Eu não consegui ver isso.... eu não consigo rir porque envolve muita tristeza dos dois lados, tanto o lado da pessoa que se matou, e quanto o lado das pessoas que deixou pra trás....
Impressionante como a maioria dos casos seja de pessoas que projetam nos outros a dependência de suas felicidades... chega a ser algo egoísta. 
Na verdade nos bilhetes eu vejo pessoas sem perspectiva, que não conseguem ver um bom futuro, e nem conseguem ver que as coisas podem melhorar... ou pessoas passando por um estado de luto profundo...elas não projetam nada nos outros, as vezes a perda é um choque e a pessoa simplesmente não consegue assimilar isso...
Também não consigo rir desse tipo de coisa...

Para que alguém chegue ao limite de tentar pôr fim à própria vida, certamente as coisas não iam bem. Se foi egoísmo ou não, não nos cabe determinar. No auge do desespero, nem sempre a vida parecer ter uma solução para os problemas. E quando se chega ao fundo do poço, pouco importam pais, amigos, filhos ou quem quer que seja: a dor é insuportável e o suicídio parece um alívio certo e concreto para todos os males. Assim, não creio que o suicida projete no outro sua angústia ou seus temores - para ele, deixar as pessoas que ama significa dar a elas um alívio por não contarem com uma presença supostamente desnecessária e doentia.
pouquíssimas pessoas sabem respeitar um suicida, infelizmente.
Quem não respeita são os mais religiosos. O médico trata desses pacientes, mas tem auxiliares de enfermagem cheios de crença espírita que quando acontece um caso assim, ficam condenando a pessoa, e falando entre eles sobre o caso.
Tipo: "tá sofrendo com a medicação pra desintoxicar depois de ter ingerido um monte de remédios, é bem feito, deveria estar sofrendo mais..." e isso acontece entre pessoas da área da saúde embutidos de crença espírita... eu acho um absurdo...
A pessoa lá sofrendo e quem deveria estar ajudando no tratamento faz um comentário cretino desses?
Para os religiosos, o suicida é alguém que abdica da vida, que é um dom de deus, um presente. Não respeitam porque sua crença conflita com a idéia de que um ser humano tem direito de pôr fim à sua vida quando assim entender correto. Nesse ponto, entram os defensores dos tratamentos psiquiátricos-psicológicos: a grande parte dos suicidas apresenta transtornos de alguma espécie e poderiam ser tratados a fim de que se evite o resultado desastroso. No entanto, grande parte não busca ajuda e muitos dos que buscam não obtém sucesso.
Quanto aos médicos e demais membros da equipe de saúde... até onde sei, não cabe a nenhum deles transmitir qualquer tipo de consolo baseado em crenças ou religiões (li num manual sobre "A ética e a enfermagem", de uma prima minha). O consolo deve basear-se em perspectivas médicas e tratamentos possíveis. No entanto, não creio que isso seja respeitado. Exemplificando: ano passado perdi um tio com leucemia. Quando fui ao hospital, ouvi da enfermeira (que é evangélica), que deus estaria aliviando toda a dor do meu tio e poderia curá-lo, se assim fosse da sua vontade. Todos os dias ela dizia isso a ele mesmo sabendo que não existia qualquer método científico capaz de curá-lo e impedir a morte. Lamentável.
