Autor Tópico: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!  (Lida 3551 vezes)

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Offline Gaúcho

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Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Online: 03 de Agosto de 2009, 16:00:47 »
Recebi por email e achei interessante.

Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'.

Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro.

Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.

Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'.

Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.

Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:

'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz.

Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quem os enxerga. E encontram no silêncio a defesa contra quem os ignora.

Diário - Como é que você teve essa idéia?

Fernando Braga da Costa - Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura Gonçalves Filho, sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se engajasse numa tarefa proletária. Uma forma de atividade profissional que não exigisse qualificação técnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classes pobres.

Com que objetivo?

A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição de trabalho deles (os garis), e a maneira como eles estão inseridos na cena pública. Ou seja, estudar a condição moral e psicológica a qual eles estão sujeitos dentro da sociedade. Outro nível de investigação, que vai ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar as barreiras e as aberturas que se operam no encontro do psicólogo social com os garis.

Que barreiras são essas, que aberturas são essas, e como se dá a aproximação?

Quando você começou a trabalhar, os garis notaram que se tratava de um estudante fazendo pesquisa?

Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, boné, camisa e tal.

Chegando lá eu tinha a expectativa de me apresentar como novo funcionário, recém-contratado pela USP pra varrer rua com eles. Mas os garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa típica dos garis: são pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulatos em geral. Eu sou branquelo, mas isso talvez não seja o diferencial, porque muitos garis ali são brancos também. Você tem uma série de fatores que são ainda mais determinantes, como a maneira de falarmos, o modo de a gente olhar ou de posicionar o nosso corpo, a maneira como gesticulamos. Os garis conseguem definir essa diferenças com algumas frases que são simplesmente formidáveis.

Dê um exemplo.

Nós estávamos varrendo e, em determinado momento, comecei a papear com um dos garis. De repente, ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos de idade, subindo a rua a pé, muito bem arrumado com uma pastinha de couro na mão. O sujeito passou pela gente e não nos cumprimentou, o que é comum nessas situações. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar, virou-se pra mim e começou a falar: 'É Fernando, quando o sujeito vem andando você logo sabe se o cabra é do dinheiro ou não. Porque peão anda macio, quase não faz barulho. Já o pessoal da outra classe você só ouve o toc-toc dos passos. E quando a gente está esperando o trem logo percebe também: o peão fica todo encolhidinho olhando pra baixo. Eles não. Ficam com olhar só por cima de toda a peãozada, segurando a pastinha na mão'.

Quanto tempo depois eles falaram sobre essa percepção de que você era diferente?

Isso não precisou nem ser comentado, porque os fatos no primeiro dia de trabalho já deixaram muito claro que eles sabiam que eu não era um gari.

Fui tratado de uma forma completamente diferente. Os garis são carregados na caçamba da caminhonete junto com as ferramentas. É como se eles fossem ferramentas também. Eles não deixaram eu viajar na caçamba, quiseram que eu fosse na cabine. Tive de insistir muito para poder viajar com eles na caçamba. Chegando no lugar de trabalho, continuaram me tratando diferente.

As vassouras eram todas muito velhas. A única vassoura nova já estava reservada para mim. Não me deixaram usar a pá e a enxada, porque era um serviço mais pesado. Eles fizeram questão de que eu trabalhasse só com a vassoura e, mesmo assim, num lugar mais limpinho, e isso tudo foi dando a dimensão de que os garis sabiam que eu não tinha a mesma origem socioeconômica deles.

Quer dizer que eles se diminuíram com a sua presença?

Não foi uma questão de se menosprezar, mas sim de me proteger.

Eles testaram você?

No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi.

Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?

Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?


Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real?

Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.

Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.
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Offline O Grande Capanga

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #1 Online: 03 de Agosto de 2009, 16:35:05 »
Fernando Braga da Costa. GARIS - Um estudo de Psicologia sobre invisibilidade pública. 2002. 230 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) - Universidade de São Paulo, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Orientador: Jose Moura Gonçalves Filho.

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4785868Z2

Não é hoax. Mas não tem cara de hoax mesmo. Só queria encontrar a fonte.

Offline Mussain!

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #2 Online: 03 de Agosto de 2009, 16:54:17 »
A pergunta aqui é: Quem aqui tem um amigo gari...?  :hihi:

Offline N3RD

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #3 Online: 03 de Agosto de 2009, 17:02:07 »
Conheci muita gente de baixo poder aquisitivo no exercito!

Enquanto alguns comiam a comida com nojinho outros adoravam ter aquilo para comer  :ok: Aprende-se muito lá.

O engraçado foi quando eu coloquei um recruta que todo mundo sabia que era playboyzinho para lavar louça, o cara me solta a melhor pérola: Eu não nasci para isto  :histeria:
Não deseje.

Offline Vito

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #4 Online: 03 de Agosto de 2009, 18:59:43 »
Tenho amigo gari, eu cumprimenta. :)

Offline O Grande Capanga

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #5 Online: 03 de Agosto de 2009, 22:09:35 »
Só uma coisinha: eu não cumprimento quem não conheço.

Claro que se eu esbarrar numa pessoa, vou me desculpar.

Offline Südenbauer

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #6 Online: 04 de Agosto de 2009, 01:00:30 »
Só uma coisinha: eu não cumprimento quem não conheço.

Claro que se eu esbarrar numa pessoa, vou me desculpar.
Exato, uma coisa é tu sair na rua, encarar e cumprimentar qualquer bípede que se mexa... já outra é uma pessoa parar o que está fazendo e se colocar a disposição e tu nem olhar para ela.

Esse cara já apareceu no Globo Repórter falando justamente as mesmas coisas. Sem dúvida é uma pesquisa bem interessante.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #7 Online: 04 de Agosto de 2009, 01:41:29 »
A metodologia está completamente condicionada à subjetividade do autor da pesquisa. Quem garante que os sentimentos e a percepção dele seriam partilhadas pelos demais?

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #8 Online: 04 de Agosto de 2009, 01:44:12 »
eu não cumprimento quem não conheço.

As vezes eu comprimento. Sabe quando você anda em uma rua escura e deserta, e alguém vem na direção contrária? Uma pessoa fica encarando a outra, para não ser pega desprevinida caso algo aconteça. Depois de 30 segundos um encarando o outro, eu dou um "boa noite" quando passo.

Offline O Grande Capanga

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #9 Online: 04 de Agosto de 2009, 02:32:23 »
...já outra é uma pessoa parar o que está fazendo e se colocar a disposição e tu nem olhar para ela.

Como assim se colocar a disposição? Existem pessoas que se colocam a disposição de outros para serem cumprimentadas?

Offline O Grande Capanga

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #10 Online: 04 de Agosto de 2009, 02:33:51 »
eu não cumprimento quem não conheço.

As vezes eu comprimento. Sabe quando você anda em uma rua escura e deserta, e alguém vem na direção contrária? Uma pessoa fica encarando a outra, para não ser pega desprevinida caso algo aconteça. Depois de 30 segundos um encarando o outro, eu dou um "boa noite" quando passo.

Aí é uma questão de segurança... hehehehe

Offline Diegojaf

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #11 Online: 04 de Agosto de 2009, 09:00:30 »
Eu solto uns 200 bom dia/como vai?/boa tarde/opa!/boa noite/tranquilo? por dia... :lol:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline N3RD

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #12 Online: 04 de Agosto de 2009, 11:26:15 »
Lógico a galera querendo ficar amiga pro poliça não levar em cana.
Não deseje.

Offline Mussain!

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #13 Online: 04 de Agosto de 2009, 12:06:25 »
Eu, não. Nunca fui cumprimentar ninguém, mas reconheço que isto é um costume péssimo, o qual estou mudando.

Offline Diegojaf

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #14 Online: 04 de Agosto de 2009, 12:08:36 »
Principalmente no interior, isso é uma tremenda falta de educação. Especialmente pra pessoas mais velhas.
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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #15 Online: 04 de Agosto de 2009, 12:25:03 »
Olha, eu cumprimentava todo mundo maaaaaaas, cheguei a três conclusões:

a) eu parecia louca fazendo isso.

b) muuuuito homem encarava isso como cantada (não importando se fosse um cara com idade pra ser meu avô).

c) cansei de cumprimentar pessoas CONHECIDAS que fingiam não me conhecer.

._. então agora só cumprimento se me cumprimentarem antes.

Offline O Grande Capanga

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #16 Online: 04 de Agosto de 2009, 17:00:16 »
b) muuuuito homem encarava isso como cantada (não importando se fosse um cara com idade pra ser meu avô).

E também não é bom as mulheres serem muito legais, qualquer um acha que tá gostando dele.  :)

E tem um monte de véio safado mesmo.  :biglol:

Offline Gaúcho

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #17 Online: 04 de Agosto de 2009, 17:01:58 »
As mulheres podem ser o quanto legais quiserem comigo. Eu sou muito desligado para notar qualquer 2ª intenção e vou sempre entender como uma amizade -__-
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Offline Nina

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #18 Online: 04 de Agosto de 2009, 17:47:35 »
Principalmente no interior, isso é uma tremenda falta de educação. Especialmente pra pessoas mais velhas.

Pois é... aqui também... quando saímos, vamos cumprimentando, nem que seja com o olhar. ::)
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Offline Blues Brother

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #19 Online: 04 de Agosto de 2009, 18:24:15 »
A metodologia está completamente condicionada à subjetividade do autor da pesquisa. Quem garante que os sentimentos e a percepção dele seriam partilhadas pelos demais?

Exatamente! O autor de tal pesquisa hoje é professor na Uninove...e motivo de piadas nas sociais.

Nenhum estranho me cumprimenta na rua e a recíproca é verdadeira. Por que eu deveria?

O fato de que o cara é Gari não diz nada. Você anda pela Avenida Paulista e não fica cumprimentando todo executivo que aparece na sua frente. Essa "pesquisa" é uma piada pronta.

Além disso, existem outras respostas mais interessantes do que simples preconceito de "classe". 

Tem um autor, agora me esqueci o nome, que disse há muito tempo:

Se fôssemos nos preocupar com todo mundo, morreríamos.

Se ficássemos cumprimentando cada estranho, demonstrando empatia em relação à cada criatura que sofre neste mundo, não teríamos tempo para resolver nossos próprios problemas.     

Offline Südenbauer

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #20 Online: 04 de Agosto de 2009, 19:39:10 »
...já outra é uma pessoa parar o que está fazendo e se colocar a disposição e tu nem olhar para ela.

Como assim se colocar a disposição? Existem pessoas que se colocam a disposição de outros para serem cumprimentadas?
Eu só estava me referindo a isso:
"(...)Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão."

É como tu estar parado e de repente chegar uma pessoa e parar no teu lado e tu fingir que não existe.

Offline Südenbauer

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #21 Online: 04 de Agosto de 2009, 19:41:54 »
O fato de que o cara é Gari não diz nada. Você anda pela Avenida Paulista e não fica cumprimentando todo executivo que aparece na sua frente. Essa "pesquisa" é uma piada pronta.
Mas ele colocou alguns casos mais intrigantes, como ele ter atravessado o campus inteiro e ninguém ter reconhecido ele, ou seja, ninguém nem olhou para a cara dele só por causa do uniforme.

Offline Diegojaf

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #22 Online: 04 de Agosto de 2009, 19:42:16 »
Sei lá. Até onde sempre aprendi e vivi, dar bom dia não implica em eu ter necessariamente que conhecer a pessoa e me desculpar ao trombar em alguém não quer dizer que eu tenha que casar com a pessoa. São simples sinais de educação (pelo menos pra mim).
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #23 Online: 04 de Agosto de 2009, 20:07:22 »
Acho que a questao toda era o uniforme. As pessoas viam o uniforme de gari e inconscientemente pensavam: "eu nao conheço
nenhum gari, portanto nao preciso cumprimentar." Aqui na universidade os funcionários da limpeza usam uniforme. Eu, pelo menos, só
costumo cumprimentar aqueles que conheço (troco umas palavras também).

Também achei a interpretaçao dele meio furada. Parece aquela história da aranha surda.
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Offline Gaúcho

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Re: Ser ignorado é uma das piores sensações que existem!
« Resposta #24 Online: 04 de Agosto de 2009, 20:45:43 »
O fato de que o cara é Gari não diz nada. Você anda pela Avenida Paulista e não fica cumprimentando todo executivo que aparece na sua frente. Essa "pesquisa" é uma piada pronta.
Mas ele colocou alguns casos mais intrigantes, como ele ter atravessado o campus inteiro e ninguém ter reconhecido ele, ou seja, ninguém nem olhou para a cara dele só por causa do uniforme.

Isso. Quando pessoas que convivem com você por anos não lhe reconhecem, só porque você esta vestido de gari, tem algo errado ai.
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