Fabi e Mabumbo estou entendendo suas colocações.
Não falo a respeito da existencia do curriculo escolar. Não sou contra isso. Penso que curriculos ou grades, bem como métodos de avaliação são válidos e necessários.
Talvez eu tenha sido infeliz na escolha do texto que usei para provocar o debate pretendido.
Vou tentar expressar a idéia que veio a mim na leitura do texto:
Se não criarmos nas pessoas, no zeitgeist cultural, a implicação subjetiva de cada pessoa em buscar a própria educação, não consequiremos evoluir, mesmo que os outros atores envolvidos no processo cumpram suas partes.
Isso independe da idade. Não falo de um processo que possa acontecer em uma única geração. Mas vejam, se começarmos essa construção, em um dado momento, o compromisso em buscar educar-se será tão comum para os pais, que passarão isso aos seus filhos, mesmo antes de eles frequentarem a escola.
Hoje, infelizmente, não se pode esperar muito de responsabilidade e auto-consciência, e um dos fatores é justamente pelo fato de que não tiveram acesso a educação. Certo.
Mas a eles e aos que tiveram algum, mesmo que pouco, foi sempre repassada a idéia de que eles eram vítimas e pouco poderiam fazer para mudar essa realidade, dai se acomodaram, não se implicaram.
Antes, nem lhes era dado pensar que tinham direito a educação.
Hoje passaram-lhes a ideia de que tem esse direito, o qual se não os alcança é por uma falha só dos outros.
A minha idéia de como as coisas deveriam ser é basicamente fazer-lhes saber que tem esse direito, o estado e a sociedade tem obrigação de oportunizar educação a eles, mas eles como contrapartida devem valorizar a educação que lhes é ofertada, buscar mais, exigir mais, fazendo porém mais por onde.
Criar a consciencia dessa obrigação pessoal e social de retorno, me parece impossível no sistema atual, onde se incentiva a mediocridade por meio de políticas que praticamente proibem os professores de reprovar com o objetivo de falsear daods estatísticos para fins políticos internos e externos.