Autor Tópico: Bilhetes suicidas  (Lida 6535 vezes)

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Offline Fabulous

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #25 Online: 29 de Dezembro de 2008, 21:41:11 »
O suicídio é a ultima alternativa, mas não é a solução.
MSN: fabulous3700@hotmail.com

Offline LIAN

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #26 Online: 29 de Dezembro de 2008, 22:09:24 »
Eu não entendo porque as pessoas vêem tanto imoralidade com o suicídio... eu vejo como um direito de quem o faz.
O problema é quando a situação é facilmente contornável com alguma ajuda psicológica/psiquiátrica mas o suicida não está ciente disso.

Sim, solução sempre há! O problema é que a mente do suicida vive num estado cíclico de pensamentos extremamente negativos sobre si mesmo. Se os outros dizem: és um lixo (nem precisa dizer, basta que entenda isso)! Ele acredita, e isso fica reverberando dentro da mente, assim como outras coisas negativas ditas pelos outros.

E confesso que psiquiatra não me ajudou nadinha quando tive crise depressiva. A única coisa que recebi foram medicamentos, que me deixaram quieta, sem qualquer reação ao mundo. Depois dos remédios, tudo voltou!
"Não consigo me convencer de que um Deus caridoso e onipotente teria propositalmente criado vespas parasitas com a intenção expressa de alimentá-las dentro de corpos vivos de lagartas." Charles Darwin

Offline Luis Dantas

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #27 Online: 29 de Dezembro de 2008, 22:43:29 »
O ideal seria as pessoas sempre assumirem responsabilidade, mas no quesito de responsabilidade não é diferente um pai se suicidar e deixar seus filhos órgãos do que continuar vivo e nunca tomar conta deles; não é diferente a mãe estourar os miolos na frente dos filhos do que ser espancada todo dia pelo pai.

Devagar aí.  Suicídio é algo muito traumático para quem sobrevive, seja o próprio suicida ou algum espectador.  Mais ainda quando o espectador é o filho de nove anos.  Nessa idade é muito comum o pensamento de que as coisas ruins acontecem porque a criança não foi "boazinha" o suficiente.  Suicídio é irreversível, e me assusta pensar no efeito que um trauma desses pode ter causado.

Por mais que eu execre o abandono parental (e é um bocado, creia-me), ele não chega nem perto dessa gravidade.  Abandono abre espaço para a adoção gradual de referenciais alternativos, por exemplo.  E não cria um estigma comparável ao de filhos de suicidas.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Luis Dantas

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #28 Online: 29 de Dezembro de 2008, 22:46:36 »
E confesso que psiquiatra não me ajudou nadinha quando tive crise depressiva. A única coisa que recebi foram medicamentos, que me deixaram quieta, sem qualquer reação ao mundo. Depois dos remédios, tudo voltou!

Eu tenho MUITA desconfiança de psiquiatria como tratamento para prevenção de suicídio.  No meu caso específico só serviu para atrapalhar meus ciclos de sono e incomodar meus joelhos.  E acho que seria pior ainda se tivesse havido outros efeitos.

Fármacos, mesmo quando receitados com critério, são um substituto muito pobre para um ambiente cognitivo saudável.
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Offline Luis Dantas

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #29 Online: 29 de Dezembro de 2008, 22:47:53 »
O suicídio é a ultima alternativa, mas não é a solução.

O que isso significa exatamente?  Suicídio, no meu entender, é um direito sagrado de qualquer um.  Não está acima das nossas responsabilidades para com outros (de forma geral), mas fora isso é algo que eu detestaria ver proibido a mim ou a quem quer que seja.
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Offline Ricardo RCB.

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #30 Online: 29 de Dezembro de 2008, 22:49:59 »
O suicídio é a ultima alternativa, mas não é a solução.

O que isso significa exatamente?  Suicídio, no meu entender, é um direito sagrado de qualquer um.  Não está acima das nossas responsabilidades para com outros (de forma geral), mas fora isso é algo que eu detestaria ver proibido a mim ou a quem quer que seja.

Além de ser algo um tanto impossível de proibir.
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Offline Luis Dantas

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #31 Online: 29 de Dezembro de 2008, 22:53:14 »
Isso também.  Apesar de que na prática há casos em que se proibe suicídio, sim.  Há uma anedota clássica de algum lugar em que se condenava suicidas à forca (não me pergunte...).

O que me lembra que há quem se suicide, e há quem tente se suicidar.  Não sei ao certo qual dos dois quadros considero mais preocupante.  O suicida bem-sucedido pelo menos não mergulha em complicações maiores depois... pouquíssimas pessoas sabem respeitar um suicida, infelizmente.
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Offline Nyx

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #32 Online: 29 de Dezembro de 2008, 22:58:07 »
Exatamente isso que estou dizendo pra um contato meu do MSN nesse exato instante, a frase dele é:

Citar
Sozinho,perdendo a unica pessoa q  achava que me amava neste ano e pensando seriamente e dar um cabo na minha vida maldita

Tá, o que ele espera com essa frase além de que as pessoas tenham pena dele e venham correndo preocupadas consola-lo?

E o legal, é que ele coloca esse tipo de frase a cada duas semanas, ninguém mais o leva a sério.  :no:

Offline SnowRaptor

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #33 Online: 29 de Dezembro de 2008, 22:59:05 »
Penso que o suicídio seja uma atitude um tanto egoísta, principalmente pra quem tem pessoas ao seu redor (familiares, amigos), uma vez que buscam "acabar com seus problemas" ou, na verdade, acabar com a percepção deles, sem pensar nos problemas que sua morte causaria a seus entes queridos (por mais que o suicida pense que não sejam).

De qualquer maneira, é um assunto bem delicado.
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

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Offline FxF

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #34 Online: 29 de Dezembro de 2008, 22:59:11 »
O ideal seria as pessoas sempre assumirem responsabilidade, mas no quesito de responsabilidade não é diferente um pai se suicidar e deixar seus filhos órgãos do que continuar vivo e nunca tomar conta deles; não é diferente a mãe estourar os miolos na frente dos filhos do que ser espancada todo dia pelo pai.
Devagar aí.  Suicídio é algo muito traumático para quem sobrevive, seja o próprio suicida ou algum espectador.  Mais ainda quando o espectador é o filho de nove anos.  Nessa idade é muito comum o pensamento de que as coisas ruins acontecem porque a criança não foi "boazinha" o suficiente.  Suicídio é irreversível, e me assusta pensar no efeito que um trauma desses pode ter causado.

Por mais que eu execre o abandono parental (e é um bocado, creia-me), ele não chega nem perto dessa gravidade.  Abandono abre espaço para a adoção gradual de referenciais alternativos, por exemplo.  E não cria um estigma comparável ao de filhos de suicidas.
Abandono é um dos menores males na escala de coisas terríveis que os pais fazem aos filhos. =/

Offline Luis Dantas

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #35 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:01:25 »
Exatamente isso que estou dizendo pra um contato meu do MSN nesse exato instante, a frase dele é:

Citar
Sozinho,perdendo a unica pessoa q  achava que me amava neste ano e pensando seriamente e dar um cabo na minha vida maldita

Tá, o que ele espera com essa frase além de que as pessoas tenham pena dele e venham correndo preocupadas consola-lo?

Só posso imaginar que seja exatamente isso o que ele quer.    Você tem algum motivo para duvidar?

Citar
E o legal, é que ele coloca esse tipo de frase a cada duas semanas, ninguém mais o leva a sério.  :no:

Do ponto de vista dele, não há nada a perder.
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Offline Fabi

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #36 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:01:48 »
pouquíssimas pessoas sabem respeitar um suicida, infelizmente.
Quem não respeita são os mais religiosos. O médico trata desses pacientes, mas tem auxiliares de enfermagem cheios de crença espírita que quando acontece um caso assim, ficam condenando a pessoa, e falando entre eles sobre o caso.

Tipo: "tá sofrendo com a medicação pra desintoxicar depois de ter ingerido um monte de remédios, é bem feito, deveria estar sofrendo mais..." e isso acontece entre pessoas da área da saúde embutidos de crença espírita... eu acho um absurdo... :hmph: A pessoa lá sofrendo e quem deveria estar ajudando no tratamento faz um comentário cretino desses?
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Offline Luis Dantas

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #37 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:02:47 »
Abandono é um dos menores males na escala de coisas terríveis que os pais fazem aos filhos. =/

Eu já considero bastante grave.  De qualquer forma, em muitos casos há agravantes.  Abandono por suicídio com certeza tem agravantes bem significativos.
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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #38 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:03:49 »
Nem me lembre do que espíritas falam sobre suicídio, Fabi.  Vai que eu me empolgo... :)

Se bem que, curiosamente, muitos acreditam que Getúlio Vargas foi algum tipo de herói mesmo assim.  Já vi estátua de GV com asas e tudo dentro de centro espírita...  :enjoo:
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Offline SnowRaptor

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #39 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:06:11 »
Tá, o que ele espera com essa frase além de que as pessoas tenham pena dele e venham correndo preocupadas consola-lo?

Tinha um cara na minha escola que usava drogas e bancava o maloqueiro pras meninas irem até ele falarem pra ele "sair dessa vida" :P
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Offline FxF

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #40 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:07:13 »
Abandono é um dos menores males na escala de coisas terríveis que os pais fazem aos filhos. =/
Eu já considero bastante grave.  De qualquer forma, em muitos casos há agravantes.  Abandono por suicídio com certeza tem agravantes bem significativos.
Pode ser grave, mas comparativamente...

Offline Fabi

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #41 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:11:05 »
Tá, o que ele espera com essa frase além de que as pessoas tenham pena dele e venham correndo preocupadas consola-lo?

E o legal, é que ele coloca esse tipo de frase a cada duas semanas, ninguém mais o leva a sério.  :no:
Geralmente quem comete suicidio falava várias vezes antes que iria se suicidar... e já fez pelo menos uma tentiva...

Nem me lembre do que espíritas falam sobre suicídio, Fabi. 
:hmph: Odeio espíritas que falam sobre suicídio, e principalmente se são enfermeiros (auxiliar ou técnico), como eu já disse aqui eu conheço uma pessoa que trabalha num hospital na ala de psiquiatria, e eu tive o desprazer de ouvir tal bobagem de uma "enfermeira" :palavrao: ....

Eu queria ser enfermeira chefe só pra poder demitir pessoas que fazem tal comentário numa ala de pacientes de alto risco de morte....
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Offline Lua

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #42 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:13:49 »
Eu não consegui ver isso.... eu não consigo rir porque envolve muita tristeza dos dois lados, tanto o lado da pessoa que se matou, e quanto o lado das pessoas que deixou pra trás....
Impressionante como a maioria dos casos seja de pessoas que projetam nos outros a dependência de suas felicidades... chega a ser algo egoísta.  :(
Na verdade nos bilhetes eu vejo pessoas sem perspectiva, que não conseguem ver um bom futuro, e nem conseguem ver que as coisas podem melhorar... ou pessoas passando por um estado de luto profundo...elas não projetam nada nos outros, as vezes a perda é um choque e a pessoa simplesmente não consegue assimilar isso...

Também não consigo rir desse tipo de coisa...  :( Para que alguém chegue ao limite de tentar pôr fim à própria vida, certamente as coisas não iam bem. Se foi egoísmo ou não, não nos cabe determinar. No auge do desespero, nem sempre a vida parecer ter uma solução para os problemas. E quando se chega ao fundo do poço, pouco importam pais, amigos, filhos ou quem quer que seja: a dor é insuportável e o suicídio parece um alívio certo e concreto para todos os males. Assim, não creio que o suicida projete no outro sua angústia ou seus temores - para ele, deixar as pessoas que ama significa dar a elas um alívio por não contarem com uma presença supostamente desnecessária e doentia.

pouquíssimas pessoas sabem respeitar um suicida, infelizmente.
Quem não respeita são os mais religiosos. O médico trata desses pacientes, mas tem auxiliares de enfermagem cheios de crença espírita que quando acontece um caso assim, ficam condenando a pessoa, e falando entre eles sobre o caso.

Tipo: "tá sofrendo com a medicação pra desintoxicar depois de ter ingerido um monte de remédios, é bem feito, deveria estar sofrendo mais..." e isso acontece entre pessoas da área da saúde embutidos de crença espírita... eu acho um absurdo... :hmph: A pessoa lá sofrendo e quem deveria estar ajudando no tratamento faz um comentário cretino desses?

Para os religiosos, o suicida é alguém que abdica da vida, que é um dom de deus, um presente. Não respeitam porque sua crença conflita com a idéia de que um ser humano tem direito de pôr fim à sua vida quando assim entender correto. Nesse ponto, entram os defensores dos tratamentos psiquiátricos-psicológicos: a grande parte dos suicidas apresenta transtornos de alguma espécie e poderiam ser tratados a fim de que se evite o resultado desastroso. No entanto, grande parte não busca ajuda e muitos dos que buscam não obtém sucesso.

Quanto aos médicos e demais membros da equipe de saúde... até onde sei, não cabe a nenhum deles transmitir qualquer tipo de consolo baseado em crenças ou religiões (li num manual sobre "A ética e a enfermagem", de uma prima minha). O consolo deve basear-se em perspectivas médicas e tratamentos possíveis. No entanto, não creio que isso seja respeitado. Exemplificando: ano passado perdi um tio com leucemia. Quando fui ao hospital, ouvi da enfermeira (que é evangélica), que deus estaria aliviando toda a dor do meu tio e poderia curá-lo, se assim fosse da sua vontade. Todos os dias ela dizia isso a ele mesmo sabendo que não existia qualquer método científico capaz de curá-lo e impedir a morte. Lamentável. ¬¬
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Offline Fabi

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #43 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:24:00 »
Quanto aos médicos e demais membros da equipe de saúde... até onde sei, não cabe a nenhum deles transmitir qualquer tipo de consolo baseado em crenças ou religiões (li num manual sobre "A ética e a enfermagem", de uma prima minha). O consolo deve basear-se em perspectivas médicas e tratamentos possíveis. No entanto, não creio que isso seja respeitado.
Não é muito respeitado, principalmente se o profissional da saúde é espírita :no:
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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #44 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:24:39 »
:hmph: Odeio espíritas que falam sobre suicídio, e principalmente se são enfermeiros (auxiliar ou técnico), como eu já disse aqui eu conheço uma pessoa que trabalha num hospital na ala de psiquiatria, e eu tive o desprazer de ouvir tal bobagem de uma "enfermeira" :palavrao: ....

Eu queria ser enfermeira chefe só pra poder demitir pessoas que fazem tal comentário numa ala de pacientes de alto risco de morte....

A grande questão é o despreparo emocional de grande parte dos técnicos e auxiliares de enfermagem. Posso estar errada, mas a maioria das pessoas que busca esse tipo de curso técnico o faz por necessidades prementes de um emprego, de uma renda. São pessoas que tem uma formação religiosa voltada para crenças em milagres e num deus que tudo pode. Não tenho estatísticas que comprovem o que estou dizendo, apenas uma observação por parte de alguém que tem profissionais de saúde na família e no grupo de amigos.

Não cabe a qualquer dos profissionais da área de enfermagem oferecer conforto ou críticas com base em crenças pessoais: tal fato é anti-ético, além de preconceituoso. Cabe a eles ajudarem os pacientes a aceitarem a doença e ultrapassarem com ele todas as fases que antecedem essa aceitação. Da mesma forma deve ser feito com os parentes deste, considerando que são eles que mais anseiam pela recuperação do ser amado (via de regra). Para facilitar essa aceitação, muitos hospitais têm psicólogos em seu quadro de funcionários - estes também não podem se utilizar de expedientes religiosos para criar expectativas não existentes.
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Offline Fabi

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #45 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:37:33 »
A grande questão é o despreparo emocional de grande parte dos técnicos e auxiliares de enfermagem. Posso estar errada, mas a maioria das pessoas que busca esse tipo de curso técnico o faz por necessidades prementes de um emprego, de uma renda. São pessoas que tem uma formação religiosa voltada para crenças em milagres e num deus que tudo pode. Não tenho estatísticas que comprovem o que estou dizendo, apenas uma observação por parte de alguém que tem profissionais de saúde na família e no grupo de amigos.
Geralmente é assim mesmo, é que com o auxiliar de enfermagem fica os trabalhos mais "sujos", tipo limpar os pacientes, equipamentos e colocar os tubos atrás no caso de lavagem intestinal etc...

E geralmente quem gosta da área fica com o emprego de médico ou enfermeiro (formado em enfermagem, que coordena os auxiliares) e a faculdade dá mais preparo para lidar com esses casos sem crença pessoal e religião....são muitos anos de estudo e residência...
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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #46 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:50:30 »
Quanto aos médicos e demais membros da equipe de saúde... até onde sei, não cabe a nenhum deles transmitir qualquer tipo de consolo baseado em crenças ou religiões (li num manual sobre "A ética e a enfermagem", de uma prima minha). O consolo deve basear-se em perspectivas médicas e tratamentos possíveis. No entanto, não creio que isso seja respeitado.
Não é muito respeitado, principalmente se o profissional da saúde é espírita :no:

Nem me fale.  Uma vez um otorrino espírita quis fazer proselitismo comigo durante a consulta... o Espiritismo ensina a acreditar no que for mais confortável e a justificar com citações de dogmas contraditórios.  Some-se a isso o ensinamento mal assumido de que eles são "mais evoluídos" e portanto sabem melhor do que os outros o que é bom para eles próprios, e você tem receita segura para desrespeito crônico e hipócrita às demais pessoas.
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« Resposta #47 Online: 29 de Dezembro de 2008, 23:55:38 »
A grande questão é o despreparo emocional de grande parte dos técnicos e auxiliares de enfermagem. Posso estar errada, mas a maioria das pessoas que busca esse tipo de curso técnico o faz por necessidades prementes de um emprego, de uma renda. São pessoas que tem uma formação religiosa voltada para crenças em milagres e num deus que tudo pode. Não tenho estatísticas que comprovem o que estou dizendo, apenas uma observação por parte de alguém que tem profissionais de saúde na família e no grupo de amigos.
Geralmente é assim mesmo, é que com o auxiliar de enfermagem fica os trabalhos mais "sujos", tipo limpar os pacientes, equipamentos e colocar os tubos atrás no caso de lavagem intestinal etc...

E geralmente quem gosta da área fica com o emprego de médico ou enfermeiro (formado em enfermagem, que coordena os auxiliares) e a faculdade dá mais preparo para lidar com esses casos sem crença pessoal e religião....são muitos anos de estudo e residência...

Existe uma graduação dentro da enfermagem e dentro dela, técnicos ficam com serviços ruins e auxiliares com os serviços piores. No entanto, nem todos que optam por um curso técnico o fazem em busca de melhorar o orçamento: muitos gostam do ato de "cuidar" e amam aquilo que se dispuseram a fazer. Infelizmente, a grande parte daqueles que buscam esses cursos não tem uma renda que os permita fazer uma faculdade de enfermagem ou medicina. Não se trata de gostar ou não, mas de não ter meios de buscar algo melhor e que proporcione uma melhor qualidade de vida.

Quando me referi à idéia de que técnicos e auxilares são mais ligados à crenças religiosas, quis dizer que, emergindo tais pessoas das classes mais baixas (em grande parte dos casos), necessariamente seus valores seriam mais permeados com ideais religiosos. Ao partir para as faculdade de enfermagem e medicina, notamos que o perfil dos estudantes é diferente (sempre respeitando a existência das exceções). É na faculdade que receberão uma bagagem teórica que é mínima nos cursos técnicos e auxiliares - esses visam dar formação prática.

Os cursos de enfermagem e medicina, como qualquer curso universitário, dão aos alunos (ou pelo menos tentam) a possibilidade de pensar criticamente a respeito da vida. Não são dadas explicações religiosas, não existem milagres: existe a ciência e uma visão material e psicológica do corpo. Dentro dessa ótica, muitos passam a ter uma visão mais materialista e adotam a postura ética de não oferecer perspectivas metafísicas aos doentes. Por outro lado, existem os que mantém suas crenças pessoais e religiosas e as transmitem aos pacientes.
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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #48 Online: 30 de Dezembro de 2008, 00:03:02 »
Quanto aos médicos e demais membros da equipe de saúde... até onde sei, não cabe a nenhum deles transmitir qualquer tipo de consolo baseado em crenças ou religiões (li num manual sobre "A ética e a enfermagem", de uma prima minha). O consolo deve basear-se em perspectivas médicas e tratamentos possíveis. No entanto, não creio que isso seja respeitado.
Não é muito respeitado, principalmente se o profissional da saúde é espírita :no:

Nem me fale.  Uma vez um otorrino espírita quis fazer proselitismo comigo durante a consulta... o Espiritismo ensina a acreditar no que for mais confortável e a justificar com citações de dogmas contraditórios.  Some-se a isso o ensinamento mal assumido de que eles são "mais evoluídos" e portanto sabem melhor do que os outros o que é bom para eles próprios, e você tem receita segura para desrespeito crônico e hipócrita às demais pessoas.

Por essa razão, adoro minha gastro... Outro dia estava mal e precisei dar um "pulinho" no consultório. Quando ela, mais uma vez, me passou uma endoscopia eu soltei um "ah, meu deus.. ninguém merece". Ela, sabendo de minhas posições céticas, disse: "Nem deus, nem alah, nem shiva, nem buda. Ou você faz essa endoscopia e toma os remédios direito ou pode ir se preparando para passar uma temporada de dieta de novo. E se milagre existisse, eu não teria pacientes"... Dei boas risadas com isso... :lol:
"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline SnowRaptor

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Re: Bilhetes suicidas
« Resposta #49 Online: 30 de Dezembro de 2008, 00:05:12 »
:histeria:

Muito bom!
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

 

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