Autor Tópico: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"  (Lida 6216 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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"Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Online: 18 de Dezembro de 2009, 12:03:17 »
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Educação Compulsória e Totalitarismo

de  O Indivíduo


Os homens nascem ignorantes, não incapazes de pensar. O que os torna incapazes de pensar é a educação.
Bertand Russell


Pedro escreveu recentemente um texto falando sobre o fetiche que existe com educação no Brasil. Eu concordo plenamente com o que ele escreveu, e diria que este na verdade é um mal compartilhado pela maior parte das sociedades ocidentais modernas.  Aceita-se como natural, bom e até desejável a obrigatoriedade, repito, a obrigatoriedade coercitivamente imposta por lei, de todos os “cidadãos” de um país passarem grande parte de dez anos ou mais de suas vidas prestando expediente forçado para ouvir idéias selecionadas pelo governo como convenientes para sua “formação”.



E não apenas isso; não é suficiente (embora isso em si já seria opressivo) ser forçado a demonstrar proficiência no conhecimento de tais idéias, algo que poderia ser facilmente aferido com uma série de exames. E que cada um aprendesse como quisesse, onde quisesse, e com quem quisesse. E prestasse os exames com a idade que quisesse. Não, não, não. Quem se pergunta por que tal solução óbvia não é adotada evidentemente não compreendeu o verdadeiro objetivo do sistema todo. É preciso passar pelo processo. O primordial objetivo da educação compulsória não é ensinar coisa alguma. É destruir a independência de pensamento, é cultivar, instilar e estimular subserviência à autoridade até ela desabrochar em toda a sua glória, é tornar tão doloroso o exercício do senso crítico que se adquira por trauma o instinto quase fóbico de evitá-lo a todo custo. Quando finalmente se consegue atingir esses objetivos, então se dá um diploma ao sujeito e se diz “formamos um cidadão”.


O sistema educacional público americano moderno é uma completa aberração e emprestou várias de suas características de um plano declarado de doutrinação e controle social em massa concebido originalmente na Prússia do século 19. O excelente The War On Kids documenta como atualmente existe formalmente e na prática menos respeito às liberdades civis numa escola pública do que numa prisão.


O sistema brasileiro pode não ser tão grotescamente opressivo, mas é igualmente delirante. Ele é usado para tudo menos para ensinar. Ele é encarado como instrumento de assistência social, como creche, até mesmo como ferramenta de segurança pública ao deixar menores desocupados fora das ruas. Historicamente, no Brasil e em grande parte das outras democracias ocidentais (inclusive nos EUA), um dos maiores objetivos que se pretende declaradamente atingir ao se expandir o currículo obrigatório básico é… retirar artificialmente mão de obra qualificada para fora do mercado de trabalho visando diminuir o desemprego e aumentar os salários! Note-se, isso não são “denúncias” ou teorias conspiratórias. Todos esses motivos são explicitamente discutidos por legisladores e membros do poder executivo ao determinarem política educacional.


Ora, isso já seria inaceitável num sistema de educação que visasse preservar tão somente o “direito” à educação, a possibilidade de acesso à educação. Já seria intolerável num programa cujo financiamento é compulsoriamente sustentando por todos nós, e sobre o qual não temos qualquer controle. Mas a barreira final é ultrapassada quando se aceita bizarramente tornar tal “direito” à educação um que deve ser “exercido” de forma compulsória. Isso é totalitarismo puro e simples, e me parece que deveria ser uma das prioridades de qualquer programa seriamente libertário lutar pela total reversão das políticas públicas que literalmente prevêem o encarceramento de toda a nossa juventude por mais de 10 anos de suas vidas.


Agora, vejamos, quais são as ilusões mesmo assim cultivadas por aqueles que defendem que algum mérito efetivamente educacional se possa salvar de toda essa farsa?


A principal ilusão é de que alguém está aprendendo alguma coisa. Mas como se pode verificar conversando com qualquer adulto normal, absolutamente ninguém retém os profundos “conhecimentos” que supostamente são terapeuticamente infundidos nos seus cérebros quando adolescentes. Pergunte a alguém que não seguiu carreira relacionada com química qual a diferença entre um éter e um éster e a resposta provavelmente será um bocejo ou um soco na cara. Pergunte a alguém que não seguiu carreira relacionada com línguas em que século viveu Machado de Assis. Aliás, experimente tentar fazer alguém escolhido no meio da rua confessar em que circunstâncias ocorre crase em português. Com enorme probabilidade a vítima não conseguirá fazê-lo para salvar a própria vida. O sistema educacional é uma falha escandalosamente absoluta. Mas é muito mais grave do que uma monumental perda de tempo para todos os envolvidos, como se isso já não fosse suficientemente sério. É um estrupro mental e moral, e deliberado. Educação compulsória não tem absolutamente nada a ver com ensinar coisa alguma. Educação compulsória na escala e nos moldes atualmente aceitos é nada menos que escravização em massa.



Outro objetivo pretensamente atingido é o de produzir magicamente uma elite intelectual sob demanda. Só que educação não é mágica. Nem todos têm vocação ou competência para serem elite intelectual. E embora possa haver mérito em buscar não desperdiçar a competência daqueles que de fato a têm, não é possível produzi-la artificialmente. Se perguntarmos a um atleta olímpico como ele conseguiu uma medalha de ouro, ele provavelmente responderá que treinou arduamente horas por dia durante muitos anos. Não segue daí que se forçarmos todo mundo a treinar arduamente por anos transformaremos todos em atletas olímpicos. Talvez até revelemos acidentalmente alguns mais, ao enorme custo de produzir uma massa de pessoas desfuncionais que não conseguem entender por que não conseguem correr 100 metros em 10 segundos. É impossivel produzir cientistas em massa usando educação forçada. (Aliás, também é impossivel fazê-lo subornando pessoas aleatórias. No máximo produziremos pessoas que ficarão bastante felizes em serem pagas para encenarem uma farsa.)


Quando Richard Feynman, físico americano ganhador do prêmio nobel, foi convidado a fazer um discurso de despedida após visitar a UFRJ durante alguns meses, ele (causando considerável consternação) declarou que infelizmente o ambiente que ele observara tinha sido universalmente o de pessoas profundamente imbuídas da convicção de que a academia consistia em seguir certos procedimentos e protocolos ao invés de produzir certos resultados. Que havia salas de aula, havia professores, havia alunos, havia cursos, havia seminários, havia títulos, havia publicações. Só não havia mesmo era produção de conhecimento. Que todos pareciam estar participando de um grande ritual coletivo de imitar o que universidades de verdade faziam mas sem entender direito o propósito de tais ações, quais os motivos para elas, e quais resultados elas deveriam produzir. Que era como ver um aparelho de rádio, ficar maravilhado com ele, e então buscar imitá-lo construindo uma réplica de isopor pintado e então não entender por que ele não funciona. Isso foi há décadas. Até hoje, o Brasil, uma das maiores potências econômicas do planeta, não consegue ter sequer UMA de suas universidades na lista das melhores DUZENTAS do mundo! Com toda a sua pompa e circunstância, o Brasil permanece essencialmente um zero à esquerda academicamente falando. Que perca para a França ou a Suíça, vá lá. Mas a Índia, a China, a Coréia do Sul têm universidades entre as primeiras cinqüenta! Eles conseguiram produzir o que nós não conseguimos. Talvez ser efetivamente (ao invés de imaginariamente) colonizado pela Inglaterra ou pelos EUA seja bom no final das contas. Nesse ritmo o Iraque terá uma universidade figurando entre as melhores duzentas do mundo antes do Brasil.


Mais um objetivo pretensamente atingido com educação compulsória é “elevar o nível cultural” do cidadão médio, o que na concepção dos burocratas a cargo do assunto se materializa na proposta esquizofrenicamente alucinada de torná-lo enciclopedicamente competente em assuntos que vão desde dinastias do Egito antigo até calcular determinantes de matrizes, mesmo que seu eventual objetivo na vida seja ser caixa de supermercado. Mesmo quando se torna clara a falha do objetivo de produzir pessoas efetivamente cultas, alguns ainda insistem na idéia de que pelo menos se conseguirá despertar algum tipo de apreciação pela cultura. Apreciação pela cultura? Por favor. Isso é comicamente fadado a um retumbante fracasso, e aliás ainda bem, porque a caricatura padronizada (e muitas vezes factualmente errada) que é forçada goela abaixo dos “alunos” na esperança doentia de produzir um saboroso patê em seus fígados tumorosamente gordos é tudo o que “cultura” não é. O que de fato se produz é confusão, na maior parte dos casos seguida de absoluto desprezo pela verdadeira sofisticação cultural, quase universalmente como resultado desse processo percebida como mera competência na repetição autista de fórmulas sem sentido completamente desconectadas da realidade. Que é o que geralmente se exige e premia nos alunos de uma escola. E infelizmente vezes demais em níveis mais altos de educação. Mesmo quando os assuntos abordados incidentalmente coincidem com as inclinações naturais de algum aluno, eles são explorados de forma arbitrária, caótica e fragmentada, sem qualquer liberdade para exploração independente, e sob um regime de força que destruiria o mais espontâneo dos interesses. É como imaginar que para “despertar” o interesse das pessoas por sexo uma boa estratégia seria coagi-las sob ameaças a transar com pessoas que elas não escolheram enquanto você assiste e então dar notas para sua performance. E depois reclamar das que não tiveram boas notas que não se “empenharam” o suficiente.


Ainda mais um objetivo pretensamente atingido como parte de um plano acadêmico que começa com educação compulsória é catapultar o país para indústrias e mercados de alta tecnologia. Ao invés disso o que produzimos no final de um longo processo são pessoas com doutorado fazendo concurso para gari.  Ora, o (pequeno) mercado para pessoas com doutorado no Brasil é completamente fabricado. Ele se resume à atividade essencialmente subsidiada pelo governo de… produzir mais pessoas com doutorado. Note-se, eu digo isso com a infinita tristeza de quem vê imenso valor na pesquisa básica, e de quem acredita que não se deve deixar o talento de pessoas genuinamente competentes para fazer um doutorado ser desperdiçado. Mas a forma de não desperdiçá-lo não é forcá-las por anos a subempregos e rituais arcanos até se concluir que sofreram o suficiente para ganhar uma licença para submeterem outras vítimas ao mesmo processo. O problema real é não é não haver um número suficiente de pessoas com doutorado. Isso talvez fosse o problema se houvesse uma demanda insatisfeta, uma variedade de posições clamando por pessoas com doutorado, posições que só alguém com um doutorado estaria capacitado a ocupar, como projetar microprocessadores de última geração ou desenvolver novos antibióticos, e não houvesse pessoas em número suficiente para ocupá-las.  Mas se fosse esse o problema, a solução simultaneamente simples e benéfica para o país seria a mesma que os Estados Unidos adotam – recrutar as pessoas capazes onde quer que estejam no mundo e trazê-las para ocupar tais posições. Isso não ocorre porque tais posições não realmente existem no Brasil e então formamos doutores incompreensivelmente esperando que por eles existirem automaticamente se porão a gerar alta tecnologia trabalhando para empresas inexistentes. Se queremos empresas de alta tecnologia precisamos primeiro e antes de mais nada parar de atrapalhar, que é geralmente a primeira e mais importante providência que o governo poder tomar. Ao invés disso tornamos algo em princípio tão logisticamente simples como abrir uma sorveteria um inferno burocrático e crivado de encargos suficientes para fazer qualquer um pensar trezentas vezes antes de correr o risco.



E ao gerar doutores varrendo a rua, essa política faz pior do que desperdiçar recursos; ele desvirtua o próprio sistema acadêmico. Uma superoferta de doutores causa uma mistura de superprodução de publicações inúteis com subempregos dentro da própria academia. E isso tudo acaba por distorcer perversamente também o entendimento da academia pelo resto da sociedade. A noção de “democratização” da educação através da educação compulsória é uma das maiores causas da destruição da percepção da atividade acadêmica como algo desafiante, nobre e meritório no imaginário comum. Historicamente grandes cientistas e grandes sábios sempre ocuparam um lugar de honra em todas as sociedades. Mais amplamente do que isso, quando alguém  realiza algo percebido como difícil e que exija uma enorme convergência de competência e esforço, nossa tendência natural é admiração e respeito. Sentimos isso por atletas olímpicos, sentimos isso por grandes artistas. Sentimos isso por quem salva uma criança de um incêndio. Ser cientista porém é no imaginário popular algo cada vez mais alienígena e cada vez menos despertador de admiração. Pelo contrário, existe (em particular no Brasil) o sentimento de que quem segue esta carreira não foi competente o suficiente para conseguir um emprego de verdade. Talvez porque grande parte do tempo, pelo menos no Brasil, o emprego não seja mesmo de verdade. O real emprego é participar de uma farsa na qual se dança em torno da fogueira fazendo rituais bizantinos na tentativa de que sejam suficientemente do agrado dos burocratas de plantão para que nos agraciem magicamente com mais verbas. E a esperança dos burocratas de plantão é de que os rituais bizantinos que escolhem financiar agradem suficientemente os deuses da prosperidade científica para que nos tornemos magicamente uma grande potência tecnológica.


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Existe ainda um ponto adicional que quero levantar sobre o ensino básico compulsório.


Não raro quando desesperados diante das evidências da completa falha do sistema de educação compulsória em ter qualquer mérito acadêmico, seus defensores começam então a apelar para dizer que mesmo que o benefício acadêmico seja nulo ou mesmo negativo, existem outros motivos para mantê-lo que não seja mera e aberta doutrinação. E então vem outro dos grandes truísmos sobre educação compulsória. Que ela é importante, não, essencial para o processo de SOCIALIZAÇÃO dos seres humanos em formação. Socialização. Ora, se há um contexto mais artificialmente inadequado à socialização do que a escola, eu desconheço. Trata-se de um ambiente no qual você é na maior parte do tempo proibido e punido por tentar se socializar, ou mesmo por dizer abertamente o que pensa, onde mesmo nos momentos em que a socialização é permitida ela é altamente regulada, no qual você não escolhe livremente com quem você está se socializando, ou quando, ou como, e aliás no qual a estratégia de socialização a você imposta é tão antinatural quanto “Você vai encontrar todo dia às 7 da manhã APENAS com as mesmas dúzias de pessoas precisamente da mesma idade para sentar em silêncio enquanto é forçado a ouvir longos monólogos sobre assuntos que não escolheu. No meio do expediente talvez tenha 30 minutos para falar com quem quiser, mas se tentar beijar alguém, ou discutir com alguém, ou mesmo ir até a esquina tomar um sorvete com alguém, será imediatamente impedido.” Não, não, não. Como experiência socializante, a escola é profundamente quebrada. Conviver somente com sua família seria provavelmente superior, embora MUITO dificilmente essa seria a escolha da esmagadora maioria das pessoas, que ao invés disso preferiria dez mil vezes ir à sua praça, ou clube, ou praia, ou parque, ou igreja e fazer amigos ou perseguir outros interesses pessoais. Inclusive descobrir seu próprio ponto de equilíbrio saudável entre socialização e introspecção, que é algo muito particular e pessoal, não parece muito favorecido por experiências cotidianas forçadas de socialização compulsória.


Claro, para que essa atividade de socialização extra-escolar fosse possível, talvez se fizesse necessária a supervisão de adultos. Mas se é essa a função que os “professores” estão cumprindo, então que seja, e que se deixem as crianças em paz,  e livres para interagir. Se as escolas existem para socializar as crianças, então abandonemos todo esse sistema fascista que impede a socialização e concentremo-nos em construir um ambiente no qual as crianças sejam deixadas livres para explorar de forma suficientemente segura suas possibilidades sociais. E intelectuais. E culturais. E empresariais.



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Offline Dbohr

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #1 Online: 18 de Dezembro de 2009, 12:43:48 »
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Offline Eremita

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #2 Online: 23 de Dezembro de 2009, 03:16:06 »
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:histeria:



Falácia da incoerência.
O discurso do "mérito" parece piada, de tão auto-contraditório: o sujeito reclama que a sociedade impõe ensino obrigatório, mas esquece que o mérito em si é produto social, ou seja, também imposto pela sociedade. A não ser que ele acredite em "alma", "espírito" ou coisas do tipo, e atribua "mérito" a elas, ou que seja darwinista social*. Se ele for darwinista social, está sendo auto-contraditório de novo - sociedades com mais educação dominam cultural, econômica e belicamente as com menos educação. Ou talvez ele não tenha ouvido falar em "seleção de grupo"...

Falácia da omissão.
A citação do Feynman foi pra falar que o ensino brasileiro é ruim? Então eu pergunto, no que o fato do ensino brasileiro ser compulsório difere da Índia ("Ato do Ensino Gratuito e Obrigatório"), da China (nove anos de ensino compulsório) e da Coréia do Sul (idem à China)?

Falácia do espantalho.
Criticando a sociabilização compulsória, ele tá batendo em um espantalho: embora este seja um objetivo possível para as escolas (e não duvido que esteja presente em muitas delas), jamais foi o principal. Qualquer um que cursou uma escola sabe que há 10 ou 15 minutos de recreio para 4h de aula!

Falácia do cum hoc ergo propter hoc.
Um dos argumentos mais pífios do cara pode ser resumido em:
"A Prússia não respeitava a liberdade das pessoas. Ao mesmo tempo, instituiu o ensino compulsório. Portanto, ela instituiu o ensino obrigatório devido a não respeitar a liberdade das pessoas."
Ocorreu junto, portanto um leva a outro? As cegonhas estão diminuindo em número, os bebês também, portanto as cegonhas são responsáveis pelos bebês. Oba, então sexo é diversão pura!

Objetivos da educação eficiente, em ordem de prioridade pra mim:
1. Estimular as pessoas a analisar e compreender o mundo que as rodeia -- fenômenos naturais, sociedade, tecnologia, entre outros;
2. Estimular as pessoas a pensar criticamente, e com isso obter informação e avaliar a qualidade da informação que obtêm, de forma racional;
3. Capacitar seres humanos que, usando os dois pontos acima, consigam interferir na sociedade e em suas vidas privadas, saciando necessidades básicas e avançadas de forma sustentável e cooperativa;
4. Embuir a sociedade com as regras morais necessárias para o funcionamento da mesma;
5. Acúmulo de conhecimentos que possam ser úteis para a resolução de problemas, de ordem privada ou pública.
6. Sociabilização, e/ou o estímulo desta.
7. Manter as crianças ocupadas.




* Não confundir "darwinismo social" com "darwinismo" no sentido biológico. O darwinismo social prega uma postura em relação à sociedade, enquanto o darwinismo descreve um fenômeno científico.
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Offline FxF

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #3 Online: 23 de Dezembro de 2009, 04:16:06 »
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está sendo auto-contraditório
Putz, quantas vezes você repetiu contraditório nessa frase! :D
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Objetivos da educação eficiente, em ordem de prioridade pra mim:
1. Estimular as pessoas a analisar e compreender o mundo que as rodeia -- fenômenos naturais, sociedade, tecnologia, entre outros;
2. Estimular as pessoas a pensar criticamente, e com isso obter informação e avaliar a qualidade da informação que obtêm, de forma racional;
3. Capacitar seres humanos que, usando os dois pontos acima, consigam interferir na sociedade e em suas vidas privadas, saciando necessidades básicas e avançadas de forma sustentável e cooperativa;
4. Embuir a sociedade com as regras morais necessárias para o funcionamento da mesma;
5. Acúmulo de conhecimentos que possam ser úteis para a resolução de problemas, de ordem privada ou pública.
6. Sociabilização, e/ou o estímulo desta.
7. Manter as crianças ocupadas.
Acho que isso daí é meio que palavras bonitas. Mas existe uma função mais prática da educação que é econômica mesmo.

Que é a formação de profissionais que exerçam tarefas específicas. Alguns geralmente ficam com mal-gosto na boca ao ouvir isso, mas é o motivo principal.

Tem coisa bem mais importante do que química se for desconsiderar as carreiras profissionais. Direito, filosofia, sei lá. "Filosofia" por sinal nem é levado muito a sério nas escolas, exatamente porque cai a pergunta "pra que isso vai servir tio?"

Ninguém põe filho na escola, ou quer ir para a escola, ou um governo põe as crianças nas escolas buscando "formar cidadãos", isso é uma descrição bonitinho, mas tudo se resume a dinheiro. Sem falar que é difícil de crer na eficiência desse ensino para "formar cidadãos"...
« Última modificação: 23 de Dezembro de 2009, 04:18:20 por Ilovefoxes »

Offline Südenbauer

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #4 Online: 23 de Dezembro de 2009, 04:42:23 »
Gostei do texto. Não tenho muito a comentar, o texto possui uma natureza mais questionadora que "solucionadora".

Alguns pontos do Eremita foram bons de serem levantados.

Offline Eremita

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #5 Online: 23 de Dezembro de 2009, 20:12:25 »
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está sendo auto-contraditório
Putz, quantas vezes você repetiu contraditório nessa frase! :D
Só duas :P. A culpa não é minha... é de quem fez o texto... ::)

De certa forma, Foxes, eu englobei as questões econômicas nos itens 3 e 5, mas pode ser refraseado pra deixar mais explícito "produção e acesso de bens de consumo e serviços".

Sei muito bem o que motiva governos e pais a obrigarem os filhos a estudar - poder coletivo e individual, respectivamente, o que inclui economia. Entretanto, acho que a escola serve pra muito mais coisa do que isso, e por isso coloquei os sete pontos em azul.

Formar cidadãos: escolas são locais eficientíssimos de proselitismo. Crianças têm poucos memes para competir com os que vão ser embutidos, são mais receptivas... enfim, é nessa idade que elas são embutidas com as regras de conduta de uma dada sociedade.
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Offline FxF

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #6 Online: 23 de Dezembro de 2009, 23:24:07 »
Não se consegue controlar uma pessoa dessa forma, a menos que você use uma espécie de lavagem cerebral. E as escolas não chegam a esse ponto, pelo menos estão bem longe disso quando se trata de conduta social.

Offline Rambo

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #7 Online: 24 de Dezembro de 2009, 13:07:07 »
Eu acho impraticável deixar as crianças e jovens à deriva, seguindo totalmente seus rumos que normalmente dependem exclusivamente do destino.

É necessário sim as instituições educacionais que pressionam os jovens a seguir um determinado modelo de conduta.

Ponto! A maior parte do restante nas escolas, principalmente no que diz respeito aos conteúdos de ensino, é pura esculhambação.

Não há necessidade de tanto aprofundamento nas disciplinas... Quando o aluno se interessa por determinada coisa ele normalmente VAI ATRÁS e se aprofunda.

As disciplinas deveriam ser apresentadas com ênfase no seu conteúdo INTRODUTÓRIO, de forma que este conteúdo seja DEVIDAMENTE APRENDIDO POR TODOS.

Muitos estudam as disciplinas e nem sabem para que servem! É melhor ensinar o básico do básico e explicar o "por quê" do que ensinar o médio (beirando até o avançado) e o aluno não saber nem porque está aprendendo esta porcaria.

Não sei se a maior parte dos frequentadores daqui eram os CDFs, eu não era! Eu só aprendia pra valer quando eu me interessava, o resto era decoreba pura, e de nada me serviu!
O CDF geralmente é aquele que simplesmente gosta de ESTUDAR E TIRAR BOAS NOTAS, consegue aprender coisas que não acham tãão interessantes por uma recompensa de notas altas. Há excessões, boa parte dos CDFs adquirem facilidade em se INTERESSAR também... Mas... Boa parte do conhecimento que adquirem se vão com o tempo se não forem importantes em suas vidas futuras.

Deveria existir disciplinas como: economia, filosofia, política, marketing, música etc. Mas tudo com uma abrangência INTRODUTÓRIA apenas.
Todas as disciplinas deveriam ter apenas abrangência INTRODUTÓRIA. E esta abrangência incluiria também explicar a IMPORTÂNCIA da determinada disciplina.

Matemática por exemplo... Com excessão daqueles que seguirão carreira em exatas, a maioria não vai precisar saber sequer o que é uma esquação biquadrada ou uma fórmula de báskara etc. Então pra quê saber? No lugar de saber coisas mais avançadas de matématica o cidadão poderia estar aprendendo noções básicas de economia, política e filosofia por exemplo! Seria muito mais produtivo e até interessante.

A prova de que é tão inútil ensinar tanta coisa avançada no ensino fundamental e médio é que nos cursos superiores na maioria das vezes há a REPETIÇÃO de tais conteúdos.

Tem muita coisa que precisa ser melhorada e concordo em partes com o que o texto diz. Mas eu tenho uma opinião diferente e mais completa do que o texto.
« Última modificação: 24 de Dezembro de 2009, 13:17:33 por Rambo »

Offline Rambo

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #8 Online: 24 de Dezembro de 2009, 13:19:57 »
E continuando...

Em cursos de filosofia, economia e política, por exemplo, o aluno que entra na faculdade precisa estudar tudo do "0", já que não aprendeu nem mesmo as noções básicas dessas disciplinas.

Ao invés disso ficou aprendendo nomes científicos e propriedades de plantas que crescem em mangues, datas e acontecimentos históricos franceses etc.

Offline Týr

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #9 Online: 24 de Dezembro de 2009, 13:29:54 »
E continuando...

Em cursos de filosofia, economia e política, por exemplo, o aluno que entra na faculdade precisa estudar tudo do "0", já que não aprendeu nem mesmo as noções básicas dessas disciplinas.

Ao invés disso ficou aprendendo nomes científicos e propriedades de plantas que crescem em mangues, datas e acontecimentos históricos franceses etc.
Conhecimento nunca é demais.

Mas concordo que existam outras prioridades, como por exemplo Português e matemática.

Offline Barata Tenno

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #10 Online: 24 de Dezembro de 2009, 13:39:16 »
O ensino ja é uma merda, em vez de melhorar o nivel e colocar mais matérias, nego quer diminuir...... Vai entender.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Rambo

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #11 Online: 24 de Dezembro de 2009, 16:42:29 »
O ensino ja é uma merda, em vez de melhorar o nivel e colocar mais matérias, nego quer diminuir...... Vai entender.
Pra você o que seria "melhorar o nível"?

Pra mim tem que melhorar muita coisa... E eu até escrevi isso, mas decerto você não conseguiu entender  :|

Mas em compensação daria sim pra retirar muita coisa inútil, muito conhecimento desnecessário que nem para exercitar o raciocínio dos jovens serve.

Você quer, por exemplo, que os jovens aprendam a escrever melhores poesias barrocas na quinta série?


Ou prefere então que eles saibam que "Vriesia imperialis" é o nome científico da tal "Bromélia Imperial"?

Qualquer debilmental percebe que a única utilidade de aprender tais coisas, sem se interessar pelo assunto, é apenas tirar a nota mínima (ou máxima, no caso dos "CDFs") e passar de ano.

O problema é que qualquer professorzinho com palavrinhas bonitinhas consegue convencer os "ainda" lúcidos de que é importante aprender coisas inúteis.

Acontece que qualquer um que pensar um pouquinho e tiver um pouquinho de inteligência vai encontrar inúmeras soluções para tornar a educação menos pior do que é.
Uma delas é tirar o conhecimento inútil e SUBSTITUIR por conhecimento útil. Filosofia é útil, economia é útil, política é útil, noções de markenting é útil, etc.

E garanto que é muito melhor para uma criança e adolescente conhecer o básico de história + o básico de filosofia + o básico de política do que conhecer em nível intermediário ou quase avançado sobre geografia. A maioria aprende sem dar importância, do que adianta isso?

Espero que agora tenhas entendido melhor, Barata.

Enfim... Tem certas idéias simples que é difícil aceitar... Principalmente para quem levou surras e ficou muito tempo de castigo porque não fez deverzinho de casa ou tirou notinha abaixo de 7. É difícil aceitar que disperdiçou boa parte da infância e adolescência por tantas coisas inúteis que nem serviram tanto assim para formar um cidadão. E claro, essas mesmas pessoas doutrinadas pela "falsa boa educação" gostam de polarizar de ignorante qualquer um que apenas "questione" a eficiência e eficácia dos conteúdos e métodos de ensino praticados em seus tempos de estudante.

Você ficar de castigo porque foi mal em uma prova de matématica, cujo conteúdo é de vital importância (e que você sabia da importância porque te ENSINARAM), não tem problema algum. Agora, você ficar de castigo porque não decorou nomes científicos e esqueceu, por exemplo, que a propagação das bromélias (ops, quer dizer, "Vriesia incurvata") se dá por mudas formadas junto a planta, é um tanto ridículo e difícil de ficar aceitando!

Só quem não tem muito senso crítico e uma excessiva dose de tolerância pra aceitar numa boa.
« Última modificação: 24 de Dezembro de 2009, 16:44:39 por Rambo »

Offline Moro

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #12 Online: 24 de Dezembro de 2009, 17:15:23 »
Citação de: [url=http://][/url]
A principal ilusão é de que alguém está aprendendo alguma coisa. Mas como se pode verificar conversando com qualquer adulto normal, absolutamente ninguém retém os profundos “conhecimentos” que supostamente são terapeuticamente infundidos nos seus cérebros quando adolescentes. Pergunte a alguém que não seguiu carreira relacionada com química qual a diferença entre um éter e um éster e a resposta provavelmente será um bocejo ou um soco na cara. Pergunte a alguém que não seguiu carreira relacionada com línguas em que século viveu Machado de Assis. Aliás, experimente tentar fazer alguém escolhido no meio da rua confessar em que circunstâncias ocorre crase em português. Com enorme probabilidade a vítima não conseguirá fazê-lo para salvar a própria vida. O sistema educacional é uma falha escandalosamente absoluta. Mas é muito mais grave do que uma monumental perda de tempo para todos os envolvidos, como se isso já não fosse suficientemente sério. É um estrupro mental e moral, e deliberado. Educação compulsória não tem absolutamente nada a ver com ensinar coisa alguma. Educação compulsória na escala e nos moldes atualmente aceitos é nada menos que escravização em massa.

Essa parte da muito o que pensar..

edit: apenas a parte em negrito

« Última modificação: 25 de Dezembro de 2009, 01:11:36 por Agnóstico »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Rambo

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #13 Online: 24 de Dezembro de 2009, 17:54:49 »
A verdade é que a "raíz" da educação é de tempos bem primitivos e é lógico que nestes tempos remotos os interesses da elite era levados muito em consideração ao se escolher o que e como os alunos aprenderiam.

O que vejo atualmente são "resquícios" de um padrão imposto há muito tempo atrás. Aqui no Brasil, por exemplo, ainda há muita pressão sobre o ensino de literatura, que é um resquício "nacionalista".

Offline Rambo

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #14 Online: 24 de Dezembro de 2009, 18:00:32 »
Quando falo de literatura to querendo dizer sobre estudar todo aquele conteúdo sobre barroquismo, simbolismo etc. Coisa muito massante e chata!

Poderiam estar ensinando, por exemplo, o que aconteceu na história para estar ocorrendo o problema entre judeus e palestinos. Mas parece que dão mais importância em ensinar os nomes de faraós egípcios do que deixar os jovens um pouco mais informados sobre o que acontece HOJE. Não to querendo defender as doutrinações esquerdistas, mas é necessário apresentar os FATOS recentes com imparcialidade, pois isso é o mínimo que um professor de história deveria fazer.

Offline Barata Tenno

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #15 Online: 25 de Dezembro de 2009, 05:54:29 »
Quem define o que e útil e interessante? O rambo?
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Offline FxF

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #16 Online: 25 de Dezembro de 2009, 07:52:07 »
Acho que seria melhor do que quem definiu o que é útil da maneira que o ensino é hoje...

Offline Barata Tenno

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #17 Online: 25 de Dezembro de 2009, 09:15:16 »
Acho que seria melhor do que quem definiu o que é útil da maneira que o ensino é hoje...

Ai é que esta, melhor colocar mais conteúdo. Biológicas (ou outra matéria que alguém não gosta) pode parecer chato e inútil para uns, mas pode ser interesante e útil para outros, como saber o que é ou não até ver o conteúdo? Óbvio que tem matérias que não existem no conteúdo que precisam ser inseridas, mas não é necessário fazer isso tirando outras, é só aumentar o tempo diário de aula, que no Brasil é muito pequeno se comparado a outros países.
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Offline FxF

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #18 Online: 25 de Dezembro de 2009, 09:23:51 »
Não, o Brasil já tem matérias demais. Nos outros paísem os alunos APRENDEM. Aqui é só "copia do quadro e passa na prova"...

Offline Barata Tenno

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #19 Online: 25 de Dezembro de 2009, 11:47:38 »
Não, o Brasil já tem matérias demais. Nos outros paísem os alunos APRENDEM. Aqui é só "copia do quadro e passa na prova"...

Então o problema não são as matérias e sim como é ensinado..... aqui os alunos tem mais que o dobro de matérias que n o Brasil.... Entram na escola as 7 da manhã e saem as 5 da tarde.
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Offline Rambo

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #20 Online: 26 de Dezembro de 2009, 00:14:51 »
Então Barata, até concordo com o que você diz sobre aumentar o conteúdo, mas é óbvio que isto não daria certo no Brasil.

É só pensar um pouco... Se com o conteúdo que temos os alunos já vão mal, por "N" motivos, incluindo a falta de preparo e condições dos professores, além da péssima educação em casa, imagina aumentar o conteúdo... Pra quê daí?

É muito mais fácil começar com aquilo que pode ser mudado sem causar tanto impacto... E é isso que eu proponho... Se é pra ensinar pouco que se ensine o essencial e não "semi-especializações" inúteis.

E quanto a definir o que é útil ou não... Ora bolas, isso nem é pergunta que se faça! Olha a quantidade de conteúdo OBVIAMENTE INÚTIL e o quanto de conteúdo útil que falta.

Eu inclusive dei exemplos, mas acho que você não entendeu Barata.

Qualquer pessoa com um mínimo de formação é capaz de escolher uma grade de conteúdo menos pior do que a que existe.

OBS: to prevendo que irás pedir para que eu "defina" o "mínimo de informação"  :histeria:, mania de cético que gosta de se prender em detalhezinhos bobos e se esquece do mais importante.

Ou será que preciso ficar enumerando cada ítem "inútil"? É só pensar um pouco que irá aparecer inúmeros exemplos.

Vamos ver alguns bem óbvios...
1) As crianças ficam precisando "aprender" (ou decorar) quem foi Marco Antônio na história de Roma ao passo que não possuem noções básicas de marketing e propaganda (sabem quem foi Marco Antônio mas ficam como retardadas pedindo brinquedo idiota só porque viu o Pelé fazendo propaganda).
2) Decoram parentesco e propriedades de plantas de uma espécie que vive lá na Jamaica mas não sabem nem o que é um empréstimo, juros e inflação (e as causas masi óbvias dos altos juros e inflação).
« Última modificação: 26 de Dezembro de 2009, 00:21:20 por Rambo »

Offline Vito

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #21 Online: 26 de Dezembro de 2009, 00:31:07 »
Eu concordo o Barata.
Faltam de conteúdo, sim... O professor de física meu, nunca abriu o livro onde é o livro está distribuindo na escola. Diz é ruim, não diz nada explicação os clássicos "como funciona". Tudo é escrevi é o caderno no quadro dele. Eu fico mordendo meu lábio porque é mais difícil aprender oralmente. A aula também só dura 40 minutos porque ele não tem tempo para me explicar. E também a condição do professor é mais pior e a pedagogo? Como cima pedagogo? Nunca dá as ordens que puta merda.

Matéria demais? Deixa eu decorar que já estudei Ensino Médio: Matemática, Física, Língua Portuguesa, Inglês, Geografia, Química, Biologia, Sociologia e Educação Física.
Agora vamos a parte cada matéria a minha experiência escola pública:
Matemática -> Só no quadro e muito menos o livro.
Física -> Só no quadro. Quase ninguém abre o livro.
Língua Portuguesa -> Tinha o professor bom, estava mais atenção, mas, a turma não tinha estimulo.
Inglês -> Só bagunça...
Geografia -> Só oralmente, é mais difícil que ler o livro. Tinha opinar as coisas que são.
Química -> A coitada explicou 3 vezes a mesma semana, 80% a turma estava recuperação.
Biologia -> Foi bom professor, mas, não deixava eu responder tudo as respostas onde cada capitulo tinha 90 questões que eu passava a tarde inteira estudando só esse livro que outras matérias.
Sociologia -> Foi mais fácilíssimo, eu passei essa matéria que larguei a escola desde setembro.
Educação Fïsica -> As vezes não tem aula, se não quer praticar esporte, é que tem escrever relatório.

E daí? Só dura 4 horas e meia na escola: 13:00 até 17:30
Mas as vezes não tinha aula e mandam emboras.

Os que os alunos conversam? Coisinhas do Orkut, fofoca, chupando pirulitos e fazer nada...

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #22 Online: 26 de Dezembro de 2009, 01:08:13 »
Eu nunca "aprendi" inglês em aula. Fica com aquelas coisas bizarras de tempos verbais e quando vem ou não artigo... como se um americano do planeta Terra falasse assim.

Offline Barata Tenno

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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #23 Online: 26 de Dezembro de 2009, 03:08:36 »
O que vocês propõe é mais ou menos como a lei das cotas.... "Ja que a situaçã esta ruim vamos fazer um remendo qque é mais fácil que arrumar a casa".
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Re: "Educação compulsória é um estupro mental e moral"
« Resposta #24 Online: 26 de Dezembro de 2009, 03:46:31 »
Não, mas enquanto as fundações da casa estiverem defeituosas, preferimos que não se construa mais um andar...

 

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