A estranheza da sua posição continua patente caso você não esteja se referindo apenas ao uso forçado de trabalho alheio nas máquinas*,
Posso concordar com você, só depende do que você chama de "forçado", DDV. Usando um exemplo histórico, você consideraria o trabalho de 1800 na Inglaterra como forçado?
De certa forma, todo e qualquer trabalho é em partes forçado - não existe almoço grátis.
Voltando pro assunto. Minha colocação é bem simples, pra falar a verdade: aquilo que somente interfere no indivíduo e não tem implicações na sociedade deve ser lidado pelo indivíduo e não pela sociedade.
No caso de drogas, existe uma parte individual (o uso, em si), e uma parte social (tráfico, roubos para alimentar um vício, o indivíduo trabalha menos mas consome tanto quanto, etc.). No caso de cocaína, crack e etc., as duas partes são indissociáveis, já que o risco do sujeito viciar é tão grande que ele passa a viver somente em prol disso. Já no caso da maconha e do tabaco, ainda que o sujeito vicie, o problema social é totalmente dependente da legislação e do sistema de produção - o sujeito que planta maconha em casa pra consumo próprio já abate as complicações sociais, então não vejo o porquê de proibirem o sujeito de fazer isso!
Concordo plenamente.
Na verdade, a única questão que sobra é se a liberação da maconha tem efeitos nocivos a outras pessoas ou não. Por mim, até o álcool deveria ser restringido.
Olha, do que eu sei, maconha:
*Não causa agressividade. O sujeito fica lá, rindo à toa, contemplativo, paradão. Não seria problema de segurança pública.
*Causa uma redução crítica na habilidade motora do sujeito, dependendo da dose; então considero insano permitir que alguém sob efeito dela dirija, ou faça qualquer coisa com um risco explícito (como mexer num torno mecânico);
*Atribuo a lerdeza de pensamento e as... falhas... falhas de quê? ah, memória! mais ao costume que a pessoa cria de "relaxar os pensamentos" que outra coisa. Isso pode ser combatido de forma simples, com educação.
*As máquinas estão cada vez mais prescindindo de mão-de-obra humana. Perto está o dia em que
NENHUM "trabalho alheio" será usado em máquinas. Os efeitos iniciais disso já podem ser sentidos.
O que acha disso? Está feliz por ver seu sonho se realizando?
Dizem isso desde há tempos... capacidade tecnológica para o "direito ao ócio" já existe. O problema é trabalho sendo consumido de formas que não melhoram a vida de ninguém.
E não tô falando aqui de artes, de ciência, e outras tantas coisas com recompensa subjetiva ou não-imediata. Falo de trabalho braçal, entre outros.
Por exemplo. Vide os lixeiros. Em um caminhão de lixo, vão quantas pessoas? Quatro, talvez cinco. É bastante possível elaborar com a tecnologia atual um esquema que reduziria a apenas uma pessoa (o motorista), com maior quantidade de lixo removida por hora, em que o motorista apenas dirigiria o caminhão até um centro de coleta de lixo por quadra, mexeria numa manivela e pronto, sem muito stress. Seria especialmente eficiente com lixo reciclável, que pode ser acumulado sem estragar por mais tempo que o orgânico.
Mas não se vê isso por aí, mesmo sendo simples e óbvio. Por quê? Porque fica mais barato contratar quatro pessoas a mais com um salário baixo. E, caso isso seja feito, não irá diminuir o trabalho necessário para alguém obter bens e serviços - mas sim, o contrário, pois geraria desemprego, e como a oferta de trabalho aumentaria, o preço dele também, gerando redução efetiva dos salários.
Repito: isso é só um exemplo, não é difícil encontrar outros.