Assisti o filme hoje para ver do que se tratava o tópico.

Achei a situação do filme um tanto inverossímil, principalmente porque não haveria condição do policial aposentado manter tanto sigilo sobre sua decisão.
De ficar com a filha? Ué, era só mantê-la na casa de campo e depois se mudar para longe, que era o que eles estavam fazendo.
Os raptores optaram por meios ilegais que causaram sofrimento a pessoas inocentes e puseram a vida da criança em risco. A farsa ainda custou a vida de muitas pessoas, embora a maioria deles não fossem exatamente inocentes.
Todas essas pessoas que morreram sabiam dos riscos e decidiram que valia a pena. Penso mesmo que nenhuma delas se arrependeu. Motivo para se arrepender, não acho que tinham.
O homicídio do traficante e do seu capanga faziam parte da farsa, então a única morte "acidental" que ela custou foi a do Remy Bressant. Os outros que morreram foi em decorrência do sequestro do outro guri.
Sobre a decisão do protagonista, desculpem, mas eu não li a extensa discussão de vocês. Primeiramente, a decisão do tio da Amanda em foi em um caso extremo, onde a mãe viciada pretendia fugir com um bandido com ambos tendo um traficante na cola. Ou seja, a Amanda tava fudida. Já a decisão do protagonista se deu com a mãe prometendo largar as drogas, mostrando-se preocupada com a filha, arrependida, sem o parceiro bandido e com a questão com o traficante resolvida. Então havia uma boa oportunidade para a Amanda criar-se bem, apesar da falta de preocupação demonstrada pela mãe no final do filme.
Mas, quem garante? Aqueles dois guris do massacre de Columbine cresceram em excelentes famílias e fizeram aquilo sem nenhum motivo decente. Sofreram bullying, jogavam Doom e escutavam música pesada. E aí? Eles simplesmente eram uns idiotas. Já tem gente que se criou com muitas dificuldades e tornaram-se grandes pessoas, não vou dar nenhum exemplo porque já comentam muito disso na TV e nos filmes.
Talvez a Helene não tivesse largado as drogas, o que poderia acarretar em novos problemas com o tráfico, violência doméstica ou em sua morte. A guria então teria de ir para um orfanato onde iria criar-se em o amor de pais que o casal Doyle ofereceria. Mas quem sabe? Não é por deslize que se deve retirar a guarda de alguém. Paternidade não é questão meritocrática, é, acima de tudo, de sangue. A decisão do protagonista de deixar a criança com o ex-policial pareceria algo como tirar uma criança do Morro do Alemão para pais que moram no Leblon só pela justificativa que ela terá mais oportunidade assim. Não é assim que as coisas funcionam.
A propósito, a questão não deixa de ser semelhante com a acontecida no filme
Juno. Lembrei também daquele filme
I am Sam, em que o Sean Penn interpreta um deficiente mental tentando obter o direito da guarda de sua filha.