste verão nenhum lado tenha recuado.
Mas não tá com cara de evoluir a grandes proporções, não. Todo mundo vai dizer algo como "é uma pena, mas o que podemos fazer?" e tirar o seu da reta.

Exceto, é claro, EUA e Inglaterra, os dois mais putos da vida com a história. Não vai dar pra correr atrás do prejuízo sem com isso arrastar uma guerra longa que não lhes pertence. EUA tá ocupado com a guerra do Iraque, Inglaterra/Pink só vai atrás de EUA/Cérebro.

Vão xingar a Rússia (já estão), vão resmungar (já estão), vão angariar apoio pelo mundo (já estão), mas fora disso, não vão passar tão cedo. A Rússia, depois dessa, vai querer ficar quieta no seu canto por um tempo, pra poeira baixar; enquanto isso, se fortalece e junta mais uns apoios de paisecos pra lá e pra cá, daqueles que não fedem nem cheiram, mas que juntos dão algum trabalho.

Enquanto isso, ó sábio Lula! Guerra na Ossétia? "Companheiro, não fei de nada diffo."
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Re: Combates na Georgia
« Resposta #31 Online: 22 de Agosto de 2008, 15:34:10 »
Rússia investiga suposto genocídio na Ossétia do Sul
 
A procuradoria russa anunciou, nesta quarta-feira, a abertura de uma investigação criminal sobre as acusações de genocídio e assassinato de membros de forças de paz e civis que teriam sido cometidos pelas forças georgianas na região separatista da Ossétia do Sul.

Investigadores russos afirmam que possuem uma lista com 133 nomes de civis que foram mortos na Ossétia do Sul. A relação teria sido feita depois de uma investigação preliminar com parentes e autoridades locais na Ossétia do Sul e com refugiados na Rússia.

Segundo a procuradoria, a lista inclui corpos encontrados pelos próprios investigadores russos e informações recolhidas em enterros presenciados por eles.

Valas temporárias

De acordo com as autoridades russas, esse número irá aumentar quando forem incluídos os corpos das vítimas enterradas em valas temporárias em quintais ou nas margens das estradas.

A procuradoria ressalta ainda que o total de vítimas não ficará claro até que os milhares de refugiados retornem para suas casas.

Apesar disso, o número recente divulgado pela Rússia contradizem a declaração anterior feita pelo país de que apenas 16 pessoas haviam morrido durante o conflito na Ossétia do Sul.

O grupo americano de direitos humanos Human Rights Watch disse à BBC que uma investigação feita por seus agentes identificou danos massivos em áreas residenciais da capital, Tskinvali. Segundo a ONG, a análise feita pelo grupo sugere que dezenas de pessoas teriam morrido na região, e não milhares.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080820_russiagenocidiogeorgia_np.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #32 Online: 23 de Agosto de 2008, 00:15:24 »
Rússia diz ter concluído retirada da Geórgia
 
A Rússia afirmou nesta sexta-feira que retirou todas suas forças da Geórgia, em cumprimento aos termos do cessar-fogo que assinou na semana passada.

Mas Moscou diz que deixará 2,5 mil soldados que, segundo a interpretação russa, atuarão como tropas de paz em "zonas de distensão", com postos de controle, em torno das regiões separatistas de Ossétia do Sul e Abecásia.

A Geórgia afirma que não aceitará o que entende por "anexação" de seu território por parte da Rússia.

O governo americano, por sua vez, também entendeu a permanência russa como uma violação do acordo de paz mediado pela União Européia.

"(Os russos) sem dúvida falharam com as suas obrigações. Estabelecer postos de controle, zonas de segurança definitivamente não são parte do acordo", disse um comunicado da Casa Branca.

O analista da BBC Jonathan Marcus disse que os termos excessivamente vagos do cessar-fogo, que fala apenas da necessidade de "medidas de segurança adicionais" nas proximidades imediatas da Ossétia do Sul, deixaram muita margem a interpretações.

Enquanto a Geórgia insiste que as tropas russas devem deixar o seu território, os russos alegam que a situação permanece instável e acusam a Geórgia de planejar mais operações militares.

Diplomacia

No campo diplomático, o Conselho de Segurança da ONU está em um impasse em relação à situação na Geórgia, com os Estados Unidos e a Rússia se enfrentando na rejeição de propostas de resoluções sobre a crise.

O governo americano diz que está preparado para vetar uma resolução que busque implementar o plano de cessar-fogo de modo a favorecer de forma desigual os interesses russos.

Já a Rússia confirmou sua oposição a um texto de resolução preparado pela França pedindo a retirada imediata das tropas russas do território georgiano e reafirmando a integridade territorial da Geórgia.

''Anexação''

A ''zona de distensão'' na qual a Rússia pretende manter tropas se estende por 7 km além da fronteira da Ossétia do Sul para dentro da Geórgia - o que o governo georgiano considera inaceitável.

Em uma entrevista à BBC, o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, disse que o envolvimento russo na Ossétia do Sul, Abecásia e Geórgia é um duro recado aos países do ocidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"A Rússia decidiu vencer uma guerra contra a Otan sem dispara um só tiro", afirmou Saakashvili. "Se a Otan não responder de maneira unida, ninguém estará seguro, mesmo que já faça parte da Otan."

Saakashvili disse que seu país não irá aceitar o que chamou de "anexação" de seu território pela Rússia. Entretanto, frisou que o conflito "não é mais uma questão apenas georgiana."

"Trata-se reconsiderar o papel da Otan, o papel das leis e das fronteiras internacionais nesta parte do mundo", ele afirmou.

O ministério da Defesa russo decidiu suspender toda cooperação militar com a aliança, depois que o bloco resolveu esfriar suas relações com Moscou, há dois dias.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080822_russiaretirada_cg.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #33 Online: 26 de Agosto de 2008, 11:14:00 »
Navios militares dos EUA se deslocam para Geórgia

O navio Dallas, da guarda costeira americana, deve chegar na manhã de quarta-feira a Poti, a cidade portuária mais importante da Geórgia. Áreas em torno da cidade também estão ocupadas por militares russos.

No domingo, o navio de guerra americano USS McFaul chegou ao porto de Batumi. Ainda não está claro se o McFaul vai acompanhar a embarcação da guarda costeira americana em Poti.
Leia mais

Segundo um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos na Geórgia, os dois navios estão na região a pedido do governo do país distribuindo ajuda humanitária aos georgianos que ficaram desabrigados pela guerra na Ossétia do Sul.

O governo americano disse que não existe chance de ação militar no solo da Geórgia.

Mas a presença de militares americanos dentro de território naval da Geórgia é um sinal para os russos de que os Estados Unidos apoiarão seus aliados com mais do que palavras, afirma o correspondente da BBC em Tbilisi, Gabriel Gatehouse.

Reconhecimento
No começo do mês, forças da Rússia entraram na Ossétia do Sul, região da Geórgia com movimento separatista que conta com apoio de Moscou. Após dias de confronto, os russos expulsaram tropas georgianas que haviam ocupado a região.

O conflito provocou críticas dos Estados Unidos e da aliança militar Otan à Rússia, aumentando a tensão na região.
Na segunda-feira, o parlamento russo aprovou um pedido de reconhecimento da independência das regiões rebeldes da Geórgia, Ossétia do Sul e Abecásia.

O pedido não é obrigatório e não precisa ser cumprido pelo presidente russo, Dmitry Medvedev. O Conselho de Segurança da Rússia deve se encontrar esta semana em Sochi, no mar Negro, para discutir a decisão do parlamento.

O presidente americano, George W. Bush, pediu que a Rússia "cumpra com seus compromissos e não reconheça a independência destas regiões separatistas".

"Os Estados Unidos vão continuar do lado do povo da Geórgia e com a democracia deles e apoiar a soberania e integridade territorial."

FONTE:http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2008/08/26/ult4909u5283.jhtm

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #34 Online: 26 de Agosto de 2008, 12:17:57 »
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Rússia reconhece independência da Ossétia do Sul e da Abkházia

MOSCOU - O presidente russo, Dmitri Medvedev, anunciou hoje que a Rússia reconhece a independência das regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abkházia.

Em discurso pela televisão, o chefe do Kremlin informou que assinou os decretos sobre o reconhecimento pela Rússia da independência das duas regiões georgianas, e pediu que outros Estados sigam seu exemplo e façam o mesmo.

Geórgia ameaça

O reconhecimento russo da independência das regiões separatistas georgianas da Abkházia e Ossétia do Sul teria "resultados desastrosos, inclusive para a Rússia", advertiu o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili na segunda-feira, quando o Senado russo pediu ao presidente do país, Dmitri Medvedev, que reconhecesse a independência da Abkházia e da Ossétia do Sul.

"Acho que se trata de uma falta grave, de uma tentativa de mudar as fronteiras da Europa por meio da força. Terá resultados desastrosos, inclusive para a Rússia", afirmou Saakashvili.

Não acho" que haja alguém "suficientemente irresponsável na comunidade internacional para aceitá-lo", afirmou Saakashvili em entrevista publicada pelo jornal "Libération".

Para o presidente georgiano, "trata-se de uma invasão clássica, que não tem nada a ver com o direito internacional. Tentam matar o direito das nações".

Questionado sobre por que interveio na Ossétia do Sul, Saakashvili disse que os confrontos já tinham começado e a única opção era "repelir os russos ou capitular e aceitar um regime como no Vichy", em referência ao regime colaboracionista francês durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial.

O presidente georgiano afirmou que pensava que haveria um ataque russo na Abkházia e que sempre achou que a Ossétia do Sul "era um território sem importância para a Rússia".

"Inclusive quando começou a subir a tensão ali, achei que era um blefe e que seria possível parar tudo. Cometi essa falta porque pensei que o ataque principal ocorria na Abkházia. Não que (os russos) pudessem atacar Tbilisi", a capital da Geórgia, explicou.

Por outra parte, Saakashvili agradeceu ao presidente francês e de turno da União Européia (UE), Nicolas Sarkozy, por ter intermediado o acordo de cessar-fogo entre Rússia e Geórgia em 12 de agosto. "Era uma operação de salvamento", indicou.

Sarkozy convocou para a segunda-feira uma cúpula extraordinária da UE para falar da crise na Geórgia e do futuro das relações com a Rússia.

"A Rússia tentou dar a impressão de que houve uma vitória contra a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A longo prazo, não pode ganhar esse jogo. Não é a União Soviética", argumentou Saakashvili, que defendeu a adoção de sanções contra os dirigentes russos.

O ministro de Exteriores francês, Bernard Kouchner, afirmou segunda-feira que a UE não prevê sanções contra a Rússia e que na cúpula do bloco da próxima segunda-feira será analisada a retirada russa e se falará do futuro.

Repercussão

Em pronunciamento, o ministro das Relações Exteriores da França qualificou hoje de "lamentável" a decisão da Rússia de reconhecer a independência das regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abkházia.

Ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse em Estocolmo que o reconhecimento da independência das regiões separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul vai "contra o direito internacional dos povos."

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/08/26/russia_reconhece_independencia_da_ossetia_do_sul_e_da_abkhazia_1598591.html

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Análise: ao iniciar conflito, Geórgia aposta em apoio do Ocidente

LONDRES - A tentativa da Geórgia de retomar à força o controle sobre a região rebelde da Ossétia do Sul significa uma aposta do líder do país de que ainda pode contar com o apoio do Ocidente ao tentar brecar os esforços da Rússia para restabelecer sua influência sobre essa ex-República Soviética.

Analistas disseram que a escalada do conflito poderia gerar, no entanto, consequências muito mais amplas na região, que se tornou um teste para o equilíbrio de forças no pós-Guerra Fria.

O país é um importante ponto da rota de escoamento de combustíveis para a Europa, que precisa do petróleo e do gás vindos da Ásia.

O presidente georgiano, Mikheil Saakashvili, foi bem recebido pelo Ocidente como sendo um líder novo e reformista. O dirigente comandou uma revolução em 2003 e elegeu-se no ano seguinte, tendo como prioridade o ingresso de seu país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em meio a esforços para escapar da órbita russa.

No entanto, James Nixey, analista do Royal Institute of International Affairs, em Londres, disse que Saakashvili havia deixado as capitais do Ocidente preocupadas com sua tendência de reagir de forma exagerada a provocações.

Isso ocorreu, por exemplo, quando o presidente recorreu à força para reprimir manifestantes contrários ao governo no ano passado e, agora, no conflito deflagrado na Ossétia do Sul, afirmou Nixey.

"Ele corre o perigo iminente de perder o prestígio que acumulou por ser pró-Ocidente e moderado", disse o analista. "Ao dar início a uma guerra, ele vai perder o apoio de muitos de seus aliados do Ocidente".

As históricas tensões surgidas em torno da Ossétia do Sul explodiram na sexta-feira quando a Geórgia tentou asseverar seu controle sobre a região com tanques e foguetes. A Rússia enviou soldados para repelir a investida.

Cavalaria do Ocidente

Segundo analistas, a aposta de Saakashvili ao lançar uma ação militar contra os rebeldes pode detonar uma guerra do tipo Davi contra Golias, na qual seu país enfrentaria a poderosa Rússia. Além disso, acrescentam os analistas, não há nenhuma garantia de que o Ocidente virá em socorro dele.

"Ele recebeu vários avisos de que o Ocidente não faria sacrifícios por ele, de forma que não deve contar com a chegada da cavalaria", afirmou Fraser Cameron, do centro UE-Rússia, com sede em Bruxelas.

A Otan e a União Européia (UE) manifestaram, na sexta-feira, grandes preocupações com o conflito e pediram aos envolvidos que interrompessem os atos violentos.

No entanto, Tomas Valsek, diretor de política internacional do Centro para a Reforma Européia, disse que Saakashvili não tinha outra opção que realizar uma manobra decisiva.

Valsek afirmou que a crescente influência da Rússia sobre a Ossétia do Sul e sobre a Abkházia, outra região separatista da Geórgia, vinha minando as esperanças georgianas de ingressar na Otan e de se colocar de forma definitiva no campo ocidental.

"No final das contas, os georgianos percebem que o tempo não está a seu favor e que não podem deixar que a situação da Ossétia do Sul e da Abkházia torne-se ainda mais complicada e que a influência da Rússia aumente ainda mais", disse.

Segundo Nixey, porém, Saakashvili pode ter prejudicado as chances de seu país de ingressar na Otan: "Como consequência disso (do conflito), as ambições dele de entrar na Otan podem virar pó".

A Strategic Forecasting Inc., uma empresa com sede nos EUA, disse que a Geórgia representava o "ponto de conflito mais tenso das relações entre a Rússia e o Ocidente" por ser, no mapa-múndi, a área de influência das potências ocidentais localizada mais a leste.

"O que está em jogo aqui é saber se fazer fronteira com a Rússia e, ao mesmo tempo, ser um aliado dos EUA seria uma combinação suicida. Independente de como isso se resolverá, a dinâmica de toda a região está prestes a ser virada de ponta cabeça", disse a empresa em uma nota.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/08/08/analise_ao_iniciar_conflito_georgia_aposta_em_apoio_do_ocidente_1509960.html

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #35 Online: 29 de Agosto de 2008, 17:49:38 »
UE ameaça sanções à Rússia; governo russo desdenha
 
O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, disse nesta quinta-feira que os líderes da União Européia estão considerando impor sanções à Rússia, dias após o Kremlin reconhecer a independência de duas províncias separatistas da vizinha Geórgia.

Kouchner não deu mais detalhes sobre a discussão, mas afirmou que o assunto "será resolvido através de negociações". Na segunda-feira, líderes da União Européia se encontrarão em caráter de emergência para decidir como lidar com a posição russa na atual crise.

Segundo a correspondente da BBC em Bruxelas Oana Lungescu, o anúncio de Kouchner representa uma virada na sua posição da UE adotada no início da semana, quando o ministro descartava a adoção de sanções contra a Rússia.

Entre as possíveis medidas a serem impostas está o bloqueio da Rússia à Organização Mundial do Comércio (OMC) e restrições para dificultar a entrada dos russos em países europeus.

O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, desdenhou as declarações de seu parceiro francês e afirmou que a ameaça de sanções é uma resposta emocional aos problemas na Geórgia – o "animalzinho de estimação do Ocidente", conforme Lavrov.

Posição

O Ocidente vem nos últimos dias manifestando sua condenação à decisão do Kremlin de reconhecer a independência das províncias separatistas da Ossétia do Sul e da Abecásia.

Os líderes dos países que compõem o G7 - grupos dos sete países mais industrializados do mundo – afirmaram que o reconhecimento da independência das províncias separatistas por Moscou violava a integridade e soberania da Geórgia.

Em comunicado conjunto, os líderes de Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos condenaram a Rússia pelo "uso excessivo da força militar e sua contínua ocupação na Geórgia".

O grupo afirmou ainda que o reconhecimento da independência das regiões viola o plano de paz assinado pelos dois países.

Apesar das críticas, o presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou que a ação do país na Geórgia conta com o apoio da China e de aliados na Ásia Central, e que esta é uma "mensagem séria" para o Ocidente.

Em um discurso durante a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), Medvedev disse que a união do grupo terá "ressonância internacional".

"Espero que isto sirva de sinal para aqueles que tentam transformar preto em branco e justificar essa agressão", disse Medvedev, referindo-se à tentativa da Geórgia de retomar o controle da província da Ossétia do Sul através de ações militares no início deste mês.

Em resposta às operações georgianas, a Rússia empreendeu uma ofensiva que provocou ainda mais confrontos com o Exército da Geórgia.

O conflito foi encerrado mediante um acordo de cessar-fogo proposto pela União Européia que previa a retirada das tropas da região.

Diálogo

Depois das declarações feitas pelo presidente russo, o governo chinês reforçou sua preocupação com a posição da Rússia no Cáucaso.

"Esperamos que os países envolvidos resolvam essas questões através do diálogo", disse um porta-voz do Ministério do Exterior chinês.

A SCO foi formada em 2001 tendo como um de seus objetivos atuar como uma espécie de contrapeso para a influência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Oriente.

Segundo o analista da BBC para assuntos diplomáticos, Jonathan Marcus, a organização espera que a Rússia se volte mais para a região, já que suas relações com o Ocidente estão em crise.

Marcus esclarece, no entanto, que seria errado considerar essa união como um sinal de emergência de um bloco anti-Ocidente, já que seu membro mais poderoso – a China – não poderia estar mais integrado à economia internacional.

Além disso, o analista afirma ainda que a China considera a integridade territorial e a defesa da soberania nacional como valores quase sagrados em suas relações diplomáticas.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080828_russiasancoesue_np.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #36 Online: 29 de Agosto de 2008, 18:16:16 »
Putin: EUA podem ter provocado conflito na Geórgia
 
O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira que suspeita que, por motivos políticos domésticos, os Estados Unidos tenham provocado o conflito na Geórgia.

O premiê afirmou que ouviu de seus oficiais de defesa que o objetivo da ação americana era beneficiar um dos candidatos à Casa Branca.

"A suspeita é de que alguém nos Estados Unidos criou esse conflito especialmente com o propósito de tornar a situação mais tensa e criar uma vantagem competitiva para um dos candidatos brigando pelo posto de presidente dos Estados Unidos", disse Putin, em entrevista à rede de TV americana CNN.

"Deve-se admitir que eles (os americanos) fariam isso somente se estivessem seguindo ordens diretas de seus líderes"

"O fato é que cidadãos americanos realmente estavam na área durante o conflito (na Ossétia do Sul)", continuou. "O lado americano, na verdade, armou e treinou o Exército da Geórgia."

Casa Branca

A porta-voz da Casa Branca Dana Perino disse que as afirmações de Putin "não são racionais".

"Sugerir que os Estados Unidos orquestraram isso em benefício de um candidato presidencial - não soa racional", afirmou Perino.

"Essas alegações, em primeiro lugar e antes de mais nada, são claramente falsas, mas também parece que seus oficiais de defesa que disseram acreditar nisso estão prestando a ele um péssimo serviço", afirmou a porta-voz da Casa Branca.

O conflito na região do Cáucaso se acentuou no início deste mês, quando a Geórgia lançou uma operação militar para retomar a província separatista da Ossétia do Sul, que tem o apoio da Rússia.

Forças georgianas, russas e da própria Ossétia do Sul estiveram envolvidas em combates que causaram mortes e destruição na província. Ocorreram ainda choques na Abecásia, outra província separatista georgiana, e ataques russos em outras partes da Geórgia.

O conflito foi encerrado mediante um acordo de cessar-fogo proposto pela União Européia, que previa a retirada das tropas da região.

No entanto, a tensão se agravou nesta semana, depois de a Rússia anunciar que reconheceu formalmente a independência das duas províncias rebeldes.

Ameaça de sanções

Nos últimos dias, diversos países condenaram a decisão do Kremlin.

Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, disse que os líderes da União Européia consideram a possibilidade de impor sanções à Rússia.

Kouchner disse que a França não apresentou nenhuma proposta de sanção mas, como ocupa a presidência rotativa do bloco, buscaria consenso entre os 27 países membros caso a imposição de sanções fosse considerada.

O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, desdenhou as declarações de Kouchner e afirmou que a ameaça de sanções é uma resposta emocional aos problemas na Geórgia.

Também nesta quinta-feira, em uma reunião de cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), a Rússia não conseguiu apoio de seus aliados asiáticos no reconhecimento da independência das duas províncias da Geórgia.

Os delegados da SCO - que reúne Rússia, China e países da Ásia Central - expressaram preocupação com os eventos relacionados à Ossétia do Sul e destacaram a importância de manter a unidade e a integridade territorial de um Estado.

Em meio à crescente tensão, a Rússia anunciou nesta quinta-feira que testou com sucesso um de seus novos mísseis balísticos intercontinentais Topol, lançado de uma base no extremo leste do país.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080828_putin_ac.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #37 Online: 29 de Agosto de 2008, 18:36:55 »
Os EUA fomentarem um conflito na Georgia por causa da disputa presidencial americana ? Fala sério!
Os oficiais de defesa do Putin estão tomando vodka caseira demais.
Que os EUA tem investido em treinamento das forças de defesa e dos setores de inteligência da Georgia é esperado porque o governo georgiano é alinhado aos EUA contra a expansão da influência russa na região.Associar à disputa presidencial não faz sentido.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #38 Online: 30 de Agosto de 2008, 04:17:55 »
Os EUA fomentarem um conflito na Georgia por causa da disputa presidencial americana ? Fala sério!
Os oficiais de defesa do Putin estão tomando vodka caseira demais.
Que os EUA tem investido em treinamento das forças de defesa e dos setores de inteligência da Georgia é esperado porque o governo georgiano é alinhado aos EUA contra a expansão da influência russa na região.Associar à disputa presidencial não faz sentido.
Não fale mal da vodka caseira. Vodka, mesmo ruim, é boa. :biglol:

Falando sério, sobre o seu post, 2. Concordo plenamente.
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Re: Combates na Georgia
« Resposta #39 Online: 30 de Agosto de 2008, 15:34:17 »
Geórgia rompe relações com a Rússia
 
A Geórgia decidiu romper relações diplomáticas com a Rússia, três dias depois de Moscou ter reconhecido formalmente a independência das províncias separatistas da Ossétia do Sul e da Abecásia.

O vice-ministro do Exterior da Geórgia, Grigol Vashadze, disse que seu ministério recebeu instruções e que "a decisão final foi tomada".

Segundo o ministério georgiano, todos os diplomatas serão retirados da embaixada em Moscou até sábado.

A Geórgia já havia anunciado anteriormente que iria reduzir o número de funcionários na Embaixada de Moscou e que seu embaixador, que foi retirado da Rússia no mês passado, não iria retornar ao posto.

Moscou disse que a decisão da Geórgia "não vai ajudar as relações bilaterais" entre as duas nações.

"O possível rompimento de relações diplomáticas com a Geórgia não é uma decisão de Moscou, e Tbilisi terá de arcar com toda a responsabilidade", disse o porta-voz do Ministério do Exterior russo, Andrei Nesterenko, segundo a agência de notícias oficial Tass.

"Maior envolvimento"

O governo da Geórgia não deu detalhes sobre as razões da decisão, mas ela foi divulgada em meio a relatos de que Moscou pretende aumentar seu envolvimento nas duas províncias rebeldes.

A agência de notícias russa Interfax divulgou a informação de que Moscou deverá assinar na próxima semana um acordo para estabelecer bases militares na Ossétia do Sul.

De acordo com a Interfax, o ministro do Exterior da Abecásia, Sergei Shamba, disse que a província "poderá se tornar parte de um estado unificado da Rússia e de Belarus".

O Kremlin não fez até agora nenhum comentário sobre esses relatos.

O conflito na região do Cáucaso se acentuou no início deste mês, quando a Geórgia lançou uma operação militar para retomar a Ossétia do Sul, que tem o apoio da Rússia.

Forças georgianas, russas e da própria Ossétia do Sul estiveram envolvidas em combates que causaram mortes e destruição na província. Ocorreram ainda choques na Abecásia, outra província separatista georgiana, e ataques russos em outras partes da Geórgia.

O conflito foi encerrado mediante um acordo de cessar-fogo proposto pela União Européia, que previa a retirada das tropas da região.

No entanto, a tensão se agravou nesta semana, depois de a Rússia anunciar o reconhecimento da independência das duas províncias. Diversos países condenaram a decisão do Kremlin.

"Crimes de guerra"

Nesta sexta-feira, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), com sede nos Estados Unidos, divulgou imagens de satélite que supostamente confirmariam que vários vilarejos de maioria georgiana na Ossétia do Sul foram incendiados intencionalmente.

As imagens foram feitas depois dos combates na região e, segundo a HRW, mostram cinco aldeias próximas à capital da Ossétia do Sul, Tskhinvali.

A organização afirma que uma análise detalhada das imagens, feita por especialistas das Nações Unidas, mostra que os danos foram intencionais, e não resultado de combates armados.

Segundo a HRW, essas imagens provam que ocorreram "crimes de guerra e graves abusos de direitos humanos".

A organização quer que o governo russo processe os responsáveis.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080829_georgiarussia_ac.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #40 Online: 03 de Setembro de 2008, 20:53:10 »
Rice anuncia ajuda de um bilhão de dólares à Geórgia

WASHINGTON - A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, anunciou nesta quarta-feira uma ajuda de US$ 1 bilhão à Geórgia, dos quais 570 milhões serão entregues antes do fim deste ano.

"Com nosso pleno apoio e o de todo o mundo livre, uma Geórgia democrática sobreviverá, se reconstruirá e prosperará", declarou Rice à imprensa, destacando que esta ajuda é destinada apenas a fins civis.

A ajuda deve ser oficializada durante a visita do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, à região.

Dick Cheney chegou ao Azerbaijão nesta quarta-feira, iniciando um giro que tem como objetivo demonstrar o apoio dos Estados Unidos às ex-repúblicas soviéticas ao sul da Rússia. De Baku, capital do Azerbaijão, Cheney segue para a Ucrânia e depois para a Geórgia,um mês depois do início de combates entre a Geórgia e a Rússia. O giro deve provocar reações negativas em Moscou, que considera os três países como parte de sua esfera de influência.

O pacote de ajuda dos Estados Unidos, que deve incluir verba para reconstrução da infra-estrutura e da economia georgina, ainda deve ter seus detalhes divulgados ao longo da semana.

Conflito

O conflito entre a Rússia e a Geórgia teve início no dia 7 de agosto depois que militares georgianos tentaram retomar a região separatista da Ossétia do Sul à força.

Forças russas lançaram um contra-ataque e o conflito terminou com a expulsão de tropas georgianas da Ossétia do Sul e da Abecásia. A Rússia reconheceu a independência das duas regiões, mas foi o único país a fazer isso.

O reconhecimento foi condenado por vários países do Ocidente, principalmente pelos Estados Unidos, que acreditam que a Rússia desrespeitou a soberania da Geórgia.

Durante sua visita à capital da Geórgia, Tbilisi, Dick Cheney deve reforçar o apoio dos Estados Unidos ao presidente Mikhail Saakashvili.

Na terça-feira, o presidente russo, Dmitry Medvedev, qualificou o colega georgiano como "um cadáver político", dizendo que não o reconhece como presidente.

Em entrevista ao canal de televisão italiano Rai, Medvedev acusou os EUA de ajudarem a Geórgia a construir o que chamou de "máquina de guerra do país" e afirmou que o governo americano deve reavaliar sua relação com as autoridades georgianas.

"Infelizmente, em determinado ponto eles deram a Saakashvili carta branca para qualquer ação, inclusive militar", disse.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/09/03/rice_anuncia_ajuda_de_um_bilhao_de_dolares_a_georgia_1640738.html

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #41 Online: 05 de Setembro de 2008, 16:17:49 »
O mais engraçado é como o governo estado-unidense é cara-de-pau!

Se o separatismo fosse dos interesse dos EUA mas não da Rússia, o que aconteceria? Exatamente a mesma coisa, mas os atores trocariam de papéis. Afff.
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Re: Combates na Georgia
« Resposta #42 Online: 05 de Setembro de 2008, 17:16:33 »
Invasão da Geórgia: Russos decidiram invadir em Abril
Quatro meses de preparação, permitiram operação fulminante
17.08.2008


A questão da invasão da Geórgia, tem vindo a ser objecto de várias análises por entidades internacionais. Não só as primeiras pesquisas efectuadas pela Human Rights Watch, ou as primeiras impressões tiradas por jornalistas ocidentais em Tskhinvali, quando as forças georgianas ainda estavam a retirar de Gori [1] começam a mostrar que a Rússia exagerou completamente nos relatos de numero de mortos, como além disso a soma e compilação de dados começa a mostrar que toda a operação de invasão da Geórgia estava preparada desde o mês de Abril de 2008.

Analistas militares ocidentais, concluiram que a operação foi preparada com muita antecedência e que se destinava claramente a remover do poder o governo de Mikhai Sakasvilii e a substitui-lo por um mais condizente com o governo de Moscovo.
A preparação começou em Abril de 2008, e foi influenciada pelo resultado da reunião de Bucareste na Roménia, em que a Geórgia viu o seu pedido de adesão à Aliança Atlântica ser recebido com alguma frieza por parte de alguns países europeus, nomeadamente a Alemanha. Moscovo achou que era um sinal de que Tbilisi estava sozinha.

Embora as várias análises ocidentais sejam em grande parte coincidentes, também na Rússia há quem tenha a mesma opinião.

A «ofensiva» russa pode ser tracejada até 2007, altura em que a Rússia se retirou do tratado europeu sobre armamentos convencionais, que estabelece o limite de veículos blindados, artilharia, tanques ou aviões que os países europeus podem ter ao serviço.

Quando deixou de cumprir com este tratado, a Rússia teve mão livre para transferir livremente armamentos que tinha colocado na reserva fora da Europa a leste dos Urais. Em meados de Abril deste ano, a Rússia colocou mais 1.500 soldados na região da Abkhazia, muitos deles, equipados com armamento pesado.

Pouco dias depois da chegada dessas forças os russos abateram um «drone» de vigilância georgiano, uma aeronave desarmada, que foi abatida por um MiG-29 da força aérea russa no espaço aéreo georgiano.
De notar que a Rússia não tinha autorização para efectuar aquele tipo de operações. Os russos negaram a ocorrência até ao momento em que os georgianos mostraram as imagens.


Avião russo MiG-29 abate drone espião da Geórgia no espaço aéreo georgiano, quando as tropas russas estavam a receber reforços. Sabemos agora porque os russos queriam evitar ser vistos e porque abateram a aeronave não tripulada.
________________________________________


Em Junho, novos contingentes de tropas russas foram colocados na Abkhazia, aumentando ainda mais a tensão com a Geórgia. Nessa mesma altura os russos começaram a construir uma linha ferroviária entre Tsukhumi (a capital da Abkhazia) e a fronteira russa, alegando que se tratava de uma medida humanitária.

Os analistas ocidentais vêm agora essa construção apressada de uma linha ferroviária, como uma das formas utilizadas pelos russos para garantir o envio rápido de tropas para o noroeste da Geórgia.

Na última semana de Julho de 2008, a Rússia iniciou as manobras militares conhecidas como «Caucaso-2008», isto apenas quinze dias antes da invasão da Geórgia ter ocorrido. Na altura os mesmos analistas militares avisaram que as tropas russas iam começar os exercícios «Causaso 2008» na mesma altura que tropas americanas estariam a treinar tropas georgianas.

O envio de tropas russas para a Abkhazia, com muitas semanas de antecedência, explica a rapidez de acção das tropas russas na Geórgia em Agosto de 2008, ao mesmo tempo que explica porque os russos abateram tão depressa o avião «drone» que servia para vigiar o território georgiano da Abkhazia.

A Rússia nega veementemente qualquer preparação inicial da operação, embora os responsáveis do país tenham geralmente negado todo e qualquer facto que possa parecer menos positivo para a imagem internacional da Rússia mesmo quando praticamente todos esses factos acabam posteriormente por ser confirmados.

Entre os argumentos apresentados pela Rússia está o facto de o primeiro-ministro do país se encontrar na China e o presidente de férias.
No entanto, na verdade o presidente da Geórgia também se encontrava de férias em Itália.

Está ainda por explicar, como é que não tendo havido qualquer preparação russa e estando presidente e primeiro-ministro russos fora, as forças russas conseguiram aparecer no terreno em força 12 a 14 horas depois das acções georgianas, tendo segundo algumas fontes, chegado à «frente» em Tskhinvali, apenas 90 minutos depois de os combates terem começado.

A rapidez russa em afirmar que as suas tropas agiam para evitar um genocídio e a morte de mais civis (depois de já terem morrido 2.000 pessoas segundo o próprio presidente da Rússia), também esbarra aparentemente com o facto de nenhum observador independente, nem nenhum observador russo contactado por meios de comunicação ocidentais ter conseguido demonstrar que ocorreu de facto qualquer genocídio.

Assim, os vários dados conhecidos apontam para uma preparação russa que tinha que coincidir com o final dos exercícios militares de Verão «Cáucaso-2008» em que participaram essencialmente unidades do 58º exército russo.
As forças que participaram desse exercício estavam portanto não só prontas, como estavam preparadas e treinadas para uma operação prevista, previamente delineada e devidamente montada.

O único problema, era a necessidade de fazer aparecer a Geórgia como o agressor perante a opinião pública internacional.
A prestável colaboração das milícias pró-russas na Ossétia foi para isso de grande utilidade.

Varias escaramuças ocorreram no dia 6 e no dia 7 de Agosto. Segundo fontes georgianas (esta informação não está confirmada por fonte independente) os russos foram contactados pelos georgianos, mas responderam que iam ver o que se passava, sem ter efectuado qualquer diligência.

Perante a continuação dos disparos dos milicianos da Ossétia sobre as aldeias onde habitavam georgianos - os quais deveriam ser protegidos pelos russos - e perante a recusa russa em agir, o presidente georgiano deu ordens às suas forças para intervir na Ossétia do Sul.

Estava então criado o precedente necessário. As primeiras tropas libertadoras russas chegaram na forma de uma «Blitzkrieg» ou guerra relâmpago.

A partir daí, as forças russas avançaram sobre tropas georgianas, as quais não tinham qualquer possibilidade de reagir. Sem um plano de acção pré-concebido os georgianos recuaram desordenadamente para as planícies de Gori, e aí foram fortemente bombardeados pela artilharia e aviação russas.

Mesmo depois de as forças georgianas retirarem os russos continuaram a bombardear a cidade, enquanto os restos das tropas georgianas retiraram para a área da capital.

Posteriormente os Estados Unidos anunciaram que começariam a enviar ajuda humanitária para a Geórgia e os aviões C-17 começaram a pousar em Tbilisi. As tropas russas avançaram até cerca de 30km da capital da Geórgia, mas não avançaram até lá.
________________________________________

[1] – Exemplo disto é a peça do jornalista russo Evgueni Moravitch, para a emissora de televisão portuguesa RTP. O jornalista esteve em Tskhinvali, reportou que a cidade estava destruída, mas não referiu o massacre na cidade, nem fez referência ao que inevitavelmente teria sido a primeira coisa a notar numa cidade onde morreram milhares de pessoas: O cheiro a carne putrefacta.

Fonte: http://www.areamilitar.net/noticias/noticias.aspx?NrNot=616

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #43 Online: 07 de Setembro de 2008, 21:48:14 »
Guerra e Paz

Grande derrotada da Guerra Fria, a Rússia conservou, porém, seu arsenal nuclear e potencial militar e econômico. Será a principal questionadora da nova ordem mundial, conforme a equação do norte-americano Morgenthau. Por isso, a guerra na Geórgia não reproduz o passado: ela anuncia o futuro


José Luís Fiori

A guerra nunca deflagra subitamente:
a sua extensão não é obra de um instante

Carl Von Clausewitz, Da Guerra, [1]

Os fatos mais recentes e importantes são conhecidos. Em abril, a última reunião de cúpula da OTAN, em Bucareste, reconheceu a aspiração da Geórgia a participar da aliança militar liderada pelos EUA, apesar da resistência alemã e da oposição explícita do governo russo. E em 11 de julho, aviões da Força Aérea Russa sobrevoaram o território da Ossitéia do Sul, na véspera da visita à Geórgia da secretária de Estado norte-americana, Condollezza Rice, para inaugurar a operação “Resposta Imediata 2008”, um exercício militar conjunto do exército norte-americano com as tropas da Geórgia, Ucrânia, Armênia e Azerbaijão, realizado na base aérea de Vaziani, que havia pertencido à Força Aérea Russa até 2001.

Logo em seguida, em 8 de agosto, as forças armadas da Geórgia atacaram a província da Ossétia do Sul e conquistaram sua capital, Tskhinvali. Não está claro por que a Geórgia atacou a Ossétia do Sul, exatamente no dia da inauguração das Olimpíadas de Pequim. Mas não há dúvidas de que a grande surpresa dos governos envolvidos nesta história foi a rapidez, extensão e eficácia da resposta russa, que em poucas horas cercou, dividiu e atacou — por terra, mar e ar — o território da Geórgia, numa demonstração contundente de decisão política, organização militar e poder de conquista. Tudo feito com tamanha rapidez e agilidade que deixou os governos “ocidentais” perplexos, divididos e impotentes, obrigados a acompanhar os desdobramentos da ofensiva russa hora a hora, através de fatos consumados, sem conseguir saber ou poder antecipar o seu objetivo final.

Logo depois da Segunda Guerra Mundial, Hans Morgenthau, pai da teoria política internacional norte-americana, formulou uma tese muito simples e clássica sobre a origem das guerras. Segundo ele, “a permanência do status de subordinação dos países derrotados numa guerra pode facilmente produzir a vontade destes países desfazerem a derrota e jogarem por terra o novo status quo internacional criado pelos vitoriosos, retomando seu antigo lugar na hierarquia do poder mundial. Ou seja, a política imperialista dos países vitoriosos tende a provocar uma política imperialista igual e contrária da parte dos derrotados. E se o derrotado não tiver sido arruinado para sempre, ele quererá retomar os territórios que perdeu, e se possível, ganhar ainda mais do que perdeu, na última guerra”. [2] .
Em 1991, a vitória não foi apenas dos EUA, mas também da Alemanha e China. À Rússia, restou a condição de potencia derrotada — que se apressa em reverter o novo status quo internacional e retomar seu lugar na hierarquia do poder mundial

Em 1991, depois do fim da Guerra Fria, não houve um acordo de paz que estabelecesse as perdas da União Soviética e que definisse claramente as regras da nova ordem mundial imposta pelos vitoriosos — como havia acontecido no fim da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais. De fato, a URSS não foi atacada, seu exército não foi destruído e seus governantes não foram punidos, mas durante toda a década de 90 os EUA e a UE apoiaram a autonomia dos países da antiga zona de influência soviética e promoveram ativamente o desmembramento do território russo. Começando pela Letônia, Estônia e Lituânia, e seguindo pela Ucrânia, a Bielorússia, os Bálcãs, o Cáucaso e os países da Ásia Central. Neste período, os EUA também lideraram a expansão da OTAN, na direção do leste, contra a opinião de alguns países europeus. E, mais recentemente, os EUA e a UE apoiaram a independência do Kosovo, aceleraram a instalação do seu “escudo anti-mísseis”, na Europa Central e estão armando e treinando as forças armadas da Ucrânia, da Geórgia e dos países da Ásia Central, sem levar em conta que a maior parte destes países pertenceu ao território russo, durante os últimos três séculos.

Em 1890, o Império Russo, construído no século 18 por Pedro, o Grande, e Catarina II, tinha 22,4 milhões de quilômetros quadrados e 130 milhões de habitantes. Era o segundo maior império contíguo da história da humanidade e uma da cinco maiores potencias da Europa. No século 20, durante o período soviético, o território russo manteve-se do mesmo tamanho. A população chegou a 300 milhões de habitantes e a Rússia transformou-se na segunda maior potência militar e econômica do mundo. Pois bem: hoje, a Rússia tem 17,1 milhões de quilômetros quadrados e apenas 152 milhões de habitantes. Ou seja, em apenas uma década — a de 1990 —, perdeu cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados e 140 milhões de habitantes,

A maior parte dos analistas internacionais que se dedicam a prever o futuro se esquecem — em geral — de que os grandes vitoriosos de 1991 não foram apenas os EUA, mas também a Alemanha e a China. Foi uma virada histórica onde só houve um grande derrotado, a URSS, cuja destruição trouxe de volta ao cenário internacional uma Rússia mutilada e ressentida. Alemanha e China ainda tomarão muitos anos para “digerir” os novos territórios e zonas de influência que conquistaram, nas últimas décadas, na Europa Central e no Sudeste Asiático. Enquanto isto, o desaparecimento da União Soviética colocou a Rússia na condição de uma potencia derrotada, que perdeu um quarto do seu território, e metade de sua população, mas ainda mantém de pé seu armamento atômico e seu potencial militar e econômico, junto com uma decisão cada vez explícita “de desfazer a derrota, e jogar por terra o novo status quo internacional criado pelos vitoriosos (em 1991), retomando seu lugar na hierarquia do poder mundial”.

Por isto, neste início do século 21, a Rússia é um desafio e uma incógnita, para os dirigentes de Bruxelas e de Washington e para os comandantes militares da OTAN. Quando na verdade, o mistério não é tão grande, e se Hans Morghentau estiver com a razão, trata-se de um segredo de Polichinelo. A Rússia foi a grande perdedora da década de 90, e ao contrário do que diz o senso comum, será a grande questionadora da nova ordem mundial, qualquer que ela seja. Até que lhe devolvam — ou ela retome — o seu velho território, conquistado por Pedro, o Grande, e Catarina II. Por isso, a atual guerra na Geórgia não é uma guerra antiga. Pelo contrário, é um anúncio do futuro.

[1] Martins Fontes, São Paulo 1979 [1832] p: 77

[2] Morgenthau, H.J. (1993) [1948]. Politics Among Nations, The Struggle for Power and Peace, Mc Graw, New York, p:66

Fonte:http://diplo.uol.com.br/2008-08,a2577
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #44 Online: 11 de Setembro de 2008, 23:07:06 »
Com ressalvas, Rússia promete retirada da Geórgia
 
O governo russo prometeu nesta segunda-feira retirar suas forças de parte do território da Geórgia até a segunda semana de outubro, desde que sejam estabelecidas garantias de que o governo georgiano não voltará a atacar as regiões autônomas da Abecásia e da Ossétia do Sul.

A retirada das tropas, porém, não vai incluir os soldados que estão nas duas regiões autônomas.

A informação foi divulgada em uma entrevista coletiva em Moscou do presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao lado do presidente russo, Dmitry Medvedev, depois de mais de três horas de negociações entre os dois líderes.

Ao lado do chefe de política internacional da União Européia, Javier Solana, e do chefe da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, o presidente francês foi a Moscou para tentar destravar alguns impasses que se estabeleceram na região desde o fim do breve conflito entre Geórgia e Rússia, no mês passado.

Pontos de acordo

Além de aceitar a retirada das tropas até meados de outubro, o governo russo se comprometeu, segundo o presidente francês, a desmantelar controles de estradas fora das duas regiões autônomas e concordou com o envio de 200 monitores da União Européia para a Ossétia do Sul.

O presidente russo confirmou também que as tropas de seu país irão sair das áreas no entorno da Abecásia e da Ossétia do Sul, retornando às posições que ocupavam antes do conflito de setembro.

"Essa retirada será implementada dez dias depois do estabelecimento de mecanismos (de controle) internacionais, incluindo não menos do que 200 observadores da União Européia, que devem chegar (à região) até o dia 1º de outubro de 2008", disse Medvedev.

Outro ponto que ficou definido no encontro é uma reunião internacional em Genebra no dia 15 de outubro para debater formas de estabilizar a região, discutir a situação de refugiados e outras questões que as duas partes concordem em debater.

Os detalhes exatos de como será esse encontro, no entanto, não foram divulgados.

Para cumprir sua parte no acordo, o governo de Medvedev disse ter pedido garantias de que a Geórgia não voltará a atacar as duas regiões autônomas.

A guerra entre os dois países começou depois que os georgianos atacaram a Abecásia e a Ossétia do Sul, duas regiões que fazem fronteira com a Rússia, tem maioria étnica ligada aos russos e viviam de forma autônoma desde os anos 1990, sob proteção de soldados de paz russos.

O próprio Medvedev afirmou ter recebido da comitiva européia uma carta assinada pelo presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, prometendo não voltar a usar a força na região.

Sem solução

A comitiva européia deixou as negociações em Moscou afirmando que o encontro foi positivo. Mas vários pontos de atrito permaneceram em aberto.

O presidente russo fez críticas à Geórgia e aos Estados Unidos, dizendo que o país vizinho está tentando se rearmar com apoio dos americanos.

Medvedev também quer discutir internacionalmente o status das duas regiões, algo que a Geórgia se nega a fazer porque afirma não há dúvidas de que elas são parte de seu território.

A Rússia reconhece a independência das duas regiões e afirma que não vai admitir que elas sejam reintegradas ao território da Geórgia.

Esse é um dos pontos mais polêmicos sobre o futuro do conflito, já que a grande maioria das nações ocidentais, em especial os países europeus e os Estados Unidos, não aceitam a independência da Abecásia ou da Ossétia do Sul.

Um sinal de como a situação permanece distante de uma solução foi a anúncio, também nesta segunda-feira, de que o governo americano está retirando a proposta de colaboração civil na área nuclear com a Rússia.

O acordo foi enviado ao Congresso americano em maio, após dois anos de duras negociações, e previa, entre outros pontos, troca de tecnologia e o estabelecimento de um negócio bilionário de estocagem pelos russos de combustível nuclear americano usado.

Analistas já previam que os congressistas americanos deveriam vetar o acordo em meio à atual crise. Por isso, acreditam que a decisão do governo Bush de retirar o acordo é mais uma forma de mostrar insatisfação com a posição russa.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080908_moscougeorgia2_ep.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #45 Online: 16 de Setembro de 2008, 17:08:01 »
Rússia, Geórgia, Estado e nação

O mais novo conflito na região do Cáucaso nos leva de volta a alguns dos maiores dilemas da geopolítica mundial, desde a publicação da Carta das Nações Unidas, em 1945. O documento, que criou o conceito de legislação internacional e pretendia colocar ordem em um mundo que havia chegado ao fundo do poço com a Segunda Guerra, estabeleceu direitos e deveres. Mas muitas vezes estes entram em choque, e o resultado é ou uma crise política ou um conflito armado.

Logo em seu capítulo 1, no primeiro artigo, a Carta da ONU fala no "princípio da auto-determinação", segundo o qual um povo tem o direito de decidir como e por quem será governado. Esse princípio baseou a onda de independências das colônias africanas a partir da década de 60, colocando um fim no neocolonialismo europeu, e continua sendo citado por comunidades que querem ser donas do seu próprio destino. Mas logo no segundo artigo a Carta da ONU defende a "integridade territorial" dos Estados membros contra o uso da força. Com dois direitos que podem muitas vezes entrar em conflito, a história tem provado nas últimas seis décadas que geralmente prevalece o princípio defendido pelo lado mais forte. E, desde o desaparecimento da União Soviética, o lado mais forte costuma ser aquele apoiado pelos Estados Unidos, potência que pode um dia apoiar o conceito de integridade territorial e no dia seguinte o de auto-determinação. Cada caso é um caso.

A história recente da Ossétia do Sul tem semelhanças com a de Kosovo. As duas regiões, com tradições culturais próprias, diferentes das dos países a que pertencem (ou pertenciam), se aproveitaram do colapso do bloco comunista europeu para buscar a independência. O início dos anos 90 foi de salve-se quem puder atrás da Cortina de Ferro, e aquele que foi mais rápido e eficiente conseguiu sua independência. Nessa onda, nem Kosovo nem Ossétia do Sul conseguiram se desligar de, respectivamente, Sérvia e Geórgia. Mas ambas tornaram-se independentes na prática, sob a supervisão de tropas estrangeiras. No caso de Kosovo, a independência, defendida pelos Estados Unidos, foi declarada recentemente e reconhecida por Washington. Já no caso da Ossétia do Sul, o governo americano tem preferido defender a integridade territorial da Geórgia, seu aliado. Vale lembrar que a independência de Kosovo deu-se depois que, em 1999, a Otan atacou um outro país soberano, a então Iugoslávia, sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, mesma acusação que pode ser feita agora à Rússia.

Na época do reconhecimento de Kosovo independente, o então presidente e hoje primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, acusou o Ocidente de dois pesos e duas medidas. Ele classificou a independência da província sérvia de "ilegal e imoral" e afirmou que ela poderia ter implicações em outros casos de desejada auto-determinação, como Abecásia e Ossétia do Sul. Não deu outra. O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, calculou mal, invadiu a separatista Ossétia do Sul e foi devorado pelo urso vizinho. A Rússia humilhou o Exército georgiano e deixou os ossétios do sul e os abecásios mais perto da independência ou da anexação por Moscou.

Por que defender a independência de Kosovo e não a das regiões da Geórgia? O que faz com que a integridade territorial da Geórgia seja inviolável e não a da Sérvia? E a da Grã-Bretanha? Ou a do Sudão? Teria a Geórgia o direito de usar a força contra comunidades dentro do seu território? Se tiver, teria também o Sudão, contra a província de Darfur? Se há genocídio em Darfur, como dizem os Estados Unidos, teria havido genocídio na Ossétia do Sul, como acusa a Rússia? Onde termina o direito à auto-determinação de um povo e começa o direito à integridade territorial do Estado? Ou vice-versa?

São perguntas para as quais a Carta das Nações Unidas não tem resposta. O mundo se organizou politicamente em Estados nacionais, mas em muitos casos as nações não correspondem exatamente às fronteiras que encontramos nos mapas. Nos graves casos de dúvidas ou interesses conflitantes, a comunidade internacional (especialmente as grandes potências) tem de se reunir, negociar com as partes envolvidas e tentar chegar a uma decisão aceita por todos. A Rússia acaba de deixar claro que a sua opinião merece ser sempre levada em consideração. Cuidadosamente.

http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/2008/08/russia_georgia_estado_e_nacao.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #46 Online: 17 de Setembro de 2008, 17:28:49 »
Rússia assina pacto com Abecásia e Ossétia do Sul
   
A Rússia assinou um tratado de amizade com a Abecásia e com a Ossétia do Sul, estabelecendo relações diplomáticas com as duas regiões separatistas da Geórgia.

Os acordos incluem uma promessa de ajuda militar da Rússia. O governo russo também passa a reconhecer a dupla cidadania de todos os cidadãos das duas regiões.

Os tratados foram assinados pelo presidente russo, Dmitry Medvedev, em uma cerimônia transmitida pela televisão nesta quarta-feira.

Tropas da Rússia expulsaram forças da Geórgia das duas regiões durante o conflito que estourou no último dia 7 de agosto.

Os tratados dão à Rússia o direito de construir e fazer obras em bases militares na Abecásia e na Ossétia do Sul, de acordo com informações da agência russa Itar-Tass.

O documento afirma, no entanto, que temas militares serão abordados em outros acordos. A Rússia pretende manter 3,8 mil tropas em cada uma das regiões.

O governo russo reconheceu a independência da Abecásia e da Ossétia do Sul no dia 26 de agosto. Até agora, só a Nicarágua seguiu a decisão russa.

Apoio

O tratado estabelece que a Rússia e as duas regiões vão tomar "medidas conjuntas necessárias para eliminar a ameaça à paz, resolver os problemas nesta esfera e resistir a atos de agressão", segundo Medvedev.

"Vamos dar um ao outro todo o apoio necessário, incluindo o militar", disse o presidente russo, ao lado do líder Eduard Kokoity, da Ossétia do Sul, e Sergei Bagapsh, da Abecásia.

Na quarta-feira, a Rússia repudiou uma visita de dois dias para a Geórgia de representantes dos 26 países da Otan - aliança militar ocidental.

Durante a visita, o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, disse que a porta está aberta para a Geórgia entrar na aliança militar.

O ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que a mentalidade "nós e eles" está sendo usada e criticou os embaixadores da Otan por inspecionarem os danos na Geórgia, mas não na Ossétia do Sul.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080917_georgia_dg.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #47 Online: 01 de Outubro de 2008, 19:30:52 »
Monitores europeus iniciam patrulhas na Geórgia
 
Os observadores da União Européia iniciaram suas patrulhas na zona de segurança estabelecida ao redor das províncias separatistas da Ossétia do Sul e Abecásia, na Geórgia, para monitorar a retirada de soldados russos da região.

Pelo menos duas equipes de observadores entraram na zona de segurança estabelecida pelos militares russos. Outras equipes, no entanto, foram impedidas pelos soldados russos, que alegaram "motivos de segurança".

O chefe da missão, Hansjoerg Haber, afirmou que, apesar dos problemas, os observadores vão continuar com suas patrulhas.

"Temos um mandato que cobre toda a Geórgia, incluindo a Ossétia do Sul. Vamos continuar com nossas patrulhas", disse.

"Recebemos garantias do lado russo, no nível político, de que vamos fazer estas patrulhas. Os militares russos afirmam que temem pela segurança. Nossa opinião é de que nossa segurança é problema nosso e vamos falar com eles para esclarecer qualquer mal-entendido que possa existir sobre nossos acordos", acrescentou.

Cerca de 200 observadores não-armados irão fiscalizar a retirada das tropas, prevista no acordo de cessar-fogo entre Rússia e Geórgia.

Pelos termos do acordo firmado entre os dois países e mediado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, a retirada deve ser feita até o dia 10 de outubro, o que significa que os soldados russos devem deixar as zonas de segurança dentro de dez dias.

Começo de missão

Segundo o correspondente da BBC Richard Galpin, que acompanha a movimentação de monitores da UE em Mukharani, perto da zona de segurança, 12 equipes de monitores saíram a campo nesta quarta-feira em veículos blindados leves.

Algumas decidiram não entrar em confronto com os russos, mas duas equipes conseguiram passar pelos postos de fiscalização dos militares.

Segundo Galpin este não foi o começo de missão esperado pela União Européia, mas os observadores ainda não estão completamente frustrados.

A incerteza a respeito da missão teve início quando o porta-voz das tropas russas no país, Vitaly Manushko, afirmou que os monitores poderiam patrulhar apenas "até a fronteira ao sul das zonas de segurança".

O chefe de política internacional da União Européia, Javier Solana, afirmou que as mensagens vindas de Moscou são contraditórias, mas se disse "otimista" de que o início da missão dos observadores irá seguir conforme o acordo.

Contingente na região

A retirada das tropas russas é um dos principais pontos do acordo de cessar-fogo mediado pela França.

No entanto, a Rússia pretende manter um contingente de cerca de 8 mil soldados na Abecásia e na Ossétia do Sul – províncias que Moscou reconheceu como Estados independentes.

Os líderes ocidentais condenaram tanto o controle das áreas de segurança quanto o reconhecimento pelos russos da independência das regiões separatistas da Geórgia.

O conflito na região começou no dia 7 de agosto, quando a Geórgia tentou retomar o controle sobre a Ossétia do Sul à força depois de uma série de conflitos menores.

A Rússia invadiu a região lançando um contra-ataque e expulsando as tropas georgianas da Ossétia do Sul e da Abecásia.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/10/081001_georgiaatualizafn.shtml

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Re: Combates na Georgia
« Resposta #48 Online: 05 de Maio de 2009, 17:07:56 »
Geórgia diz ter encerrado motim em quartel; presidente acusa a Rússia

A Geórgia enviou tanques nesta terça-feira para debelar uma rebelião em um quartel nos arredores da capital Tbilisi. O governo acusou a Rússia de financiar um golpe, acusação que Moscou rejeitou.


Tanques se dirigem à base militar onde ocorreu a rebelião

O presidente georgiano, Mikheil Saakashvili, qualificou a rebelião de "ameaça séria", mas disse que os responsáveis estavam isolados.

Cerca de 45 minutos depois, o ministro do Interior, Vano Merabishvili, disse à Reuters por telefone do quartel Mukhrovani que a rebelião esteava encerrada e que o comandante da base havia sido preso.

Saakashvili acusou os amotinados de ligações com Moscou e exigiu que a Rússia "evite provocações". No ano passado, a Geórgia perdeu uma breve guerra contra a Rússia pelo controle das regiões rebeldes da Abkházia e Ossétia do Sul.

O embaixador da Rússia junto à Otan, Dmitry Rogozin, disse que Saakashvili está tentando culpar Moscou por seus próprios problemas domésticos, já que a oposição vem exigindo sua renúncia.

A polícia impediu os jornalistas de se aproximarem da base amotinada, onde há centenas de soldados, e não está claro quantos deles participaram da rebelião.

A agência russa de notícias Interfax havia divulgado uma declaração do comandante da base, Mamuka Gorgishvili, em que ele criticava o governo, mas prometia não usar a força.

"Não se pode olhar calmamente o processo do país se esfacelando, o confronto em andamento. Mas nossa unidade de tanques não irá recorrer a quaisquer ações agressivas", afirmou o militar.

Um repórter da Reuters viu cerca de 30 tanques e blindados na estrada que dá acesso ao quartel. Analistas militares em Tbilisi disseram que a rebelião pode ter sido causada pela recusa de alguns oficiais em cumprirem as ordens do governo para dissolver bloqueios rodoviários da oposição.

O ministro da Defesa, David Sikharulidze, disse que os rebeldes queriam prejudicar exercícios da Otan a serem realizados a partir desta semana na Geórgia, e que foram criticados pela Rússia. "O principal objetivo dessa reunião era perturbar os exercícios militares da Otan", disse Sikharulidze à Reuters.

Rogozin disse que "os militares georgianos não podem receber adequadamente seus colegas (da Otan), pois estão brigando contra o seu próprio presidente".

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/05/05/georgia+encerra+motim+em+quartel+presidente+acusa+a+russia+5941932.html

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