Autor Tópico: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba  (Lida 2200 vezes)

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Offline DDV

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #25 Online: 29 de Setembro de 2009, 22:01:47 »
O atual governo brasileiro adora ditaduras. A reclamação é só que Honduras não é uma ditadura que  apóia o Brasil para o Conselho de Segurança da ONU.
Aliás, qual é a vantagem desta merd@ para o país???

Mas os EUA, França e Cia também pensam igual.

Qal a "vantagem" dessa merd@ para eles?

NINGUÉM apóia o governo de facto de Honduras, ponha isso na sua cabeça.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Moro

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #26 Online: 29 de Setembro de 2009, 23:11:52 »
Voltando ao assunto do tópico:

Na entrevista, postada por mim, que o assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais deu na CBN ele afirma que o presidente por direito de Honduras planejou o referendo em conjunto com a eleição e sendo assim, não feria a constituição.

Alguém ouviu a entrevista?

Será que procede essa informação?

Ps.: Entrevista aqui: http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-brasil/2009/09/28/BRASIL-TEVE-ATITUDE-DISCRETA-DESDE-O-COMECO-E-FOI-SURPREENDIDO-PELA-CHEGADA-DE-ZELAYA.htm

Errado, a outra lei que proibe referendos 180 dias antes e 180 dias depois de qualquer eleição majoritária em Honduras.
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Offline O Comissário do Povo

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #27 Online: 30 de Setembro de 2009, 01:07:25 »
Comissário, porque o Brasil e a esquerda não protesta com a mesma intensidade pela volta da democracia em Cuba?
Por que ninguém sequestrou Raul pra outro país.
E onde estão os dissidentes políticos de Cuba?
O que acontece com a oposição ao governo por lá?
Quantas manifestações populares são autorizadas?
Quantas emissoras de notícias contrárias ao regime existem por lá?
Direitos Humanos

No tocante aos Direitos Humanos, os números mostram uma tendência de evolução favorável, nos últimos vinte anos. Em 1978 haviam entre 15 000 e 20 000 presos políticos em Cuba, número que declinou para cerca de 12 mil em 1986. Em 2006, apesar de uma redução substancial, ainda havia, segundo a Anistia Internacional, entre 980 e 2.500 prisioneiros políticos na ilha.[8] Esse número continuou a cair significativamente nos anos seguintes. Em 2007, era de 234 e, em 2008, era de 205. "O resultado óbvio é que segue a tendência, observada nos últimos 20 anos, da diminuição gradual de pessoas condenadas por motivações políticas", segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos, um grupo ilegal embora tolerado. Mas a comissão também chama a atenção para as mais de 1.500 detenções rápidas, feitas de forma arbitrária.

O governo se defende salientando o respeito, em Cuba, aos direitos à saúde e à educação, à liberdade religiosa e de associação. Além disso, acusa os Estados Unidos de limitar, com seu embargo econômico, os direitos humanos na ilha. "Cuba é um país onde nos últimos 50 anos não foi registrado um único desaparecido, torturado ou uma execução extrajudicial", disse o chanceler cubano Felipe Pérez Roque." [9]

Eleições gerais

Em 21 de outubro de 2007 realizaram-se em Cuba eleições gerais, com o comparecimento de mais de 8 milhões de eleitores, para eleger os delegados das "Assembléias Municipais do Poder Popular" na ilha. Segundo a ministra da Justiça, María Esther Reus, têm direito a exercer o voto cerca de 8,3 milhões de pessoas, nos 37 749 colégios eleitorais habilitados em 169 municípios. [10] Por ocasião da realização das eleições gerais, Fidel Castro conclamou, mais uma vez, o presidente George W. Bush a por fim ao embargo comercial a Cuba [11] e acusou Bush de estar "obcecado" com Cuba [12]. O governo norte-americano do presidente George W. Bush, seus aliados, e os opositores ao regime de Castro exilados em Miami discordam, e se referem às eleições cubanas como sendo um "exercício cosmético de democracia". [13].

Fidel Castro renunciou à presidência em 19 de fevereiro de 2008[14] e seu irmão Raúl foi eleito pela Assembléia Nacional em 24 de fevereiro para sucedê-lo na Presidência de Cuba. O general já governava Cuba interinamente desde julho de 2006, devido aos problemas de saúde de Fidel, que culminaram em sua renúncia ao cargo. [15]

O governo Raúl Castro

Raúl prometeu "eliminar proibições" na ilha, mas reconheceu o legado de seu irmão, que ficou mais de 49 anos a frente do poder: Nas próximas semanas, começaremos a eliminar as (proibições) mais simples, já que muitas delas tiveram como objetivo evitar o surgimento de novas desigualdades em um momento de escassez generalizada, declarou durante seu discurso de posse. Em março de 2008 Raúl Castro liberou a venda de computadores pessoais (PC's) e DVD's em Cuba, [16] a venda de telefones celulares e televisores a cidadãos comuns também foi liberada.

No final de abril, Raul Castro convocou uma assembléia do Congresso do Partido Comunista Cubano (PCC) para o segundo semestre de 2009, para redefinir os eixos políticos e econômicos do país. O VI Congresso do PCC, quando ocorrer, terão decorrido onze anos sem que se tenha reunido o órgão supremo de decisão política de Cuba [17] [18].

Os caras já tem web. Repressão agora só quando estiverem deslumbrados demais pelo cinema pra se darem conta.

Eu sei, é um quotão lascado da wikipédia, mas tem bastante fontes.

O direito de ir e vir pra fora do pais e respeitado?
Eles podem sair sim. Depois de trocentas explicações e verificações burocráticas e muita espera. Pra quem é ou foi alto oficial do exército ou da elite estatal parece que é quase impossível.

Porque quando o Lula se mete em Honduras e aceitavel, mas quando falam de Cuba e ingerência?
Nem os EUA invadiram os caras, e você espera que o Lula, que teve todas as campanhas capitaneadas por José Dirceu, interfira.
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Offline Zeichner

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #28 Online: 30 de Setembro de 2009, 08:38:57 »
Os EUA simplesmente não querem se meter. Honduras inteiro não dá o PIB do Homer Simpson.
Só não querem mais serem vistos como os vilões que se metem na vida de todos os países, mas acontece qualquer coisa, ficam reclamando que os EUA não fazem nada.

Parecem crianças brigando no recreio. Se passa um adulto e leva pra secretaria dar um sermão, esse adulto é repressor e não deixa as crianças se acertarem por si mesmo. Se vê e não faz nada, dizem que o adulto é negligente.

Pra muita gente, não importa o que os EUA façam, estarão sempre errados.

O Brasil, por exemplo, poderia, em troca da ajuda financeira que esta dando para Cuba, cobrar maior abertura política, econômica e de liberdade de expressão... Por que não faz isso?

Offline Nina

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #29 Online: 30 de Setembro de 2009, 23:53:57 »
Eu acho que  o Lula não mexe com Cuba porque não tem poder algum fora do Brasil. E está aproveitando Honduras para se promover.

Ele não liga se é hipocrisia. Ele quer é posar de pavão, chamar a atenção.

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Offline O Comissário do Povo

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #30 Online: 01 de Outubro de 2009, 00:22:59 »

... But at the same time, Lula is on a crusade to make Brazil, with the world's fifth largest population and ninth largest economy, a serious international player. ...
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Offline Nina

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #31 Online: 01 de Outubro de 2009, 00:26:13 »
Não vejo dessa forma.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline O Comissário do Povo

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #32 Online: 01 de Outubro de 2009, 00:40:44 »
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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #33 Online: 01 de Outubro de 2009, 00:45:29 »
Mas, falando fotopostando sério sobre Cuba:



Fidel tá com uma cara de Monalisa.
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Offline Derfel

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #34 Online: 01 de Outubro de 2009, 10:00:56 »
Acredito que o motivo do Brasil não criticar Cuba são dois, na verdade:
1) Cuba já é uma ditadura e há algum tempo. Lá não existe ou está existindo uma ruptura do poder ou do estado de direito (deles). Ao contrário do que acontece em Honduras, que está em convulsão social.
2) Existe um alinhamento ideológico de alguns setores e, em particular, em algumas alas do PT, que é o partido no poder atualmente. Fidel Castro é visto como um heroi por esses setores e alas e assim fica difícil criticar um governo cujo representante possui essa aura.


Offline Derfel

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #35 Online: 01 de Outubro de 2009, 10:05:17 »
Sobre o histórico das relações Brasil-Cuba, encontrei isso aqui:

Citar
Terça-feira, 2 de Junho de 2009
Perspectiva Histórica das Relações Brasil - Cuba
José Joaquim G. da Costa Filho
O Ministro Celso Amorim chega à Assembléia Geral da OEA em Honduras, nos dias 02 e 03 de junho de 2009, defendendo um “enterro o mais burocrático possível” da decisão tomada pela organização em 1962, excluindo o governo de Cuba de participar de suas atividades. Ainda segundo o chanceler, esta decisão seria uma relíquia da Guerra Fria e, como não faz mais sentido falar em uma ameaça ideológica vinda da ilha caribenha, é preciso e possível anular a resolução de 1962. A reintegração do regime cubano à OEA seria outra questão. Para entender melhor esta posição do Ministro das Relações Exteriores Brasileiro, é essencial recorrer a um histórico das relações entre Brasil e Cuba.

Breve Histórico das Relações Brasil – Cuba desde 1959

Após a Revolução de 1959 em Cuba, o Brasil manteve uma posição de respeito em relação ao governo de Fidel Castro, baseada nos princípios de não-intervenção e autodeterminação. Este posicionamento não foi alterado nem mesmo com a frustrada tentativa norte-americana de invadir a Baía dos Porcos, em relação a qual o governo Quadros manifestou “profunda apreensão”. Ainda durante este governo, Che Guevara recebeu do presidente brasileiro a Ordem do Cruzeiro do Sul. Este ato gerou forte oposição doméstica a Quadros.

Em seguida, já durante o governo Goulart, o Brasil defendeu uma posição conciliadora durante a VIII Reunião de Consulta dos Ministros de Relações Exteriores da OEA, ocorrida em Punta del Este em janeiro de 1962. San Tiago Dantas propunha, por um lado, o respeito ao princípio de não-intervenção e, por outro lado, a neutralização do regime cubano por meio de um estatuto que regulasse as suas relações com o restante da América. A proposta brasileira não foi acolhida pelos demais países (nem por forças políticas internas), mas mesmo assim o chanceler se sentiu vitorioso pelo que não se aprovou em Punta del Este, como uma ofensiva militar ou sanções mais duras, e pelo reconhecimento que reivindicações sindicais não deveriam ser confundidas com movimento comunista.

A ata final da VIII Reunião de Consulta, dentre outras coisas: a) reconheceu e repudiou a ofensiva comunista na América; b) excluiu o governo de Cuba da participação no sistema interamericano, bem como da Junta Interamericana de Defesa (isto não significa a expulsão do país da OEA, apenas a exclusão de seu governo comunista); c) e suspendeu imediatamente o comércio e o tráfico de armas e material de guerra de todo gênero com Cuba. Os votos do Brasil, Argentina, México, Chile, Equador e Bolívia foram de abstenção.

O rompimento das relações diplomáticas com Cuba ocorreu no dia 13 de maio de 1964 durante o governo Castello Branco (1964-1967), primeiro presidente militar depois do golpe de 1964. Esta ruptura foi um reflexo da pressão doméstica das forças militares, pró-americanas e de direita, engajadas na eliminação de quaisquer atritos com os Estados Unidos, embora houvesse resistência do Itamaraty. Este ato foi acompanhado de uma acusação oficial de que Cuba estaria interferindo em assuntos internos por meio de uma aliança com grupos marxistas brasileiros. A justificativa para esta decisão foi baseada em argumentos ideológicos, a escolha marxista cubana teria excluído o país do “hemisfério livre”, e práticos, a comprovação do desembarque de armas provenientes da ilha na Venezuela.

Além disso, o Brasil aplicou as sanções previstas pelo artigo 8 do Tratado do Rio de Janeiro, apesar de ter se oposto a qualquer ação militar contra o regime de Castro, como previsto neste mesmo acordo. Dessa forma, o Brasil colaborou com a estratégia americana de isolamento de Cuba. Esta posição perdurou por todos os governos militares, inclusive durante a vigência do Pragmatismo Responsável de Geisel.

Durante o governo Figueiredo (1979-1985), foram dados os primeiros passos para a normalização das relações com Cuba. No entanto, estes foram passos lentos, pois ainda havia forte oposição a esta mudança dentro do Conselho de Segurança Nacional e do Congresso. Entre 11 e 15 de janeiro de 1982, ocorreu a primeira missão empresarial brasileira, chefiada pelo empresário Ruy Barreto, a visitar Cuba desde o rompimento de relações em 1964.

Após o restabelecimento das relações diplomáticas entre Brasil e Cuba, ocorrido durante o governo Sarney, as relações políticas e econômicas têm crescido nas duas últimas décadas. Grande impulso tem sido dado pelo governo Lula (2002-2010), que possui afinidades ideológicas com o regime de Raul Castro, irmão de Fidel Castro. No ano de 2006, por exemplo, o Brasil exportou US$ 343,25 milhões (os principais produtos foram açúcar, frango, café, carne bovina e produtos eletroeletrônicos) e importou US$ 31,59 milhões (os principais produtos foram materiais médicos, níquel, charutos e rum) de Cuba.

Bibliografia:
Cervo, Amado L. & Bueno, Clodoaldo (2002). História da Política Exterior do Brasil. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
Reportagem “Amorim defende ‘enterro burocrático’ do caso Cuba”. Folha de São Paulo (jornal impresso), 01/06/09.
Reportagem “Comércio entre Brasil e Cuba bate recorde e atinge quase US$ 400 milhões”. Agência Brasil (jornal online), 07/03/07.
Vizentini, Paulo Fagundes (1998). A política externa do regime militar brasileiro. Porto Alegre: Editora da Univ. Fed. Do Rio Grande do Sul.
Postado por José Joaquim às 09:15

em: http://conflitos-em-debate.blogspot.com/2009/06/perspectiva-historica-das-relacoes.html

Offline Moro

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #36 Online: 01 de Outubro de 2009, 20:55:20 »
Acredito que o motivo do Brasil não criticar Cuba são dois, na verdade:
1) Cuba já é uma ditadura e há algum tempo. Lá não existe ou está existindo uma ruptura do poder ou do estado de direito (deles). Ao contrário do que acontece em Honduras, que está em convulsão social.
2) Existe um alinhamento ideológico de alguns setores e, em particular, em algumas alas do PT, que é o partido no poder atualmente. Fidel Castro é visto como um heroi por esses setores e alas e assim fica difícil criticar um governo cujo representante possui essa aura.



Acho que o dois é bem mais relevante. A presença do Fidel é muito forte para quem tem uma ideologia de esquerda.
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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #37 Online: 01 de Outubro de 2009, 23:50:40 »
Também acho.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Derfel

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #38 Online: 02 de Outubro de 2009, 08:24:55 »
Em parte. Durante os governos Sarney, Collor, Itamar e FHC Cuba também não foi criticada pelo governo do Brasil.

Offline Moro

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #39 Online: 02 de Outubro de 2009, 20:58:00 »
mas também não intervieram outros lugares Derfel. Foram mais consistentes neste quesito.

A questão neste tópico é: porque intervir em um país que afrontou a sua democracia enquanto promove a mais longa ditadura do continente?
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Offline DDV

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Re: Posição do governo brasileiro sobre a situação em Cuba
« Resposta #40 Online: 03 de Outubro de 2009, 14:49:25 »
mas também não intervieram outros lugares Derfel. Foram mais consistentes neste quesito.

A questão neste tópico é: porque intervir em um país que afrontou a sua democracia enquanto promove a mais longa ditadura do continente?


Boa pergunta.

 A resposta é a afinidade ideológica entre os atuais membros do governo brasileiro e a ditadura comunista cubana. Eles a consideram uma ditadura "do bem"( a exemplo dos direitistas com a ditadura de 64) ,considerando também que ela ainda não "barbarizou" tanto (como Stalin, Pol Pot, Mao, etc) a ponto de causar constrangimentos em quem a apóia abertamente.

Mas o dia de Cuba vai chegar. Raul Castro já iniciou algumas medidas que, considerando-se a situação e o histórico cubano, podem ser consideradas grandes avanços (embora possam ter o efeito indesejado de prolongar o atual regime no poder ao deixar o povo menos insatisfeito).
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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