O emprego dos sonhosConheça a rotina dos homens que não podem reclamar da profissão, eles têm o emprego dos sonhos de muitos marmanjosTrabalhar pode não ser um mar de rosas, mas, há quem não tenha do que reclamar. Quem ganha dinheiro fotografando belas mulheres nuas, por exemplo. Ou passa a vida toda brincando de ganhar dinheiro, jogando pôquer. Em comum entre eles, o mesmo depoimento: “Eu tenho o emprego dos sonhos”.
Fotógrafo de revista masculinaQue tal fotografar mulheres em ensaios sensuais para revistas masculinas? Nada mau, certo? E viajar pelo mundo retratando festas rave? Essas são as “tristes” tarefas de Murilo Ganesh, de 30 anos.
"Fotografar mulheres é maravilhoso. Não posso negar. É o sonho de qualquer homem. Ainda mais quando são aquelas mulheres lindas, em locais paradisíacos”, assume ele. “Mas, eu separo bem as coisas, pois sou casado”, diz, na seqüência, antes que sua mulher pegue essa entrevista e lhe parta ao meio.
Nesse momento, Murilo está em Portugal. Só retorna depois de fazer um circuito de dois meses em festas de música eletrônica, percorrendo sete países europeus. E a função surgiu por acaso. “Sempre gostei de fotografia, mas, era tudo amador. Em 2000, enquanto estava fotografando uma festa, fui convidado para trabalhar em um site. Daí, pulei de cabeça na profissão”, diz ele, que é formado em marketing, mas abandonou a carreira e foi fazer cursos de fotografia.
DJ de casa noturnaVocê já deve ter ouvido falar da “Maria-gasolina”, que adora um homem dirigindo um carrão. Ou da “Maria-chuteira”, aquela que cai matando em cima dos jogadores de futebol. Apresentamos um outro perfil de mulher, a “Maria-pick up”. Essa é aquela que não pode ver um DJ, que se atira.
“Se eu disser que elas não caem matando, estarei mentindo, mas não são todas, claro”, diz Aluizio Fagundes, o DJ Zeezo, 38 anos, da Trash 80’s, balada no Centro de São Paulo. “Existem aquelas que dão em cima simplesmente por ser DJ, aquelas que se encantam pela música e as que se interessam pelo cara mesmo”, diferencia ele.
“Isso acontece com freqüência, pois o DJ é o centro das atenções da balada. Fico lisonjeado, mas sou casado e amo muito minha mulher, que, ainda bem, compreende que o assédio fazer parte do show”. Além da mulher, ele também ama a profissão: “É bom você fazer aquilo que gosta e ainda ganhar dinheiro. Adoro ver as pessoas dançando, com os braços para cima, sorriso no rosto... E ter a função de manter o público na pista é instigante”.
Piloto de testeQuando você vê aquele superlançamento de carro importado, daria tudo para dar uma voltinha com ele, não é verdade? Acredite: tem quem viva disso. E, melhor que uma voltinha, afunda o pé nos autódromos para dizer aos fabricantes o que acharam do carro. André Nicastro faz isso. Piloto de Stock Car e kart, ele também testa os carros da Audi que chegam ao Brasil.
“São os carros mais bonitos e modernos do mundo. É muito bom dirigir um desses. Quando vem um lançamento para cá, a gente corre com o carro em um autódromo e realiza manobras, para fazer uma avaliação”. O jovem de 27 anos, para fugir da pergunta de quanto ganha, revela apenas que dá para viver bem. “Pago todas as minhas contas. Posso dizer que vivo bem, comparado aos padrões brasileiros”.
Mestre cervejeiroAcha divertido tomar uma cerveja depois do expediente? Fichinha! Ricardo Miguel tem o happy hour como profissão. O mestre cervejeiro, de 33 anos, é responsável pelo controle de qualidade e pelas matérias-primas utilizadas na produção da bebida. Em suma, sua função é garantir o padrão de qualidade das geladas.
“Meu pai também é mestre cervejeiro. Ele que me orientou e me ensinou muitas coisas sobre a cerveja”, diz ele, que estudou na Alemanha para ser um especialista no assunto, além de cursar Engenharia Química. “Eu tenho a profissão dos sonhos, pois eu amo cerveja, de todos os tipos e sabores. Adoro as diferenças de gosto, de aroma. Desenvolver uma nova fórmula é como gerar um filho”, compara ele que, além de degustar, também cria novas bebidas.
Jogador de pôquerAdora jogar cartas? Christian Kruel também. Tanto que ele, de 29 anos, é jogador de pôquer profissional há oito anos e vive apenas disso. “Minhas atividades se dividem em jogar pôquer on-line e rodar o circuito mundial dos grandes torneios ao vivo”, define ele, que é patrocinado por um dos maiores sites internacionais.
Sua carreira começou em 2000, quando ele e o amigo Raul Oliveira (também jogador profissional) assistiram a um filme que abordava exatamente esse tema. “Foi aí que pesquisei sobre o assunto na internet e descobri que podia jogar em rede. Comecei e nunca mais parei”, relata. “Tenho a profissão dos sonhos, pois posso acordar a hora que quero, trabalhar no que gosto e ganhar bem”, resume ele que não revela seus lucros, mas admite ter um padrão financeiro muito bom.
Jogador de futebolRafael Diego de Souza, 22 anos, é jogador de futebol do Avaí Futebol Clube, em Florianópolis (SC). Como a maioria dos garotos, ele sonhava ser um craque. No início, era apenas brincadeira. Mas o talento foi sendo reconhecido até se profissionalizar. “Não poderia estar mais satisfeito profissionalmente”, diz ele, que trabalha com a paixão nacional.
“Sempre foi o meu sonho e de toda a minha família. Em dia de jogo, todos os meus parentes se reúnem para me assistir. E uni-los me deixa realizado”, revela. Rafael conta que se sente agradecido por poder ganhar dinheiro com o esporte que tanto gosta. Ele já conseguiu comprar seu apartamento, um bom carro e ajudar a família.
“Estou iniciando na profissão. Espero conquistar muito mais coisas e poder ajudar ainda mais meus familiares”, conta. E ele diz ter consciência que carreira é curta. “Por saber disso, aproveito bem todas as boas oportunidades que aparecem”.
SommelierMuito chique e nada desagradável viver provando bons vinhos. É a tarefa diária de Gianni Tartari, de 39 anos, que elabora a carta de vinhos da Enoteca Fasano, em São Paulo. “O sommelier também é responsável pela compra dessas bebidas, a sugestão para os clientes durante as refeições, para fazer a melhor harmonização possível. E, no meu caso, seleciono os vinhos para a importação”, descreve.
Para aprender esse ofício nada penoso, Gianni contou com a ajuda do pai e do destino. “Meu pai é chef de cozinha e tínhamos um restaurante no Rio de Janeiro. Eu trabalha no escritório do restaurante e, na mesma época, meu pai abriu uma adega. Aos poucos, me interessei pelo assunto e fui estudar na Associação Brasileira de Sommeliers”. A partir daí, ele fez mais cursos, ganhou concursos e foi adquirindo experiência.
“Essa é a profissão dos sonhos porque é maravilhoso descobrir vinhos novos, falar dos vinhos, conquistar novos consumidores e atrair o interesse de todos para essa cultura. É maravilhoso, também, porque eu conheço muita gente no mundo todo, nas viagens visitando feiras e nas degustações”, relata ele. Sobre finanças, discreto, diz apenas que “sim, dá para ganhar bem. Mas, sempre dá para ganhar mais, não é mesmo?”.
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