Mas e quando Dalai Lama fala sobre o décimo quinto renascimento, que pode vir a ser uma mulher e um não-tibetano? O que renascimento significa nesse caso?
Que vai ser a décima-quinta pessoa a receber o título de Dalai Lama. Essa pessoa é escolhida e treinada desde bem nova por certos sacerdotes de tradições tibetanas, que acreditam reconhecer nela sinais de algum tipo de herança das lembranças e sabedoria dos Dalai Lamas anteriores.
Parece reencarnação à primeira vista.
Mas não é; por um lado, é considerada uma capacidade rara, que apenas alguns poucos instrutores particularmente avançados em seu treinamento (
Tulkus) teriam (a imensa maioria dos instrutores não a tem).
Por outro, é largamente cerimonial, tanto que há quem defenda que pode haver dois ou mais renascimentos simultâneos do mesmo Lama (alguns propõem que
ambos os candidados atuais ao título de Karmapa sejam considerados genuínos). Em qualquer hipótese, nenhum
Tulku vem do nada e senta no trono; eles são rotineiramente treinados desde bem cedo, o que torna um tanto redundantes essas especulações metafísicas. Ainda mais quando alguns, como o
sexto Dalai Lama, mostram não ter muito jeito para a coisa apesar de todo esse aparato.