Eu não tenho conhecimento de gente que esteja defendendo coisas como apedrejamento de mulheres, obrigação de cobrir todo o corpo, perseguição religiosa, etc.
Leu a notícia inicial do tópico?
Eu não quis dizer que não houvesse quem de fato defendesse essas barbaridades, mas que por aqui, no fórum, e talvez na maior parte do tempo em países civilizados, o sentido da coisa é como o de dizer "alemães não são todos nazistas", e não de que não existem nazistas, que não foram principalmente alemães, ou que os nazistas são e sempre foram bonzinhos.
Da mesma forma que quando defendem o cristianismo (ou socialismo) tendem a se referir sobre as versões moderadas, onde as pessoas não tendem mais a seguir regras como a de matar bruxas ("não deixarás uma bruxa viver", regra que também era adotada por governos, apesar de talvez não ter um termo como "sharia" explicitando uma espécie de anti-laicismo) ou pessoas que trabalham no sábado.
As pessoas hoje não dão nem bola para o que o papa fala...se jesus aparece esculpido em chocolate de ponta cabeça em um museu ninguém ameaça os curadores de morte.... as pessoas só reclamam um pouquinho...mas não vão lá enfiar uma faca no peito de quem fez isso... (como fizeram com o cineasta Theo Van Gogh)...
Em primeiro lugar, existem radicais cristãos que explodem clínicas médicas e etc. E eu não nego que existem diferentes proporções e graus de radicalismo em diferentes religiões, nem que e possivelmente, bem provavelmente, o número de radicais entre os muçulmanos, seja proporcionalmente maior. Mas é como a comparação com os favelados. Mesmo que entre os pobres esteja o maior número de pessoas que cometem latrocínio, não é correto igualar ou quase igualar pobres a homicidas. Mesmo que se escute um ou outro "bad boy" da periferia falar que "tem que meter chumbo na testa de playboy mesmo" ou algo que o valha, que existam até músicas exaltando esse tipo de coisa.
Que é meio como falar de "pobres", "negros" ou "favelados", quando deveria se estar falando mais especificamente de "traficantes" e outros "criminosos". E da mesma forma não importa se algo mais razoável que se ouvir de negros ou pobres vier geralmente de alguém fora da favela ou bairro pobre, não importa que os muçulmanos razoáveis que aparecem mais na mídia não estão nos países com governos ou tradições mais radicais.
Você sabia que o islamismo é uma religião né? Que é diferente de ser negro, ser pobre, ou ser favelado.... as pessoas podem escolher a religião (em países livres claro) mas não podem escolher a cor de pele... e as vezes nem tem condições de deixar a favela...mas agora religião é livre...eu não faria parte de uma religião que apedreja mulheres em outro país... pega mal..fica parecendo que eu defendo isso...
Mas pense no seguinte. Se você tivesse sido criada por uma família de muçulmanos moderados, iria, como é natural, tender a acreditar num "islamismo básico", ao mesmo tempo em que aceita a postura moderada, e condena todo o radicalismo e fundamentalismo, tal como faz sem ser muçulmana. Não seria só porque existem muçulmanos radicais que você iria se convencer de que toda a religião que te ensinaram está errada, de que Allah não existe, e etc.
A tendência seria só condenar o radicalismo, mas continuar acreditando numa série de coisas que ainda se poderia chamar de islamismo. Mais ou menos como você não deixa de ser atéia por causa do massacre de Columbine, ou deixa de ser cristã por causa dos pró-vida que explodem clínicas. As ações desses radicais não quer dizer nada sobre se deus existe ou não, ou se a descrição mais adequada de deus (se existir) é a de algum grupo de muçulmanos ou de algum grupo de cristãos. Uns apenas acreditam que existe um deus que tolera ou até requer comportamentos violentos, radicais, enquanto outros crêem que não, que essa interpretação especificamente está errada.
De forma parecida, alguém pode acreditar no socialismo, achar que é o melhor meio de vida para todos, e ser moderado, ser totalmente contra a revolta de classes e a imposição totalitária do socialismo. Não é porque uns acham que isso deveria ser imposto à força, matando quantos forem preciso matar, que estaria errada a idéia básica de que o melhor modo de viver é sem haver propriedade privada, com igualdade proporcionada pelo governo através de controle dos meios de produção e distribuição. Além de poderem até achar que a verdade é um meio termo, que deve até haver propriedade privada, mas com o governo proporcionando maior igualdade, sem violência.
Isso é a "defesa" apenas dos crentes moderados, o a explicação do porque de não abandonarem o islamismo, apenas porque é uma crença e as pessoas tendem a continuar com elas de modo geral, em vez de mudar.
Quanto aos radicais, eu simplesmente não espero que eles venham a rejeitar o que fazem por qualquer razão. Acho muito improvável, da mesma forma que não tenho esperança na recuperação de qualquer assassino frio que tenha uma outra ideologia ou seja simplesmente criminoso, puro e simples. Algumas vezes, acho que acontece. Lembro de ter visto uma entrevista com um senhor ex-soldado nazista, relatando em prantos como eram desumanas algumas coisas que presenciou, e me pareceu bem convincente. Mas acho que isso é mais exceção do que algo para o qual se possa ter uma receita, "fazemos X, e aí eles se dão conta de que estão todos errados, e se tornam moderados na hora".
E levando em consideração que eles são radicais, acho que deve-se estudar muito bem a forma de lidar com eles para evitar problemas. Uma das coisas que julgo serem prejudiciais é a generalização. Algo bem "politicamente incorreto", mas que acho bem próximo da realidade e difícil de expressar de outra forma. Como animais acuados, essa generalização em tom pejorativo só os torna mais agressivos. Algo parecido com o discurso neonazista existe além do anti-semitismo, são essas coisas de se sentirem ameaçados, prestes ter sua cultura eliminada pelos outros. O pior, acho que essa situação toda facilita com que alguns que talvez sejam meio intermediários entre radicais e moderados, meio "em cima do muro", tendam a ir para o lado radical.
Todos os seqüestradores dos aviões dos atentados do 11 de setembro de 2001, por exemplo, não eram pessoas tradicionalmente religiosas, que freqüentavam mesquitas e etc. Eram desesperados recém-convertidos, que "nasceram de novo". É assim também com a maior parte dos neonazistas, pelo que vejo nas notícias; eles aumentam em número conforme aumentam as crises econômicas, conforme aumenta o desespero. O que vale também para a criminalidade normal, desprovida de uma ideologia mais complexa, diga-se de passagem.
Se é "politicamente correto" não falar de "favelados" e "PCC" como sinômimos, que se dane então, sou "politicamente correto", e assumo.
Políticamente correto é achar os muçulmanos bonitinhos e pacíficos porque é politicamente correto...e esquecer da Sharia, do Irã, das mulheres, do cartunista ameaçado de morte, do terrorismo e etc...
Eu não acho que "os muçulmanos" sejam algo além de um grupo diverso de gente, com divergências de crenças e práticas, havendo os radicais e os moderados, tal como houveram em diferentes religiões e ideologias. Essa é a melhor generalização que se pode fazer.