No século XIX positivistas pregavam o domínio da ciência, sendo esta a salvadora da humanidade que resolveria todos os problemas e transformaria o mundo num lugar melhor. Mas agora, dois séculos depois, vemos que o cientificismo encontra sua derrocada, principalmente no que diz respeito às aplicações da ciência na geração de tecnologia e ideologias tanto políticas como filosóficas. A ciência produz uma solução e gera vários outros problemas. Hoje temos carros que facilitam nossa locomoção, mas enchem a atmosfera de poluentes. Temos a internet que facilita a comunicação, mas é via proliferadora de pedofilia e racismo. O modo de vida tecnológico e moderno nos levou a poluir o planeta, destruir as florestas e transformar o planeta em um grande forno. A produção em massa de bens de consumo transformou tudo em algo consumível e descartável, inclusive seres humanos. Isto, entre vários outros exemplos que posso citar aqui.
As grandes utopias ideológicas baseadas na razão e em conceitos científicos também se foram, mostraram-se ineficazes em sua proposta original de construir uma sociedade justa e harmônica. Podemos citar aí, entres vários outros exemplos, o Comunismo e o próprio Capitalismo que se baseia em conceitos de economia de mercado e na lei de oferta e procura. Antropólogos, filósofos e sociólogos se debatem em estudos e análises, porém não chegam a uma resposta objetiva de como conseguir a sociedade dos sonhos, ou sequer próximo disso.
A religião também não obteve êxito, mesmo tendo no mínimo uns sei mil anos a mais de tentativas. A verdade é que chegamos à pós-modernidade desprovidos de utopias e ideologias universais em que acreditar. Fomos lá e consultamos os astros, os deuses, os livros sagrados, a ciência, a filosofia, os processos biológicos etc., e agora estamos aqui sem saber pra onde correr. Daí, pra passar o tempo enquanto nada de novo aparece a gente vai se entretendo com a esbornia, hedonismo, consumismo e outros ismos na tentativa de nos livrar do tédio existencial.