http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/06/19/ult105u8259.jhtm19/06/2009 - 12h35
"Greve da greve" na USP durou dez minutos; estudantes cercaram assembleia de funcionários
Ana Okada
Em São Paulo
Ao meio-dia desta sexta (19), cerca de 150 manifestantes fizeram um protesto relâmpago contra a greve de funcionários, docentes e estudantes da USP (Universidade de São Paulo). Ao todo, o evento não chegou a dez minutos, conforme informaram alguns participantes.
A intenção era justamente essa, fazer um protesto nos moldes do chamado "flash mob" (expressão em inglês que significa mobilização instantânea, em tradução livre). Denominada "greve da greve", a mobilização foi convocada via internet, por e-mail e em perfis de redes sociais.
Nesta sexta (19), participante da assembleia do Sintusp quis agredir estudantes que se manifestavam contra a greve; ocorrência foi isolada
"A ideia não era fazer número [volume], mas vir fazer uma manifestação pacífica porque não aguentamos mais as greves que ocorrem todos os anos", contou Gustavo Daineze, estudante da ECA (Escola de Comunicações e Artes). "Sistematicamente temos nossos cursos prejudicados."
Os engajados no protesto relâmpago simplesmente correram ao redor de um grupo - bem mais numeroso - de funcionários que se reúnem em frente à sede do Sintusp (Sindicato dos Funcionários da USP). Os manifestantes, alunos em sua esmagadora maioria, avançaram sobre os funcionários, mas sem entrar em confronto.
Chute e pontapé
Isoladamente um participante da assembleia do Sintusp revidou a provocação e partiu para cima dos estudantes que se dispersaram imediatamente.
Um mestrando de engenharia da computação da Escola Politécnica, Ivan Terng, relatou ter levado chutes e pontapés de um participante da assembleia do Sintusp. "Quando acontece alguma manifestação contra a greve, todo mundo é de extrema direita, radical", disse reclamando da reação dos estudantes e funcionários grevistas.
Dentre os manifestantes havia até uma mulher que se dizia mãe de um estudante da USP. "Vim como cidadã [protestar contra a greve]"
Guarda universitária
Por volta das 12h30, seis integrantes da guarda universitária chegaram ao local e ficaram observando os grupos que permaneceram por ali.
Alguns manifestantes foram se reunir no espaço atrás do Sintusp, a chamada "Prainha". Outros permaneceram próximos aos estudantes e funcionários da assembleia do Sintusp e discutiam a legitimidade da greve.
Os participantes da manifestação fizeram questão de frisar que estavam ali de forma pacífica e que não pretendem confronto.
Greve da USP
Os funcionários da USP (Universidade de São Paulo) estão em greve desde 5 de maio. A pauta do movimento é reajuste salarial de 16% mais um aumento de R$ 200 no salário e ela é compartilhada com os funcionários da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
No caso da USP, existe ainda outras duas reivindicações. Primeiro, a readmissão de Claudionor Brandão, ex-servidor, demitido por justa causa - cujo desligamento da USP é analisado pelo Fórum das Seis (entidade que congrega os servidores das três universidades) como político. O movimento também exige o fim da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), que é o projeto de ensino a distância do governo do Estado de SP.
Na última quinta (18), alunos, docentes e funcionários fizeram uma passeata do Masp (Museu de Arte de São Paulo) até a Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco.
___________________________________________________________
____________________
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/06/19/ult105u8260.jhtm19/06/2009 - 14h30
"Caras de bochechas rosadas vêm aqui sem ter ideia da situação do país", diz grevista da USP
Ana Okada
Em São Paulo
O ex-funcionário Claudionor Brandão discursou críticas aos manifestantes contra a greve da USP (Universidade de São Paulo) nesta sexta (19). "Esses caras de bochechas rosadas vêm aqui sem ter ideia [da pobreza do país, da situação do país]", disse ao microfone para uma plateia estimada em 700 pessoas pelo Sintusp (Sindicato dos Funcionários da USP).
"A classe deles não paga nem a faculdade que os filhos cursam de graça", continou Brandão, que foi demitido pela reitoria e tenta na Justiça ser readmitido.
Nesta sexta (19), participantes da assembleia do Sintusp e manifestantes contra a maneira como a greve tem sido conduzida debatem suas ideias
Cerca de 150 manifestantes cercaram a assembleia do Sintusp num evento relâmpado que chamaram de "greve da greve" e foi organizado via internet.
Uma das ameaças do movimento "greve da greve" seria invadir o sindicato, assim como manifestantes a favor da greve no dia 25 de maio. (Veja imagens da invasão da reitoria )
Assembleia para evitar invasão
Nos folhetos distribuídos na reunião desta manhã, o Sintusp explicava que a motivo da reunião era impedir a invasão da sede da entidade. A informação foi veiculada em reportagem sobre o grupo na quinta.
"Estão dizendo que vão invadir o sindicato", disse Magno de Carvalho, diretor do Sintusp.
Os organizadores do evento, no entanto, pretendiam fazer um piquenique em frente ao Sintusp. "Em nenhum momento dissemos que íamos ocupar", disse Cristina Chaim, estudante do 2º ano do curso de publicidade da USP.
O grupo chegou a levar toalha xadrez, pão e margarina, mas desistiu de fazer o protesto ao se deparar com a assembleia dos funcionários, que contava com a presença de estudantes.
"Greve da greve"
Depois de 46 dias de paralisação dos funcionários e do confronto com a Polícia Militar no campus, cresce na USP (Universidade de São Paulo) um movimento de alunos contrários à greve defendida por uma parcela de seus colegas, por parte dos professores e pelos servidores.
Há dois grupos que se destacaram. Alunos de Publicidade e Propaganda, de Relações Públicas e de Turismo da ECA (Escola de Comunicações e Artes) foram os responsáveis pelo evento relâmpago nesta sexta. Eles têm marcado ainda outro "flash mob" para 18h55 de hoje e propõem "greve da greve" na USP.
Na Escola Politécnica, que tem cursos de engenharia, surgiu uma enquete virtual de adesão à greve. Após ver uma discussão de alunos da USP na rede de relacionamentos Orkut, que pedia a possibilidade de os estudantes votarem sem o intermédio de assembleias, Anderson Siqueira, estudante do curso de sistemas de informação, desenvolveu um sistema para votação que pede a identificação oficial do aluno.
Greve da USP
Os funcionários da USP (Universidade de São Paulo) estão em greve desde 5 de maio. A pauta do movimento é reajuste salarial de 16% mais um aumento de R$ 200 no salário e ela é compartilhada com os funcionários da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
No caso da USP, existe ainda outras duas reivindicações. Primeiro, a readmissão de Claudionor Brandão, ex-servidor, demitido por justa causa - cujo desligamento da USP é analisado pelo Fórum das Seis (entidade que congrega os servidores das três universidades) como político. O movimento também exige o fim da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), que é o projeto de ensino a distância do governo do Estado de SP.
Na última quinta (18), alunos, docentes e funcionários da USP, Unicamp e Unesp fizeram uma passeata do Masp (Museu de Arte de São Paulo) até a Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco.