Basicamente é o seguinte. A polícia, ao redor do mundo, exerce um considerável controle sobre a criminalidade; muitas pessoas são alfabetizadas ou até têm formação superior graças ao estado
Você se limitou a afirmar que isso é assim. Você tem que provar que isso ocorre graças ao estado e que não seria possivel sem ele.
A polícia é estatal, então acontece graças a ele. Não pretendo provar que não seria possível sem ele, pois não creio que isso seja necessariamente verdade. Quem crê que seja, que poste por aí num tópico adequado (poderia até ser contestação nesse mesmo) ou crie um para isso. Quem crê que não, que é possível sem ele, pode expor aqui o porque pensa ser o caso. Eu nunca pensei muito no assunto, então não tenho muito para expor; só não vejo a princípio nenhum grande problema com a privatização da polícia especificamente, embora não me arrisque a afirmar que é 100% seguro e tão bom quanto como as coisas costumam ser. Preferia ver casos de polícia privatizada e analisar caso a caso.
A educação, por exemplo, é prejudicada pelo estado. Uma vez que ele oferta de graça um sistema de má qualidade fruto de redistribuição de renda, elimina mercado de sistemas melhores fruto da criação de riqueza.
Quando ele toma a renda para fazer redistribuição também está estrangulando a criação de riqueza, o que inclui a riqueza educação.
Não parece ser o caso com a educação pública no Brasil, onde, para o ensino básico, não só o mercado não é eliminado, como é superior. Apenas, aqueles que não podem estudar nessas escolas (onde muitas vezes tem que se comprar todo o material da marca da escola em vez de algo mais barato, de acordo com o bolso de cada um, ou pedir um livro emprestado em vez de ter o próprio, etc), ficam com um ensino que aparentemente é mais freqüentemente ruim (não foi o meu caso, talvez tenha tido sorte, como acho que foi também alguns outros daqui do fórum), em vez de não ter nenhum. O que possivelmente é melhor para a sociedade como um todo e para a geração de riquezas, uma vez que dá as pessoas melhores perspectivas de emprego, quando de outra forma muitas poderiam ver o crime como única saída.
Não digo que o ensino público é a melhor solução. Como postei num outro tópico, em alguns países pobres, mesmo as pessaos
bem pobres, estão optando por colocar os filhos em escolas particulares, mesmo que isso signifique um conforto menor, porque o ensino público é provavelmente ainda pior que o nosso. Ainda assim, não são todos os que podem fazer isso, e talvez para esses, seja melhor o ensino público do que nada.
Um fato que comprova esse prejuizo é como os ricos normalmente recebem melhor educação que os pobres, demonstrando que acesso a educação é fruto da riqueza, o que significa que ir contra a riqueza é ir contra a educação.
No que concerne a geração de riquezas, o estado "mais que mínimo" é visto/defendido como uma "rede de segurança", fornece às pessoas serviços pelos quais elas não têm presentemente condições de pagar, e isso é visto como algo que as ajuda a ir "na direção da riqueza", e à sociedade como um todo, e não contra ela.
A imensa maior parte das pessoas também não considera o imposto como um roubo, mas concorda com eles, ou ao menos com seus princípios, de estar contribuindo para uma sociedade melhor, aumentando as chances de prosperidade para todos, para ele inclusive. É um investimento de apenas uma fração relativamente pequena da sua riqueza individual, uma fração que para ele, valeria proporcionalmente muito menos do que pode acabar valendo às pessoas mais diretamente beneficiadas com ela, e que com essa aplicação por parte todos, acaba valendo mais para ele também.
Isso ao menos em teoria, é o que deveria ser. Na prática,
até mesmo os comunistas concordam que os impostos podem ser (mas não necessariamente são) injustos e tornar as pessoas mais pobres.
; se alguém comete algo que normalmente se considera um crime contra você, você pode conseguir justiça. E etc. Com diversos graus de sucesso ao redor do mundo. É assim o mundo como conhecemos.
E isso é mesmo fruto do governo ou eu poderia conseguir justiça sem ele?
Novamente, eu não estou afirmando que as coisas que o governo faz só seriam possíveis de ser feitas por ele. Muitas poderiam ser, outras, não sei como, e por isso criei esse tópico, para que se especule os prós e contras de possíveis soluções.
As leis do governo geram criminalidade e injustiça.
Elas criam coisas como o narcotráfico e o crime organizado, permitem que criminosos usem da maquina estatal e eliminem concorrencia de forma injusta ou mesmo que proibam ramos inteiros da economia.
O estado faz por si só e ainda dá a entidades como os sindicatos, o direito de interferir no trabalho do homem de modo a criar regras que nos tornam semi-escravos.
Não estou dizendo, nem ninguém, que o governo é infalível. Eu por exemplo, apenas vejo a possibilidade de problemas como esses todos ocorrendo também num hipotético mundo/região sem estado. São coisas que se teria que tentar evitar, e que provavelmente exigiriam organizações sociais "estatóides", acordos entre as pessoas, estabelecimento e cumprimento de regras, etc. Isso não é exatamente "justificativa para o estado", é mais "justificativa" para não se acabar com tudo (o que nem iria ocorrer, realisticamente) sem antes pensar em como se poderia fazer as coisas de forma melhor.
Em parte, esse tópico é para isso, debater possíveis soluções melhores do que as oferecidas pelo estado, e não só falar que o estado não funciona e pronto. Se o estado é invariavelmente a pior alternativa possível, Ok, basta então vomitar quaisquer três alternativas sem nem pensar direito que serão melhores que o estado, e ficaria claro a todos.
Logo, o estado funciona, ainda que imperfeitamente, tal como a iniciativa privada, com companhias melhores e piores. Pronto.
A comparação entre estado e iniciativa privada não é coerente, uma é uma única instituição a outra são muitas e se baseiam em principios diferentes.
Existe mais de um estado, e, independentemente disso, isso não invalida as comparações. E como empresas são vistas como alternativa ao estado, o mais lógico é que se compare ambos. Nenhuma das categorias, por mais díspares que possam ser, tem entes fundamentalmente diferentes, um fadado ao fracasso absoluto, e outro que só tem seu sucesso impedido por esse outro ente cuja única coisa que consegue fazer é impedir o sucesso do ente de outra forma infalível.
E você não demonstrou a funcionalidade do estado, apenas apontou coisas que acha serem fruto dele, mas que não só não dependem dele para existir, como é possivel ver como o próprio estado vai na contra-mão delas.
Eu não estou sugerindo que essas coisas sejam necessariamente fornecidas pelo estado, apenas, calham de ser, e funcionam em algum grau. Em alguns casos melhor, em outros pior, que alternativas privadas, que também podem se colocar na contra-mão do sucesso.
Também não pretendo "demonstrar que o estado funciona" para você, até porque aparentemente seus critérios de funcionalidade para o estado e a iniciativa privada são diferentes, sendo aparentemente inatingíveis por definição no primeiro caso. Mas principalmente por que nem é o tema do tópico, mas mais algo na linha do que você está supostamente tentando defender, que a iniciativa privada dá conta e pode ser até melhor. Só que numa versão "positiva", com hipóteses melhor delineadas, e não "negativa", apenas "concluindo" que o estado é um fracasso absoluto e qualquer outra coisa só pode ser melhor, sem nem precisar imaginar o que seria.
Não defendemos que tudo deva ser estatal, que o estado é perfeito e infalível, e, ao menos no meu caso, que não possa ser gradualmente dissolvido até não sobrar nada, até que só sobre a iniciativa privada, acordos populares e ONGs, com isso resultando, ao menos para algumas sociedades, em algo melhor do que o que elas tem com o estado.
Mas vocês defendem funcionalidade do estado, o que não é realista.
O estado não apresenta resultados e a própria proposta se baseia em erros de raciocinio ao determinar como solução para problemas coisas que na verdade resultam em agravantes.
De quaquer forma, esse tópico, ao menos, não é sobre qualquer "ônus da prova" geral de quem acha que deve haver estado e de quem acha que não.
É um exercício mental, imaginar como seria a sociedade sem o estado, com suas funções sendo substituídas (ou efetivamente cumpridas, para os que acreditam na absoluta ineficácia do estado) por outras instituições que se possa dizer "não-estatais". Portanto, não é o caso de simplesmente se dizer que o estado não funciona e dar por encerrado, esperando que alguém prove o contrário.
Para isso, que crie-se o tópico "provem que o estado cumpre os meus critérios de funcionalidade", ou se aproveite alguns que já enveredaram por esse rumo.
Uma coisa depende da outra.
Enquanto não for entendido que a falha de qualquer proposta não serve de argumento para a existência do estado o debate se perde.
Não, aqui, nesse tópico, como o tema do debate é "soluções melhores que as oferecidas pelo estado", o debate se perde se se focar apenas em "como o estado é ruim".