Se, como você mesmo disse, nada sabemos sobre o que leva uma mente doente a sair da fantasia e partir para a ação, acho muito cedo para apoiar uma proibição. Enquanto não for provado que isso é prejudicial, não vejo motivos para impedir a circulação desse material. Apenas deve ser limitado para maiores de idade.
Não disse que "nada se sabe", ainda que eu mesmo não saiba bem. Disse que "mesmo que nada se soubesse".
Não sei, ainda acho válido a proibição por precaução, supondo não poder haver nenhum efeito preventivo. De forma similar, mas numa área razoavelmente distinta, o ministério da saúde não aprova as coisas por default, só agindo se por acaso se descobrir que faz mal.
E a questão não é quantos gostam dessas aberrações do entretenimento. A questão é que se as pessoas gostam, podem pagar e não estão prejudicando os outros assistindo/jogando esse tipo de coisa, elas tem direito a ter acesso.
O que por sua vez justificaria a legalização da compra e venda de por exemplo, arsenais de qualquer porte. Algo que não é incomum se considerar perigoso, mesmo que possam haver aquelas pessoas com arsenais para um pequeno exército, que no entanto não ofereçam perigo algum à população. De forma similar, penso que o risco que talvez isso possa oferecer justifica uma limitação análoga na liberdade. Ter arsenais de grande porte, ou pornografia de estupros e pedofilia, não é uma "necessidade", é algo razoável de se proibir visando maior segurança.
Quanto a vigilância, a polícia não entra em sua casa sem mandado devidamente fundamentado e assinado por um juiz. Esse tipo de coisa tem que ser feita com cuidado para não virar bagunça. Além disso, a atividade policial é bem evidente. Mas uma invasão dos nossos PCs com segundas intenções não. Ninguem mais poderia acessar internet banking, por exemplo. Estaria correndo o risco de ser roubado pelos funcionários públicos (e nem preciso falar do quanto de corrupção e incompetência há entre eles). Compras pela internet também não seria mais seguro.
Tudo depende do que esses programas de espionagem fossem capazes. Novamente, não acho isso muito diferente de colocar um microfone e GPS num carregamento de cocaína.
Por fim, eu acho que eu tenho direito de acessar o que eu quiser sem ter que dar satisfações ao Estado. O Estado é que tem que se virar para fechar sites e grupos de pornografia infantil. Em vez de optar pela forma mais fácil, acabando com a minha privacidade.
A princípio, nem seria a "sua" privacidade, a menos que você baixasse material pedófilo. E, de qualquer forma, nessa questão, mesmo colocando de forma bem vaga e genérica, "privacidade do histórico de internet versus evitar estupros e abusos de crianças", acho algo mais importante o segundo, é um benefício que valeria esse custo. Ainda mais se for restrito a pessoas que já baixassem material pedófilo.