Tirando todo o pedagogês e resumindo o assunto, o método Paulo Freire é mais ou menos isso:
1 - É um método de alfabetização voltado para jovens e adultos. Portanto, trata os sujeitos de acordo e não como se fossem crianças.
2 - No lugar de usar as tradicionais cartilhas com frases do tipo "vovô viu a vulva de vovó" ou "o peixe de xale bebe chá" (!), e que tentam alfabetizar pela "hierarquia" letras > sílabas > palavras > texto, utiliza já de início textos completos. Revistas, jornais, quadrinhos, cartazes...
3 - Textos que tem ligação com os alunos. Se é uma turma de alfabetização formada por trabalhadores da construção civil, por exemplo, serão utilizados textos sobre construção, materiais de construção, segurança no trabalho, dentre outros.
4 - Parte do pressuposto de que os alunos não são páginas em branco. Como são pessoas de 15 a 70 anos (ou mais), já trazem muita experiência e conhecimentos úteis. Eles sabem identificar letras e palavras, sabem lidar com dinheiro e, consequentemente, executar as quatro operações matemáticas básicas. Ainda que eles próprios não tenham consciência disso. Então aproveita-se essa experiência e conhecimento dos alunos nas aulas.
5 - O professor se coloca como um amigo dos alunos. Alguem que tanto tem a ensinar quanto a aprender com eles.
Essa é a parte boa. E em geral ninguem critica isso.
As críticas começam quando Paulo Freire diz que o professor não deve ser neutro, quando praticamente convoca os professores a iniciar uma revolução comunista, quando incentiva os profissionais a doutrinar politicamente os alunos, quando começa a falar dos alunos como coitadinhos, oprimidos, vítimas do sistema (e por isso supostamente precisam da doutrinação esquerdiota)...
Tirando o papo furado marxista, é um ótimo método de alfabetização de adultos.